quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Metabolismo basal.


Quantidade mínima de energia necessária para manter as funções orgânicas vitais. Medida quando o indivíduo está em jejum e em completo repouso, é expressa em calorias por hora e por metro quadrado de superfície corporal. A expressão metabolismo basal designa o mínimo de energia necessária para regular a fisiologia normal de um organismo. Cretinismo -o cretinismo caracteriza-se pela interrupção do desenvolvimento físico e mental, distrofias ósseas e queda na atividade do metabolismo basal. Também conhecido como mixedema congênito, faz-se acompanhar, muitas vezes, de volumoso bócio. O emprego do hormônio tireoidiano, sob a forma de tireóide dessecada, facilita a perda de peso, por aumentar o metabolismo basal. Esse método só deve ser prescrito, no entanto, em casos de hipotireoidismo, a fim de trazer o metabolismo a níveis normais. Quando a temperatura desce abaixo de 36o C, tem-se a hipotermia. Se é acentuada, e faz-se acompanhar de transpiração, palidez, perda parcial da consciência, angústia, freqüência respiratória aumentada (polipnéia), redução de energia, aceleração do pulso e queda da pressão sanguínea, todo esse conjunto compõe o quadro do chamado colapso periférico ou colapso circulatório periférico, situação de grande risco. Toda vez que aparece esse quadro clínico, o médico procura investigar se houve anemia aguda, perfuração de víscera, intoxicações agudas etc.  (normalmente dois graus acima dela). Em determinados animais, como os arganazes, essa redução térmica (hipotermia) ocorre de forma muito rápida, enquanto em outros, como nos esquilos terrestres se dá gradualmente.  Sudoríparas, glândulas. Estrutura orgânica encarregada de secretar o suor através dos poros da superfície da pele.  Suor Mais constante nos casos de fadiga, o suor é por isso mesmo associado a trabalho penoso, mas na realidade ocorre também independentemente dessa condição, seja por estímulos emocionais, mentais ou sensoriais, ou  até mesmo por estímulos gustativos fortes, como a ingestão de pimenta. Suor é a secreção aquosa e incolor que se destila pelos poros na superfície cutânea. Entre seus componentes, o mais importante é o cloreto de sódio (sal comum), cuja taxa depende da quantidade de água ingerida. Dois tipos de glândulas sudoríparas produzem o suor: as apócrinas, localizadas no organismo humano em certas regiões (axilas, mamilos, púbis, grandes lábios, umbigo) e as écrinas, distribuídas no homem por toda a superfície corporal, com maior abundância nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e, de modo diferente, nos animais. As glândulas apócrinas secretam um suor viscoso e lactescente, que desprende ácidos graxos voláteis ao ser atacado por microrganismos presentes na pele, produzindo odor característico. O suor écrino, com 99% de água, é o mais diluído dos líquidos orgânicos, e desempenha papel essencial na termorregulação (função pela qual a temperatura do corpo se mantém constante). Cabe ao sistema nervoso vegetativo o controle da atividade das glândulas sudoríparas. Quando ligado à termorregulação, o suor aparece principalmente na fronte, no lábio superior, no pescoço e no peito; quando resulta de estímulos emocionais, sensoriais ou mentais, manifesta-se nas palmas das mãos, nas plantas dos pés e nas axilas.
Fonte: Internet

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Meningite o que você deve saber?

Meningite (MGT) é uma infecção das membranas (meninges) que recobrem o cérebro por elementos patológicos como: vírus, bactérias, fungos ou protozoários. Quando ocorrer comprometimento concomitante do tecido cerebral, pode ser denominado de meningoencefalite.  Como se adquire?  - A aquisição da infecção está relacionada ao tipo de germe associado. Geralmente, pode estar associado a um quadro infeccioso respiratório, podendo ser viral ou bacteriano, otites (infecção do ouvido) , amigdalites (infecção na garganta), trauma cranioencefálico (germes colonizadores da cavidade nasal podem adentrar a cavidade craniana e contaminar as meninges). Estados de imunossupressão, como aqueles desencadeados pela infecção pelo HIV, podem tornar o indivíduo mais suscetível a apresentar este tipo de doença, principalmente quando a meningite for desencadeada por fungos ou protozoários.  O que se sente?  - O quadro clínico da MGT é caracterizado por: cefaléia intensa, náuseas, vômitos e certo grau de confusão mental. Também há sinais gerais de um quadro infeccioso, incluindo febre alta, mal-estar e até agitação psicomotora. Além disso, podemos observar a tradicional “rigidez de nuca”, um sinal de irritação meníngea. Em crianças, o diagnóstico pode ser mais difícil, principalmente nas menores, pois não há queixa de cefaléia e os sinais de irritação meníngea podem estar ausentes. Nelas, os achados mais freqüentes são: febre, irritabilidade, prostração, vômitos, convulsões e até abaulamento de fontanelas.  Como o médico faz o diagnóstico?  -O diagnóstico é feito pela anamnese e exame físico completo do paciente. A confirmação diagnóstica das meningites é feita pelo exame do líquor, o qual é coletado através de uma punção lombar (retirada de líquido da espinha). Exames de imagem, sobretudo a tomografia de crânio, não são exames de escolha para o diagnóstico das meningites, mas são indicados quando há alteração focal no exame neurológico, ou se há sinais de hipertensão intracraniana (dor de cabeça, vômitos e confusão mental), ou crises convulsivas, no início do quadro, sem sinais infecciosos gerais.  Como se trata?  - O tratamento das meningites agudas é considerado uma emergência, principalmente se a suspeita etiológica for bacteriana. Ele deve ser iniciado o mais rápido possível e com antibióticos administrados via endovenosa, pois o paciente corre o risco de vida e de apresentar seqüelas graves nestes casos. Na suspeita de meningite crônica, como aquela provocada pela tuberculose, o tratamento pode ser administrado via oral, sendo que o mesmo se prolonga por semanas.  Como se previne?  - A prevenção é possível nos casos diagnosticados e com certeza da doença. O uso de máscaras e a profilaxia com antibiótico podem prevenir a meningite das pessoas que estiverem em contato próximo a um paciente que esteja com a infecção.
Fonte: Internet

sábado, 24 de setembro de 2011

Alguns segredos dos ovos


- Compre ovos enriquecidos com ômega-3 - São mais caros, porém mais saudáveis. Em diversos estudos, ácidos graxos ômega-3 demonstraram trazer benefícios para tudo: da saúde mental (melhorando a memória e reduzindo o risco de depressão) ao funcionamento do coração. A dose diária recomendada de ácidos graxos ômega-3 para uma boa saúde é de mais ou menos 450 mg. Pesquisas mostram que muita gente não ingere nem metade disso em sua dieta. Se você come menos do que uma porção de peixe gorduroso, como salmão ou cavalinha, uma vez por semana, é difícil conseguir uma quantidade adequada de ácidos graxos ômega-3. Dessa maneira, usar ovos enriquecidos com esse nutriente vai ajudá-lo a atingir a ingestão ideal.
2 - Congele as claras individualmente - Quantas vezes você só usou as gemas numa receita e guardou as claras, todas juntas, num recipiente, na geladeira? E, quando precisou usá-las, não conseguiu se lembrar de quantas claras havia ou por quanto tempo estavam guardadas. Eis uma maneira melhor de conservá-las. Despeje cada clara num quadradinho de uma bandeja de gelo limpa e congele. A seguir, transfira os cubos congelados para um saco plástico, sele e etiquete, especificando a data em que o saco foi levado ao freezer. Assim fica óbvio quantas claras você armazenou e o tempo. Descongele de um dia para o outro, na geladeira. Para deixar uma omelete mais leve, acrescente várias claras para os ovos inteiros que você usar. Claras que já foram congeladas dão bons merengues ou claras em neve, embora não atinjam volume tão grande quanto as frescas. (Fonte: Dicas Secretas – Reader’s Digest)

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

O RISO DAS VACAS



 VOCÊ TEM DUAS VACAS

CAPITALISMO IDEAL
Você tem duas vacas.
Vende uma e compra um boi.
Eles multiplicam-se, e a economia cresce.
Você vende a manada e aposenta-se. Fica rico!

CAPITALISMO AMERICANO
Você tem duas vacas.
Vende uma e força a outra a produzir o leite de quatro vacas.
Fica surpreso quando ela morre.

CAPITALISMO JAPONÊS
Você tem duas vacas.
Redesenha-as para que tenham um décimo do tamanho de uma vaca normal e produzam 20 vezes mais leite.
Depois cria desenhinhos de vacas chamados Vaquimon e vende-os para o mundo inteiro.

CAPITALISMO BRITÂNICO
Você tem duas vacas.
As duas são loucas.

CAPITALISMO HOLANDÊS
Você tem duas vacas.
Elas vivem juntas, em união de facto, não gostam de bois e tudo bem.

CAPITALISMO ALEMÃO
Você tem duas vacas.
Elas produzem leite regularmente, segundo padrões de quantidade e horário
previamente estabelecido, de forma precisa e lucrativa.
Mas o que você queria mesmo era criar porcos.

CAPITALISMO RUSSO
Você tem duas vacas.
Conta-as e vê que tem cinco.
Conta de novo e vê que tem 42.
Conta de novo e vê que tem 12 vacas.
Você pára de contar e abre outra garrafa de vodca.

CAPITALISMO SUÍÇO
Você tem 500 vacas, mas nenhuma é sua.
Você cobra para guardar as vacas dos outros.

CAPITALISMO ESPANHOL
Você tem muito orgulho de ter duas vacas.
CAPITALISMO BRASILEIRO
Você tem duas vacas.
E reclama porque o rebanho não cresce…
CAPITALISMO HINDU
Você tem duas vacas.
Ai de quem tocar nelas.

CAPITALISMO PORTUGUÊS
Você tem duas vacas.
Foram compradas através do Fundo Social Europeu.
O governo cria O IVVA – Imposto de Valor Vacuum Acrescentado.
Você vende uma vaca para pagar o imposto.
Um fiscal vem e multa-o, porque embora você tenha pago correctamente o IVVA, o valor era pelo número de vacas presumidas e não pelo de vacas reais.
O Ministério das Finanças, por meio de dados também presumidos do seu
consumo de leite, queijo, sapatos de couro, botões, presume que você tenha 200 vacas.Para se livrar do sarilho, você dá a vaca que resta ao inspector das finanças para que ele feche os olhos e dê um jeitinho…

Todos os créditos ao blog O GUARDIÂO

DNA de Aborigene Australino é completado.


O primeiro sequenciamento do genoma de um aborígene australiano, revelado esta quinta-feira por cientistas europeus, revelou que seus antepassados chegaram à Ásia há 70.000 anos, após deixarem a África, muito antes dos povos que colonizaram a Eurásia.
O sequenciamento, feito a partir de uma mecha de cabelo doado por um aborígene no começo do século XX, indica ainda que este povo pode ter chegado à Austrália há 50.000 anos. Seria, assim, uma das populações fora da África que habita a mesma terra há mais tempo no mundo.
"Os aborígenes da Austrália descendem dos primeiros exploradores humanos (...) e foram os primeiros humanos modernos a atravessar territórios desconhecidos na Ásia antes de se dirigir para a Austrália", explicou o professor Eske Willerslev, da Universidade de Copenhague, principal autor desta pesquisa.
"Esta viagem extraordinária exigiu talentos excepcionais de sobrevivência e grande coragem", acrescentou, destacando que nesse período, os antepassados dos europeus e os asiáticos atuais ainda estavam na África ou no Oriente Médio, esperando para empreender a conquista da Eurásia.
Segundo os cientistas, cujo estudo será publicado na edição desta sexta-feira da revista Science, os antepassados dos aborígenes australianos provavelmente deixaram a África pelo menos 24.000 anos antes das tribos das quais descendem os europeus e asiáticos atuais.
Os cientistas puderam comparar o genoma do aborígene sequenciado com outros 79 genomas de asiáticos, europeus e africanos modernos.

Fonte: Yahoo.Mail

Curativo de óleo de açaí acelera regeneração da pele

Pesquisadores da USP desenvolveram curativo com óleo do açaí
Pesquisadores da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram um curativo feito com óleo de açaí que promete acelerar a regeneração da pele em casos de queimaduras e doenças, como dermatite, escamações e ressacamento. Além da fruta, o curativo é feito com um hidrogel gelatinoso que contém 90% de água, o PVP (polivinilpirrolidona).

O açaí é rico em Ômega 3 e antioxidantes, que aceleram o processo de regeneração da pele. Por outro lado, o hidrogel é rico em água e hidrata ferimentos e tecidos ressecados. “A idéia inicial era unir os benefícios do óleo açaí, que é rico em ácidos graxos essenciais e com um grande poder de regeneração do tecido epitelial, com os hidrogenes PVP, que são os curativos que apresentam bons resultados em casos como queimaduras”, comenta a responsável pelo estudo, Ana Carolina Henriques Machado.

Unir o açaí ao PVP foi o principal avanço da pesquisa da USP, já que eles são insolúveis como água e óleo. A mistura é realizada graças à radiação controlada, que une as moléculas.

O material foi testado em animais e os resultados foram satisfatórios, segundo Ana Carolina. Os pesquisadores aguardam mais testes in Vectra e in vivo para a implementação em humanos. “Os testes foram animadores. Eles demonstraram que o sistema foi eficiente na liberação do ativo de açaí e que o produto tem grande potencial de mercado e custo reduzido”, finalizai Ana.

Fonte: Yahoo Mail

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Malária


Por sua estreita vinculação com os fatores ambientais, a malária, também chamada impaludismo e maleita, assume a forma endêmica nas áreas úmidas ou pantanosas infestadas pelos mosquitos que a transmitem. Constitui grave problema de saúde, quando os cuidados profiláticos são inexistentes ou insuficientes.Malária é a doença infecciosa causada pela presença no sangue de protozoários do gênero Plasmodium, transmitidos pela picada de mosquitos infectados. Caracteriza-se, em geral, por febre intermitente, que se apresenta sob as formas conhecidas como terçã maligna, terçã benigna, quartã e oval. Tais formas, porém, às vezes são tão semelhantes quanto à sintomatologia que, de acordo com a Organização Pan-Americana de Saúde (1970), dificilmente se podem distinguir sem exames de laboratório. A forma mais grave, a terçã maligna, apresenta quadro clínico variável, inclusive febre não recorrente, calafrios, suor, dor de cabeça, icterícia, transtornos de coagulação, choque, insuficiência renal, encefalite aguda e coma. Nesse caso, o tratamento deve ser imediato, já que esses sintomas podem causar complicações irreparáveis. Em crianças não tratadas e adultos não imunes, os casos fatais podem chegar a dez por cento. Nas demais formas, em geral, não há perigo para a vida do paciente, a não ser nos casos de doentes muito jovens ou portadores de doenças concorrentes. Os sintomas incluem mal-estar indefinido, seguido de calafrios e rápida elevação da temperatura, quase sempre com cefaléia e náuseas, que culminam com suor abundante. Após um intervalo sem febre, repete-se o ciclo. Pode ocorrer febre cotidiana, em geral nos casos de dupla infecção; febre em dias alternados (terçã) ou com intervalos de dois dias (quartã). Uma crise inicial sem tratamento pode durar de um mês a mais, e as recaídas, freqüentes, podem repetir-se durante anos, a intervalos irregulares. O diagnóstico deve ser confirmado por exame de laboratório, que demonstre a presença do parasito no sangue. Pode ser necessário repetir o exame. O que oferece maiores condições de segurança é o do método da gota espessa: o parasito nem sempre é visível nos casos de preparações com amostras retiradas de pacientes em tratamento ou que tenham passado por tratamento. Os anticorpos, evidenciados mediante a prova dos anticorpos fluorescentes, persistem muitos anos após a infecção. Em numerosos países, a malária epidêmica praticamente desapareceu. Mesmo em muitas regiões tropicais, a incidência foi reduzida devido a programas de combate ao mosquito ou de controle das condições ambientais propícias a sua reprodução. Em lugares em que essas medidas foram suspensas, as taxas de incidência atingiram proporções de epidemia. A malária ainda constitui importante problema de saúde pública em muitas regiões tropicais ou subtropicais da África, Ásia, América Central e do Sul e Pacífico sul. No Brasil, uma área equivalente a cerca de 85% do território nacional ainda se mostra sujeita ao aparecimento da malária. O P. falciparum é o agente transmissor da terçã maligna; o P. vivax transmite a forma benigna; o P. malariae é o agente da modalidade quartã e o P. ovale é o transmissor da forma oval -- a menos comum, inexistente no Brasil. Nas zonas endêmicas, ocorrem infecções mistas. O homem é o hospedeiro mais importante desses protozoários. Os macacos superiores (pongídeos, como o chimpanzé) são infectados com o P. malariae. Nos macacos em geral, ocorrem formas de infecção pelo P. knowlesi e P. cynomolgi. A malária é transmitida pela fêmea do Anopheles darlingi, mosquito encontrado no planalto central brasileiro e na bacia amazônica. O mosquito ingere sangue humano que contém plasmódios sob a forma de gametócitos e atua como hospedeiro definitivo. Os parasitos transformam-se em esporozoítos num prazo de 8 a 35 dias, de acordo com a espécie do parasito e a temperatura a que o inseto se acha exposto. Concentrados nas glândulas salivares, são injetados toda vez que o mosquito se alimenta de sangue. Os gametócitos aparecem no sangue do hospedeiro suscetível três a 14 dias depois do começo dos sintomas, de acordo com a espécie de parasito. A malária também pode ser transmitida por injeções ou transfusão de sangue de pessoa infectada ou, ainda, por seringas hipodérmicas contaminadas. Também é possível, em muitos casos, a transmissão congênita. A suscetibilidade à malária é universal e pode diminuir como decorrência de infecção prévia. Nas coletividades altamente endêmicas, onde a exposição ao mosquito persiste por muitos anos, pode-se desenvolver tolerância à infecção. Os africanos negros apresentam resistência racial ao P. vivax. Os sintomas ocorrem mais freqüentemente em grupos etários mais baixos, pois os adultos das zonas endêmicas tornam-se mais resistentes à infecção. Nas epidemias, os grupos suscetíveis se tornam mais amplos, ao se acrescentarem novos contingentes de infectados. A primeira medida preventiva contra a doença é o controle dos pacientes, dos contatos e do meio ambiente imediato. A aplicação de inseticidas de ação residual (hidrocarburetos clorados, como o DDT, o hexacloreto de benzeno ou o dieldrin), em fórmulas e doses adequadas nas paredes internas das casas e superfícies em que os mosquitos pousam habitualmente, é considerada eficaz como medida de controle. Em caso de resistência, podem ainda ser usados os inseticidas organofosfatados ou compostos de carbamatos, que têm a inconveniência de, em certas fórmulas, serem mais tóxicos para o homem. A pulverização com esses produtos deve incluir toda a área de incidência e ser repetida até baixarem os índices endêmicos. A vigilância pode eliminar os parasitos residuais no homem. Nos casos de epidemia, é necessário investigar em primeiro lugar sua natureza e extensão. A pulverização de inseticidas, o tratamento imediato dos casos agudos e o emprego de medicamentos supressivos, como a cloroquina e o quinino, são indicados. Em casos extremos, emprega-se a quimioterapia profilática em massa.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Entomologia


Sobretudo em virtude de sua nocividade, os insetos são mais importantes para a sobrevivência do homem do que qualquer outro grupo do reino animal.
Estudo científico dos insetos, a entomologia tem como objeto a maior classe animal existente, com aproximadamente 700.000 espécies conhecidas e talvez outras tantas ainda não registradas pela ciência.
Segundo o modo pelo qual se estudam os insetos, a entomologia divide-se em pura e aplicada (ou econômica); nessa última se inclui o estudo das espécies daninhas e das úteis. Os insetos daninhos podem causar prejuízos à economia, atacando plantas cultivadas, animais domésticos e o próprio homem, diretamente ou como vetores de germes patogênicos; os insetos úteis são os que produzem o mel, a cera, os fios de seda, os materiais corantes e os que se empregam no combate às pragas. Encarada desses diferentes ângulos, a entomologia econômica pode ser subdividida em entomologia agrícola, que abrange o controle biológico e a toxicologia dos inseticidas, em entomologia médica e veterinária, em apicultura e em sericicultura. Há ainda estudos de pesquisa pura, que buscam a aquisição de informações básicas sobre os insetos e seus ciclos vitais.
Aristóteles, no século IV a.C., estudou os insetos e observou que têm o corpo dividido (cortado) em três seções. Dessa noção de corte deriva a palavra éntoma, "inseto", da qual a ciência recebeu seu nome. Aristóteles descreveu muitos aspectos da história natural dos insetos, que ficaram ignorados até 1602, quando o italiano Ulisse Aldrovandi publicou o importante tratado De animalibus insectis... (Tratado dos insetos). O advento do microscópio, em meados do século XVII, permitiu muitas descobertas sobre a anatomia dos insetos. No século XVIII teve início a moderna classificação desses animais. Um marco importante foi Mémoires pour servir à l'histoire des insectes (Notas sobre a biologia dos insetos), do biólogo francês René Antoine Feachault de Réaumur, cujo primeiro volume surgiu em 1734. Lineu foi o primeiro a aplicar a nomenclatura binominal aos animais, em seu Systema naturae, que simplificou a nascente nomenclatura das espécies entomológicas.
Boa parte da entomologia moderna está ainda no estágio descritivo da taxionomia; mesmo em grupos já bastante estudados, como borboletas e mariposas (Lepidoptera), continuamente se descobrem novas espécies. Muitas vezes é extremamente difícil identificar as várias fases da vida de grupos de insetos que apresentam metamorfose completa, ou seja, uma profunda mudança estrutural, da larva ao adulto.
Em geral se conhece melhor a biologia de um inseto nocivo importante do que a de outros membros da mesma família mais obscuros e menos predadores. Órgãos governamentais de agricultura, por meio de universidades e centros de pesquisas, investem recursos apreciáveis no estudo dos insetos nocivos, a fim de determinar os melhores meios de controle.
Abelha; Apicultura; Bicho-da-seda; Borboletas e    mariposas; Formiga; Insetos; Praga (agricultura)
©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

Bioquímica


Situada na área fronteiriça entre as ciências biológicas e físicas, a bioquímica lança mão de muitas técnicas comuns à fisiologia, à química analítica, orgânica e à físico-química. Tamanho foi seu desenvolvimento que a bioquímica superou sua anterior condição de ciência aplicada e ganhou um lugar entre as ciências puras ou teóricas.
Bioquímica significa, literalmente, química da vida. Estuda, portanto, as substâncias e os processos químicos que ocorrem nas plantas, animais e microrganismos. Especificamente, envolve a determinação quantitativa e a análise estrutural dos compostos orgânicos que formam os componentes básicos da célula (proteínas, carboidratos e lipídios) e daqueles que desempenham papel-chave em reações químicas vitais para a vida. A bioquímica dedica-se ademais ao estudo de todas as mudanças químicas, de complexa interação, que ocorrem no interior da célula -- ou seja, as que se referem à síntese das proteínas, à conversão do alimento em energia e à transmissão de características hereditárias.
No desenvolvimento da bioquímica como disciplina autônoma intervieram como fatores principais o campo específico de que ela se ocupa e a diferenciação dos métodos que emprega. Seu objetivo consiste em determinar as estruturas moleculares encontradas nos organismos vivos, e a maneira como essas estruturas reagem e evoluem, tanto isoladamente como em suas combinações. Para isso adotaram-se determinadas abordagens pelas quais os organismos são estudados em sua integridade ou fracionados em diferentes graus.
Parte-se do nível de organização mais complexo, o organismo como um todo, e desce-se até o mais simples, a molécula. Para isso, empregam-se métodos de exatidão e sensibilidade crescentes, que podem ser puramente físicos (como os das chamadas substâncias traçadas), químicos (como os processos de separação molecular) e biológicos (como os provinientes da genética).
Todas as mudanças químicas que ocorrem nos organismos são englobadas no conceito geral de metabolismo e vão desde a degradação das substâncias, geralmente para obter energia, até a formação das moléculas complexas, necessárias aos processos vitais. As mudanças químicas dependem da ação de enzimas, que são catalisadores orgânicos, isto é, substâncias que desencadeiam os processos sem neles interferir. Esses processos, por sua vez, devem sua existência ao conteúdo genético da célula.
É cada dia maior o número de fenômenos celulares que devem sua explicação ao estudo bioquímico, o que levou alguns biólogos a sustentarem que o enfoque químico é o mais importante da ciência biológica. Outros assinalam que as moléculas dos organismos vivos são regidas não apenas pelos princípios físicos e químicos que determinam o comportamento de todas as moléculas, como também por um conjunto de princípios evolutivos independentes de sua constituição química e conhecido como lógica molecular da vida.
História. Embora seja uma ciência de desenvolvimento relativamente recente e só tenha recebido sua denominação nos primeiros anos do século XX, a bioquímica tem origens mais antigas. Observam-se em sua genealogia duas linhas principais. Uma provém da medicina e da fisiologia: deriva das pesquisas sobre a composição química do sangue, da urina e dos tecidos em sua relação com os estados patológicos. A outra procede da química orgânica e dos estudos sobre a estrutura dos compostos orgânicos naturais.
Dois fatos fundamentais intervieram na gênese da bioquímica como ciência independente. Um deles é o reconhecimento dos sistemas multienzimáticos como unidades catalíticas nos principais processos metabólicos. O outro é o de que a herança, aspecto fundamental da biologia, se assenta numa base molecular racional. Os primórdios da pesquisa bioquímica estão nas especulações sobre o papel do ar na utilização dos alimentos e na natureza da fermentação. Leonardo da Vinci foi um dos iniciadores desses estudos, por haver comparado o processo da nutrição animal à combustão de uma vela.
Entretanto, os verdadeiros avanços nessa direção só se registraram com o desenvolvimento da química, na passagem do século XVII para o XVIII. O inglês Robert Boyle questionou as bases da química de seu tempo e sustentou que o objetivo dessa ciência era determinar a composição das substâncias; Joseph Priestley descobriu o oxigênio; e Lavoisier demonstrou que os animais requerem esse elemento em sua respiração. Também foi Lavoisier o primeiro a medir o consumo de oxigênio de um ser humano e a reconhecer que a fermentação é um processo químico.
Apesar dessas descobertas decisivas, o progresso da bioquímica encontrou um obstáculo na teoria do vitalismo, doutrina de origem alemã segundo a qual as transformações da matéria nos organismos vivos não se sujeitavam às leis químicas e físicas que se aplicam às substâncias inanimadas. Os vitalistas afirmavam que todos os objetos naturais eram seres autônomos e que seu movimento e seu desenvolvimento provinham de uma força vital interna.
Duas grandes figuras da ciência do século XIX, o alemão Justus von Liebig e o francês Louis Pasteur, deram um salto qualitativo na história da pesquisa científica, ao deixarem claro o êxito da aplicação da química ao estudo da biologia. A grande contribuição de Liebig consistiu na descrição dos grandes ciclos químicos na natureza e ao desenvolvimento de técnicas de análise quantitativa aplicadas a sistemas biológicos. Pasteur, por sua vez, entrou para a história da ciência por sua demonstração de que a fermentação é provocada por microrganismos, com o que destruiu a hipótese da geração espontânea. A natureza dos fermentos de Pasteur, oportunamente denominados enzimas, não foi conhecida até 1926, ano em que o bioquímico americano James Batcheller Sumner pela primeira vez conseguiu cristalizar uma enzima, a uréase.
A partir dessa data, as descobertas se multiplicaram: apresentam especial relevância os trabalhos de Oswald Avery, Colin M. Macleod e Maclyn McCarthy, que em 1944 analisaram as transformações bacterianas ocasionadas pelo ácido desoxirribonucléico (ADN), e a postulação de James Dewey Watson e Francis Harry Campton Crick, em 1953, do modelo de estrutura de dupla hélice para o ADN. Mais tarde houve avanços na síntese química de proteínas, na elaboração de mapas detalhados da disposição dos átomos em algumas enzimas e na análise dos mecanismos da regulação metabólica, inclusive a ação molecular dos hormônios.
Alcance da bioquímica. As propriedades e faculdades dos organismos multicelulares podem ser estudadas em função das características das células individuais que os compõem e, por sua vez, o comportamento de cada célula individual pode ser compreendido de acordo com a estrutura e com as mudanças que nela se produzem. Quando tiverem sido descritas e compreendidas todas as alterações químicas que se podem produzir nas células, o homem terá alcançado um conhecimento completo dos mecanismos que regem a vida.
Composição química da matéria viva. Quimicamente, as substâncias orgânicas (isto é, a matéria viva) são compostos de carbono ou, em outras palavras, compostos cujas principais ligações químicas unem vários átomos de carbono com outros átomos de carbono e de hidrogênio. As células contêm uma grande variedade de compostos orgânicos, em geral muito mais complexos do que o resto das substâncias químicas. Além do carbono, do hidrogênio e do oxigênio, fazem parte da matéria orgânica o nitrogênio, o fósforo, o enxofre e alguns outros elementos.
Os compostos orgânicos que se encontram em todo tipo de célula são: os carboidratos, também chamados hidratos de carbono, as gorduras e seus derivados, as proteínas, e os nucleotídeos. Os carboidratos são moléculas com átomos de carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O), e sua fórmula geral é Cx (H2O)}y, onde x e y são números inteiros. Como grupo, os carboidratos desempenham na célula duas funções de fundamental importância: constituem a armação estrutural da substância celular e atuam como combustível no processo da respiração. Alguns dos mais abundantes são o amido, os açúcares (glicose, lactose, frutose) e a celulose. A importância dos carboidratos na respiração e na contração muscular foi detidamente estudada durante a década de 1950.
As gorduras e seus derivados se conhecem coletivamente pelo nome de lipídios e, assim como o grupo anterior, se compõem de carbono, hidrogênio e oxigênio. Sua fórmula geral é:

em que R é um radical de hidrocarboneto. Os lipídios são importantes por sua condição de armazenadores das substâncias de reserva e desempenham papel significativo na composição estrutural das células. Estes princípios bioquímicos são ésteres de ácidos graxos de elevado peso molecular que, como traços químicos mais significativos, apresentam insolubilidade na água e solubilidade no álcool, acetona, éter, benzeno e outros solventes orgânicos.
A acumulação  de placas de gorduras pode gerar arteriosclerose, isto é, endurecimento das artérias. As proteínas com polímeros (moléculas com unidades estruturais repetidas) são compostas por frações moleculares denominadas aminoácidos. Todas elas contêm nitrogênio. A formação de uma proteína é análoga à formação de palavras e frases a partir das letras de um alfabeto e, não sendo necessária uma configuração linear, pode produzir-se uma ramificação em qualquer direção. Em vista disso, o número teórico de possíveis proteínas é quase ilimitado. Dada sua especificidade, existem nos organismos em verdadeira multidão funcional, atuando como elementos estruturais, anticorpos ou biocatalisadores.
Os nucleotídeos, finalmente, são complexos moleculares de três unidades: um grupo fosfato, um açúcar pentose (contém cinco átomos de carbono por molécula) e uma base nitrogenada. Essas substâncias revelam-se essenciais para a síntese de proteínas e para transmitir-se a informação hereditária de uma geração à geração seguinte. Blocos construtivos de grandes moléculas, os nucleotídeos desempenham três funções essenciais: são enzimas, portadores de energia e formadores de sistemas genéticos. Entre os de função genética, cabe mencionar os que formam as seqüências dos ácidos ribonucléico (ARN) e desoxirribonucléico (ADN), mediadores da herança dos genes.
Metabolismo. Em termos gerais, pode-se afirmar que o metabolismo corresponde a algo como o funcionamento de uma maquinaria viva. Suas três funções principais são a nutrição, a respiração e a síntese. Em todos os organismos a nutrição inclui a assimilação de matérias-primas ou "nutrientes" e a distribuição interna destes, de modo que o alimento chegue a cada uma das células. A matéria celular construída pelas plantas mediante a fotossíntese serve de base à nutrição de todos os animais.
Por outro lado, a respiração celular é o processo pelo qual a energia química dos nutrientes orgânicos se torna aproveitável para as células vivas. Nesse processo, as ligações químicas das moléculas nutritivas se rompem, e a energia da ligação fica à disposição do trabalho metabólico. Finalmente, a síntese consiste, de um ponto de vista muito geral, na inversão do resultado da decomposição oxidativa da respiração. Os produtos formados nas sucessivas etapas da respiração utilizam-se como materiais de partida nas reações de síntese. Além da fotossíntese nas células vegetais, os processos mais significativos relacionados com esse fenômeno são as sínteses de proteínas e as de ácidos nucléicos.
Metodologia e instrumentação. Para conhecer o que ocorre num organismo vivo, a primeira aproximação é a análise dos materiais que ele consome (alimento, oxigênio) e de suas excreções. Com essa finalidade, desenvolveram-se diversos métodos químicos. Em relação à cor das reações, empregam-se espectrofotômetros, que medem os comprimentos de onda das soluções. As técnicas gasométricas servem para quantificar o oxigênio e o dióxido de carbono que se produzem na respiração. A centrifugação é utilizada para isolar as partes individuais de uma célula (núcleo, mitocôndrias, ribossomos, membranas, lisossomos) e para separar uma proteína de outra em misturas complexas.
Por sua vez, a eletroforese aproveita a carga elétrica das moléculas biológicas para separá-las, e a cromatografia se baseia nos diferentes teores de solubilidade das substâncias em dissolventes aquosos e orgânicos. Por último, o emprego de isótopos (elementos pesados ou radiativos) permite fixar a trajetória dos compostos biológicos e seguir seu caminho no metabolismo. Trata-se dos chamados isótopos traçadores.
Ácidos nucléicos; Metabolismo
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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Neurologia



Como especialidade independente, a neurologia é relativamente recente, pois até meados do século XIX estava vinculada à medicina interna. Sua evolução no sentido da individualização é devida principalmente às pesquisas de médicos e cientistas como Charcot, Golgi, Ramón y Cajal e Charles Scott Sherrington.
Neurologia é a especialidade médica que estuda as doenças do sistema nervoso central, periférico e autônomo. Não existem, contudo, limites nítidos entre a neurologia e algumas outras especialidades, pois o organismo funciona como um todo integrado, em que alterações de um determinado sistema podem afetar outro. Assim, ao lado de afecções puramente neurológicas, existem outras em que o comprometimento do sistema nervoso é secundário ao de estruturas não neurológicas.
História. As doenças nervosas, estudadas desde os tempos de Hipócrates, só foram descritas com rigor nas últimas décadas do século XIX. Duas escolas se destacaram nos primórdios da especialidade: a francesa, de Jean-Martin Charcot, titular da primeira cátedra de doenças nervosas criada na Sorbonne, em Paris, em 1882. Alinharam-se com os conceitos dessa escola Jules Déjerine, estudioso de diversas síndromes neurológicas, e os irmãos Pierre-Marie e Joseph Babinski, que deram importantes contribuições ao estudo das doenças do cérebro e da medula espinhal. A outra grande escola neurológica, cuja influência perduraria por décadas, foi a britânica. Se a francesa caracterizou-se pelo caráter revolucionário de sua orientação, a escola britânica teve como traço principal a extrema minúcia de seus estudos. Alguns dos ilustres neurologistas que dela fizeram parte foram Sherrington, Charles Bell, John Hughlings Jackson e Henry Head.
Mais tarde, a neurologia diferenciou-se em outras disciplinas subordinadas, a partir do trabalho de pesquisadores como Golgi, Ramón y Cajal, Walter Edward Dandy (inventor da ventriculografia e do pneumoencefalograma) e Antonio Egas Moniz, precursor da radiografia de vasos sangüíneos, ou angiografia.
Do progresso da pesquisa científica no domínio da neurologia resultou sua divisão em três subespecialidades: (1) a neuropediatria, à qual, dadas as características especiais do desenvolvimento nervoso infantil, corresponde uma parte muito delicada da medicina, a do estudo da formação e das primeiras fases do desenvolvimento neuronal; (2) a neurologia clínica propriamente dita, que se ocupa da anatomia, da fisiologia e da patologia do sistema nervoso; e (3) a neurocirurgia, conjunto de técnicas cirúrgicas destinadas à reparação de lesões do sistema nervoso, e que, em determinados aspectos, quando útil para o tratamento de alterações mentais, se vincula à neuropsiquiatria.
Doenças e lesões neurológicas. Entre as doenças neurológicas, o grupo de maior incidência quanto à mortalidade é o dos acidentes vasculares cerebrais (AVC), causados pela irrigação sangüínea anormal do cérebro. Os AVCs agrupam uma série de processos de mau prognóstico, produzidos por interrupção do fluxo sangüíneo ao encéfalo. Entre eles figuram a trombose (formação de um coágulo sangüíneo no interior de um dos vasos que irrigam o cérebro, com mortalidade de vinte por cento dos pacientes, aproximadamente); a embolia (brusca obstrução de um vaso por ação de um corpo estranho na corrente); e a hemorragia cerebral (derrame sangüíneo no cérebro), quase sempre em conseqüência de arteriosclerose e hipertensão arterial. Têm menor incidência os acidentes vasculares cerebrais decorrentes de encefalopatia hipertensiva, e a hemorragia subaracnóide, resultante de ruptura de um aneurisma (dilatação, em forma de saco, de um vaso).
Doenças desmielinizantes. A destruição eletiva e aparentemente primária das bainhas de mielina dos neurônios, com relativa preservação do axônio e da célula nervosa, caracteriza as doenças desmielinizantes. Entre elas incluem-se a esclerose múltipla, a neuromielite óptica, as encefalites e as mielites resultantes de complicações pós-infecciosas e as complicações nervosas das vacinações.
Mal de Parkinson. A síndrome parkinsoniana, ou paralisia agitante, é uma doença caracterizada por tremores, rigidez muscular e diminuição da atividade motora espontânea. O quadro clínico, descrito pelo médico britânico James Parkinson em 1817, costuma aparecer de maneira progressiva. A maioria das pessoas afetadas começa a manifestar os sintomas entre os cinqüenta e os setenta anos.
Síndromes coréicas. As diferentes manifestações da coréia (doença nervosa caracterizada por movimentos irregulares e involuntários) têm como traço comum as contrações musculares relacionadas com estados depressivos, perturbações mentais e irritabilidade anormal. Dentre os estados patológicos mais característicos desse grupo figuram a coréia de Sydenham, popularmente conhecida por dança-de-são-vito ou de são-guido; a coréia de Huntington, que acomete indivíduos de idade avançada e é de evolução degenerativa; e a coréia crônica, também mais freqüente em anciãos, que tem como sintomas específicos, transtornos de linguagem e estados de demência.
Micoses do sistema nervoso. São numerosas as espécies de fungos que, tal como ocorre em outros órgãos, atuam também como parasitos do sistema nervoso central. Entre as mais freqüentes afecções desse tipo figuram a candidíase, produzida pela Candida albicans; a criptococose, ou blastomicose européia, cujo agente desencadeador é o fungo Cryptococcus neoformans, e que causa a hipertensão intracraniana; e a paracoccidioidomicose, ou blastomicose sul-americana.
Neurocisticercose. Doença resultante da infestação, ou invasão do sistema nervoso por um parasito macroscópico -- o cisticerco (forma larvária da tênia, Taenia solium) --, a neurocisticercose se define por um conjunto de manifestações psíquicas, de acordo com o número de parasitos presentes, de sua localização, tipo, tamanho etc. As formas clínicas mais comuns são hipertensivas, convulsivas, com manifestações neurológicas permanentes (focais ou difusas) e psíquicas.
Neuroinfecções. Quando bactérias ou vírus que penetraram no organismo alcançam o sistema nervoso, ocorrem quadros clínicos geralmente graves, que devem ser tratados com doses maciças de antibióticos. Nesse grupo de doenças estão a neurotuberculose -- causada por ação do bacilo de Koch, Mycobacterium tuberculosis, em tecidos nervosos, e que afeta predominantemente crianças de até três anos -- e a neurossífilis, provocada pela bactéria Treponema pallidum, agente da sífilis. Têm também origem infecciosa numerosas doenças neurológicas, tais como as encefalites e as encefalomielites, geralmente de natureza virótica.
Cefaléias, traumatismos e tumores. A cefaléia, ou dor de cabeça, é sintoma comum de diversas lesões e doenças que afetam predominantemente os seios venosos, a artéria meníngea média e as outras grandes artérias cerebrais, parte da dura-máter, assim como o polígono de Willis, círculo arterial da base do cérebro. O crânio, o parênquima cerebral, grande parte da dura-máter e as leptomeninges, entre outras estruturas, são insensíveis à dor. Entre as principais causas da dor de cabeça estão a tensão provocada por um esforço dos músculos faciais, do pescoço ou do couro cabeludo, e a dilatação dos vasos sangüíneos locais, que resulta no aumento da tensão de suas paredes.
Os traumatismos cranioencefálicos ou os raquimedulares, segundo afetem a cavidade craniana ou a medula espinhal, são conseqüência de acidentes e lesões por agentes de natureza diversa. Os primeiros serão diretos (se forem devidos a um impacto perpendicular ou oblíquo sobre o crânio), ou indiretos (decorrentes de ação compressiva sobre a caixa craniana, que produz fraturas irradiadas). Também os raquimedulares podem ser de dois tipos: abertos, quando há abertura do revestimento cutâneo (caso dos ferimentos causados por arma branca ou arma de fogo) e fechados (quando a lesão medular é interna).
Como ocorre no caso dos traumatismos, a neurocirurgia é a forma habitual de tratamento de outro dos grandes grupos de doenças neurológicas, o dos tumores cerebrais. Quando não é possível retirar o tecido tumoral, emprega-se a radioterapia. A sintomatologia mais freqüente dos vários tipos de tumores cerebrais (neuroepiteliais, mesodérmicos, ectodérmicos, por malformações e metástases) inclui crises convulsivas focais e generalizadas, afasia, transtornos cerebelares e paralisias de nervos cranianos. Podem surgir outros sintomas específicos, de acordo com a localização do tumor.
Alzheimer, mal de; Cérebro; Dor de cabeça;    Encefalite; Epilepsia; Esclerose múltipla;    Meningite; Nervoso, sistema
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Microbiologia


A vida humana está intimamente relacionada com os microrganismos, abundantes no solo, no mar e no ar. Invisíveis a olho nu, esses seres oferecem fartas evidências de sua existência -- muitas vezes de forma desfavorável, quando deterioram objetos valorizados pelo homem e provocam doenças, ou benéfica, quando fermentam álcool para a fabricação de vinho e cerveja, levedam o pão e produzem os derivados do leite. De incalculável valor na natureza, os microrganismos também decompõem restos vegetais e animais para transformá-los em gases e elementos minerais recicláveis por outros organismos.
Microbiologia é a ciência que estuda os microrganismos, seres vivos de tamanho microscópico que pertencem a classes e reinos diversos e entre os quais estão os protozoários, as algas microscópicas, os vírus, as bactérias e os fungos. Pela dificuldade em classificá-los como plantas ou animais, os microrganismos são às vezes agrupados separadamente como protistas, seres de vida primitiva. A microbiologia pode ser dividida em disciplinas específicas: a bacteriologia, que se ocupa do estudo das bactérias; a virologia, que pesquisa os vírus e rickéttsias; e a protozoologia, que estuda os protozoários, as algas e os fungos. De outro ponto de vista, pode ser classificada em teórica, ou pura, e prática, ou aplicada. A microbiologia aplicada divide-se ainda, de acordo com as especialidades, em médica, industrial, agrícola e alimentar.
Interesse biológico. Muitas bactérias e vírus produzem graves doenças nos animais, em especial nos seres humanos, como cólera, peste, difteria, tifo, sífilis, tuberculose etc. Os vírus causam poliomielite, herpes e hidrofobia (raiva), entre outras doenças. Mas há bactérias que interferem de forma positiva em sistemas essenciais à sobrevivência humana. Elas estão envolvidas, por exemplo, em processos industriais como a fermentação alcoólica e a do leite, além da produção de antibióticos e diversos compostos químicos. Intervêm ainda nos ciclos naturais do carbono e do nitrogênio.
Um dos estudos mais recentes sobre os microrganismos é a investigação de sua possível ocorrência no espaço sideral e em outros planetas além da Terra. Ramo da exobiologia, a microbiologia espacial pesquisa os microrganismos como fornecedores de alimento e oxigênio no ambiente fechado das naves espaciais.
Abordagem histórica. A partir do século XIII, atribuiu-se a organismos invisíveis a responsabilidade pelo surgimento de algumas doenças. Em 1546, Girolamo Fracastoro defendeu, em seu livro De contagione et contagiosis morbis (Sobre os contágios, as doenças contagiosas) a idéia segundo a qual o contágio se deve a agentes vivos. A microbiologia como ciência só começou, porém, com a invenção e o aprimoramento do microscópio. Embora não tenha sido o primeiro a observar o mundo microscópico, o holandês Antonie van Leeuwenhoek, comerciante e hábil construtor de lentes, foi, no final do século XVII, o primeiro a registrar descrições adequadas de suas observações, excelentes pela qualidade excepcional de suas lentes. Leeuwenhoek comunicou suas descobertas sobre os "animálculos" numa série de cartas enviadas à Royal Society de Londres, em meados de 1670.
No século XVII, ainda exercia grande influência sobre os cientistas o conceito de geração espontânea de vida -- idéia defendida inicialmente pelos gregos, segundo a qual os seres vivos podem surgir da matéria inanimada. No final do século, uma série de observações e experiências desferiu um golpe mortal sobre a teoria da geração espontânea. Coube a Louis Pasteur demonstrar que os microrganismos só podem se originar de outros seres vivos.
Cientista de importância fundamental para a história da microbiologia, Pasteur constatou também que os processos fermentativos resultam da atividade de microrganismos e estudou o problema da deterioração do vinho, do vinagre e da cerveja, além de doenças que afetavam o bicho-da-seda e ameaçavam arruinar a indústria têxtil francesa. Pasteur descobriu que o vinho se transforma em vinagre por ação da bactéria Acetobacter aceti e utilizou o calor para destruir os agentes patogênicos contidos em alimentos líquidos, que mantinham assim suas propriedades nutritivas praticamente inalteradas. Esse método ficou conhecido como pasteurização e veio a ter enorme importância na indústria alimentícia.
Graças aos trabalhos de Pasteur, desenvolveu-se a cirurgia anti-séptica, cuja aplicação, em 1867, se deve ao cirurgião britânico Joseph Lister, que empregou como desinfetante o ácido fênico. Esse procedimento reduziu de forma significativa os casos de mortalidade por infecção pós-operatória.
Outra grande figura da microbiologia no século XIX foi o alemão Robert Koch, que em 1876 isolou a bactéria causadora do carbúnculo. As bases da microbiologia foram solidamente fundadas entre 1880 e 1990. Discípulos de Pasteur e Koch, entre outros, descobriram inúmeras bactérias capazes de causar doenças específicas e elaboraram um conjunto de técnicas e procedimentos laboratoriais para revelar a ubiqüidade, diversidade e o poder dos micróbios.
Em 1882, Koch descobriu o bacilo da tuberculose e, um ano depois, o microrganismo responsável pela cólera asiática. Também em 1883 foi identificada a bactéria causadora da difteria. Nesse mesmo período, Pasteur e seus assistentes comprovaram que animais vacinados com um bacilo de antraz especialmente cultivado se mostravam imunes à doença. Essa descoberta deu início ao estudo da imunidade e dos princípios que fundamentaram a prevenção e o tratamento de doenças por meio de vacinas e soros.
Pasteur, em 1885, produziu uma vacina contra a raiva, e um assistente seu, Charles Chamberland, descobriu que, enquanto as bactérias não eram capazes de atravessar filtros de porcelana, outros organismos o eram. Em 1892, o pesquisador russo Dimitri Ivanovski constatou que o agente causador do mosaico do tabaco era do tipo filtrável. Dez anos depois, outro organismo filtrável foi identificado como causador da febre aftosa do gado. Aos poucos foram sendo aprimoradas técnicas muito precisas para investigar esses organismos, que passaram a ser conhecidos como vírus. As rickéttsias, que se assemelham às bactérias muito pequenas, foram descritas pela primeira vez pelo patologista americano Howard Taylor Ricketts, em 1908, quando ele estudava a febre das montanhas Rochosas, doença provocada por esses microrganismos.
A partir da década de 1940, a microbiologia experimentou uma fase extremamente produtiva, durante a qual foram identificados vários microrganismos causadores de doenças e desenvolveram-se métodos para controlá-los. Esses organismos também foram utilizados na indústria, canalizando-se sua atividade para a produção de artigos para o comércio e a agricultura. A pesquisa sobre os microrganismos também fez progredir o conhecimento do homem a respeito dos seres vivos, ao fornecer material adequado para o estudo de complexos processos vitais, como o metabolismo.
Técnicas microbiológicas. Os microrganismos podem ser isolados em condições especiais, mediante semeadura em meios de cultura ou por inoculação em ovos embrionados de galinha, em células cultivadas no laboratório, ou inoculação em animais sensíveis. O microrganismo pode ser cultivado e isolado de acordo com suas exigências biológicas, em meios de cultura mantidos a 37o C ou à temperatura ambiente e enriquecidos ou não com determinados nutrientes. Alguns desses seres são anaeróbios (crescem somente na ausência de oxigênio livre), como as bactérias do gênero Clostridium, que inclui a espécie tetani, causadora do tétano. Outros, como o gonococo e o meningococo, exigem ambiente com dez por cento de gás carbônico. Os pequenos vírus, os agentes basófilos e as rickéttsias só crescem em ovos embrionados, em cultivo de células e em animais de laboratório.
Uma vez obtidas, as culturas são analisadas quanto à forma, cor, tamanho, rugosidade, produção de pigmentos, temperatura ideal de crescimento etc. Com tais culturas pode-se realizar o antibiograma para verificar a sensibilidade ou a resistência aos mais diversos agentes antimicrobianos.
O microbiologista procura conhecer o equipamento enzimático de uma bactéria, por meio da pesquisa e da identificação dos metabólitos que o organismo produz. Esses atributos são geralmente fixos e servem, portanto, para sua identificação. Pesquisa-se assim a produção de gás sulfídrico, amônia e urease, assim como a fermentação de diferentes hidratos de carbono e as necessidades de crescimento de determinados microrganismos.
É a custa de enzimas que os microrganismos obtêm a energia necessária para seu crescimento. Para que as bactérias, por exemplo, possam multiplicar-se nos meios de cultura, ou seja, fazer a síntese de sua própria matéria orgânica, precisam dispor de uma fonte de carbono, de nitrogênio e de energia. Geralmente desprovidas de clorofila, as bactérias não conseguem transformar a energia solar em química. Precisam, portanto, oxidar um substrato orgânico ou inorgânico para utilizar as calorias desprendidas de tais oxidações.
A virulência dos microrganismos se verifica por meio da inoculação em animais, nos quais se analisam as mudanças de temperatura e as lesões provocadas. Quando um microrganismo é virulento para o homem, pode-se provocar uma lesão experimental para descobrir o agente infectante e depois voltar a isolá-lo em meios seletivos. Os animais, protegidos com soros específicos, também podem ser inoculados com os produtos tóxicos de determinadas bactérias.
A observação da forma, cor e aspecto das colônias pode ser feita a olho nu ou ao microscópio. O estudo das bactérias ao microscópio óptico é facilitado pela técnica de coloração da amostra com violeta de genciana, ou método de Gram, assim chamado em homenagem ao médico que descobriu o processo, Hans Christian Gram, em 1884. Os organismos que tomam a coloração são chamados de Gram-positivos, e os outros, de Gram-negativos.
Doenças infecciosas
Todos os órgãos e sistemas fisiológicos podem sofrer doenças infecciosas, decorrentes da implantação no organismo de seres vivos patogênicos de dimensões microscópicas. Distingue-se, porém, uma série de quadros clínicos que integram o núcleo básico da pesquisa médica microbiológica e se caracterizam, em geral, pelo elevado risco de contágio e, em muitos casos, pela natureza epidêmica.
De acordo com o tamanho, as características bioquímicas ou a maneira como interagem com o homem, os agentes infecciosos se classificam em bactérias, vírus, rickéttsias, micoplasmas e ureaplasmas, fungos, parasitos e clamídias (parasitos intracelulares que provocam conjuntivite em recém-nascidos, pneumonia e infecções genitais, contêm ADN e ARN e podem ser combatidas com antibióticos).
As barreiras mais importantes à invasão do corpo humano por microrganismos são a pele e as mucosas, tecidos que revestem internamente o nariz, a boca e o trato respiratório superior. Quando esses tecidos se rompem ou são afetados por doenças, pode ocorrer invasão por microrganismos, capazes de produzir doenças infecciosas, como furúnculos, ou invadir a corrente sangüínea e se disseminarem por todo o corpo, produzindo infecção generalizada (septicemia) ou localizada em outra parte do corpo, como a meningite, infecção da membrana que recobre o cérebro e a medula espinhal.
Ingeridos nos alimentos e bebidas, os agentes infecciosos podem atacar a parede dos intestinos e provocar doenças locais ou generalizadas. A conjuntiva, membrana que recobre o olho, pode ser penetrada por vírus que causam inflamação local do olho ou caem na corrente sangüínea para provocar graves doenças, como sarampo ou varíola. Ao invadir o organismo pela mucosa genital, os agentes infecciosos podem desencadear as reações inflamatórias agudas da gonorréia ou se espalhar para atacar praticamente todos os órgãos do organismo, com as lesões crônicas e mais destrutivas da sífilis ou como reação à redução da imunidade provocada pela AIDS.
Para combater essas ameaças, o corpo humano está equipado com dispositivos sensíveis que integram o sistema imunológico, responsável pela reação imediata aos agentes causadores de doenças. Em sentido biológico, o meio ambiente é hostil ao homem, que aprendeu a controlá-lo parcialmente, mas convive com o risco permanente de que uma mínima alteração ambiental possa levar a desequilíbrios imprevistos entre a espécie humana e seus concorrentes biológicos.
AIDS; Antibióticos; Bactéria; Epidemia; Fungo;    Gripe; Hanseníase; Hepatite; Hidrofobia;    Imunologia; Meningite; Micose; Parasitologia;    Pediatria; Peste; Pneumonia; Poliomielite;    Rickettsiose; Sexualmente transmissíveis,    doenças; Tifo; Tuberculose; Vacina; Vírus
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