quarta-feira, 7 de setembro de 2011


As algas constituem uma importante fonte de alimento no Extremo Oriente, sobretudo no Japão, onde fazem parte da dieta básica, sendo também muito consumidas na China.
As algas são vegetais inferiores, quase sempre aquáticos e sobretudo marinhos. Aparecem em grandes quantidades nas praias, em determinadas épocas do ano, recobrindo o fundo do mar nas regiões litorâneas.
Características das algas. As algas constituem a base evolutiva do reino vegetal. Como todos os vegetais, possuem clorofila, pigmento de coloração esverdeada com o qual realizam a fotossíntese. Por meio desse processo, as algas produzem matéria orgânica a partir de sais inorgânicos, água e dióxido de carbono, utilizando como fonte de energia a luz solar. Também fazem parte da composição desses seres vivos outros pigmentos, que imprimem a muitas algas coloração vermelha, parda, amarelada ou azulada, alojando-se em organelas celulares denominadas plastídios ou plastos.
As células de algumas algas apresentam elevadas concentrações de sais minerais, armazenados nos vacúolos, órgãos especiais que podem conter também as substâncias de reserva da planta, na forma de açúcares e graxas.
Existem algas unicelulares e pluricelulares. As primeiras podem viver em estado livre, isto é, sem associar-se com outras, ou formar agregados ou colônias de indivíduos, o que constitui uma forma rudimentar de organização supracelular. Um exemplo desse modelo de organização é encontrado nas algas do gênero Volvox, pequenos aglomerados esféricos de células que flutuam na superfície dos lagos. As algas unicelulares se movimentam por meio de flagelos, filamentos que se agitam na água. Algumas espécies apresentam um revestimento silicoso, como ocorre nas diatomáceas, ou calcário. Quando a alga morre, essa capa mineral se deposita no fundo do mar, originando uma espessa camada de sedimentos. Nas diatomáceas, essa capa apresenta um aspecto cristalino, às vezes de grande beleza.
As algas pluricelulares apresentam uma estrutura muito simples, já que não constituem verdadeiramente um tecido, e sim um aglomerado de células não diferenciadas entre si, ao qual se dá o nome de talo. Esse último pode ser filamentoso, apresentar-se sob a forma de lâminas ou possuir ramificações. Em algumas espécies, o talo forma estruturas de aparência similar aos caules ou raízes das plantas superiores, com discos de fixação com os quais as algas se prendem às rochas e resistem ao movimento das ondas. Algumas espécies, como os sargaços, possuem órgãos flutuadores, constituídos por vesículas cheias de gás.
Esses organismos são encontrados nos mais variados habitats: alguns, na água doce; outros, seres marinhos unicelulares, formam o plâncton vegetal, que serve de alimento a inúmeros animais oceânicos; outros, ainda, têm como habitat o litoral ou as áreas pelágicas. As algas verdes ou clorofíceas são encontradas com mais freqüência em regiões superficiais, de maior iluminação, enquanto as espécies pardas ou vermelhas crescem em níveis inferiores. Algumas algas azuis e verdes formam associações com fungos, dando origem a liquens.
A reprodução das algas pode ser assexuada, por meio da divisão longitudinal ou transversal de um indivíduo, ou por meio de esporos, como ocorre com os organismos unicelulares; ou sexuada, na qual duas células, ou gametas, procedentes de indivíduos distintos, se unem para formar um novo organismo.
Classes de algas. As algas se dividem segundo o tipo de pigmento que apresentam e as substâncias que acumulam. As euglenófitas ou algas flageladas verdes são também unicelulares e, como o nome indica, movimentam-se por meio de flagelos. Na maior parte organismos de água doce, têm como representante mais conhecida a euglena (Euglena viridis), que possui a capacidade de detectar a presença de radiações luminosas, graças a uma mancha ocular com um pigmento fotossensível.
As algas silicosas ou crisófitas são unicelulares e de vida livre ou colonial. Sua parede celular é impregnada de sílica, constituindo uma camada em forma de concha bivalve. Vivem tanto na água doce como na salgada, e são conhecidas pelo nome de diatomáceas.
As clorófitas ou algas verdes podem formar colônias filamentosas, às vezes ramificadas, e também agregados esféricos, semelhantes aos do gênero Volvox. Existem, ainda, espécies unicelulares flageladas, destacando-se, graças a sua ampla distribuição, a espécie Ulva lactrica, ou alface-do-mar, alga em forma de lâmina. São também muito comuns as diferentes formas unicelulares do gênero Chlorella.
As algas pardas, ou feófitas, são marinhas, freqüentemente encontradas nas praias, aonde chegam arrastadas pelas marés. Além da clorofila, possuem um pigmento pardo, a fucoxantina, e são recobertas por uma substância mucilaginosa, que lhes imprime um aspecto gelatinoso. Costumam apresentar um extenso prolongamento, de aparência semelhante a um caule, do qual partem numerosas ramificações. Certas espécies podem alcançar até setenta metros de comprimento, como é o caso do gênero Macrocystis. Algumas são flutuantes, formando enormes aglomerados, destacando-se os sargaços, que emprestaram seu nome ao mar situado a nordeste das Antilhas.
As rodófitas, ou algas vermelhas, devem sua coloração característica à presença da ficoeritrina, um pigmento de coloração avermelhada. Muitas de suas espécies apresentam um talo finamente dividido, o que lhes confere aspecto semelhante aos ramos e folhagens das plantas superiores. Em sua maioria, são organismos marinhos e possuem falsas raízes ou rizóides, e discos com os quais se fixam nas rochas ou a outras algas.
Há ainda as xantófitas, algas verde-amareladas; as diatomáceas, algas protegidas por uma parede composta de duas valvas de sílica; as crisófitas, algas douradas; e as pirrófitas, unicelulares. Os organismos antes conhecidos como algas verde-azuladas são agora descritos como bactérias e chamados cianobactérias.
Aproveitamento das algas. No equilíbrio entre animais e plantas, as algas desempenham papel de grande importância, pois além de constituírem a base da cadeia alimentar marinha, fabricam cerca de um terço da matéria orgânica produzida em nosso planeta. Além de empregadas como fonte de alimento em alguns países do Oriente, as algas foram, durante muito tempo, utilizadas na Europa para o adubo do solo. Ricas em sais de potássio e cálcio, podem ser usadas como adubo orgânico, em estado natural, ou como adubo mineral, na forma de cinzas. Certas algas vermelhas, por sua vez, são usadas como matéria-prima para a produção do ágar-ágar, substância gelatinosa utilizada como meio de cultivo em pesquisas bacteriológicas e como suporte para a fixação de princípios nutritivos na indústria alimentícia. Finalmente, a partir de algumas laminárias (algas pardas) são obtidos sais, iodos e fertilizantes.
Líquen; Plâncton
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

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