quinta-feira, 30 de agosto de 2012

DNA lança luz sobre primos misteriosos do homem


(2008) Exposição na França sobre o Homem de Neandertal
Um fragmento de osso encontrado em uma caverna da Sibéria lançou luz sobre a odisseia genética de um grupo enigmático de humanoide chamado homem de Denisova, ou denisovaniano, anunciaram cientistas nesta quinta-feira.
A existência dos denisovanianos só veio à tona em 2010, graças a um pedaço do osso do dedo e dois molares escavados na Caverna de Denisova, nas montanhas Altai, no sul da Sibéria, e datados de cerca de 80 mil anos.
Mas como era a aparência destes humanos e o que aconteceu com eles continuou um mistério.
Nada se sabia, a não ser que foram contemporâneos dos neandertais - outra espécie "prima" do 'Homo sapiens', que pode ter sido extinta com a chegada do homem moderno ou, dizem alguns, se miscigenou com ele.
Antropólogos alemães realizaram o que chamam do estudo mais completo e preciso do DNA do homem de Denisova, graças a uma minúscula amostra do osso de um dedo.
Ele mostra que o dedo pertenceu a uma menina e a comparação dos cromossomos herdados de sua mãe e seu pai sugere que os indivíduos pertenciam a um grupo com vínculos muito estreitos, já que há poucos sinais de grande disseminação genética.
Mas uma comparação do genoma com o de 11 humanos modernos de diferentes partes do mundo sugere que eles podem ter se espalhado por regiões da Ásia.
As populações modernas das ilhas do sul da Ásia, incluindo Papua Nova Guiné, compartilham genes com eles, incluindo variações que são associadas a pele escura, cabelos e olhos castanhos.
Mesmo assim, a semelhança genética do homem de Denisova com o 'Homo sapiens' é limitado, segundo o artigo, publicado na revista americana Science.
A comparação aponta para 100.000 mudanças no genoma do 'Homo sapiens' desde o reinado dos denisovanianos.
Muitas delas são associadas com a função cerebral e o desenvolvimento do sistema nervoso, e outras podem afetar a pele, os olhos e a forma dos dentes.
"Esta pesquisa ajudará a determinar como as populações humanas modernas se expandiram dramaticamente em tamanho assim como em complexidade cultural, enquanto os humanos arcaicos foram diminuindo em número e acabaram extintos fisicamente", explicou o chefe das pesquisas, Svante Paabo, do Instituto Max Planck de Antropologia EV. Fonte: yahoo notícias

Cientistas australianos implantam primeiro olho biônico


Ilustração divulgada pelo BVA de um protótipo de olho biônico
Cientistas australianos anunciaram nesta quinta-feira a implantação bem-sucedida do primeiro protótipo de olho biônico, descrevendo a façanha como um enorme avanço para os deficientes visuais.
O Bionic Vision Australia (BVA), um consórcio financiado pelo governo, informou ter implantado cirurgicamente o "protótipo preliminar" de um olho robótico em uma mulher com perda hereditária da visão provocada por retinose pigmentar degenerativa.
Descrito como um "olho pré-biônico", o minúsculo aparelho com 24 eletrodos foi colocado sobre a retina de Dianne Ashworth e enviou impulsos elétricos para estimular as células nervosas de seus olhos.
Os cientistas ligaram o equipamento em seu laboratório no mês passado, depois que Ashworth se recuperou completamente da cirurgia, e ela descreveu a experiência como incrível.
"Eu não sabia o que esperar, mas de repente, eu consegui ver um pequeno flash. Foi incrível", afirmou, em um comunicado.
"A cada estímulo, surgia uma forma diferente diante dos meus olhos", acrescentou.
Penny Allen, o cirurgião que implantou o dispositivo, o descreveu como "o primeiro do mundo".
O dispositivo de Ashworth só funciona quando está conectado dentro do laboratório e o presidente do BVA, David Penington, disse que seria usado para explorar como as imagens são "construídas" pelo cérebro e pelo olho.
Dados do dispositivo alimentarão um "processador de visão" que permitirá aos médicos determinar exatamente o que Ashworth vê quando a retina dela for submetida a vários níveis de estímulo.
"A equipe procura consistência de formas, brilho, tamanho e localização de flashes para determinar como o cérebro interpreta esta informação", explicou Rob Shepherd, diretor do Instituto de Biônica, que também participou da pesquisa.
Os cientistas agora trabalham para desenvolver um dispositivo de "visão ampla" com 98 eletrodos, que dará aos usuários a habilidade de perceber objetos grandes, como prédios e carros, e outro de "alta acuidade", ou seja, grande capacidade de perceber sombras e formas dos objetos, com 1.024 eletrodos.
Espera-se que os pacientes com o dispositivo de alta acuidade sejam capazes de reconhecer rostos e ler impressos grandes. Segundo o BVA, será adequado para pessoas com retinose pigmentar e degeneração macular relacionada com a idade.
Penington explicou que os resultados iniciais de Ashworth "atenderam às nossas melhores expectativas, dando-nos a confiança de que, com desenvolvimentos futuros, possamos alcançar uma visão competente".
"O próximo grande passo será quando começarmos os implantes de dispositivos completos", afirmou. fonte: yahoo notícias

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

EUA aprova comprimido único diário contra Aids


Antirretrovirais
Uma nova pílula única diária para combater a Aids - que combina duas drogas já autorizadas - foi aprovada para adultos portadores do vírus HIV, informou nesta segunda-feira a agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos (FDA).
Chamado de Stribild, este comprimido único diário proporciona um tratamento completo contra a Aids e faz parte de opções cada vez mais simples contra o HIV, destacou a Administração de Drogas e Alimentos (FDA, sigla em inglês).
"Através da pesquisa continuada e do desenvolvimento de medicamentos, o tratamento para os infectados com o HIV tem evoluído de múltiplas pílulas para apenas um comprimido" diário, destacou Edward Cox, diretor do Bureau de Produtos Antimicrobiais da FDA para avaliação de medicamentos.
"Novas combinações de medicamentos para o HIV, como o Stribild, ajudarão a simplificar os tratamentos".
O novo remédio, fabricado pela Gilead Sciences na Califórnia (oeste), foi testado em mais de 1.400 pacientes em dois testes clínicos e os resultados mostraram que o Stribild é tão eficaz ou mais que outras duas combinações de tratamentos, reduzindo o HIV a níveis indetectáveis em nove entre dez pacientes após 48 semanas de ingestão.
Stribild combina Truvada - emtricitabina e tenofovir contra uma enzima que o HIV usa para se reproduzir - ao Elvitegravir, outra substância que combate uma enzima, associado ao Cobicistat, que potencializa os efeitos do Elvitegravir.
O medicamento foi testado em pacientes adultos não previamente tratados de Aids. A FDA afirma que serão necessários mais estudos para determinar a segurança entre crianças e mulheres e se há interação com outras substâncias.
Stribil tem alguns efeitos colaterais, que incluem problemas no fígado e nos rins, acúmulo de ácido láctico no sangue e enfraquecimento dos ossos, mas a Gilead afirma que durante os testes "a maioria dos efeitos adversos foi leve ou moderada".
O medicamento provoca enjôos e diarreia entre os pacientes.
"As terapias que atendem às necessidades individuais dos pacientes são fundamentais para melhorar a manutenção do tratamento e seu potencial de sucesso", afirmou o presidente da Gilead, John Martin.
Para que o medicamento chegue aos pacientes com HIV nos países com menos recursos, onde milhões de pessoas não têm opções efetivas de tratamento, estão sendo desenvolvidos genéricos com a autorização e a ajuda da Gilead, em parceria com várias empresas indianas e com a Medicines Patent Pool, organização sem fins lucrativos que promove a fabricação de medicamentos genéricos. Fonte: yahoo notícias

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Fumar maconha na adolescência reduz capacidade intelectual


Fumar maconha na adolescência reduz QI
Uma pesquisa publicada nesta segunda-feira nos Estados Unidos sugere que fumar maconha de forma regular na adolescência reduz a capacidade intelectual de forma permanente na fase adulta.
Os pesquisadores compararam o quociente intelectual (QI) de mil neozelandeses aos 13 anos e aos 38, incluindo fumantes regulares de maconha e não usuários.
Os resultados foram surpreendentes: registramos uma queda de oito pontos (no QI) entre os que começaram a fumar quando adolescentes e mantiveram o hábito de forma persistente aos 20 e 30 anos, afirmou a principal encarregada da pesquisa, Madeline Meier, psicóloga da Universidade de Duke.
Isto constitui uma grande diferença, explicou Meier à AFP. "Em média, o QI deve permanecer estável a medida que a pessoa envelhece".
Entre os que participaram do estudo e não fumaram maconha o QI subiu até um ponto.
"Sabemos que o QI é determinante no acesso da pessoa à educação universitária e ao mercado de trabalho", destacou Meier. "Alguém que perde oito pontos de QI em sua adolescência, aos vinte (anos) deve estar em desvantagem em relação a seus companheiros da mesma idade na maioria dos aspectos da vida".
A queda do QI não foi atribuída a diferenças na educação ou por abuso de outras substâncias, como álcool e outras drogas, destacou Meier.
Os que começaram a fumar maconha quando eram adolescentes e mantiveram este hábito também registraram piores resultados em testes de memória, concentração e raciocínio rápido, inclusive quando se ajustavam os resultados às habilidades naturais de cada indivíduo.
Os que abandonaram a maconha ou reduziram seu uso até um ano antes do teste dos 38 anos apresentaram os mesmos déficits intelectuais.
A pesquisa revelou ainda que os fumantes habituais de maconha que iniciaram a prática na idade adulta não tiveram sua capacidade intelectual reduzida, o que revela "uma diferença chave", disse Meier.
"A adolescência é um período particularmente vulnerável no desenvolvimento do cérebro", destacou a pesquisadora. Os jovens que começam a fumar cedo "podem estar interrompendo processos normais chave para o cérebro", e de forma permanente.
Um estudo mais profundo pode ajudar a determinar se abandonar a maconha por mais de um ano permitiria "recuperar a capacidade" intelectual. "Não estudamos isto, mas é definitivamente possível", concluiu Meier.  Fonte: yahoo notícias

domingo, 26 de agosto de 2012

EUA registram aumento recorde de casos do vírus do Nilo Ocidental


O Texas contabiliza quase metade dos casos da doença
Os Estados Unidos registraram pelo menos 1.118 casos do vírus do Nilo Ocidental, o número mais elevado desde que a doença, transmitida por um mosquito, foi detectada, em 1999, causando um total de 41 mortes, afirmaram autoridades nesta quarta-feira.
A organização federal dos Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) reportou que só o estado do Texas (sul) registrava metade dos casos, seguido de Mississipi e Lousiana (sul), Dakota do Sul (norte) e Oklahoma (centro), e alertou os americanos para que tomem medidas para evitar o contato com o mosquito.
As autoridades afirmam que o número de casos é o maior registrado para uma terceira semana de agosto desde que o vírus foi detectado, há mais de uma década.
No ano de 2011 houve 712 casos e 43 mortes provocadas pela doença, explicou o CDC.
O surto se concentrou nos arredores de Dallas, Texas, onde as autoridades sanitárias começaram a usar aviões na semana passada para fumigar a região com pesticidas.
A doença foi descoberta em 1937 em Uganda e é transmitida por aves, propagando-se em humanos pela picada de mosquitos.
O Texas teve um total de 537 casos este ano e 19 mortes, segundo o CDC. A vizinha Louisiana registrou seis mortes em um total de 73 casos.
Os sintomas mais graves da doença incluem febre alta, perda da visão e paralisia, enquanto as manifestações mais brandas vão de dores de cabeça a erupções na pele. Fonte: yahoo Notícias 

EUA alertam para intoxicação por chumbo na medicina ayurvédica


Feira ayurvédica na cidade indiana de Hyderabad
Autoridades de saúde dos Estados Unidos anunciaram nesta quinta-feira a descoberta de riscos de contaminação por chumbo em mulheres grávidas que tomaram medicamentos ayurvédicos, e advertiram sobre a segurança destes produtos da medicina tradicional indiana.
No ano passado, funcionários de saúde pública da cidade de Nova York investigaram seis casos de pacientes, cinco dos quais tinham nascido na Índia, com alto risco de contaminação por chumbo por terem ingerido compostos ayurvédicos, informaram os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês).
Ayurveda é um método empregado na medicina tadicional desenvolvido há milhares de anos na Índia.
Os pesquisadores concluíram que estes produtos ayurvédicos foram contaminados durante sua fabricação, fora dos Estados Unidos, mas alguns são do tipo "Rasa shastra", prática indiana que consiste na elaboração de compostos que combinam ervas e minerais, alguns considerados tóxicos como o mercúrio.
Esses compostos são apresentados como medicamentos que auxiliam as mulheres grávidas e pelo menos uma das mulheres pesquisadas disse que aumentariam suas chances de ter um filho ao invés de uma filha, segundo o relatório dos CDC.
Embora as seis mulheres não tenham apresentado sintomas específicos, os cientistas descobriram que tinham um alto risco de contaminação por chumbo, que pode causar danos em cérebro, rins ou afetar o sistema nervoso e reprodutor.
"As mulheres grávidas nos preocupam especialmente, pois a exposição ao chumbo pode afetar tanto a saúde da mãe quanto a do filho. A exposição do feto ao chumbo aumenta o risco de baixo peso ao nascer, atraso no desenvolvimento, redução da inteligência ou problemas de comportamento", destaca o informe.
Os produtos ayurvédicos continham até 2,4% de chumbo, enquanto outros apresentaram rastros de mercúrio e arsênico, também perigosos para o consumo.
A FDA, agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, já tinha advertido em 2008 para os riscos potenciais destes produtos, principalmente os vendidos na internet, que em geral não foram verificados pelas autoridades sanitárias. Fonte:  yahoo notícias

sábado, 25 de agosto de 2012

Bristol-Myers abandona testes contra hepatite C


A Bristol-Myers Squibb já havia anunciado a suspensão dos testes clínicos devido a "um grave problema de segurança" 
O grupo farmacêutico americano Bristol-Myers Squibb anunciou nesta quinta-feira o cancelamento definitivo de seus testes clínicos com uma molécula para tratar a hepatite C, após a morte de um paciente.

"A empresa cancelou o desenvolvimento da (molécula) BMS-986094 em uma decisão tomada no interesse da segurança dos pacientes", destaca um comunicado do grupo.
A Bristol-Myers Squibb já havia anunciado no início do mês a suspensão dos testes clínicos devido a "um grave problema de segurança".
"Um caso inicial de insuficiência cardíaca, que motivou a suspensão do estudo, provocou um falecimento", informou o grupo.
O texto assinala que além da pessoa falecida, outros oito pacientes que participavam dos testes com a molécula tiveram que ser hospitalizados, dois dos quais seguem internados.
Os testes se encontravam apenas na fase II, distantes de uma eventual autorização para o lançamento do produto no mercado  fonte: yahoo notícias

quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Uso de antibióticos em bebês pode levar à obesidade


Criança recebe um remédio em 15 de abril de 2012 em Amritsar, Índia
Dar antibióticos a bebês com menos de seis meses de idade pode levá-los a ser crianças gordinhas, de acordo com um estudo publicado nesta terça-feira.
"Nós normalmente consideramos obesidade uma epidemia provocada por dieta pouco saudável e falta de exercício, mas cada vez mais estudos sugerem que é mais complicado do que isso", afirmou o co-autor da pesquisa, Leonardo Trasande, da Escola de Medicina da Universidade de Nova York (NYU).
"Micróbios em nossos intestinos podem ter papéis críticos em relação a como absorvemos calorias, e a exposição a antibióticos, principalmente no início da vida, pode matar as bactérias saudáveis que influenciam a forma como absorvemos nutrientes em nosso corpo, e que, caso contrário, nos deixariam magros".
O estudo se soma a um número crescente de pesquisas que alertam para os potenciais perigos dos antibióticos, especialmente para crianças.
Estudos preliminares ligaram as mudanças nas trilhões de células microbianas em nossos corpos com a obesidade, com doença inflamatória do intestino, asma e outras doenças. No entanto, ainda não foram encontradas provas diretas de seu vínculo.
Este foi o primeiro estudo que analisa a relação entre o uso de antibióticos e a massa corporal começando na infância.
Os pesquisadores avaliaram o uso de antibióticos entre 11.532 crianças nacidas na região de Avon na Grã-Bretanha em 1991 e 1992 que participam de um estudo de longo prazo sobre saúde e desenvolvimento.
Eles descobriram que as crianças tratadas com antibióticos nos primeiros cinco meses de vida tinham um peso maior na proporção com a altura em relação às que não foram expostas.
A diferença foi pequena entre as idades de 10 a 20 meses, mas aos 38 meses de idade as crianças expostas a antibióticos tinham 22% mais chances de estar com sobrepeso.
O tempo parece fazer diferença - crianças que tomaram antibióticos de seis a 14 meses de idade não tiveram uma massa corporal significativamente maior durante a infância, informou o estudo.
E embora as crianças expostas a antibióticos de 15 a 23 meses tenham tido índices de massa corporal levemente elevados aos sete anos, não havia aumento significativo em sua probabilidade de estar acima do peso ou de ser obesas.
"Por muitos anos, fazendeiros sabiam que antibióticos são bons para produzir vacas mais pesadas para o mercado", afirmou o co-autor Jan Bluestein, também da NYU, em um comunicado.
"Embora sejam necessários mais estudos para confirmar nossas descobertas, este estudo cuidadosamente conduzido sugere que os antibióticos influenciam o ganho de peso em humanos, especialmente em crianças".
O estudo foi publicado no International Journal of Obesity. Fonte: yahoo notícias

Risco de autismo ou esquizofrenia aumenta conforme idade do pai


As mutações genéticas espontâneas aumentam conforme a idade do pai
Uma paternidade tardia aumenta o risco de crianças desenvolverem problemas de autismo ou esquizofrenia, segundo um estudo que, pela primeira vez, dá explicações sobre as causas.
Segundo o estudo publicado na revista científica britânica Nature, as mutações genéticas espontâneas (não herdadas dos pais), algumas das quais estão relacionadas a estas doenças, aumentam rapidamente conforme a idade do pai no momento da concepção.
As mutações espontâneas são as principais causas da evolução das espécies, mas também podem gerar várias doenças.
Para avaliar a importância das mutações, a pesquisadora islandesa Augustine Kong e seus colegas estudaram o genoma de 78 crianças com problemas de autismo e esquizofrenia, bem como seus pais.
Eles descobriram que a maioria das mutações espontâneas encontradas nas crianças provinha do genoma transmitido pelo pai e que a idade do progenitor, no momento da procriação, desempenhou um papel primordial em seu aumento.
Cada ano adicional do pai no momento da concepção se reverte em duas mutações espontâneas adicionais, o que significa um índice de mutações paternas que aumenta 4,28% por ano.
Para resumir, explica Kari Stefansson, um dos autores do estudo, "um pai de 40 anos transmite duas vezes mais mutações ao seu filho do que um pai de 20 anos", o que pode ser "uma coisa boa" para a "diversidade", mas não quando se trata de mutações que acarretam doenças genéticas.
Estudos epidemiológicos já tinham estabelecido uma relação estatística entre a idade do pai no momento da concepção e o risco do filho sofrer de autismo e esquizofrenia, enquanto outros estudos relacionaram estas doenças a algumas mutações genéticas.
Consultado pela AFP, Stefansson considerou que uma "parte substancial" dos novos casos de autismo diagnosticados nos últimos anos poderia estar ligada à idade dos pais no momento da concepção que, após ter diminuído até a década de 1970, voltou a crescer depois.
"Extrair o esperma de homens jovens e congelá-lo para poder utilizá-lo mais tarde poderia ser uma solução individual prudente", acrescentou em um comentário Alexey Kondrashov, da Universidade de Michingan. Fonte: yahoo notícias

sábado, 18 de agosto de 2012

Cientistas estão perto de desenvolver anticoncepcional masculino


Casal passeia ao luar em Belgrado, julho de 2004
Uma pesquisa inovadora com ratos de laboratório aumentou as esperanças de se desenvolver uma pílula anticoncepcional para homens, segundo estudo de cientistas americanos.
Um composto inicialmente concebido para deter o câncer demonstrou ser capaz de interromper a produção de esperma nos ratos, segundo os cientistas.
Uma vez suspensa a administração do medicamento, os roedores recuperaram a fertilidade, demonstrando-se capazes de ter descendentes saudáveis.
"Se o medicamento deixar de ser dado, há uma reversibilidade completa", disse Martin Matzuk, do Baylor College of Medicine de Houston, Texas.
O composto é conhecido pelo nome laboratorial JQ1, em homenagem ao químico que o concebeu, Jun Qi, com a ideia inicial de bloquear um gene denominado BRD4, causador de câncer.
No entanto, o mesmo composto é capaz de inibir proteínas chamadas bromodomínios. Uma delas, a BRDT, desempenha um papel importante na produção de esperma.
Ao inibir esta proteína, o composto JQ1 diminui substancialmente a quantidade e a qualidade do esperma, tornando o rato estéril.
No entanto, é pouco provável que o JQ1 seja a descoberta definitiva para este tipo de contracepção masculina, já que segundo Matzuk, o composto "afeta outros membros da família dos bromodomínios".
O especialista acrescenta que "no entanto, os dados provam o princípio de que a BRDT é um excelente objetivo frente à contracepção masculina e nos dá uma informação valiosa para o desenvolvimento de um futuro produto".
O estudo foi publicado na revista americana Cell. Fonte: yahoo Notícias

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Cientistas americanos descobrem um sistema de limpeza do cérebro

Cérebro vale mais do que músculos no caratê
Washington, 15 ago (EFE).- Neurocientistas do Centro Médico da Universidade de Rochester (EUA) descobriram um sistema de drenagem com o qual o cérebro elimina os resíduos, segundo um estudo publicado nesta quarta-feira na "Science Translational Medicine", que esperam que tenha aplicação na pesquisa dos maçes de Alzheimer e de Parkinson.
O sistema atua como se fossem encanamentos que aproveitam os vasos sanguíneos do cérebro e parece realizar a mesma função no cérebro que o sistema linfático no resto do corpo: drenar de resíduos.
A autora principal do artigo e co-diretora do Centro de Neuromedicina da Universidade de Rochester, Maiken Nedergaar afirmou que "a limpeza de resíduos é de vital importância para todos os órgãos e há muito tempo temos perguntas sobre como o cérebro se desfaz de seus resíduos".
"O trabalho demonstra que o cérebro está se limpando de uma maneira mais organizada e em uma escala muito maior do que se tinha pensado anteriormente", disse Nedergaard que expressou seu desejo de que a descoberta sirva para tratar doenças cerebrais.
"Temos a esperança de que estes resultados tenham implicações para muitas condições que afetam o cérebro, como lesões cerebrais por traumatismo, o mal de Alzheimer, derrames cerebrais e o mal de Parkinson", acrescentou.
A equipe de Nedergaard chamou o novo sistema de "o sistema glinfático", já que atua de maneira similar ao sistema linfático, mas está administrado pelas células do cérebro conhecidas como células da Glia.
A equipe fez o descobrimento em ratos, cujos cérebros são muito similares aos dos humanos.
Os cientistas apreenderam que o líquido cefalorraquidiano tem um papel importante na limpeza do tecido cerebral, encarregado de levar os produtos de resíduo e os nutrientes ao tecido cerebral através de um processo conhecido como difusão.
O sistema recentemente descoberto circula por todos os cantos do cérebro de maneira mais eficiente, através do que os cientistas chamam de fluxo global.
"É como se o cérebro tivesse dois coletores de lixo - um lento que já conhecíamos e um rápido que acabamos de conhecer", disse Nedergaard.
"Dada a alta taxa de metabolismo no cérebro e sua grande sensibilidade, não é de se estranhar que seus mecanismos para se desfazer dos resíduos sejam mais especializados e amplos do que se pensava", acrescentou. EFE  Fonte:  yahoo notícias

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terça-feira, 14 de agosto de 2012

Estudo aponta efeitos nocivos do triclosan no organismo


O triclosan está presente em pastas de dente
O triclosan, um poderoso bactericida e fungicida presente em produtos de higiene pessoal, de sabonetes líquidos a pastas de dente e desodorantes, pode ser mais nocivo do que benéfico para a saúde, segundo um novo estudo.
De acordo com cientistas americanos, que analisaram os efeitos do produto em ratos e peixes pequenos, este agente desinfetante, já suspeito de causar alterações no sistema endócrino, pode afetar dramaticamente a função muscular, particularmente a cardíaca.
O toxicólogo Isaac Pessah, professor da Universidade da Califórnia em Davis, e seus colegas submeteram ratos a doses de triclosan similares às que são expostos seres humanos no cotidiano e descobriram que os ratos apresentaram dificuldades na contração muscular.
"Ficamos supresos com o grau de alteração da atividade muscular nos diversos órgãos, tanto no músculo cardíaco quanto em outros músculos", afirmou Bruce Hamock, um dos autores do estudo, publicado na revista americana Atas da Academia Nacional de Ciências (PNAS, na sigla em inglês).
O triclosan teria, de acordo com o estudo, um efeito depressivo "realmente espetacular" na função cardíaca dos ratos enquanto os peixes estudados mostraram uma redução significativa na capacidade de nadar depois de sete dias de exposição aos agentes bactericidas.
"Nos pacientes com insuficiência cardíaca, o triclosan poderia ter um impacto significativo com seu uso generalizado", afirmou Nipavan Chiamvimonvat, outro autor do estudo.
Nos últimos anos, outras pesquisas sugeriram que o triclosan, além de seu efeito na função da tiróide, traz um risco maior de alergia e gera resistência a certos antibióticos. Fonte:  yahoo Nptícia

domingo, 12 de agosto de 2012

ESPECIAL-Brasil retrocede na proteção à Amazônia

Vista aérea de uma área desmatada ilegalmente próximo ao Parque Nacional da Amazônia em Itaituba, no Estado do Pará, em maio. 25/05/2012 REUTERS/Nacho Doce
ITAITUBA, Pará, 9 Ago (Reuters) - Ivo Lubrinna vem extraindo ouro há mais de 30 anos da floresta em Itaituba, no Pará. É uma atividade notoriamente suja, já que as equipes removem uma camada de solo na floresta, e ao longo de margens de rio, e usam mercúrio e outros poluentes para retirar o metal precioso da lama.
Nos últimos anos, Lubrinna passou a ter um segundo emprego: secretário de Meio Ambiente dessa cidade de 100 mil habitantes, porta de entrada para o mais antigo parque nacional e seis reservas naturais na vasta floresta amazônica brasileira. Por isso, é seu trabalho proteger a área da depredação de madeireiros, caçadores, posseiros e garimpeiros.
Seu duplo papel divide impecavelmente seu dia de trabalho: pela manhã, como regulador, à tarde, garimpeiro. "Tenho de ser bonzinho de manhã", diz Lubrinna, de 64 anos, corpulento, calvo, com a voz de barítono. "À tarde, eu preciso me defender."
Até recentemente, o evidente conflito de interesses não teria muita importância nesta fronteira livre de controle dos órgãos legais e com conflitos frequentemente violentos, motivados por disputa por terra e recursos. Era tarefa do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) policiar a Amazônia do jeito melhor que pudesse.
Mas no ano passado, a presidente Dilma Rousseff autorizou uma mudança pela qual boa parte da autoridade ambiental foi transferida da noite para o dia a governos estaduais e municipais.
Dos 168 escritórios regionais que o Ibama possuía alguns anos atrás, 91 foram fechados, de acordo com funcionários da agência. Lubrinna diz que agentes do Ibama costumavam multá-lo e a outros mineiros por violações da lei. Agora, ele lidera uma equipe que inspeciona áreas de mineração. Até o momento, diz, aplicou poucas multas.
A transferência da inspeção para o controle local é uma das muitas mudanças adotadas na gestão de Dilma, as quais, em conjunto, constituem um recuo total na política ambientalista progressista do governo federal de quase duas décadas.
Nos 19 meses desde a posse de Dilma foram revertidas normas de longa data que haviam contido o desmatamento e protegido milhões de quilômetros quadrados de bacias hidrográficas.
Ela baixou uma medida provisória que encolheu ou redefiniu os limites de sete áreas de preservação ambiental, abrindo caminho para a construção de barragens para usinas hidrelétricas e outros projetos de infraestrutura, e para legalizar a posse de terra por fazendeiros e garimpeiros.
E a presidente reduziu o ritmo até o ponto de quase estagnação no processo, ininterrupto durante os três governos anteriores, de preservar terras para parques nacionais, reservas de vida selvagem e outras "unidades de conservação".
NECESSIDADE ECONÔMICA
A presidente é clara em seu raciocínio: promover maior desenvolvimento na região da floresta amazônica, uma área sete vezes o tamanho da França, é essencial para manter o tipo de crescimento que ao longo da última década levou 30 milhões de brasileiros a saírem da pobreza e tornou o país a sexta maior economia do mundo.
O governo pretende construir 21 barragens na Amazônia até 2012 ao custo de 96 bilhões de reais, o que foi planejado quando Dilma ainda trabalhava no governo de seu mentor e antecessor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As barragens são necessárias, diz ela, para suprir a demanda de energia dos consumidores, que aumentam cada vez mais no Brasil.
E o Brasil ainda tem 60 milhões de pessoas vivendo na pobreza. "Tenho de explicar para as pessoas como é que elas vão comer, como é que elas vão ter acesso à água e como é que elas vão ter acesso à energia", disse ela num discurso em abril.
Essa mensagem é bem recebida por boa parte dos brasileiros. Dilma desfruta da invejável taxa de aprovação de 77 por cento, de acordo com uma pesquisa divulgada em junho.
Ela recebeu 83 por cento de suas contribuições de campanha, na eleição de 2010, de corporações, a maioria dos setores de alimentos, agricultura, construção e engenharia, prestes a se beneficiarem de uma abertura maior da Amazônia ao desenvolvimento, segundo uma análise de arquivos eleitorais feita pelo blogueiro e analista de informações José Roberto de Toledo.
Assessores de Dilma negam quaisquer alegações de um toma lá dá cá; outros candidatos receberam recursos das mesmas empresas em proporções semelhantes.
O movimento ambientalista brasileiro, bastante consolidado, está chocado.
As políticas de Dilma, dizem eles, põem em risco a maior floresta tropical do mundo, reserva de um oitavo da água doce do planeta, fonte primária de oxigênio e abrigo de espécies animais e vegetais incontáveis e ainda não descobertas, assim como dezenas de milhares de índios nativos da região.
O ganho econômico no curto prazo, segundo críticos de Dilma, não vale o custo potencial a longo prazo para o meio ambiente do planeta, e também para a economia do Brasil.
"Este é um governo disposto a sacrificar os recursos de milhares de anos pelo lucro de algumas décadas", disse a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, pioneira do movimento ambientalista brasileiro.
A corrida pela exploração da região já fez surgir focos de conflito.
O mais conhecido é Belo Monte, um projeto de 26 bilhões de reais para construir a terceira maior barragem do mundo no Rio Xingu, um tributário do Rio Amazonas no Pará, onde está localizada Itaituba.
Objeto de intensa cobertura da mídia, ações na Justiça e oposição de pessoas de projeção internacional, como o cineasta hollywoodiano James Cameron, Belo Monte ameaça deslocar milhares de índios de suas terras.
E já está atraindo milhares de migrantes para um posto avançado na selva, em Altamira, que se transformou em uma cidade repentinamente próspera, onde os preços de alimentos e propriedades mais do que dobraram no último ano.
No Acre, o Estado mais a oeste no Brasil, a retirada de agentes do Ibama abriu as portas a investidas e disputas entre madeireiros e traficantes de drogas provenientes do Peru, ameaçando o parque da Serra do Divisor, criado uma década atrás.
E no Maranhão, fazendeiros, madeireiros e a população local com frequência entram em confronto no entorno da Reserva Biológica do Gurupi. Lá, a extração ilegal de madeira afetou cerca de 70 por cento da floresta da reserva, um processo que os cientistas dizem estar acelerando a expansão do clima mais árido no nordeste do país.
A dinâmica posta em marcha pela mudança de política empreendida por Dilma é amplamente visível dentro e ao redor do Parque Nacional da Amazônia, uma porção de floresta do tamanho da Jamaica, na margem oeste do Rio Tapajós.
Foi o primeiro parque nacional na região amazônica brasileira, criado em 1974 pela ditadura militar para mitigar o impacto de políticas que haviam estimulado migrantes pobres a se assentar na área.
No fim dos anos 1980, e ao longo da década seguinte, o parque se beneficiou do momento em que o jovem governo democrático assumiu uma política ambientalista considerada uma das mais agressivas da época, posta em prática por agentes federais. Na década passada, o presidente Lula intensificou o policiamento dos parques, reduzindo o desmatamento ao nível mais baixo já registrado.
Mas o boom econômico durante o governo Lula teve seu preço. Enquanto o Brasil se tornava o maior exportador mundial de carne bovina e de soja, a floresta tropical sucumbia ao corte raso das árvores para a agricultura. Nas colinas perto de Itaituba, a extração de madeira e a mineração prosseguiram --uma parte é legal, outra, não.
Para impor a ordem, em 2006 o governo criou uma zona-tampão de seis reservas em terras próximas, uma área mais de seis vezes o tamanho do Parque Nacional da Amazônia, na qual a atividade poderia ser regulada.
ÁGUAS AGITADAS
Quando Maria Lucia Carvalho assumiu o cargo de chefe do Parque Nacional da Amazônia três anos atrás, ela estava ávida por atrair mais visitantes e reprimir os abusos. Os agentes do Ibama estavam nas proximidades para ajudar os funcionários do parque a lidar com os persistentes caçadores e posseiros. "Eu tinha esperança mesmo", diz ela.
O sentimento não durou muito. No início de 2010, ela ouviu rumores de que uma das barragens de Dilma seria construída dentro do parque, nas corredeiras do Tapajós.
Num ponto onde o rio tem largura de três quilômetros, as corredeiras são renomadas como um habitat de muitas espécies de peixes exóticos, um ponto-chave de passagem de bagres migratórios e fonte de água para animais selvagens em risco de extinção, incluindo o jaguar e a ararajuba.
Alguns meses depois, agentes do parque pegaram funcionários da companhia estatal de eletricidade realizando pesquisa não autorizada na área, e os multaram.
Depois que Maria Lucia deu declarações à TV contra o projeto, ela foi chamada a Brasília pelo chefe do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão federal que administra as unidades de conservação no país.
"Me disseram que esse é um plano do governo e que eu sou governo e, portanto, eu não poderia criticar o projeto", diz ela.
O ICMBio não quis fazer comentários sobre o encontro.
Em dezembro do ano passado, Dilma sancionou uma lei que dá aos Estados e governos municipais autoridade ambiental sobre terras que não foram licenciadas pela União.
Na visão de Brasília, autoridades locais estão mais bem posicionadas para garantir que madeireiros, garimpeiros e outros que extraem recursos da floresta façam isso com as licenças apropriadas em áreas onde é permitido.
Outros, contudo, dizem que as autoridades locais não têm os recursos necessários para policiar a Amazônia e são mais suscetíveis à intimidação e propina. A própria escala faz com que a aplicação da lei seja um desafio na Amazônia.
Em poucos meses, os agentes florestais do Ibama de Itaituba partiram, deixando Maria Lucia e os colegas do ICMBio policiando a área sozinhos, exceto por Lubrinna, o secretário de Meio Ambiente de Itaituba, que por acaso também é minerador de ouro, e sua pequena equipe.
Lubrinna leva tanto tempo fiscalizando sua equipe de mineradores quanto dedica a seu cargo municipal, diz. Ele negou repetidos pedidos de mostrar ao repórter da Reuters sua operação de mineração. Descreveu-a como uma área de 180 quilômetros quadrados espalhada pelo sudoeste de Itaituba, a maior parte na floresta nacional.
É difícil obter permissão de mineração na área, diz ele, e sua autorização não cobre toda a região onde ele opera. "O governo cria leis que são difíceis de seguir", diz. "A gente precisa ganhar a vida."
DERRUBADA DE ÁRVORES
Dilma recentemente divulgou cifras mostrando que a taxa de desmatamento na Amazônia caiu para um nível recorde de baixa nos 12 meses encerrados em julho de 2011, o mais recente período anual com dados disponíveis.
A terra total desflorestada --cerca de 6.400 quilômetros quadrados, praticamente o tamanho do Estado norte-americano do Delaware-- diminuiu 77 por cento em relação a 2004, uma tendência que, segundo dados preliminares, continuou nos últimos meses.
Críticos dizem que ainda é muito cedo para refletir o impacto da agenda da presidente. "Os números estão prestes a ir na outra direção", diz Adriana Ramos, dirigente do Instituto Socioambiental, um grupo ativista. "Para começar, eles estão alterando a arquitetura das regulamentações que propiciaram a queda."
O fundamento dessa arquitetura é o "código florestal" do Brasil, um conjunto de leis inalterado por décadas que estabelece o percentual e o tipo de terra que agricultores, extrativistas de madeira e outros devem deixar intactos quando desmatam uma área.
O poderoso lobby agropecuário pressionou seguidamente por mudanças que no começo deste ano foram aprovadas no Congresso. Embora Dilma tenha vetado partes da lei que iriam garantir anistia para abusos cometidos no passado, ela está negociando com os parlamentares alterações que os ambientalistas temem possam tornar mais fácil extrair madeira de áreas que até agora estavam fora do alcance dos desmatadores.
Quando um guarda de parque recentemente visitou José Lopes da Silva, um posseiro na margem leste do Parque Nacional da Amazônia, o agricultor se queixou de uma multa de cerca de 15 mil reais que ele recebeu no ano passado por cortar árvores adjacentes a seu milharal. "Por que eu fui multado...?", ele perguntou "... se a lei vai mudar?"
"A lei ainda é a lei", respondeu o guarda.
Perto de Campo Verde, uma parada de caminhões 30 quilômetros a sudeste de Itaituba, jipes e picapes em mau estado trafegam pela estrada durante o dia. Depois do anoitecer, grandes caminhões emergem das rotas dos madeireiros que atravessam áreas protegidas. Carregados com três troncos com diâmetro maior do que as rodas dos caminhões, eles se dirigem para oeste, para as serrarias ao longo do Tapajós.
Com poucos agentes federais na área para patrulhar as reservas, a destruição fica evidente somente quando a área se torna grande o suficiente para ser detectada, se um dia sem nuvens permitir, por satélites ou a cara e custosa vigilância aérea. Além disso, como o governo estadual concede licenças para os depósitos de madeira, as autoridades federais as inspecionam agora com menos frequência.
"De que adianta, se não somos mais a máxima autoridade?", diz um agente federal que pediu para não ser identificado.
A tarefa também é cada vez mais perigosa, já que proprietários de terras, madeireiros e seus capangas entram em confronto pela riqueza da floresta.
Em março, homens armados emboscaram agentes ambientais do governo federal que retornavam de uma fiscalização em um acampamento ilegal de extração de madeira, em uma reserva natural ao sul de Itaituba. Os agentes conseguiram se desvencilhar do ataque.
No ano passado, um destacado ambientalista e sua mulher foram assassinados no Pará, depois que denunciaram exploração ilegal de madeira perto de sua casa.
O padre João Carlos Portes, de Campo Verde, disse que recentemente homens armados ameaçaram "pulverizar a paróquia com balas", depois que ele se recusou a permitir uma missa fúnebre para um madeireiro e assassino confesso, morto por rivais no negócio.
Portes, que também é o representante local da Pastoral da Terra, um grupo religioso voltado para a redução da violência, trabalho escravo e outros abusos no interior do país, diz que as mudanças recentes na política ambientalista significam que "as coisas somente vão ficar piores."
LUTA FÚTIL
Em janeiro, Dilma anunciou a medida provisória que reduz parte da área da Amazônia e seis outras reservas para abrir caminho a represas e legalizar assentamentos ilegais. Mesmo considerando que a decisão ainda terá de enfrentar questionamentos na Justiça, o Congresso a transformou em lei em junho.
A barragem da hidrelétrica no Rio Tapajós vai inundar uma vasta porção de mata, assim como a vila de Pimental, com cerca de 800 pescadores e pequenos agricultores na margem leste do rio, na área da represa.
Os moradores estão revoltados com o governo, que ainda não deu detalhes sobre a barragem, se eles terão de ser removidos e compensados ou como se dará todo o processo.
"Estamos completamente no escuro", diz Luiz Matos da Lima, de 53 anos, agricultor e dono de uma mercearia em Pimental.
Há pouco tempo, alguns deles expulsaram da cidade pessoas a serviço da empresa de eletricidade e destruíram marcos de concreto colocados na área.
O Ministério de Minas e Energia afirma que os detalhes finais do projeto, previsto para ser concluído em 2017, ainda estão em estudo.
Foi a autorização dada por Dilma à barragem que tirou o que restava do entusiasmo de Maria Lucia por seu trabalho na chefia do parque na Amazônia. Recentemente ela pediu transferência, candidatando-se a um posto em um parque no árido nordeste.
"Eles não podem fazer uma barragem lá", diz ela, "mas, quem sabe, talvez eles façam uma usina nuclear."
Enquanto isso, em junho, agentes do Ibama no aeroporto de Belém, no Pará, prenderam um homem que viajava levando um refrigerador com uma tartaruga amazônica congelada, de 10 quilos, que está sob risco de extinção.
Os agentes apreenderam a carcaça, multaram o homem em 5 mil reais e abriram uma ação criminal contra ele.
O viajante que levava a tartaruga: Ivo Lubrinna.
O secretário de Meio Ambiente de Itaituba disse aos agentes que a carne da tartaruga seria servida em uma festa para seu filho. Lubrinna disse que vai recorrer da multa e da acusação criminal.
Ele observa, também, que embora a tartaruga esteja sob risco de extinção, comê-la é "culturalmente aceitável" na região amazônica. Fonte: Yahoo Notícias

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Espécie de rinoceronte supostamente extinta é vista na Indonésia


Há 26 anos não se via um rinoceronte de Sumatra no parque nacional de Monte Leuser, norte de Sumatra, informou a equipe da Fundação Internacional Leuser.
Os rinocerontes, seis fêmeas e um macho, foram filmados por 28 câmeras infravermelhas instaladas entre junho de 2011 e abril deste ano.
O número de rinocerontes de Sumatra diminuiu 50% nos últimos 20 anos, e calcula-se que só restem uns 200 em todo o mundo. Fonte:  Yahoo Notícias

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Curiosity pousa em Marte em missão de busca de rastros de vida

Ilustração da sonda Curiosity
O robô Curiosity pousou nesta segunda-feira em Marte para uma ambiciosa missão de detecção de eventuais rastros de vida extraterrestre, informou a Agência Espacial dos Estados Unidos (Nasa) em Pasadena (Califórnia).

"Chegada confirmada", afirmou às 05H32 GMT (2H32 de Brasília) um membro da missão de controle no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da Nasa, o que provocou muitos aplausos.
"Nossas rodas estão em Marte. Meu Deus!", completou, depois de receber os primeiros sinais de que o veículo, de 900 quilos, havia chegado ao planeta vermelho ao fim de uma operação de grande complexidade, chamada pelos funcionários de "sete minutos de terror".
Entre risadas e aplausos, um funcionário da missão distribuiu barras de chocolate da marca Mars a toda a equipe de controle.
Uma segunda explosão de alegria foi registrada alguns minutos depois, quando o robô enviou a primeira fotografia, de uma das rodas sobre a cratera Gale. Imediatamente depois, transmitiu uma segunda imagem, de clareza surpreendente, que retrata a própria sombra em solo marciano.
A terceira foto foi transmitida em alta definição duas horas depois de sua chegada.
O presidente Barack Obama saudou a realização de uma "façanha tecnológica sem precedentes".
A expedição foi uma aposta arriscada, que precisou de um investimento de 2,5 bilhões de dólares.
O veículo-robô ("rover") foi lançado em 26 de novembro de 2011 em um foguete Atlas V 541 de Cabo Canaveral (Flórida). Nos oito meses e meio de voo, viajou 570 milhões de quilômetros.
A descida em solo marciano representou uma operação, pois foi preciso diminuir a velocidade adquirida, de 21.243 km por hora a apenas 2,74 km/h, graças a um enorme paraquedas e a ativação de uma grua para fazer o robô pousar lentamente.
Entre os objetivos da missão está a busca de rastros de vida passada no quarto planeta do Sistema Solar, o mais próximo da Terra.
Alguns cientistas carregavam amuletos e outros invocavam o espírito nacionalista, como um integrante da equipe de voo, que tingiu seus cabelos com as cores da bandeira americana.
De fato, menos da metade das tentativas realizadas por agências espaciais mundiais para chegar a Marte foram bem-sucedidas desde 1960.
"É um grande dia para a nação (americana), um grande dia para todos os nossos sócios que têm material (no veículo) e um grande dia para o povo americano", declarou o administrador da Nasa, Charles Bolden.
Os cientistas encontraram sinais de água em Marte, o que indicaria que alguma forma de vida microbiana poderia ter se desenvolvido no passado neste planeta que atualmente dispõe de uma pequena atmosfera, com invernos extremos e tempestades de poeira.
O lugar escolhido para o pouso é a Cratera Gale, perto do Monte de Sharp (5.000 m). É um dos locais mais baixos de Marte e ponto de convergência de vários rios que, acredita-se, fluíam provenientes de zonas altas, que poderiam conter valiosas informações sobre o passado em suas camadas sedimentares.
O Curiosity, com seis rodas e dez instrumentos espaciais - entre eles 17 câmeras, um raio laser capaz de destruir rochas e uma série de ferramentas de laboratório para analisar sua composição - também buscará reunir dados para preparar uma futura missão tripulada.
Seu funcionamento será garantido por um gerador nuclear.
O Curiosity permitirá dar "um enorme passo na exploração planetária", confirmou Jon Holdren, assessor científico de Obama.
O robô poderá analisar as rochas "de longe, com seu laser, mas também poderá agarrá-las e estudar sua composição; e uma perfuradora poderá penetrar na rocha e levá-la até o laboratório a bordo", detalhou Randii Wessen, um engenheiro da missão, em declarações à AFP.
Mas antes de começar a avançar pelo solo marciano, a Curiosity verificará se todos os seus aparelhos funcionam normalmente, uma operação que pode durar dias ou semanas.
Um dos primeiros instrumentos testados foi a francesa ChemCam, dotada de um laser, telescópio e câmera, criada graças a uma associação entre o Irap (Instituto de Pesquisa Astrofísica e Planetária de Toulouse) e o Centro Francês de Estudos Espaciais (Cnes).
"A ChemCam foi testada e funciona. Agora sabemos que funciona em Marte", disse à AFP seu criador, o astrônomo Sylvestre Maurice.
O Curiosity soma-se, assim, à lista de missões bem-sucedidas da Nasa a Marte, como Viking 1 e 2 (em 1976), Pathfinder (1997), Marz Exploration Rovers (2004) e Phoenix (2008).  Fonte: yahoo notícias

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Epidemia de ebola em Uganda mata 14, segundo a OMS



Enfermeira cuida de paciente com suspeita de contágio por ebola em hospital de Bundibygyo, Uganda, em dezembro de 2007
Uma epidemia de febre hemorrágica do vírus ebola foi declarada no começo de julho no oeste de Uganda e já matou 14 pessoas, anunciou este sábado o escritório local da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"Temos 20 casos confirmados de pessoas que contraíram o vírus, 14 dos quais faleceram", declarou à AFP Joaquim Sewaka, representante da OMS em Uganda.
A epidemia surgiu no distrito de Kibaake, a 200 km da capital ugandesa e 50 km da fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).
Equipes do ministério da Saúde ugandês e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano foram enviados ao local, acrescentou Sewaka.
"A resposta é vigorosa e tentaremos armar centros de quarentena o quanto antes", afirmou.
A febre hemorrágica do ebola, altamente contagiosa, causa a morte de 50% a 90% dos infectados. Não existe cura ou vacina contra o vírus. Os médicos só podem lutar contra os sintomas, como por exemplo hidratando os pacientes.
A transmissão ocorre por contato direto com o sangue, as secreções corporais e a manipulação sem precaução de cadáveres contaminados.
O nome do vírus advém de um rio no norte da RDC onde foi detectado pela primeira vez em 1976, quando este país ainda era o Zaire.
Desde 1976 quinze epidemias foram registradas na África, afetando mais de 1.800 pessoas. Segundo a OMS, mais de 1.300 pessoas morreram.  Fonte: yahoo Notícias