quinta-feira, 27 de julho de 2017

Pela primeira vez a ciência conseguiu modificar DNA de embriões humanos


Pesquisadores do Instituto Tecnológico de Massachusetts (MIT), 
nos Estados Unidos, obtiveram sucesso, pela primeira vez na história,
 na modificação do DNA em embriões humanos, a fim de corrigir
 genes que causam doenças hereditárias.
A pesquisa, que foi liderada por Shoukhrat Mitalipov, usou a técnica 
de edição de genes CRISPR. De acordo com os estudos, “até 
agora, os cientistas americanos viam a técnica com um misto de 
assombro, i nveja e alarme, já que investigadores de outros lugares 
foram os  primeiros a explorar a prática polêmica”, sendo que estudos 
do tipo já haviam sido publicados por pesquisadores chineses. Mas, agora, 
Mitalipov conseguiu replicá-la em um grande número de embriões, 
provando que é sim possível alterá-los geneticamente de maneira segura 
e eficiente.
Ao alterar o código de DNA de embriões humanos de verdade,
 os cientistas pretendem demonstrar que é possível corrigir genes 
defeituosos durante o desenvolvimento do embrião, antes que ele se 
transforme em um feto. É importante frisar que a equipe não 
deixou os embriões participantesdo experimento se desenvolverem 
por mais de alguns poucos dias, e não havia a intenção de implantá-los
 em um útero.
Mas, no caso de um embrião que se desenvolvesse e virasse um bebê, 
que cresceria até a fase adulta, podendo gerar seus próprios filhos, os 
genes modificados seriam transmitidos hereditariamente — ou seja, as
 doenças congênitas que ele carregaria em seu DNA, seriam eliminadas 
de sua linhagem.
Ainda que o propósito da técnica seja louvável para eliminar, de vez,
 doenças genéticas, há quem critique essa prática, acreditando que isso
 poderia abrir as portas para um mundo com “bebês desenhados” antes
 do nascimento, o que poderia gerar uma espécie de “super-humanos”
 — e isso gera um extenso debate ético, moral e religioso.
E, apesar de a técnica CRISPR ter sido considerada como uma “arma
 de destruição em massa” pela comunidade de inteligência dos EUA,
 o método foi considerado a descoberta científica mais importante de 
2015 por revistas especializadas, recebendo diversos prêmios científicos.