quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Uma pílula antes e outra depois do sexo podem evitar a Aids, diz estudo

Símbolo da luta contra o vírus HIV é visto no Rio de Janeiro, em 1 de dezembro de 2014
A pílula Truvada para prevenir a Aids, tomada antes e depois do sexo sem proteção, reduz o risco de transmissão do vírus entre homens homossexuais em 86%, segundo os resultados de um ensaio clínico publicado nesta terça-feira nos Estados Unidos.
Para o estudo, Truvada - uma combinação dos retrovirais tenofovir e emtricitabina - foi tomada um dia antes e dois dias depois das relações sexuais com alto risco de contágio do vírus da Aids.
O estudo, realizado pela Agência Nacional Francesa especializada em Aids (ANRS), foi apresentado durante a conferência sobre retrovirais e infecções oportunistas (CROI), que acontece esta semana em Seattle (noroeste dos Estados Unidos).
Até agora, o Truvada - como medicamento preventivo - era receitado só com um regime de um dia, não como método efetivo aplicado no momento em que se tem a relação sexual.
Esta última evidência sobre este método, conhecido como pré-exposição profilática ou PrEP, não é suficiente para mudar a forma da prescrição, mas foi celebrada como uma nova aproximação à prevenção da Aids.
O estudo "dá a primeira evidência de que um regime dirigido é efetivo entre homossexuais de alto risco com relações sexuais frequentes", afirmou Jonathan Mermin, diretor do centro de controle e prevenção do HIV nos Estados Unidos.
O Truvada, produzido pelo laboratório Gilead Sciences, foi aprovado em 2012 pelas autoridades americanas como a primeira pílula a ajudar a prevenir a imunodeficiência humana em grupos de alto risco.
Denominado Ipergay, este estudo que mesclava o uso de placebo com doses controladas do medicamento, começou em fevereiro de 2012 e parou em outubro 2014, quando uma revisão independente determinou que teria uma alta efetividade. Um total de 400 paciente participaram do estudo; Fonte: Yahoo Notícias

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Estudo comprova que "hormônio do amor" previne efeito do álcool

Sydney (Austrália), 24 fev ().- A oxitocina, conhecida também como o "hormônio do amor", previne a intoxicação alcoólica em roedores e poderá abrir portas para futuros tratamentos contra a dependência do álcool em seres humanos, segundo estudo divulgado nesta terça-feira.
"Descobrimos que as oxitocinas bloqueiam os efeitos da intoxicação do álcool e previnem a atuação em partes do cérebro que estão ligados ao alcoolismo", explicou à emissora "ABC" Michael Bowen, um dos autores da pesquisa da Universidade de Sydney.
No estudo divulgado hoje pela revista científica "Procedimentos da Academia Nacional de Ciências", a equipe liderada por Bowen analisou o papel da substância no bloqueio dos efeitos do álcool no organismo, que é induzido pela liberação da dopamina.

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Ao observar o comportamento de grupos de roedores sóbrios e embriagados, os cientistas perceberam que os primeiros davam voltas ao redor de suas jaulas, enquanto os outros se sentavam visivelmente sedados com os focinhos apoiados na quina das caixas.
O curioso foi que um terceiro grupo de ratos, ao qual foi dado o hormônio antes do consumo de álcool, rodeava a jaula como os roedores sóbrios.
Em outros testes para medir a sobriedade, Bowen e seus colaboradores observaram por quanto tempo os roedores aguentavam ficar pendurados verticalmente na grade de arames.
"Os ratos sóbrios se sustentavam de 10 a 15 segundos, enquanto os embriagados aguentaram apenas dois", explicou o psicólogo australiano, ressaltando que os que estavam sob o efeito da oxitocina conseguiram ficar pendurados cerca de dez segundos.
"A substância reverte quase por completo o efeito do álcool", afirmou o cientista ao refletir sobre as possibilidades de prevenir as consequências que o consumo da bebida produz, como o relaxamento excessivo dos músculos.
Estudos anteriores mostram que a oxitocina pode reduzir o consumo do álcool, os desejos e a síndrome de abstinência, por isso há chances de ser um componente crucial para possíveis tratamentos contra o alcoolismo.
"Aqui há um remédio que potencialmente pode fazer com que se consuma menos álcool e caso seja ingerido, os efeitos serão reduzidos", indicou Bowen.
O desafio agora é aprimorar os descobrimentos para tratamentos em seres humanos, embora a oxitocina já seja utilizada de forma segura para induzir partos. EFE Fonte: Yahoo Notícias

MSF confirma eficácia de remédio contra o ebola em seus estágios iniciais


Genebra, 24 fev (EFE).- Os testes clínicos iniciados em dezembro com o antivírus "favipiravir" contra o ebola mostraram que o remédio pode reduzir o índice de morte em pacientes nos estágios iniciais do vírus, mas que não é efetivo nos níveis avançados da doença.
O comunicado foi divulgado nesta terça-feira pela ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), que realizou o teste no centro de tratamento da entidade em Guekedu, na Guiné, sob responsabilidade do Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França.
O remédio foi proporcionado pelo laboratório japonês Toyama Chemical, sendo distribuído a 80 pacientes desde o dia 17 de dezembro de 2013.
Segundo os resultados do experimento, o "favipiravir" reduz as possibilidades de mortalidade de 15% a 30% nos estágios iniciais da doença.
No entanto, em crianças e em pacientes com alto grau de contaminação pelo vírus, o resultado não é efetivo.
"Está claro que precisamos de novas pesquisas", afirmou em um comunicado Annick Antierens, líder do projeto e membro da MSF.
"Estes são resultados provisórios, que precisam ser confirmados, mas o estudo continua", acrescentou.
No total, desde que começou a epidemia do ebola em dezembro do 2013, a Organização Mundial da Saúde (OMS) contabilizou 23.539 casos confirmados, suspeitos e prováveis da doença, dos quais 9.541 pessoas morreram. EFE Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

O desafio de educar o cérebro hiperconectado da Geração Z

A Geração Z, que cresceu com os videogames e os celulares, ganhou aptidões cerebrais no que se refere à velocidade dos automatismos, em detrimento de outras, como o raciocínio e o autocontrole

A Geração Z, que cresceu com os videogames e os celulares, ganhou aptidões cerebrais no que se refere à velocidade dos automatismos, em detrimento de outras, como o raciocínio e o autocontrole, explica o professor de Psicologia Olivier Houdé.
Diretor do laboratório de psicologia do desenvolvimento e educação infantil do CNRS-Sorbonne e autor do livro "Aprender a resistir", Houdé defende uma aprendizagem adaptada a essas mudanças.
Pergunta: O cérebro das crianças nascidas na era digital é diferente?
Resposta: "O cérebro é o mesmo, mas os circuitos utilizados mudam. Diante das telas, na vida em geral, os nativos digitais tem uma espécie de trem de alta velocidade cerebral que vai do olho ao polegar. Utilizam sobretudo uma zona do cérebro, o córtex pré-frontal, para melhorar essa rapidez de decisão e de adaptação multitarefa, ligadas às emoções. Mas isto acontece em detrimento de outra função dessa zona, mais lenta, de distanciamento, de síntese pessoal e de resistência cognitiva".
P: O que você chama de "resistência cognitiva"?
R: "Existem três sistemas no cérebro humano. Um é mais rápido, automático e intuitivo, altamente requerido no uso de telas. O outro é mais lento, lógico e reflexivo. Um terceiro sistema no córtex pré-frontal permite decidir entre os dois primeiros: o coração da inteligência. Permite inibir os automatismos do pensamento quando se faz necessária a aplicação da lógica ou da moral. É a resistência cognitiva. Inibir é resistir. Os nativos digitais devem reaprender a resistir para pensar melhor".
P: Como isso pode se manifestar na vida das crianças?
R:"É um processo de adaptação notável, de distanciamento que permite resistir às respostas impulsivas. Mas o amadurecimento desse processo é lento no caminho do desenvolvimento da criança e do adolescente. É por isso que se deve educá-los e treiná-los intensamente no colégio. É o que eu chamo de 'aprender a resistir', uma pedagogia do controle cognitivo. Nós demonstramos em laboratório, mas ainda falta mostrar suas aplicações na escola. É útil para o raciocínio, para a categorização, mas também para a leitura ou para matemática.
P: Este mecanismo cerebral pode ter utilidade social?
R:"Permite, por exemplo, evitar decisões absurdas, às vezes de maneira coletiva, em uma empresa. Permite também resistir, em nossas democracias, nas crenças errôneas: as teorias de complô, por exemplo, ou estereótipos muito ancorados. E a resistência cognitiva também é um fator de tolerância. Permite a inteligência interpessoal, ou seja, a capacidade de silenciar seu próprio ponto de vista para favorecer o do outro. Quando os atentados de Paris levam a falar de "desradicalização", do que se trata essa resistência cognitiva. Educar o cérebro é ensiná-lo a resistir à sua própria irracionalidade. Um verdadeiro desafio para as ciências cognitivas e para a sociedade atual".etb/soh/aoc/ra/pr/mvv Fonte\\; Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

sábado, 21 de fevereiro de 2015

Colesterol deixa de ser o vilão das dietas nos EUA

Caixa com tabletes de manteiga saem de fábrica em Isigny-sur-Mer, França, em 4 de abril de 2014
Já é possível comer ovos, manteiga e outros alimentos similares antes vetados nas dietas. A advertência para evitar comida rica em colesterol não faz mais parte das recomendações dietéticas de autoridades americanas, o que representa uma grande mudança em sua política nutricional.
Até agora, o Guia Alimentar para Americanos recomendava que o consumo de colesterol se limitasse a menos de 300 miligramas por dia. Esta é a quantidade contida em 100 gramas de manteiga, dois ovos pequenos ou 300 gramas de carne.
Médicos costumam pensar que ingerir colesterol demais aumenta o risco de ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais, contribuindo com o acúmulo de placas de gordura nas artérias.
Mas a versão 2015 deste guia não estipula mais um limite máximo de consumo de colesterol "porque a evidência disponível mostra que não há uma relação considerável entre o consumo de colesterol dietético e colesterol em soro" (conhecidos coloquialmente como "bom" e "mau"), escreveu, em um comunicado, o Departamento de Agricultura americano.
O esboço do informe, publicado online em , acrescentou que "o colesterol não é um nutriente, cujo excesso de consumo seja uma preocupação".
As mudanças recomendadas foram compiladas por 14 especialistas reconhecidos em nutrição, medicina e saúde pública.
Mas estas diretrizes dietéticas não virarão oficiais imediatamente. A equipe de especialistas abriu um período de 45 dias de conversações, durante os quais suas conclusões serão discutidas em um encontro público em Bethesda (Maryland, leste), em 24 de março.
"Existe uma polêmica sobretudo no que diz respeito ao consumo de ovos, que têm níveis muito altos de colesterol, mas estão cheios de nutrientes benéficos", disse Suzanne Steinbaum, cardiologista preventiva do hospital Lenox Hill, de Nova York.
O comitê "claramente está tentando dissipar a ideia de que o colesterol importa".
Apesar de o colesterol poder ter passe livre, não ocorre o mesmo com as gorduras saturadas que o acompanham.
De fato, os especialistas recomendam aos americanos que comam menos do que antes.
Agora, as calorias que provêm de gorduras saturadas não deveriam superar os 8% de consumo calórico diário de uma pessoa. Em 2010, este percentual era de 10%.
Para uma pessoa mediana, que consome cerca de 2.000 calorias por dia, estas recomendações representam que o limite máximo de gorduras saturadas é alcançada após umas colheradas de manteiga, uma dúzia de ovos - desde que sejam naturalmente baixos em gorduras saturadas - e inclusive uma carne de churrasco com 200 gramas.
"A gordura saturada continua sendo um nutriente, cujo excesso de consumo é preocupante, em particular em quem tem mais de 50 anos", destacou o informe.
As mudanças recomendadas mostram "bons avanços no campo da ciência da nutrição", disse Rebecca Solomon, diretora da clínica de nutrição do hospital Monte Sinai Beth Israel, em Nova York.
"Sabemos há anos que os níveis de colesterol têm muito a ver com a genética e o consumo de gorduras saturadas e não pelo consumo do colesterol na dieta. Estou feliz em saber que esta posição evoluiu", acrescentou.
Em termos gerais, o esboço de diretrizes dietéticas exorta os americanos a comer mais frutas e verduras. Também se recomenda seguir dietas vegetarianas e mediterrânea como opções saudáveis.
"Uma dieta rica em alimentos de origem vegetal, como verduras, frutas, grãos, legumes, nozes e sementes, e pobre em calorias provenientes de comida de origem animal é mais saudável e causa menos impacto ambiental", destacou o informe.
Grupos que promovem o cuidado com o meio ambiente aplaudiram esta menção da sustentabilidade. Por exemplo, Kari Hamerschlag, executiva da Friends of the Earth, disse que são "um grande passo adiante na saúde planetária e humana". Fonte: Yahoo Notícias Health.gov

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Cientistas desenvolvem substância contra a Aids de eficácia duradoura em macacos

Uma substância de combate à Aids desenvolvida por uma equipe americana se mostrou eficaz durante vários meses em macacos, abrindo a perspectiva de um tratamento de efeito prolongado contra o HIV, anunciou nesta quarta-feira a revista Nature.
"Desenvolvemos um inibidor muito poderoso e de espectro muito amplo que atua sobre o HIV-1, ou seja, o principal vírus da Aids presente no mundo", explicou à AFP Michel Farzan, um dos cientistas que coordenou os experimentos.
A substância desenvolvida é fruto de vários anos de pesquisa realizada principalmente pelo Scripps Research Institute, um centro de pesquisa sem fins lucrativos com sede na Flórida e financiado pelo instituto público de pesquisa americano especializado em doenças infecciosas NIAID.
Este composto denominado eCD4-Ig oferece uma "proteção muito, muito forte" contra o HIV, explicou Farzan, com base em um experimento realizado com macacos e apresentado na revista científica britânica Nature.
O teste realizado com macacos mostrou que a substância, injetada apenas uma vez, era capaz de proteger durante ao menos oito meses do equivalente da Aids para os macacos.

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Para garantir o efeito prolongado, o eCD4-Ig foi associado a um vírus de tipo adeno-associado (AAV), inofensivo mas capaz de introduzir-se nas células e fazer com que produzam indefinidamente a proteína protetora capaz de criar um efeito anti-Aids de longa duração.
Após o tratamento com o coquetel, os macacos foram submetidos a doses da versão símia da Aids (SHIV-AD8). Nenhum animal desenvolveu a infecção, ao contrário dos macacos não tratados com eCD4-Ig e utilizados como 'grupo de controle'.
- Novos testes necessários -
Os resultados publicados nesta quarta-feira na Nature mostram uma proteção eficaz durante pelo menos 34 semanas, ainda na presença de doses de SHIV quatro vezes superiores às que foram suficientes para infectar os macacos do 'grupo de controle'.
O experimento será apresentado durante uma grande conferência anual em Seattle (Estados Unidos) na próxima semana.
"Demonstraremos que estes macacos continuam protegidos contra doses de 8 a 16 vezes superiores à dose infecciosa, mais de um ano depois do tratamento", afirmou Farzan à AFP.
"Certamente precisamos de novos estudos, tanto nos macacos como nos seres humanos, antes da possibilidade de testes em grande escala", insistiu Farzan.
Desde 1981, quase 78 milhões de pessoas foram infectadas pelo vírus HIV, que destrói as células do sistema imunológico e deixa o corpo exposto a tuberculose, pneumonia e a outras doenças.
Trinta e nove milhões de pessoas morreram vítimas da doença, segundo estimativas da ONU.
Os medicamentos antirretrovirais desenvolvidos em meados da década de 1990 podem tratar a infecção, mas não conseguem curá-la nem prevenir a doença.
O tratamento é para a vida toda e tem efeitos colaterais. Para muitos sistemas de saúde, o custo dos tratamentos se tornou muito caro e pesa de maneira considerável nos orçamentos. Fonte: Yahoo Notícias

Mudanças climáticas ameaçam segurança alimentar, alertam cientistas


Segundo os cientistas, a produção alimentar terá que dobrar nos próximos 35 anos para alimentar uma população global de 9 bilhões de habitantes em 2050 contra os 7 bilhões atuais.
Alimentar o mundo "implicará algumas mudanças em termos de minimizar o fator climático", disse Jerry Hatfield, diretor do Laboratório Nacional para a Agricultura e o Meio Ambiente.
A volatilidade das chuvas, as secas frequentes e o aumento das temperaturas afetam as lavouras de grãos, razão pela qual será preciso adotar medidas, afirmou Hatfield neste domingo, durante a reunião anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência.
"Se avaliarmos a produção de 2000 a 2050, basicamente teríamos que produzir a mesma quantidade de alimentos que produzimos nos últimos 500 anos", previu.
Mas, globalmente, os níveis de uso da terra e a produtividade continuarão degradando o solo, advertiu.
"No que diz respeito à projeção para o Meio Oeste (dos EUA), estamos convencidos de que as temperaturas aumentarão bastante", afirmou Kenneth Kunkel, climatologista da Administração Nacional Oceânica e Atmosférica americana, referindo-se à região de maior produção de grãos, situada no centro do país.
Kunkel estudou o impacto do aquecimento global no Meio Oeste americano, onde a maior ameaça para a segurança alimentar é a seca.
A possibilidade é alta que esta região sofra com a pior seca no século XXI entre as registradas no último milênio, representando uma ameaça direta para os moradores da região, alertaram cientistas nesta quinta-feira, na abertura da conferência, celebrada em San José, na Califórnia (oeste).
As mudanças climáticas estão ocorrendo tão rapidamente que os seres humanos enfrentarão em breve uma situação sem precedentes, afirmou Kunkel.
Mas James Gerber, especialista em agricultura da Universidade de Minnesota, disse que reduzir o desperdício de alimentos e o consumo de carne vermelha ajudaria.
A redução do número de cabeças de gado diminui o impacto ambiental, inclusive as emissões de metano, um poderoso gás de efeito estufa.
Gerber disse que os cientistas identificaram "tendências bastante preocupantes", como a diminuição global das reservas de grãos, que dão à sociedade uma importante rede de segurança.
O cientista também expressou sua preocupação sobre o fato de que a maioria da produção de grãos está concentrada em áreas vulneráveis ao aquecimento global. Gerber não descartou um uso maior de organismos geneticamente modificados como forma de aumentar a disponibilidade de alimentos.
Paul Ehrlich, presidente do Centro para a Conservação Biológica, da Universidade de Stanford, disse que o problema requer "uma real mudança social e cultural em todo o planeta".
"Se tivéssemos mil anos mais para resolvê-lo, estaria muito tranquilo, mas podemos ter 10 ou 20 anos" apenas, advertiu. Fintw: Yahoo Notícias
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Aquecimento climático, uma bomba-relógio que origina conflitos no mundo

As emissões de dióxido de carbono provocam temporais, ondas de calor, secas ou inundações e se continuar assim os fenômenos extremos serão cada vez mais frequentes, e consequentemente as disputas pelos recursos.
Os cientistas e especialistas em temas de segurança alertam há anos para o risco de que o aquecimento climático gere instabilidade e conflitos se prosseguir ao ritmo atual, algo que, segundo alguns, já está ocorrendo.
As emissões de dióxido de carbono provocam temporais, ondas de calor, secas ou inundações e se continuar assim os fenômenos extremos serão cada vez mais frequentes, e consequentemente as disputas pelos recursos.
"Menos água e recursos alimentares, aumento das migrações, tudo isso aumentará indiretamente os riscos de conflitos violentos", afirmam em seu último relatório os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC).
Alguns consideram que este fenômeno já é uma realidade, enquanto outros, mais prudentes, não estão certos.
"Em alguns países africanos, o aumento dos conflitos violentos é o sinal mais chamativo dos efeitos acumulados da mudança climática", afirmou em 2012 o Institute for Security Studies (ISS), com sede na África do Sul.
"No Sahel, a desertificação gerou conflitos entre produtores de gado e agricultores pelas terras disponíveis", ressalta o documento, que afirma que "os efeitos deste tipo, vinculados ao clima, já originaram conflitos violentos no norte de Nigéria, Sudão e Quênia".
Em 2007, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a violência na região sudanesa de Darfur se devia, em parte, às rivalidades entre nômades e agricultores sedentos por água e terras de pastoreio.
Em 2011, vários observadores também relacionaram as Primaveras Árabes com o calor provocado pelas mudanças climáticas em diversos países produtores de cereais.
O aumento recorde dos preços dos alimentos pela crise dos cereais russos, ucranianos e cazaques foi a faísca que desencadeou a revolta nos países do Mediterrâneo já asfixiados pela pobreza, desemprego e opressão política, estimam.
Para o ex-vice-presidente americano Al Gore, a mudança climática também desempenhou um papel na guerra na Síria.
"De 2006 a 2010 uma seca histórica, vinculada ao clima, destruiu 60% das fazendas da Síria, 80% do gado e levou um milhão de refugiados às cidades, onde se encontraram diante de outro milhão de refugiados que fugiam da guerra no Iraque", declarou em Davos em janeiro.
Conclusões prudentes
Os cientistas do clima são mais prudentes ao estabelecer vínculos diretos entre o aquecimento climático e os conflitos.
"Costumam citar o exemplo de Darfur", mas "a realidade é mais sutil e a maior parte dos pesquisadores admite que o contexto político e econômico foi o principal fator do conflito", escreveu o climatólogo Jean Jouzel.
Para Mark Cane, professor de ciências da terra e do clima da universidade Columbia de Nova York, na Síria, cabe vincular o descontentamento popular com a seca de 2007-2010, a pior registrada no país.
Mas lembra que é complicado atribuir um fenômeno meteorológico concreto à mudança climática, um movimento que atua ao longo das décadas.
Além disso, é impossível afirmar que um conflito "não teria ocorrido sem esta ou aquela anomalia climática", acrescenta. Entram em jogo a política e outros fatores.
No momento, as forças armadas estão se preparando, afirma Neil Morisetti, ex-almirante e ex-conselheiro do clima do governo britânico.
Em muitos países, os analistas militares já incluem a mudança climática em sua avaliação de riscos, afirma.
E o Pentágono trabalha com a hipótese de um futuro sombrio. Em seu mapa do caminho de 2014 "para uma adaptação à mudança climática no mundo", afirma que o aumento das temperaturas e os fenômenos climáticos extremos aumentarão "a instabilidade mundial, a fome, a pobreza e os conflitos". Fonte:? Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

sábado, 14 de fevereiro de 2015

Setecentas casas estão em quarentena em Serra Leoa por causa do Ebola

Equipe da Cruz Vermelha carrega corpo de vítima do Ebola em monróvia, Libéria, em 5 de janeiro de 2015

Autoridades de Serra Leoa anunciaram nesta sexta-feira que 700 casas estão em quarentena em uma região próxima a Freetown depois da morte de um pescador, que estava com Ebola, em um momento em que a epidemia recua no país.
"Cerca de 700 casas foram postas em quarentena por 21 dias na região pesqueira e turística de Aberdeen, no oeste da capital, depois da morte de um pescador que deu resultado positivo para o Ebola", afirmou à imprensa Obi Sesay, autoridade nacional de combate à doença.
Esta medida foi tomada enquanto as últimas cifras indicavam um recuo do Ebola em Serra Leoa, um dos três países afetados pela doença.
Em 8 de fevereiro, a Serra Leoa tinha 74 novos casos confirmados, contra 80 na semana anterior, indicou a Organização Mundial (OMS), confirmando um recuo da doença depois de várias semanas.
O país tinha suspendido em 23 de janeiro todas as medidas de quarentena devido ao recuo da doença que deixou desde dezembro de 2013 uns 9.250 mortos em Guiné, Serra Leoa e Libéria, os três países mais afetados, segundo balanço da OMS.
"Nós descobrimos pelo menos 20 casos confirmados nos últimos dias (na região de Freetown) e abrimos um centro de controle para enfrentar a crise. As populações não devem ceder ao pânico. A situação está sob controle", indicou Cissé.
O prefeito de Freetown Bode Gibson declarou à imprensa estar "chocado e decepcionado" com esta nova inclinação da doença na região de Freetown em um momento em que "pensávamos se aproximar de zero novos casos". Fonte: Yahoo Notícias

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Bebê de 6 dias é o transplantado cardíaco mais jovem dos EUA

Cirurgião faz operação de coração em Cartum, Sudão, 20 de fevreiro de 2013
Um bebê com seis dias de nascido se tornou o paciente mais jovem a ser submetido a um transplante de coração nos Estados Unidos, informaram nesta quinta-feira seus orgulhosos pais e sua equipe médica.
O pequeno Oliver Crawford superou com êxito a cirurgia realizada em janeiro no Hospital Infantil de Phoenix, no Arizona (sudoeste), depois de ter nascido sete semanas prematuro com um problema cardíaco que lhe dava pouca expectativa de vida.
"Os médicos tinham muito pouca esperança que ele sobrevivesse durante a gravidez e quando a bolsa estourou na semana 33 estávamos preparados para que ele nascesse morto", explicou a mãe, Caylyn Otto, em um comunicado.
"Mas nasceu com muita força" no dia 5 de janeiro, completou a mãe.
Os médicos descobriram na semana 20 de gestação que o bebê tinha uma miocardiopatia dilatada, uma complicação que foi confirmada um mês mais tarde.
"O ventrículo esquerdo era muito grande para um feto de 24 semanas", afirmou o cardiologista Christopher Lindblade ao jornal Arizona Republic.
Esta complicação produz hipertrofia e dilatação em algumas partes do coração, ao ponto de diminuir sua capacidade para bombear e danificar os outros órgãos.
A equipe médica programou o parto para a semana 36, mas Otto começou o trabalho de parto na 33.
Oliver entrou na lista de espera a nível nacional para receber um transplante no dia 9 de janeiro, depois de superar as primeiras horas de vida.
Dois dias depois apareceu um coração compatível com seu organismo e o pequeno foi operado por 10 horas.
"Ao nosso ver, Oliver é o transplantado mais novo do país. Foi transplantado com 34 semanas e três dias de gestação", disse sua mãe.
O bebê permanece internado no hospital onde os médicos vigiam de perto a evolução de seus pulmões, que ainda estão frágeis, embora já pese 2,766 kg.
"Oliver é um milagre", assegurou seu pai, Chris Crawford. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Cientistas identificam gene relacionado ao bico dos tentilhões de Darwin

Londres, 11 fev (EFE).- Cientistas suecos e americanos identificaram um gene responsável pela variação da forma do bico dos tentilhões de Charles Darwin que ajuda a explicar a história da evolução dessas aves, segundo publicou nesta quarta-feira a revista britânica "Nature".
Os tentilhões de Charles Darwin (1809-1882), que habitam as Ilhas Galápagos e a Ilha dos Cocos, no Oceano Pacífico, constituem um modelo icônico para os estudos da seleção natural e da evolução adaptativa das espécies.
A pesquisa, liderada por Leif Andersson, professor da Universidade de Uppsala, na Suécia, foi publicada um dia antes do aniversário de Darwin, que nasceu em 12 de fevereiro de 1809.
O estudo revela "uma nova perspectiva quanto às relações genéticas entre as diferentes espécies de tentilhões, a importância da hibridação e a primeira informação relativa a genes que contribuíram para a evolução destas aves", segundo afirmou Andersson à Agência Efe.
Há quase 200 anos, Darwin descobriu esses animais em suas longas viagens com o navio "Beagle" e, desde então, os tentilhões evoluíram em 15 espécies conhecidas que se diferenciam em tamanho, forma do bico, canto e sua conduta alimentar.
O conhecimento que se tinha até o momento é de que existiam 15 espécies divididas em quatro gêneros (Geospiza, Camarhynchus, Cactornis e Certhidea), sendo 14 nas Ilhas Galápagos e uma na ilha dos Cocos.
"Neste estudo, analisamos a taxionomia dos tentilhões e agora propomos que deveriam ser 18 espécies de aves, em vez de 15, como se achava até agora", disse Andersson.
A conclusão seguinte à que os cientistas chegaram com o estudo, segundo Andersson, é que "o fluxo de genes entre as espécies desempenhou um papel importante na evolução dos tentilhões de Darwin. Alguns têm ascendência mista".
"Identificamos o gene AXL1 e podemos afirmar que ele contribuiu para a diversificação da forma do bico entre as espécies e, portanto, a uma utilização mais ampla dos recursos alimentícios por parte destas aves", explicou.
A pesquisa consistiu em sequenciar o genoma completo de 120 aves, incluindo todas as espécies conhecidas de tentilhões de Darwin e duas bem próximas.
Depois foi identificado um total de 43 milhões de polimorfismos (variação na sequência de uma determinado parte do DNA entre os indivíduos de uma população) e essa informação foi utilizada para estudar suas relações genéticas e de evolução.
"Comparamos quatro espécies estreitamente relacionadas com os tentilhões de Darwin, duas com bicos bruscos e duas com bicos pontiagudos, e buscamos aquelas regiões onde as duas espécies de bico brusco foram muito similares entre si, mas notavelmente diferentes às dos bicos pontiagudos", explicou Andersson.
"Foram identificadas 15 regiões possíveis no genoma e a região que abrigava o gene ALX1 mostrou a associação mais forte", disse Andersson.
Quando obtiveram esses dados, os cientistas ampliaram a análise e envolveram todas as espécies e os estudos proporcionaram "provas convincentes" que este gene tem um papel importante no desenvolvimento do bico dos tentilhões.
"A descoberta mais emocionante e significativa foi que a variação genética deste gene se associa à variação da forma do bico, não só entre espécies de tentilhões de Darwin, mas também no tentilhão terrestre de bico médio", disse.
O tentilhão terrestre de bico médio, do gênero Geospiza Fortis, foi uma espécie que mostrou rápida evolução na forma do bico em resposta às mudanças ambientais, por isso o estudo se mostra importante.
A diversidade fenotípica mais surpreendente entre os tentilhões de Darwin é a variação de tamanho e forma dos bicos, característica que Charles Darwin estudou a fundo e comparou com as variedades de aves europeias.
O gene ALX1 desempenha um papel crucial no desenvolvimento cranio-facial normal nos vertebrados e as mutações que o inativam causam deficiências graves de nascimento, incluindo a fenda palatina e a displasia frontonasal nos seres humanos. EFE Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Organismos desconhecidos são descobertos no metrô de NY

Apesar disso, os viajantes não devem temer por sua saúde, informou no sábado "The New York Times", após consultar especialistas e as autoridades da cidade.
O estudo, elaborado por pesquisadores do Weill Cornell Medical College, tinha como objetivo criar um tipo de mapa do DNA encontrado no metrô da 'Big Apple', que transporta a cada dia de trabalho cerca de 5,5 milhões de pessoas.
Para isso, durante 17 meses foram recolhidas amostras em bancos, corrimãos, assentos, portas e outros elementos da rede de metrô, onde foram achadas milhares de tipos diferentes de micro-organismos, a metade dos quais são considerados desconhecidos.
Entre eles, apareceram centenas de bactérias, a maioria inofensivas para o ser humano, embora também algumas que podem causar problemas digestivos, infecções por estafilococo e meningite.
Também foram encontradas algumas plantas do que poderia ser a peste bubônica e de bacilos do carbúnculo, embora os autores do estudo tenham deixado claro que, dada a ausência de casos na cidade, esses patógenos representam provavelmente um micróbio habitual em ambientes urbanos.
No caso da "peste negra", a cidade não viveu uma infecção em mais de um século, embora em 2002 duas pessoas doentes procedentes do estado do Novo México tenham visitado Nova York.
"Ninguém deveria se preocupar", disse a "The New York Times" o responsável pela investigação, Christopher E. Mason, que explicou que as mostras também poderiam pertencer a outra bactéria muito similar e que anunciou que sua equipe vai tentar ver se o suposto DNA da peste está nos ratos que povoam os túneis do metrô.
"Como o estudo indica claramente, os micróbios foram encontrados em níveis que não trazem nenhum perigo", disse à imprensa local o porta-voz da companhia municipal de transportes, Kevin Ortiz.
Entre outras curiosidades reveladas pelo estudo, se destaca como os organismos achados em uma estação de metrô alagada durante o furacão Sandy são similares aos de um "ecossistema marinho" ou como o DNA humano recolhido coincide em grandes traços com as origens raciais que aparecem no censo do país. EFE Fonte: Yhaoo Notícias

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Nova espécie de orquídea é encontrada no Camboja

Foto divulgada pelo Jardim Botânico Real de Kew no dia 5 de fevereiro de 2015, tirada no dia 27 de novembro de 2014, mostra a nova espécie de orquídea encontrada no Camboja, que pertence ao gênero Porpax
Botânicos britânicos encontraram uma nova espécie de orquídea no Camboja, anunciaram nesta quinta-feira, pouco antes da grande mostra destas flores organizada pelo parque Kew Gardens de Londres.
A nova espécie foi encontrada nas Montanhas Cardamomo do Camboja, durante uma expedição em 2013, e foi trazida para Londres.
No entanto, os pesquisadores não sabiam que era nova até dezembro do ano passado, quando floresceu em uma estufa em Kew. Esta nova orquídea não fará parte da exposição de orquídeas, que abre em 7 de fevereiro nestes grandes jardins no oeste de Londres.

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A flor é marrom e tem um centímetro de comprimento, mas, ao contrário da maioria das espécies desta flor de beleza delicada, esta tem um aspecto mais contundente.
"O que a torna diferente das outras são as grandes protuberâncias que tem sobre as pétalas", explicou Andre Schuiteman, da equipe que a descobriu. A nova espécie ainda não foi nomeada, mas pertence ao gênero Porpax. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Reino Unido autoriza concepção de bebês com três progenitores

O Reino Unido é o primeiro país a permitir a concepção in vitro de crianças de três progenitores para prevenir doenças hereditárias graves, depois que a Câmara dos Comuns aprovou a medida nesta terça-feira
O Reino Unido será o primeiro país a permitir a concepção in vitro de crianças filhas de três progenitores para prevenir doenças hereditárias graves, depois que a Câmara dos Comuns aprovou a medida nesta terça-feira.
A moção recebeu 382 votos a favor e 128 contra, ignorando os críticos que consideram ter sido cruzada uma fronteira perigosa que abre o caminho para a era dos bebês sob encomenda.
Os partidos deram liberdade de votação aos seus deputados.
Assim que a Câmara dos Lordes (câmara alta) sancionar a moção, como se espera, as primeiras crianças resultantes desta técnica poderão vir ao mundo em 2016.
A investigação demonstrou que a doação mitocondrial pode ajudar potencialmente quase 2.500 mulheres em idade reprodutiva no Reino Unido.
Todas correm o risco de transmitir mutações nocivas ao DNA nas mitocôndrias, organelas de células que fornecem a maior parte da energia necessária para a atividade celular.
Os deputados aprovaram concretamente uma emenda às normas que regem a fecundação in vitro para permitir que os bebês sejam concebidos com material genético de três pessoas.
Além de receber o DNA normal do pai e da mãe, a criança receberá, ainda, uma pequena quantidade do DNA mitocondrial sadio de uma mulher doadora.
As doenças mitocondriais podem ser devastadoras, afetando os órgãos principais e causando de cegueira à perda de massa muscular.
"Alcançamos um marco para dar às mulheres uma opção inestimável, a possibilidade de ser mães sem medo de viver sob a ameaça de transmitir uma doença mitocondrial aos filhos", comemorou Robert Meadowcroft, diretor da organização Campanha contra a Distrofia Muscular.
John Tooke, presidente da Academia de Ciências Médicas comemorou a decisão e lembrou que "estes tratamentos poderiam reduzir o número de crianças nascidas com doenças mitocondriais raras e ajudar muitas famílias a levar vidas sadias e felizes".
"A votação de hoje é a culminação de anos e anos de debate. Quero agradecer muitos cientistas, médicos e especialmente pacientes e famílias afetadas por estas doenças devastadoras, por sua contribuição inestimável a estas discussões", acrescentou.
Um grupo de organizações e ativistas internacionais tinham pedido em uma carta aberta aos deputados que votaram a favor para oferecer "as famílias o primeiro vislumbre de esperança de ter um bebê que viva sem dor nem sofrimento".
Os cientistas do Centro Wellcome Trust de pesquisa mitocondrial da Universidade de Newcastle (norte) estão entre os pioneiros da doação mitocondrial e serão os primeiros a oferecer o tratamento.
A professora Alison Murdoch, desta universidade, disse que se "trata de uma boa notícia para a medicina progressista".
"O Reino Unido mostrou ao mundo como agir", sentenciou.
Bebês à la carte?
Um estudo do grupo, publicado recentemente no New England Journal of Medicine sugere que 2.473 mulheres no Reino Unido correm o risco de transmitir doenças mitocondriais potencialmente letais aos filhos.
Jeremy Farrar, diretor do Wellcome Trust, a maior organização beneficente de pesquisas do Reino Unido, destacou que "durante os últimos sete anos, a Grã-Bretanha se comprometeu em um processo exemplar para avaliar a opinião científica, ética e pública sobre a doação mitocondrial, o que deixou em evidência um amplo apoio nas três frentes".
"Os pais que sabem o que significa cuidar de um filho doente e sofrendo de doenças mitocondriais são as pessoas mais bem indicadas para decidir, com o assessoramento médico adequado e garantias, se a doação mitocondrial é adequada para eles. É o momento de poder escolher", sentenciou Farrar.
Os que se opõem à doação mitocondrial argumental que foram longe demais.
O reverendo Brendan McCarthy, assessor em temas de ética médica da Igreja Anglicana da Inglaterra, disse ao Daily Telegraph: "sem uma visão mais clara do papel que as mitocôndrias desempenham na transferência das características hereditárias, a Igreja não sente que seja responsável mudar a lei".
David King, diretor do grupo Alerta Genética Humana (Human Genetics Alert), lembrou que o país vá romper o consenso internacional dos últimos 40 anos de que não se deve modificar geneticamente os seres humanos.
"Em meio ao futuro pesadelo do design de bebês, as pessoas vão olhar para trás e se perguntarão: como foram tão irresponsáveis?", assegurou. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook