Para incentivar os terráqueos a apagarem suas luzes, no sábado, e
salvar um pouco o planeta, os organizadores do a "Hora do Planeta" apostam nas
redes sociais, uma ideia talvez não tão brilhante quanto a tela em que ela
aparece, esta sim, voraz por energia.
A cada ano, de Sydney a Los Angeles, governos, empresas e população, cada vez
mais numerosos, mergulham na escuridão por uma hora para demonstrar sua vontade
em combater o aquecimento global, um apelo do WWF.
O novo ato está programado para sábado às 20h30 locais para fazer melhor do
que o ano passado, quando 5.200 cidades em 135 países participaram.
A intenção é prolongar a ação para além dos 60 minutos simbólicos, os
organizadores incentivam os mais motivados a acompanhar as redes sociais: seguir
as novidades no Facebook, compartilhar seus compromissos no Twitter ou produzir
vídeos para posar no Youtube.
Esta é a armadilha: todas as tecnologias geram também sua quota de CO2,
necessária na utilização de smartphones, tablet ou PC, vorazes por energia.
A cada incursão na web, emitimos CO2 indiretamente: a de combustíveis fósseis
queimados para produzir e recarregar nossos dispositivos, mas também para
alimentar inúmeros servidores que armazenam os dados.
Difícil é medir com precisão este impacto, mas um estudo realizado em 2008
pela empresa Bio Intelligence Service atribuiu ao setor de tecnologia cerca de
2% das emissões de gases do efeito estufa em todo o mundo, o equivalente ao
setor aéreo.
Um simples envio, recebimento e armazenamento de e-mails por um empregado de
uma empresa francesa de 100 pessoas gera, por exemplo, 13,6 toneladas
equivalentes de CO2, segundo a Agência Ambiental para Gestão de Energia
(ADEME).
Por comparação, as emissões anuais por habitante na França é de 6
toneladas.
Em 2009, o Times havia provocado polêmica ao afirmar, a partir do trabalho de
um pesquisador de Harvard, que duas buscas no Google geram em média 14g de CO2,
tanto quanto o ato de aquecer uma chaleira. A empresa afirmou imediatamente que,
de acordo com seus próprios cálculos, uma pesquisa não "pesa" mais do 0,2g.
Em outubro, o Facebook anunciou a escolha de uma cidade do norte da Suécia,
Luleaa, para construir seu primeiro centro de armazenamento de dados na Europa,
o terceiro no mundo.
O clima ameno é um atrativo da cidade na medida em que "o esfriamento dos
servidores é um grande problema para os centros de armazenamento de dados",
explicou a empresa, que foi alvo de críticas do Greenpeace.
No Twitter, plataforma que vê passar 340 milhões de mensagens de no máximo
140 caracteres por dia, cada mensagem "pesa" cerca de 0,02 g de CO2, informou no
ano passado, Raffi Krikorian, diretor da infra-estrutura do site, em um
comentário postado na internet. "Nós podemos fazer melhor", assegurou.
Os organizadores da Hora do Planeta reconhecem que pensaram muito antes de
decidir investir na tela em nome da luta contra o aquecimento global.
"No geral, acreditamos que a capacidade de construir uma campanha digital e
de se envolver com pessoas de todo o planeta é um dos pontos fortes da
tecnologia", disse Andy Ridley , co-fundador e diretor-executivo da
operação.
"É importante notar que o objetivo da Hora do Planeta não é o quanto as
emissões serão evitadas durante aquela noite, acrescenta, mas sim para envolver
os indivíduos, organizações e governos no sentido de um objetivo maior para
garantir um futuro sustentável ..." Fonte: Yahoo Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário