Desde que, no século XVIII, descobriu-se que certos micróbios eram os agentes causadores de muitas doenças graves, não cessou a pesquisa sobre substâncias capazes de atacar protozoários, bactérias, fungos etc.
A importância do controle dos microrganismos no campo da higiene, da indústria e da agricultura ensejou técnicas para a eliminação dos agentes patogênicos: uma dessas técnicas é a elaboração e a síntese de anti-sépticos.
O anti-séptico se diferencia do desinfetante pelo meio em que atua. Chama-se desinfetante toda substância química que destrua ou iniba o crescimento de microrganismos patogênicos localizados em meios inanimados (empregam-se, conseqüentemente, como produtos de limpeza e para manter o instrumental clínico livre de micróbios). Os anti-sépticos atacam os mesmos agentes, mas quando estes se encontram sobre tecidos vivos (usam-se, portanto, para a higiene corporal e como antimicrobianos em alimentos e remédios).
Os anti-sépticos podem ser microbicidas, se produzem a morte do agente, ou microbiostáticos, se apenas detêm seu crescimento. De acordo com sua função e com o tipo de microrganismos que afetam, distribuem-se em numerosos grupos: bactericidas, fungicidas, bacteriostáticos, protozoostáticos etc.
Além da atividade antimicrobiana, uma substância anti-séptica deve caracterizar-se por apresentar uma série de propriedades: ausência de toxicidade ou de efeito corrosivo; boa solubilidade; adequada estabilidade química, que impeça a decomposição por efeito da luz ou do calor; e fácil penetração nos tecidos.
São três as formas de atuação mais freqüentes dos anti-sépticos. A primeira é a desnaturalização das proteínas e enzimas que constituem a estrutura dos microrganismos, ação desenvolvida pelo álcool etílico e a água oxigenada; a segunda é a alteração da membrana celular, mecanismo ativado por certos sabões e detergentes; e a terceira é a modificação da atividade metabólica mediante indução de mudanças nos ácidos nucléicos, processo que a acridina, por exemplo, desencadeia.
Vários compostos utilizados para obter a anti-sepsia atuam também como desinfetantes. Os destinados ao uso humano são, em geral, os que provocam menor efeito irritante ou tóxico. Isso porque essas substâncias costumam ser aplicadas por via tópica (local), fazendo parte da composição de loções, pomadas e colírios, ou então como medicamentos de efeito interno que se fixam num determinado órgão.
A grande variedade de agentes anti-sépticos, tanto de origem vegetal e orgânica como sintetizados em laboratório, oferece a possibilidade de se aplicarem produtos de ação geral, como os álcoois ou os derivados iodados, ou agentes específicos adequados às necessidades de cada caso.
No que se refere à aplicação, o comportamento ideal de um anti-séptico consistiria na absoluta ausência de reações secundárias de tipo químico, alérgico ou de outra natureza. Como nenhum anti-séptico possui tal característica, a escolha tem que ser definida em cada caso e, freqüentemente, torna-se necessário recorrer à combinação de diversos agentes em aplicação simultânea ou sucessiva.
Desinfetante
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
A importância do controle dos microrganismos no campo da higiene, da indústria e da agricultura ensejou técnicas para a eliminação dos agentes patogênicos: uma dessas técnicas é a elaboração e a síntese de anti-sépticos.
O anti-séptico se diferencia do desinfetante pelo meio em que atua. Chama-se desinfetante toda substância química que destrua ou iniba o crescimento de microrganismos patogênicos localizados em meios inanimados (empregam-se, conseqüentemente, como produtos de limpeza e para manter o instrumental clínico livre de micróbios). Os anti-sépticos atacam os mesmos agentes, mas quando estes se encontram sobre tecidos vivos (usam-se, portanto, para a higiene corporal e como antimicrobianos em alimentos e remédios).
Os anti-sépticos podem ser microbicidas, se produzem a morte do agente, ou microbiostáticos, se apenas detêm seu crescimento. De acordo com sua função e com o tipo de microrganismos que afetam, distribuem-se em numerosos grupos: bactericidas, fungicidas, bacteriostáticos, protozoostáticos etc.
Além da atividade antimicrobiana, uma substância anti-séptica deve caracterizar-se por apresentar uma série de propriedades: ausência de toxicidade ou de efeito corrosivo; boa solubilidade; adequada estabilidade química, que impeça a decomposição por efeito da luz ou do calor; e fácil penetração nos tecidos.
São três as formas de atuação mais freqüentes dos anti-sépticos. A primeira é a desnaturalização das proteínas e enzimas que constituem a estrutura dos microrganismos, ação desenvolvida pelo álcool etílico e a água oxigenada; a segunda é a alteração da membrana celular, mecanismo ativado por certos sabões e detergentes; e a terceira é a modificação da atividade metabólica mediante indução de mudanças nos ácidos nucléicos, processo que a acridina, por exemplo, desencadeia.
Vários compostos utilizados para obter a anti-sepsia atuam também como desinfetantes. Os destinados ao uso humano são, em geral, os que provocam menor efeito irritante ou tóxico. Isso porque essas substâncias costumam ser aplicadas por via tópica (local), fazendo parte da composição de loções, pomadas e colírios, ou então como medicamentos de efeito interno que se fixam num determinado órgão.
A grande variedade de agentes anti-sépticos, tanto de origem vegetal e orgânica como sintetizados em laboratório, oferece a possibilidade de se aplicarem produtos de ação geral, como os álcoois ou os derivados iodados, ou agentes específicos adequados às necessidades de cada caso.
No que se refere à aplicação, o comportamento ideal de um anti-séptico consistiria na absoluta ausência de reações secundárias de tipo químico, alérgico ou de outra natureza. Como nenhum anti-séptico possui tal característica, a escolha tem que ser definida em cada caso e, freqüentemente, torna-se necessário recorrer à combinação de diversos agentes em aplicação simultânea ou sucessiva.
Desinfetante
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.
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