domingo, 30 de agosto de 2015

Ao menos meio milhão de pessoas padecem do mal de Chagas nos EUA (DNDI)

(Arquivo) Hospedeiro do mal de Chagas

O mal de Chagas, doença infecciosa crônica associada à pobreza na América Latina, entrou nos Estados Unidos, com ao menos meio milhão de casos, informou em Buenos Aires Eric Stobbaerts, da organização Iniciativa de Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDI, sigla em inglês).
"Nos Estados Unidos estima-se que haja meio milhão de casos. Muitos deles são de migrantes. Mas também foram detectados no Texas 400 casos em afro-americanos e pessoas sem teto. Não se sabe ainda como foram infectados", declarou nesta quinta-feira Stobbaerts à AFP, enquanto participava da Plataforma de Investigação do mal, um congresso com centenas de médicos, funcionários e pacientes da América Latina.
O mal de Chagas é causado pelo parasita "Trypanosoma cruzi", que se aloja no organismo e ataca com frequência o coração. É transmitido através da picada do barbeiro, um inseto que se alimenta de sangue, mas também pode ser transmitida pela transfusão ou de mãe para filho.
"Estima-se que nos Estados Unidos foi transmitido por doações de sangue. Os bancos de sangue até pouco tempo não 'peneiravam' (medidas de segurança biológica)", afirmou o diretor regional da DNDI, entidade fundada pela organização Médicos Sem Fronteiras e dedicada ao combate às doenças negligenciadas.
Denominam-se "doenças negligenciadas" as que provocam pouco interesse da indústria farmacêutica para investigar e desenvolver novos produtos, devido ao baixo lucro calculado.
"Temos no congresso (na capital argentina) uma cardiologista da Baja California (noroeste do México) que atende a pacientes migrantes e diz não ter medicamentos disponíveis. Há dois remédios que permitem evitar sintomas. Nós desenvolvemos um pediátrico", disse o investigador.
Estatísticas da DNDI baseadas em relatórios da Organização Mundial da Saúde informam que há no mundo cerca de 1 bilhão de pessoas que sofrem de doenças infecciosas deste tipo, como a malária leishmaniose, doença do sono e o HIV pediátrico.
Na América Latina há entre 5,7 e 8 milhões de pessoas com o mal de Chagas. A organização que promove inovações em medicamentos detectou que somente 1% recebe tratamento médico.
A maioria dos infectados desconhece que sofre da doença e pode morrer de um infarto ou morte súbita sem saber que foi devido à ação silenciosa do parasita no organismo. O tripanossoma pode permanecer latente durante 15 a 20 anos.
A doença afeta a população rural, mas se estendeu às zonas urbanas. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Estudo confirma vínculo entre baixa vitamina D e esclerose múltipla

(Arquivo) Um importante estudo genético divulgado nesta terça-feira confirmou o vínculo entre baixos níveis de vitamina D e um alto risco de sofrer de esclerose múltipla, uma descoberta que segundo os especialistas ajudará a melhorar os tratamentos e a prevenção
Um importante estudo genético divulgado nesta terça-feira confirmou o vínculo
 entre baixos níveis de vitamina D e um alto risco de sofrer de esclerose múltipla, 
uma descoberta que segundo os especialistas ajudará a melhorar os tratamentos
 e a prevenção.
Estudos observacionais prévios já haviam encontrado uma associação entre os 
níveis de vitamina D - obtida através da exposição à da luz solar e da ingestão de 
alguns alimentos - e a esclerose múltipla (EM), uma doença autoimune que afeta
 os nervos cerebrais e da medula espinhal e cuja causa e cura são desconhecidas.
Mas o problema com estes estudos é que não podiam provar que a deficiência de 
vitamina D causaria EM. Tais observações poderiam ser apenas um indício de que
 as pessoas doentes tendem a permanecer em casa e tomar menos sol.
Mas a última pesquisa, liderada por Brent Richards da Universidade Canadense
 McGill e publicada nesta semana pela revista especializada PLOS Medicine, 
ultrapassa este obstáculo e analisa a associação genética entre ambos fatores em 
uma população de 14.498 pessoas com EM e 24.091 indivíduos sem a doença.
Este estudo revelou que as pessoas que têm geneticamente baixos níveis de 
vitamina D enfrentam o dobro de riscos de ter esclerose múltipla, uma doença 
frequentemente  diagnosticada entre os 20 e 50 anos.
"Os resultados mostram que se um bebê nasce com genes associados a uma deficiência
 de vitamina D, tem o dobro de possibilidades que outros bebês de desenvolver 
EM quando adulto", explicou Benjamin Jacobs, diretor do serviço de crianças do
 hospital real ortopédico de Londres.
Jacobs, que não esteve envolvido neste estudo, descreveu esta descoberta como 
"muito importante".
"Isto poderia ocorrer porque a deficiência de vitamina D causa EM ou porque
 há outras interações genéticas complexas", declarou.
"Ainda não sabemos se indicar vitamina D a crianças e adultos saudáveis 
diminuirá seu risco de desenvolver esclerose múltipla, mas atualmente estão sendo 
realizados estudos clínicos para verificar isto", completou.
A esclerose múltipla é uma doença crônica que afeta cerca de 2,3 milhões 
de] pessoas em todo o mundo. Causa problemas de visão, entropece a fala
, provoca tremores, fadiga extrema, problemas dememória, paralisia e cegueira. 
Fonte: Yahoo Notícas

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Como o material genético de uma célula pode conter toda a informação que dará origem às células de um organismo inteiro?


Fonte da foto: pt.slideshare.net
]Todo potencial de desenvolvimento embrionário de um animal está contido em um ovo fertilizado. Quando o espermatozóide se une a um óvulo, ocorre a reunião do material hereditário (genes) paterno e materno, com todas as instruções detalhadas para o desenvolvimento de um novo ser, isto é, uma poupança herdada de cerca de 100 mil genes com um imenso repertório de funções para construir as células e todo um organismo. Esses genes são os verdadeiros segredos do talento artístico da célula: uma vez ativados, eles produzem mensagens específicas para a síntese de proteínas
capazes de construir novas células e de modificá-las de infinitas maneiras.
O que inicia o processo de diferenciação das células? Eventos importantes ocorrem durante o desenvolvimento de um animal, mesmo antes de o ovo ser fertilizado. Ou seja, substâncias nutritivas e determinantes são transportadas para o ovo a partir de células maternas vizinhas, fornecendo alimento para o futuro embrião e organizando o ovo para seu subseqüente desenvolvimento. Em algumas espécies, esses produtos gênicos maternos
traçam o perfil do plano corporal básico do embrião, distinguindo a região anterior da posterior e a dorsal da ventral.
Conforme as divisões celulares progridem e mais e mais células compõem o
embrião, elas começam a conversar quimicamente entre si, especificando as informações mais complexas sobre a forma, função e posição. Uma célula destinada a formar a mão, por exemplo, deve enviar a mensagem química para a célula vizinha originar um grupo de células descendentes e ativar os genes para formar um braço. O ovo recém-fertilizado (zigoto) é totipotente: ele dá origem a todos os tipos celulares do adulto. Em que ponto do desenvolvimento embrionário as células começaram a ficar irreversivelmente restritas em seus potenciais de desenvolvimento?

Existem casos de nascimentos múltiplos em que irmãos idênticos são derivados
de um único ovo fertilizado por um só espermatozóide. Portanto, podemos concluir que a informação genética foi fielmente reproduzida durante pelo menos três divisões celulares após a fertilização (duas divisões produzem quatro células e quíntuplos idênticos já foram registrados). Muitos organismos diferenciados podem regenerar novos órgãos e tecidos. Por exemplo, uma lagartixa pode regenerar a cauda, e um corpo humano pode regenerar um fígado lesado. Até recentemente pensava-se que isso só era possível em determinados tecidos. Embora a regeneração de um organismo completo a partir de uma única célula somática (já diferenciada) não tenha sido observada entre os animais na natureza, em laboratório isso já se tornou uma realidade com o nascimento da ovelha Dolly, a partir de um núcleo de uma célula mamária introduzido em um ovo anucleado. Esse experimento
mostra, de certo modo, que qualquer núcleo do organismo tem no seu material genético todas as informações necessárias para o desenvolvimento completo de um organismo, e que isso ocorrerá desde que esse material esteja rodeado dos determinantes adequados para ativar os genes do desenvolvimento. Não se sabe, ainda, como os genes e proteínas do final da cascata realmente constroem, por exemplo, os axônios no final das células nervosas, ou as densas redes de fibras que compõem o cristalino nos olhos. De fato, esses genes efetores (em oposição aos reguladores) são na maior parte desconhecidos. Conhecê-los
será um desafio para o próximo milênio. Fontes; [CH 157 – janeiro/fevereiro/2000 ]Lyria Mori INSTITUTO DE BIOLOGIA, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO 2. BIOLOGIA MOLECULAR, GENÉTICA E EVOLUÇÃO

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

O futuro da cirurgia pode estar na impressão em 3D

Robô feito com impressora 3D, em Poitiers, no dia 4 de abril de 2014

A impressão em três dimensões está em pleno desenvolvimento no campo da cirurgia e já permite reconstruir uma traqueia ou partes do crânio, mas a criação de um órgão vivo inteiro como o coração ainda é um sonho distante.
Um menino francês de seis anos, Maxence, recebeu esta semana a reprodução de uma das mãos possível graças à tecnologia tridimensional, sem intervenção cirúrgica, já o modelo é básico, fixado com uma tira de velcro e usado como uma luva.
A mão permite pegar uma bola, mas não amarrar os cadarços dos sapatos, explica Thierry Oquidam, engenheiro de sistemas que imprimiu a mão graças a uma fundação filantrópica americana, a e-NABLE.
Em 2014, um francês fabricou uma prótese tridimensional simples para seu pai, que perdeu a mão na altura do pulso. "Isso mudou a sua vida", diz Claude Soria, do estúdio FabLab Artilect de Toulouse (sul da França).
Estas mãos ainda estão longe das sofisticadas próteses de braços biônicos, que incluem a tecnologia 3D e têm capacidade motriz e uso sensorial.
Os Estados Unidos investiram cerca de 150 milhhões de dólares para implantar próteses em todos os soldados mutilados no Afeganistão e no Iraque.
Mas essas próteses ainda estão na etapa da experimentação e pesquisa, diz Charles Msika, da Sociedade Francesa de Cirurgia Ortopédica e Traumatológica (SOFCOT).
Os cirurgiões já implantaram dispositivos stents fabricados através de impressão 3D para mater uma artéria aberta, assim como partes do crânio em titânio, material biocompatível.
Mesmo assim, diz o professor Msika, ainda não é possível implantar de maneira corrente articulações completas impressas em 3D.
Primeiro seria preciso comparar a qualidade e a solidez das prótese tridimensionais com as próteses já existentes e esterilizar. Isso poderia diminuir a vantagem do menor custo de produção que se presume na tecnologia 3D, lembra Msika.
Apesar disso, há elementos da prótese de quadril que vêm dessa nova indústria.
Orelhas artificiais
A reconstrução facial pode recorrer também à impressão tridimensional para segmentos da face com ossos fraturados.
Pode ser utilizada para fabricar uma mandíbula artificial de titânio sob medida, como a implantada há quatro anos em uma paciente holandesa.
São possíveis até mesmo orelhas artificiais, como as feitas por uma equipe de médicos e bioengenheiros da Universidade Cornell de Nova York, que trabalhou com um gel muito denso e células vivas para gerar a cartilagem.
A impressão em 3D permitiu salvar três bebês que sofriam com problemas nas vias respiratórias, com um risco permanente de morrer asfixiados, primícia explicada detalhadamente na edição de abril da revista Science Transnational Medicine.
O artigo destaca, a partir desse caso, o potencial médico da impressão tridimensional combinada às biotecnologias.
Os três bebês sofriam de uma traqueomalácia severa, debilidade e flacidez da cartilagem da parede da traqueia.
"Nesse caso representa um avanço, pois pela primeira vez conseguimos utilizar a impressão 3D para conceber e fabricar sob medida uma prótese costurada ao redor da traqueia com problemas e isso permitiu restaurar a respiração normal dos pacientes", explicou o médico Glenn Green, professor de pediatria no hospital infantil da Universidade de Michigan.
Mas para os pesquisadores, a impressão em 3D de órgãos complexos como o coração ainda é um sonho muito distante da realidade.
Por outro lado, a bioimpressão de tecidos ou partes de tecido celulares (pele, córnea, etc.), especialização do laboratório de Bourdeaux, sudoeste da França, é algo muito mais realista.
As maquetes 3D podem permitir também uma preparação melhor para uma cirurgia delicada, reproduzindo o local da operação e propiciando o treinamento de estudantes. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Aumento da temperatura dos oceanos pode dizimar corais

Segundo o professor Peter F. Sale, da Universidade de Windsor, do Canadá, mesmo se for firmado um tratado, o aquecimento e a acidificação dos oceanos vão continuar para além de 2100.
- O que acontece agora é grave. Acho muito improvável que os recifes, como eu os conhecia em meados da década de 1960, ainda sejam encontrados em qualquer lugar do planeta até meados do atual século - vislumbra o professor.
De acordo com sua análise, "em vez disso, teremos algas cobrindo escombros e erodindo bancos de pedra calcária".
Para Sale, a única esperança seria um plano mais agressivo de redução nas emissões de CO2 para no máximo 350 ppm (partes por milhão - uma maneira de medir a proporção de moléculas de dióxido de carbono em relação às demais moléculas da atmosfera).
- Perdemos 90% da nossa biomassa de peixes desde a década de 1940 pela poluição das águas costeiras, e a maioria das áreas marinhas não está sendo protegida. Nós temos o direito ético de eliminar todo um ecossistema? - questiona.
Especialistas como Ove Hoegh-Guldberg, principal autor do capítulo "O oceano" apresentado no Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), e John Veron, ex-cientista-chefe do Instituto Australiano de Ciência Marinha e especialista em corais, fazem coro:
- Esta é uma emergência global. O aumento das temperaturas eliminará ecossistemas como os recifes de coral e muitos outros sistemas dos quais os seres humanos dependem - afirma Hoegh-Guldberg.
Segundo Veron, "se a Humanidade não se prevenir contra tais ameaças, nenhuma outra medida poderá salvar as gerações futuras das consequências". Fonte:

Maior fundo soberano do mundo deixa empresas que produzem óleo de palma

O maior fundo soberano do mundo, o fundo de pensões público da Noruega, anunciou nesta segunda-feira que está de saída de quatro grandes grupos asiáticos, incluindo o sul-coreano Daewoo International, porque atuam no setor do óleo de palma
O maior fundo soberano do mundo, o fundo de pensões público da Noruega, anunciou nesta segunda-feira que está de saída de quatro grandes grupos asiáticos, incluindo o sul-coreano Daewoo International, porque atuam no setor do óleo de palma.
"Após uma avaliação dos riscos de danos ao meio ambiente, as empresas Daewoo, sua casa matriz Posco, assim como as empresas malaias Genting e IJM estão excluídas", anunciou o Banco Central norueguês, que administra o fundo, em um comunicado.
O fundo, que tem 7,19 trilhões de coroas (785 bilhões de euros) e controla 1,3% da capitalização da Bolsa mundial, é administrado por regras éticas que o levaram a excluir de seus investimentos quase 60 empresas, entre elas Airbus, Boeing, Safran, Philip Morris ou Wal-Mart.
Suas decisões têm um grande impacto sobretudo porque outros investidores costumam seguir o mesmo caminho.
O Daewoo, um enorme conglomerado industrial, foi excluído porque controla 85% do capital de uma empresa indonésia que desmata áreas de floresta para plantar palmeiras que produzem óleo de palma, apesar deste ativo representar uma parte ínfima das atividades do grupo.
Geralmente, o fundo norueguês, alimentado pelas receitas do petróleo do Estado, se retira das empresas questionadas antes de anunciar as decisões.
No fim de 2014, possuía 0,91% da Posco com um valor de 198,1 milhões de dólares e 0,28% do Daewoo (9 milhões de dólares). As participações na Genting e IJM eram respectivamente de 0,4% (41 milhões de dólares) e 1,6% (46 milhões de dólares). Fonte: Yahoo Notícias

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Pesquisadores criam substância que barra o mal da vaca louca

(Arquivo) Pesquisadores europeus criaram uma substância que bloqueia a infecção em roedores por agentes da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca, abrindo a porta para o desenvolvimento do primeiro medicamento contra a doença


Pesquisadores europeus criaram uma substância que bloqueia a infecção em roedores por agentes da encefalopatia espongiforme bovina, conhecida como mal da vaca louca, abrindo a porta para o desenvolvimento do primeiro medicamento contra a doença, que também afeta seres humanos, segundo estudo divulgado nesta quarta-feira.
Esta macromolécula, chamada politiofeno, previne a aglutinação tóxica de agentes infecciosos (príons) no cérebro, informaram os pesquisadores no artigo publicado na revista Science Translational Medicine.
Quando as proteínas que formam os príons sofrem mutação, elas podem infectar o cérebro e causar uma doença neurodegenerativa rara, muitas vezes fatal, como a encefalopatia espongiforme bovina (BSE, na sigla em inglês) em vacas, ou a nova variante da doença de Creutzfeldt-Jakob (nvMCJ) em seres humanos.
Estes agentes infecciosos se multiplicam desencadeando nas proteínas saudáveis ​​uma reação de aglutinação, que provoca a formação de longas cadeias de fibras muito tóxicas para os neurônios.
Os pesquisadores testaram uma ampla gama de politiofenos em ratos infectados com príons para determinar quais os mais eficientes em matéria de neutralização, e conseguiram criar novos politiofenos com capacidades aumentadas de bloqueio, minimizando os danos ao cérebro.
O politiofeno mais promissor, que prolongou a vida dos infectados em mais de 80%, foi testado contra duas matrizes de príons e parece ter agido desde as primeiras fases do fenômeno de aglutinação, segundo os pesquisadores do Instituto de Neurologia da Universidade de Zurique (Suíça) e do Instituto de biologia e química de proteínas da Universidade de Lyon (França).
De acordo com eles, esta descoberta pode permitir a criação de uma nova classe de medicamentos.
O primeiro diagnóstico de BSE foi feito no Reino Unido em 1986, durante uma epidemia que durou vários anos e que se espalhou para outros países da Europa e de todo o mundo.
Suspeita de ser a causa da doença de Creutzfeldt-Jakob em humanos, a doença da vaca louca provocou uma abandono por parte dos consumidores de carne bovina e uma grave crise no setor. Centenas de milhares de ruminantes foram abatidos. Fonte: Yahoo Notícias

sábado, 1 de agosto de 2015

Primeira vacina 100% eficaz contra ebola está "ao alcance das mãos

(Março) Mulher é vacinada na Guiné, nos primeiros testes clínicos do tratamento
A primeira vacina eficaz contra o ebola, vírus que deixou mais de 11.000 mortos na África ocidental desde dezembro de 2013, está a partir de agora "ao alcance das mãos" segundo a OMS, tendo em vista os resultados preliminares promissores do primeiro teste realizado na Guiné.
Margaret Chan, diretora-geral da Organização Mundial de Saúde, vê na vacina "um avanço muito promissor". "Uma vacina eficaz será uma arma suplementar muito importante na luta" contra o ebola, ressaltou Chan em comunicado.
Testada na Guiné em mais de 4 mil pessoas, a vacina VSV-ZEBOV - desenvolvida pela Agência de Saúde Pública do Canadá, cuja licença é detida pelos laboratórios americanos NewLink Genetics e Merck - se mostrou 100% eficaz, segundo estudo publicado nesta sexta-feira na revista médica britânica The Lancet.
Estes resultados, que suscitaram reações muito favoráveis entre os especialistas, foi possível graças aos esforços da OMS e especialistas de Noruega, França, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Guiné.
"É uma grande novidade e o acontecimento médico mais promissor até hoje na luta em curso para parar o ebola", comentou o virologista britânico Benjamin Neumann.
Em Conacri, o coordenador da luta contra o ebola da Guiné, Sakoba Kéita, manifestou sua "grande satisfação", mas esclareceu que as medidas adotadas no marco da luta contra o vírus seguirão em vigor.
O representante da OMS na Guiné, Mohamed Belhocine, pediu que seja mantida prudência. "Visto o perigo da epidemia, trata-se apenas de um resultado parcial. Devemos comemorar, mas não devemos baixar a guarda" em matéria de vigilância e prevenção.
Um porta-voz do governo de Serra Leoa declarou que qualquer vacina eficaz "é bem-vinda caso seja aprovada pela OMS".
"Esta novidade iluminou meu dia", comemorou Julian Williams, farmacêutico de Freetown, capital do país.
Iniciada no sul da Guiné, a epidemia atual de Ebola na África ocidental é a mais grave desde a identificação do vírus na África central em 1976, com 27.748 casos registrados. Mais de 99% das vítimas se concentram nos três países (Guiné, Serra Leoa e Libéria), onde a doença desorganizou os sistemas de saúde, devastou as economias e afugentou os investidores.
Apesar da lentidão para agir, a comunidade internacional acabou por se mobilizar massivamente desde o último outono para tentar encontrar tratamentos e vacinas até hoje inexistentes.
A vacina VSV-ZEBOV pode assim ser testada na Guiné em tempo recorde - menos de um ano, quando normalmente é necessário quase 10 anos para que uma vacina chegue a este estágio de desenvolvimento, ressaltam diversos especialistas.
- 'Chega de Ebola'-
Com o título "Chega de Ebola", o estudo, iniciado em 23 de março, foi realizado graças a uma importante cooperação internacional envolvendo a OMS, assim como especialistas da Noruega, França, Suíça, Estados Unidos, Reino Unido e Guiné.
O teste envolveu mais de 7.000 pessoas que tiveram contato com pacientes infectados: 4.123 pessoas sorteadas receberam a vacina imediatamente, enquanto 3.528 outras receberam a vacina 21 dias depois. No primeiro grupo, nenhum caso de Ebola foi detectado ao longo de 10 dias após a inoculação, enquanto no segundo grupo 16 apresentaram os sintomas.
Diante destes resultados, os realizadores dos testes autorizaram todas as pessoas com risco de receber a vacina imediatamente, explicou a OMS.
Após esta fase, o teste deve ser realizado entre adolescentes de 13 a 17 anos e eventualmente indivíduos de 6 a 12 anos, segundo a Organização.
"Até agora, a vacina parece muito eficaz em todas as pessoas vacinadas", mas "será necessário dispor de dados mais conclusivos para saber se é possível conferir uma 'imunidade coletiva' a populações inteiras", reconheceu a OMS.
A vacinação coletiva não está prevista com fins de prevenção, como é o caso para a poliomielite ou a rubéola, segundo a Merck.
O laboratório explicou que uma vez obtidas as autorizações sobre o mercado, produzirá e estocará doses de vacina suficientes para futuras epidemias de ebola.
Outras vacinas estão sendo desenvolvidas atualmente, algumas em estágio bastante avançado. É especialmente o caso da "ChAd3", desenvolvida pela farmacêutica britânica GSK (GlaxoSmithKline) com o instituto americano de alergias e doenças infecciosas (Niaid). A vacina está sendo testada na Libéria desde fevereiro.
Prova dos progressos constatados na luta contra a doença, o secretario-geral das Nações Unidas, Ban ki-Moon, dissolveu nesta sexta-feira a Missão da ONU pela Resposta de Urgência contra o Ebola (UNMEER, na sigla em inglês) e decidiu passar o controle completo da epidemia para a OMS.
Levando em conta as lições do passado, a OMS reconheceu que foi muito lenta ao reagir e apresentou um plano de reformas em seis pontos destinados a reforçar sua capacidade de resposta em caso de alerta sanitário. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook