domingo, 29 de abril de 2018

Glaucoma


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Glaucoma é uma doença ocular que representa uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. Aproximadamente, uma em cada cem pessoas acima de 40 anos tem sua visão ameaçada por esta doença. Se detectada precocemente, a cegueira secundária ao Glaucoma é quase sempre evitada. Quando visualizamos um objeto, a imagem é transmitida do olho ao cérebro através do nervo da visão, ou seja, o nervo óptico. Esse nervo funciona como um cabo elétrico, contendo cerca de um milhão de fios, que levam a mensagem visual ao cérebro e, unindo-se, proporcionam a visão lateral ou periférica e também a visão central, usada para leitura. O Glaucoma pode destruir, gradativamente, esses "fios elétricos", causando, inicialmente, pontos cegos na área de visão periférica. As pessoas, geralmente, não sentem dor e raramente notam as anteriormente citadas áreas cegas, até que considerável e irreversível dano ao nervo óptico tenha ocorrido. Se todo o nervo for destruído será instalada a cegueira definitiva. Felizmente, a cegueira pode ser evitada se esta doença for, precocemente, diagnosticada e tratada. Portanto, exames periódicos com o médico oftalmologista são a melhor maneira de se defender contra o Glaucoma. Somente o oftalmologista é especialmente treinado para realizar o exame de rotina e solicitar os exames complementares que irão diagnosticar o Glaucoma e, se necessário, tratar essa condição. Por esta razão, principalmente os adultos devem visitar o oftalmologista para exames periódicos pelo menos uma vez ao ano.

Causas e Sintomas

Um líquido claro e transparente, chamado humor aquoso, circula dentro do olho, continuamente, nutrindo as estruturas internas desse órgão. Esta circulação interna pode ser comparada a um chuveiro constantemente aberto. Se o ralo do banheiro entupir, a água se acumula no box e transborda. Similarmente, se o sistema de drenagem do olho entope, a pressão intra-ocular aumenta e, com o tempo, pode causar dano irreversível ao nervo óptico. O entupimento destes "ralos" pode ocorrer de quatro modos:
Mais comumente, o "ralo" ou malha trabecular pode se tornar menor com a idade e, sem causa ainda conhecida, "entupir". Esse bloqueio parcial causa um aumento gradual da pressão dentro do olho. Isso é conhecido como Glaucoma de ângulo aberto.
Grande parte dos pacientes glaucomatosos adultos apresentam esse tipo de Glaucoma, mais comum após os 40 anos de idade. Geralmente, o Glaucoma primário de ângulo aberto não apresenta sintomas. O paciente não sente dor e perde lentamente a visão, percebendo esta perda somente quando o nervo óptico estiver bastante lesado. Devido à escassez de sintomas, a melhor maneira de diagnosticar Glaucoma primário de ângulo aberto são os exames oculares periódicos.
Outra causa de aumento da pressão intra-ocular é o que chamamos de "defeito de fabricação", ou seja, Glaucoma congênito, onde a drenagem do humor aquoso é deficiente desde o nascimento. Nestes casos, a frente do olho, chamada córnea, pode se tornar opaca e a visão bastante embaçada.
A criança pode ser bastante sensível à luz e chorar muito. O simples achado de um "olho grande" em uma criança pode significar Glaucoma congênito. Esta é uma condição rara, ocorrendo um caso em cada dez mil nascimentos vivos. Entretanto, estes e outros sintomas oculares suspeitos em uma criança devem conduzir os pais a uma visita imediata ao médico oftalmologista.
Uma folha de papel ou um pedaço de plástico pode flutuar próximo ao ralo do banheiro e, de repente, parar sobre a abertura do mesmo, obstruindo subitamente a drenagem e bloqueando o escoamento. No olho, a íris pode agir como este pedaço de plástico e fechar, repentinamente, o canal de drenagem. Ocorre um acúmulo de líquido dentro do olho e a pressão intra-ocular aumente rapidamente. Este repentino e completo bloqueio do líquido resulta no conhecido Glaucoma agudo de ângulo fechado. Visão embaçada, dor ocular intensa, percepção de halos coloridos em volta das luzes, náusea e até vômito são os sintomas mais comuns e indicam a necessidade de um exame oftalmológico imediato. A menos que essa condição seja tratada rapidamente, a cegueira pode ser resultado final em poucos dias.
Outras condições incluindo trauma, certas drogas como os corticóides, hemorragias e inflamações podem, algumas vezes, bloquear os canais de drenagem do olho com conseqüente aumento da pressão intra-ocular, conduzindo aos chamados Glaucoma secundário.

Diagnóstico

O diagnóstico precoce é feito pelo oftalmologista durante uma consulta de rotina. Através de exame indolor, o oftalmologista determinará a pressão intra-ocular. Isto é somente parte do exame para detectar o Glaucoma. O Oftalmologista deve ainda examinar cuidadosamente o nervo óptico, usando lentes especiais, que lhe proporcionem visão estereoscópica, ou seja, visão de profundidade, além de alta magnificação. Diante de qualquer suspeita de dano glaucomatoso ao nervo óptico, deve ser solicitado exame de campo visual computadorizado, para testar a visão lateral do paciente e detectar algum defeito campimétrico glaucomatoso. Geralmente, a visão periférica é afetada primeiro, sem que o paciente perceba. Infelizmente as alterações do campo visual somente são detectadas quando aproximadamente 50% das fibras do nervo óptico estão destruídas. Algumas vezes, pacientes são encontrados com pressão intra-ocular um pouco acima dos níveis considerados estatisticamente normais, mas sem nenhuma evidência de dano glaucomatoso ao nervo óptico ou alteração de campo visual.
Aproximadamente 8% da população acima dos 40 anos de idade são portadores de hipertensão ocular, não devendo, entretanto, ser tratados como glaucomatosos. Alguns pacientes toleram melhor a pressão intra-ocular elevada, principalmente aqueles com nervo óptico sadio e que não apresentam outros fatores de risco para o desenvolvimento da doença, ou seja, miopia, história de Glaucoma na família, diabetes, hipertensão arterial sistêmica, idade avançada, etc. Portanto, vários fatores devem ser cuidadosamente analisados antes da decisão de tratar ou não pressão intra-ocular elevada. Esses pacientes devem, sem dúvida, ser acompanhados mais freqüentemente por um especialista, com visitas periódicas a intervalos determinados.


 Tratamento

Uma vez diagnosticado Glaucoma e identificado o fator responsável pela progressão da doença que, na maioria dos casos, é a pressão intra-ocular elevada, o tratamento deve ser instituído imediatamente com o objetivo de preservar a função visual ainda existente. Inicialmente, são prescritos colírios, usados duas vezes ao dia, outros quatro vezes ao dia. Após a instilação dos colírios, deve-se manter os olhos fechados durante 2 minutos, evitando que o colírio escorra pelo canal naso-lacrimal e alcance a circulação sistêmica com possíveis efeitos colaterais indesejáveis.
O exame de campo visual computadorizado deve ser repetido periodicamente em todos os casos, inclusive aqueles somente suspeitos, com o objetivo de acompanhar a função visual do paciente durante o transcorrer dos anos. Após a constatação de perda adicional de campo visual, o tratamento deve ser realizado. Ainda como parte importante do tratamento e acompanhamento, faz-se necessária a realização, também periódica, da topografia computadorizada do nervo óptico, exame que vem substituir a fotografia do nervo óptico ou papilografia. Este exame permite acompanhar, com máxima precisão, possíveis alterações futuras da forma do nervo óptico, indicando o surgimento ou progressão da doença.
Os casos refratários aos colírios são tratados com drogas orais como o Diamox e Oralcon. Em geral, estes medicamentos apresentam efeitos colaterais indesejáveis e, se possível, não devem ser usados durante muito tempo.
Em casos onde exista dano glaucomatoso evidente, pressão intra-ocular elevada não controlada com medicamentos, indica-se a trabeculoplastia a laser ou, ainda, a cirurgia anti-glaucomatosa.
Na trabeculoplastia o laser é aplicado diretamente sobre o trabeculado, ou seja, órgão responsável pela drenagem do humor aquoso e que, geralmente, encontra-se obstruído nos casos de Glaucoma.
O procedimento é indolor, não requer incisão cirúrgica, não altera a visão e tampouco a rotina diária do paciente. O laser é eficaz em controlar a pressão intra-ocular em, aproximadamente, 80% dos casos durante 2 anos mas, raramente, este efeito benéfico dura mais de 5 anos.
Atualmente, existem evidências indicando a cirurgia chamada trabeculolectomia como o modo mais eficaz e duradouro de controlar a pressão intra-ocular com conseqüente estabilização da função visual. A trabeculectomia é realizada sob anestesia local, com monitorização cardíaca, e geralmente não apresenta complicações. Complicações graves ocorrem em apenas 0,5% dos casos e, portanto, o risco de perda visual irreversível devido ao Glaucoma não tratado justifica tal procedimento. O paciente é admitido no mesmo dia de sua alta e o olho permanece fechado somente até o dia seguinte à cirurgia. Durante alguns dias após a cirurgia, a visão pode se apresentar pior do que antes, exceto quando se realiza a extração de catarata combinada com trabeculectomia, procedimento geralmente acompanhado de melhora imediata da visão.
Avalia-se o paciente, diariamente, durante alguns dias, até à estabilização do quadro. São prescritos colírios de antibióticos e antiinflamatórios, durante 30 dias, ocasião de novo retorno para controle.
Uma nova modalidade terapêutica vem se mostrando bastante eficaz em controlar a pressão intra-ocular em casos em que a cirurgia tradicional, ou seja, a anteriormente mencionada trabeculectomia, deixou de funcionar. Trata-se da ciclofotocoagulação endoscópica com laser de diodo. A cirurgia consiste em fotocoagular parte das células produtoras do líquido intra-ocular o que diminui sua produção e, consequentemente, diminui a pressão intra-ocular.
O procedimento é seguro e pode ser repetido quantas vezes forem necessárias sem aumento dos índices de complicações, o que não é possível com as cirurgias tradicionais. O CBCO foi o pioneiro na introdução desta técnica cirúrgica, na América do Sul, e os resultados obtidos são bem melhores do que aqueles observados com as cirurgias tradicionais, principalmente em casos mais complicados.

Importante ressaltar que:

Glaucoma não tratado leva à cegueira indiscriminada e silenciosamente.
Somente o exame oftalmológico completo, acompanhado de exames complementares, pode indicar corretamente o diagnóstico de Glaucoma.
Não se cura o Glaucoma, mas estabiliza-se o processo.
Acompanhamento com visitas periódicas ao oftalmologista é tão importante quanto o diagnóstico.
É possível evitar-se a cegueira com o tratamento apropriado.

Adubo de Minhocas


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        As minhocas ao se locomoverem por entre as camadas do solo, cavam galerias fazendo passar por seu tubo digestivo grande quantidade de terra e restos vegetais, formando desta maneira o "húmus".
        Além de arejar, a minhoca aumenta a porosidade e a homogeneização dos solos, tendo ainda eficiente atuação sobre os sais, deixando-os sob forma assimilável aos vegetais.
O húmus transmite "vida"as plantas, promove a mineralização do potássio, fósforo, boro, magnésio, cobre e possui bactérias fixadoras de nitrogênio atmosférico, que transmite saúde às plantas.
        O húmus possui constituição casulos e pequenas minhocas que vão multiplicar-se na área em que for aplicado, produzindo assim, vida na terra.
Este húmus foi produzido por minhocas vermelhas da Califórnia (Eisenia Foetida). E a gigante africana (Eudrilus Eugeniae), a partir do esterco bovino.

Composto Produzido por Minhocas


        Vermicompostagem é o processo de preparo do adubo orgânico ou fertilizante orgânico denominado composto. O composto produzido pelas minhocas contém 20 a 30% da matéria orgânica por elas ingerida e não digerida ou assimilada e que, por isso, é eliminada com as fezes. É nesse meio que se desenvolvem os “ovos” que se encontram dentro das cápsulas, as minhoquinhas que deles vão nascendo e as que vão junto com o húmus. 
        O húmus e o composto não têm cheiro, não atraem moscas e podem ser aplicados diretamente nas lavouras, campos, outras lavouras e pastagens, pois não prejudicam as plantas. Podem, também, ser armazenados durante 3 a 4 meses, desde que em local coberto e ventilado. 
        Existe à venda, no comércio, um secador para húmus, que facilita muito os serviços no minhocário. A diferença entre o húmus e o composto orgânico, segundo alguns autores e criadores, é que o primeiro é um material fino e uniforme, enquanto que o segundo é mais grosseiro. 
        Para fazer o composto orgânico, o criador pode utilizar as minhocas nativas que, ao contrário das vermelhas da Califórnia, transformam em adubo todo o material orgânico, como jornais, papéis, papelões, folhas, restos de culturas e podas, lixo doméstico, etc. Só não servem para a produção do composto, os plásticos, vidros e metais. 
        A única desvantagem das minhocas nativas é que elas são menos produtivas, sua produtividade é menor do que a das vermelhas da Califórnia e o composto leva 90 dias para ficar pronto. 

        Como, normalmente, há sempre um excesso de minhocas nos canteiros, é melhor que o criador as venda ou então que as aproveite em criações de rãs, pássaros, peixes ou de qualquer outro animal ou as industrialize, fabricando farinha de carne, por exemplo, pois com o aumento da produção, terá maiores lucros. 
        As terras dos canteiros devem ser afofadas, de tempos em tempos, para melhorar suas condições físicas.

Definições
         – O que é a minhoca?
 Já foram catalogados 8.000 espécies de minhocas. Vivem em terrenos úmidos, porém pouquíssimas podem ser criadas em cativeiro, pois foi na Califórnia que, por volta de 1930, foi desenvolvido o projeto para a criação em cativeiro, para objetivar a longevidade, bons índices de produção, bem como de produção de húmus.
– O que é húmus?
        O húmus é a produção da minhoca. É o seu excremento. É a transformação do esterco (alimento da minhoca), no mais completo e rico adubo orgânico existente. Podemos mesmo afirmar que a minhoca é uma micro-usina de transformação.
– Qual a aplicação do húmus?
        Esse adubo vivo, cientificamente preparado, que contém microorganismos unificantes alcalinos, Rhizobium, fixadores de nitrogênio atmosférico, bactérias que constituem algo parecido com anticorpos naturais contra pragas, doenças e vírus, que transmitem saúde às plantas e promovem a mineralização do potássio, fósforo e outros elementos menores como o boro, o magnésio e o cobre, tem seu campo de atuação nas hortas, plantas, capineiras, pastagens, assim como qualquer cultura ou ainda em terras estéreis ou cansadas.
– Qual a diferença entre o adubo químico e o húmus?
O adubo químico indiscriminadamente ou constantemente, leva o solo à doença e à esterilidade. O adubo químico responde imediatamente. O adubo químico não leva vida ao solo.
        O húmus é neutro ou levemente alcalino, sendo um meio ambiente favorável ao cultivo.
        O húmus leva ao solo minerais em forma orgânica, levando-o, vitaminando-o, enriquecendo-o, a longo prazo.

sexta-feira, 27 de abril de 2018

Diabetes


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Anormalidade caracterizada por uma quantidade de açúcar em excesso no sangue e na urina. O pâncreas é um órgão na região do abdome e uma das suas principais funções é a produção de insulina. Existem, disseminados por todo o órgão, pequenos agrupamentos celulares denominados ilhotas de Langerhans, onde é produzida a insulina, hormônio responsável por regular o nível de açúcar no sangue e transformá-lo em energia. Se o pâncreas for afetado por uma infecção, por exemplo, esta prejudicará a produção de insulina e o nível de açúcar no sangue aumentará, provocando os sintomas da diabete açucarada. Os hidratos de carbono, ou carboidratos ingeridos são convertidos em glicogênio e armazenados em parte no fígado, em parte nos músculos. Os músculos também servem de depósito de glicogênio uma vez que este é necessário para a atividade muscular. Se o açúcar não for convertido em glicogênio, será eliminado na urina sem aproveitamento para o organismo, fato que ocorre na falta da insulina. Uma outra doença, bastante diferente da diabete açucarada é a diabete insípida, caracterizada pelo excesso de excreção urinária, devido a um distúrbio dos rins. Os cientistas canadenses, Dr. Frederick Banting e Charles Best, descobriram, em 1921, uma forma de utilizar a insulina no tratamento das diabetes. Tal utilização, entretanto não cura a anormalidade, mas dá ao paciente uma expectativa de vida normal, enquanto que, até a descoberta deste método de tratamento, a expectativa de vida do diabético não passava de cinco anos. O paciente diabético sem tratamento emagrece, enfraquece e está sujeito a distúrbios nervosos, além de a infecções como a tuberculose. A administração de insulina deve ser controlada meticulosamente, caso contrário poderá provocar os mesmos sintomas de um doente na fase terminal, quando as alterações químicas provocadas no organismo levam-no a um estado de coma. A coma diabética ocorre quando o nível de açúcar no sangue faz com que subprodutos ácidos dos carboidratos acumulem-se no sangue. A coma diabética é precedida por sintomas característicos como vômitos, fadiga, etc. e requer imediata atenção médica. Se o paciente entrar em coma, deve receber atenção integral de uma enfermeira e, se voltar a recuperar a consciência, a atenção deve continuar por mais duas semanas, aproximadamente. Todo o diabético deve submeter-se a um programa de administração de insulina e obedecer a uma dieta específica, com baixos teores de açúcar. A diabete aparece mais após os quarenta anos de idade e estão mais sujeitos a ela as pessoas obesas. O gene que determina a diabete é recessivo; assim, os descendentes de um diabético terão probabilidades mínimas de contrair os sintomas.

Armas biológicas


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Considerada a mais temidas das armas, a biológica tem efeitos devastadores e desconhecidos pela maioria dos médicos. São vírus e bactérias transformados geneticamente em laboratórios para se tornarem resistentes aos tratamentos. Podem matar ou incapacitar um inimigo, ou animais e plantas de uma nação adversária.

O uso de armas biológicas, feitas com vírus e bactérias, é impossível de ser detectado por equipamentos de segurança . Armas que podem dizimar populações ao contaminar o ar, a água ou os alimentos e para as quais não há tratamento.
Uma forma de guerra biológica já era praticada na Antigüidade, quando os exércitos usavam cadáveres putrefatos para contaminar o abastecimento de água de uma cidade sitiada, ou atiravam dentro das muralhas inimigas cadáveres de vítimas de varíola.

Atualmente entre essas armas estão bactérias (ou as toxinas que produzem), vírus e fungos. Laboratórios de guerra bacteriológica foram criados pelas superpotências, EUA e a ex-URSS, durante a Guerra Fria. O único uso documentado de armas biológicas em combate foi pelos japoneses contra cidades chinesas no final da década de 30 e início da década de 40. Também foram atribuídos aos japoneses experimentos com agentes bacteriológicos em "cobaias" humanas (principalmente prisioneiros de guerra).
Esses microorganismos são transformados em armas letais em laboratórios de vários países. Na lista de produtores de armas biológicas estão Iraque, Irã, Síria, Líbia, Índia, Paquistão e China. Além disso, o serviço de inteligência americano informou que países como Estados Unidos, Rússia, Irã, Iraque, Líbia, Coréia do Norte e Afeganistão mantêm esses laboratórios, onde cultivam as chamadas armas de destruição de massa.
Anthrax, botulismo, varíola e vírus Ebola integram o arsenal do terrorismo biológico. Como o antraz, o botulismo e diversas pestes estão presentes na maioria dos continentes, suas toxinas são facilmente obtidas. Baratos de produzir e simples de transportar podem atingir com pequena quantidade área muito grande.


2. As mais temidas armas biológicas 

2.1 Varíola
A varíola é adquirida através de um vírus, transmitido pelo ar, por isso a contaminação ocorre através da respiração.

Essa doença, como as outras usadas como armas, apresenta sintomas semelhantes aos da gripe. A erupção de pústulas na pele é uma das características da doença.

Os últimos casos confirmados de varíola foram diagnosticados há mais de duas décadas. existem, no mundo, dois laboratórios conhecidos com estoque de vírus vivo: um nos estados unidos e o outro na Rússia. após exposição respiratória e um período de incubação de 12 dias, a varíola evolui, em pacientes não vacinados, com taxas de mortalidade em torno de 30%.

Dois antivirais disponíveis comercialmente têm atividade contra o vírus da varíola: o cidofovir e a ribavirina. não se dispõe, atualmente, de vacina comercialmente disponível; o centers for disease control (cdc) tem uma reserva de alguns milhões de doses da vacina para prevenir uma nova emergência da doença e outro tanto de imunoglobulina para tratar os potenciais complicações da vacina.

2.2 Ebola
O Ebola é um dos agentes de guerra biológica mais temíveis. A mortalidade atinge quase 100%. Após a contaminação, a pessoa passa a sentir, em uma semana, febre, muita dor de cabeça, falta de ar, a ter diarréia com sangue e expectoração também hemorrágica. A vítima morre, no máximo, em duas semanas. Não há tratamento para essa doença contagiosa, transmitida de pessoa a pessoa pela respiração, catarro, secreção ou , gotículas de tosse. Para uma pessoa ser contaminada bastam apenas 10 vírus. A disseminação pode ser por aerossol ou ,ainda, por alimento ou água contaminados pelo vírus. Classificado como um vírus de fácil cultivo e armazenamento , o Ebola pode ficar vários anos em um tubo de ensaio até ser espalhado na população. O Ebola é uma arma letal.
2.3 Peste bubônica
A peste bubônica usada como arma biológica É uma das formas mais temíveis por causa da alta infecciosidade , transmissibilidade e mortalidade. Uma vez disseminada, pode perdurar por muitos meses na água e no solo, continuando sua transmissibilidade.
A peste bubônica pode ser disseminada por aerossóis, mísseis ,bombas ou através de pulga infectada.50 quilos de esporos dessa bactéria podem contaminar uma cidade de 5 milhões de habitantes. Uma vez infectada, a pessoa vai contagiar todas as outras com que tiver contato.
Os sintomas aparecem em três dias. A doença atinge o ápice em uma semana, período em que a pessoa pode morrer. Começa com um quadro parecido com gripe, depois aparecem pústulas e gânglios generalizado no corpo e úlcera na pele. É altamente contagiosa.
O tratamento é com antibióticos. E conta que é justamente nas regiões do Oriente Médio , África e sudeste asiático que a bactéria causadora da peste bubônica é cultivada com extrema facilidade. Então, com certeza, são muitos os países que têm esse agente infeccioso, que pode, ainda ser disseminado por animais domésticos, como o cão, o gato , gado e porcos.

2.4 Anthrax
Uma das armas biológicas mais temidas chama-se ANTHRAX, uma bactéria que dá o nome a uma doença desconhecida pela maioria dos médicos. Ao ser lançado por avião, o anthrax contamina o ar, a água , o solo e os alimentos. É tão pequeno que centenas de milhares desse bacilo cabem num único tubo de ensaio.
Se forem espalhados por aeronave ao longo de dois quilômetros podem se estender, com a ajuda do vento, por 20 quilômetros, enquanto está sendo espalhado não pode ser detectado porque é incolor e sem cheiro. As pesquisas da universidade americana relatam que documentos de 1995 indicam que o Iraque produziu até 8 mil litros de anthrax para serem lançados por mísseis Scud. Mesmo com a pressão internacional, a produção de armas biológicas do Iraque continua intacta.
O anthrax pode lesar a pele, contaminar os pulmões ou causar doenças gastrintestinais. Começa como se fosse uma gripe. A pessoa passa a sentir dor no corpo, a expelir catarro. Depois, passa a ter manchas e pequenas vesículas na pele. Evolui, em seguida para hemorragia, edema e falência dos órgãos. A pessoa pode morrer em cinco dias. A bactéria anthrax pode, ainda, causar meningite, que significa morte.
Para se prevenir é necessário cobrir todo o corpo com roupas com duas camadas e equipamento de proteção respiratória. Para as roupas pode ser qualquer tecido. O importante é que proteja todo o corpo, porque o bacilo não penetra nos poros do tecido.
Tratar o anthrax significa usar antibióticos , "penicilina e tetraciclina" . A doença só não apresenta o risco do contágio de pessoa a pessoa. O contágio de pessoa para pessoa não é conhecido.

2.5 Toxina botulínica

A toxina botulínica é como agente numa guerra biológica. Essa toxina é considerada como a mais potente toxina conhecida pelo homem. É 10 mil a 100 mil vezes mais potente que qualquer outra.
Ela provoca sintomas de paralisia progressiva , principalmente paralisia dos músculos da respiração, levando á falta de ar. Não tem tratamento. A mortalidade é alta.
Numa guerra biológica, é espalhada sobre reservatórios de água ou estoques de alimentos. Com spray, pode contaminar alimentos prontos. O consumo dessa água ou desses alimentos leva à imediata intoxicação. Depois de contaminados, não há como purificar essa água ou esses alimentos. Nem com o calor , caso os alimentos sejam cozidos ou assados. A evolução da doença acontece de 12 a 36 horas após a ingestão desses produtos. A morte pode ocorrer em 48 horas.

2.6 Toxina t-2
Documento da Organização Mundial da Saúde ,divulgado ontem, alerta ser real a ameaça do uso de armas biológicas . Os especialistas da OMS constatam que "avanços em tecnologia tornaram possível aos terroristas matarem milhões de pessoas com armas biológicas e químicas". Eles relatam, em 179 páginas, todos os conhecimentos disponíveis sobre o bioterrorismo. A OMS recebeu vários telefonemas de governos solicitando conselhos de como combater uma possível guerra biológica.

A toxina t-2 é usada em guerra biológica porque em minutos provoca irritação na garganta, diarréia e dores abdominais , que podem se prolongar por uma semana. Provoca alterações cardíacas , tontura e convulsões. Não tem tratamento e causa a morte por hemorragia. É uma toxina que fica no ar, provocando intoxicações e intoxicações por longo tempo.
Essa toxina deriva de fungos e é cultivada em vários alimentos como o milho e o trigo. É capaz de destruir tecidos , principalmente os que apresentam multiplicação como a medula óssea, por exemplo. Podem causar destruição também no sistema gastrintestinal, no testículo e vários outros sistemas.
Os sintomas da contaminação pela toxina t-2 são imediatos. Ocorrem em poucos minutos, após a exposição, e podem durar até dez dias. Para produzi-la não é necessária tecnologia complicada, são apenas técnicas de extração e purificação. Ela ocorre com certa facilidade em ambientes de estocagem de grãos. É, portanto, um veneno fácil de produzir. Como não é destruída pelo calor, pode ficar estocada por muito tempo. Não se sabe quais países estariam usando, mas é de se imaginar que todos os que eventualmente estão pensando em armas biológicas, devem ter estoques destas substâncias tóxicas e de outras também. Só esperam pela oportunidade de disseminá-las. Ela pode ser espalhada por aerossóis. À medida em que vai descendo, vai atingindo as pessoas na pele, pela respiração ou pelos alimentos.
A toxina t-2 é mais uma arma biológica que não pode ser detectada por nenhum sistema de segurança por não ter nem cor nem cheiro, seus sintomas também são como os da gripe.

3. O bioterrorismo
Os americanos buscam auxílio lotando consultórios de psicólogos e esgotando estoques de máscaras e antibióticos para se proteger de um inimigo invisível: o bioterrorismo. O que o país mais desenvolvido sabe sobre o tratamento das doenças causadas por esses vírus ou bactérias ? A resposta surpreende: muito pouco, admitem os cientistas americanos. Hoje, nomes como anthrax, botulismo, toxina t-2 ou varíola causam pânico entre os americanos. E comemoração entre os terroristas. É a grande arma do terrorismo. A mais temida no mundo, definem médicos e cientistas das principais universidades americanas. Os americanos vivem um momento de reflexão. Querem vingança, têm ódio , mas , principalmente, querem, de volta, a vida.

O alerta sobre o uso de armas biológicas foi feito durante reunião dos países da OTAN- Organização do Tratado do Atlântico Norte, em Bruxelas : "Temos de começar a pensar o impensável", declarou o secretário –geral da OTAN, George Robertson, sobre o uso de armas biológicas por terroristas.
Uma arma invisível ,sem cheiro e que provoca sintomas desconhecidos pela maioria dos médicos é a grande preocupação do governo norte-americano tanto nos ataques terroristas aos EUA como durante uma guerra no Afeganistão. È a arma biológica, que o Centro para Estudos de Biodefesa Civil da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, define como a mais temida numa guerra. Estudos da Universidade Johns Hopkins mostram que os Estados Unidos "não estão preparados para enfrentar um ataque de arma biológica".


Todas as armas biológicas têm uma mesma característica. O maior medo é que os sintomas iniciais são bem semelhantes à gripe, com irritação da garganta, tosse e catarro, depois é que aparecem as lesões fatais. A maioria não tem tratamento. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos enviou um comunicado a todos os laboratórios americanos para avisarem em casos de surtos de gripe . Exemplos da quantidade de vírus ou bactérias necessários para infectar uma população: dois quilos de anthrax ,varíola ou t-2 podem contaminar uma população de 150 mil a 300 mil pessoas. Se forem 5 milhões pessoas , são suficientes pouco mais de 30 quilos do vírus da varíola.
O medo da utilização de armas biológicas causou mais prejuízos aos EUA. O governo proibiu todos os vôos de aviões utilizados para pulverizar plantações. Á causa foi o medo de terroristas usarem essas aeronaves para espalhar vírus ou bactérias letais em várias regiões americanas.


O uso de vírus e bactérias para infectar soldados ou dizimar populações vem se tornando o pesadelo dos americanos. O risco do bioterrorismo vem sendo alertado pela Organização Mundial da Saúde, após os atentados a Nova York e a Washington. O Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos mandou uma determinação a todos os laboratórios para a comunicação imediata de sintomas das doenças que podem ser causadas por essas armas biológicas. Estoques de máscaras para proteger a respiração estão esgotadas em Nova York. Os reservatórios de água também estão sob a guarda da polícia. È o bioterrorismo, uma técnica que espalha doenças ainda desconhecidas pela maioria dos médicos, ao transformar geneticamente vírus e bactérias em agentes resistentes a qualquer tratamento.
O método é antigo, mas continua um enigma para quem desenvolve diagnósticos e tratamentos.
São vários os vírus e as bactérias que podem ser desenvolvidas em laboratório para serem, depois , espalhadas por aviões ou lançadas por mísseis durante ataques terroristas ou durante uma guerra. Num simples tubo de ensaio cabem milhões desses micróbios, que podem , por exemplo, serem jogados num sistema de ventilação de um prédio, contaminando todos os moradores.



4. Conclusão

Realmente as armas biológicas representam um perigo real e assustador, capaz de exterminar um grande número de pessoas, elas vêm aterrorizando o mundo.
Considerando-se a rapidez com que se adquire tecnologia de ponta em todas as áreas da ciência, é perfeitamente possível imaginar que um laboratório, trabalhando com estes (ou outros) microrganismos, possa primeiramente torná-los disponíveis em quantidades capazes de afetar o mundo inteiro e em seguida transformá-los (por manipulações genéticas) em agentes resistentes a todos os mecanismos de defesa atualmente existentes, tais como antimicrobianos, antivirais, vacinas, imunoglobulinas e outros mais.
Só nos resta então a dúvida: o homem é capaz de criar em laboratório micro-organismos causadores de doenças fatais, mas não é capaz de encontrar a cura desses males?...Será que ele não será vítima de suas próprias invenções?...


A História dos Antibióticos


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Parece uma tarefa difícil falar sobre a origem e a evolução dos antibióticos... e realmente é. Durante toda a evolução da humanidade temos os relatos de várias tentativas do uso de substâncias e materiais com a intenção de secar lesões supurativas, curar febres, melhorar as dores etc. A medicina era observacional. A clínica foi o recurso diagnóstico mais importante que existiu e ainda existe, porém naquela época era o único.
A definição do termo antibiótico também tem história. O termo inicial proposto por Vuillemin em 1889 era "antibiose" e que definia o antagonismo dos seres vivos em geral. O nome antibiótico foi primeiramente usado por Waksman em 1942, meio século após Vuillemin, e deu uma redefinição necessária como substância produzida por microorganismos (bactérias, fungos, actinomicetos), antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros microorganismo em altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo (é necessário que isto seja dito para excluirmos substâncias que quando puras tem uma potente ação antimicrobiana como certos produtos metabólicos como os ácidos orgânicos, peróxido de hidrogênio e o álcool). Entretanto, o uso diário do termo, incluiu os agentes antibacterianos sintéticos, como as sulfonamidas e as quinolonas, que não são produzidos por microorganismos. Waksman e outros microbiologistas notaram que algumas bactérias tinham a capacidade destruir ou inibir outras estudando amostras de fezes, cuja flora bacteriana é complexa e que depende dessa capacidade para sua manutenção.
Alguns autores dividem toda essa história em 3 grandes eras. A primeira, conhecida também como a era dos alcalóides, data de 1619 de onde provém os primeiros registros do sucesso do tratamento da malária com extrato de cinchona e do tratamento da disenteria amebiana com raiz de ipecacuanha. Durante muito tempo esses extratos e seus derivados (alcalóides, quinino e a emetina) formaram um grupo único de recursos terapêuticos conhecidos.
Em meados de 1860, Joseph Lister foi o primeiro cientista a estudar o efeito inibitório de substâncias químicas sobre as bactérias e aplicar seus conhecimentos diretamente na medicina. Lister usou fenol para esterilizar instrumentos cirúrgicos com importante diminuição nas taxas de morbidade e mortalidade associadas à cirurgia. Alguns autores dizem que esse evento marcou o surgimento da era antimicrobiana. Estudando tais efeitos, Pasteur e Joubert foram os primeiros a reconhecerem o potencial clínico dos produtos microbianos como agentes terapêuticos em 1877. Eles observaram que o bacilo anthrax crescia rapidamente quando inoculado em urina estéril mas parava de se multiplicar e morria se qualquer simples bactéria da ar fosse inoculada junto com o bacilo ou após ele na mesma urina.
Czech, Honl e Bukovsky em 1889 fizeram uso local de extrato de Pseudomonas aeruginosas que era um excelente produto conhecido como "piocianase" comercializado por muitos anos. Outros pesquisadores usaram extratos de Penicillium e Aspergillus, os quais continham, provavelmente, pequenas quantidades de antibióticos que produziam efeitos locais e transitórios.
A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marcada pela descoberta do salvarsan por Paul Ehrlich (Alemanha) em 1909 para o tratamento de tripanossomas e outros protozoários. Em 1910 Ehrlich testou o 606º composto arsênico e viu que ele era ativo contra o treponema causador da sífilis. Esse composto foi usado como tratamento de escolha da sífilis até 1940 quando foi substituído pela penicilina. Na época imperava um pensamento: os protozoários eram susceptíveis às drogas e as bactérias não. Os treponemas não eram considerados bactérias, mas uma classe a parte. A idéia apresentada à pouco foi abandonada com a descoberta e o uso do Prontosil. O Prontosil é uma sulfonamida que foi sintetizada por Klarer e Meitzsch em 1932. Seus efeitos e resultados foram descritos por Gerhard Domagk., o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1938.
A penicilina já havia sido sintetizada por Alexander Fleming em 1929, mas seu potencial não havia sido explorado devido à sua labilidade. O livro de Hare intitulado "O Nascimento da Penicilina" ("The Birth of Penicilin") descreve muito bem como Fleming descobriu a penicilina em 1928.Os escritos originais de Fleming atribuem o uso da penicilina em meios de cultura para suprimir os crescimento da flora oral e facilitar o isolamento do Haemophilus influenzae. A corrida para as sulfonamidas havia começado, sediada na Alemanha e anunciada em 1935.Quando o efeito curativo da sulfonamida foi demonstrado em ratos, iniciou-se estudos em pacientes com erisipela e outras infecções.
Em 1935 Domagk publicou as informações sobre seus estudos ao mesmo tempo em que eram publicados estudos semelhantes por Hörlein sobre os achados feitos em Londres. Esses estudos foram posteriormente continuados em outros países. Um dos mais notáveis estudos da época foi o de Kolebrook e Kenny (Inglaterra) em 1936 que demonstrou a imensa eficácia da droga na febre puerperal com quedas assustadoras no número de mortes entre os nascidos vivos de mães com febre puerperal. A posterior introdução da penicilina tenha sido, talvez, o maior impacto sobre a febre puerperal. O aumento dessa incidência em meados de 1950 foi devido à redefinição da febre puerperal como qualquer aumento de temperatura acima de 38°C, o que antes era definido quando essa temperatura era mantida por mais de 24 horas ou era recorrente.
Observou-se que o Prontosil não tinha atividade antibacteriana in vitro e alguns trabalhos sugeriram que sua atividade era pela liberação no corpo de p-aminobenzeno sulfonamida (sulfonilamida). Isso foi provado por Fuller em 1937. A sulfonilamida demonstrou ação inibitória para estreptococos in vitro. Isto foi fortemente contestado por Domagk. A sulfonilamida tomou força e em pouco tempo era fabricada por várias drogarias com mais de 70 nomes conhecidos. Muitos químicos da época ficaram entretidos tentando modificar a molécula para melhorá-la. Com isso surgiu a sulfapiridina em 1938, a primeira droga a ser efetiva no tratamento das pneumonias pneumocócicas e com maior espectro antimicrobiano para a época. Depois vieram a sulfatiazolina e a sulfadiazina que melhoraram a cianose e os vômitos causados pelas sulfas mais antigas.
A terceira era, conhecida como a era moderna dos antibióticos, foi marcada pelo controle das infecções por estreptococos e pneumococos com o uso que já vinha sendo feito das sulfonamidas. Alguns autores marcam a entrada dessa era com o início do uso clínico das sulfonilamidas em 1936. No final da década de 1940 apareceram as resistências de estreptococos hemolíticos, gonococos e pneumococos à sulfonamida.
Após uns 20 anos, os meningococos também tornaram-se resistentes à sulfonamida. Essa era é a que perdura até hoje e a mais ampla e difícil de ser relatada. Com o aparecimento da resistência bacteriana houve um empenho pela busca de novas substâncias e assim, em 1939, René Dubos (Nova Iorque) descobriu a tirotricina (gramicidina + tirocidina) formada pelo Bacillus brevis que embora muito tóxica para o homem, tinha um efeito curativo sistêmico em ratos. Esse fatos foram importantes pois influenciaram Howard Florey e seus colegas na descoberta de novas substâncias no final da década de 1940 sendo a penicilina a próxima droga a ser estudada por eles.
Alguns autores mencionam como o início da terceira era sendo em 1940 com os primeiros relatos sobre as propriedades do extrato de Penicillium notatum (hoje conhecida como penicilina) feitos em Oxford por Chain e seus colaboradores que haviam mostrado grande interesse pela descoberta feita por Fleming em 1929. Após sua síntese e estudos, começou a ser produzida pela "School of Patology at Oxford", porém quando administradas em seres humanos com infecções, era rapidamente excretada, necessitando de novas administrações. A produção de Oxford era insuficiente. Sendo assim, uma maneira para manter o suprimento da substância era reaproveitá-la na urina dos pacientes, isolando-a e administrando-a novamente a esses ou a outros doentes. Mostraram que a penicilina curava infecções estreptocócicas e estafilocócicas em ratos e o sucesso com o uso em humanos foi verificado rapidamente. Alguns anos mais tarde haveria a completa purificação da penicilina.
Muitos dos estudos com a penicilina feitos durante a Segunda Guerra Mundial perderam-se, pois circulavam de forma secreta e obscura. Dessa forma, a penicilina descoberta em 1929 e com seu uso clínico definido em 1940 deu origem à mais variada e mais utilizada classe de antibióticos: os b -lactâmicos.
Na tabela abaixo há algumas datas de descobertas dos antibióticos e as bactérias das quais foram extraídas a substância.
Nome
Data da descoberta
Microorganismo
Penicilina
1929-40
Penicillium notatum
Tirotricina
1939
Bacillus brevis
Griseofulvina
1939
1945
Penicilium griseofulvum
Dierckx
Penicilliujanczewski
Estreptomicina
1944
Streptomyces griseus
Bacitracina
1945
Bacillus lincheniformis
Cloranfenicol
1947
Streptomyces venezuelae
Polimixina
1947
Bacillus polymyxa
Framicetina
1947-53
Streptomyces lavendulae
Clortetraciclina
1948
Streptomyces aureofaciens
Cefalosporina C, N e P
1948
Cephalosporium sp
Neomicina
1949
Streptomyces fradiae
Oxitetraciclina
1950
Streptomyces rimosus
Nistatina
1950
Streptomyces noursei
Eritromicina
1952
Streptomyces erithreus
Espiramicina
1954
Streptomyces ambofaciens
Vancomicina
1956
Streptomyces orientalis
Kanamicina
1957
Streptomyces kanamyceticus
Ácido fusídico
1960
Fusidium coccineum
Lincomicina
1962
Streptomyces lincolnensis
Gentamicina
1963
Micromonospora purpurea
Tobramicina
1968
Streptomyces tenebraeus
Em 1944, Selman Waksman a procura de antibióticos com efeitos menos tóxicos, junto com seu aluno Albert Schatz, isolou a estreptomicina de uma cepa de Streptomyces, a primeira droga efetiva contra a tuberculose e por isso recebeu o Prêmio Nobel da Medicina em 1952. Waksman isolou também a neomicina em 1948, além de outros 16 antibióticos durante sua vida (grande parte deles sem uso clínico pela alta toxicidade). O método de procura por novos antibióticos utilizado por Waksman na descoberta da estreptomicina dominou a indústria dos antibióticos por décadas.
Dois eventos importantes ocorreram em meados de 1950 levando ao desenvolvimento de penicilinas semi-sintéticas. Primeiro, foi conseguida a total síntese do ácido 6-aminopenicilânico (6APA). Segundo, Rolinson e seus colaboradores mostraram que muitas bactérias produziam acilases capazes de quebrar 6APA da benzilpenicilina. Em 1945 Edward Abraham e seus colegas da Universidade de Oxford estudaram o fungo de Brotzu Cephalosporium acremonium isolando desta cepa o terceiro antibiótico conhecido: cefalosporina C. A cefalosporina C era estável na presença da penicilinase produzida pelos estafilococos.
Sabemos hoje que todos os agentes terapêuticos que tiveram sucesso tinham certamente propriedades em comum. Eles devem exercer uma atividade microbiana letal ou inibitória e em altas diluições no complexo meio bioquímico do corpo humano. Estando em contato com os vários tecidos do corpo, devem não influenciar a função do órgão ou tecido e não ter efeitos danosos. Devem ter bom gosto, ser estáveis, solubilidade livre, baixa taxa de excreção e ter ótima difusão. Isso tudo levou aos estudos sobre o modo de ação dos antibióticos.
Woods e Fields estudaram o modo de ação das sulfonilamidas iniciando os estudos sobre a estrutura das bactérias e o desenvolvimento de novas substâncias de acordo com cada microorganismo. Foram feitos avanços importante no conhecimento da anatomia, composição química e metabolismo da bactéria. Isso ajudou a indicar qual droga seria a mais adequada para ser usada em determinada bactéria, mas não ajudou na descoberta de novas drogas. A resistência bacteriana era o principal problema. Os novos antibióticos produzidos eram derivados dos que já existiam, com propriedades semelhantes às conhecidas anteriormente. Vemos, apesar disso, que mesmo após quase um século de estudos e controle quase que total das infecções bacterianas, a resistência bacteriana ainda é o principal desafio.
Tivemos o desenvolvimento de drogas antifúngicas e antivirais, melhor estudadas no final da década de 1980 até hoje, devido à S.I.D.A. e que serão melhor discutidas em capítulos a parte. O mesmo ocorrerá com as drogas antiparasitárias e com as várias outras classes de antibióticos que surgiram após toda a história contada onde serão oportunamente abordadas.