México, 3 mar (EFE).- Um
grupo de cientistas mexicanos criou o primeiro banco de germoplasma (material
genético) de aves em risco de extinção da América Latina, entre elas o quetzal
de cauda longa, para facilitar a preservação e a reprodução dessas espécies
"Nossa intenção é
aplicar técnicas que permitam obter, recolher e guardar células de aves e
utilizá-las para a reprodução artificial", disse à Agência Efe Mary Palma,
responsável pelo projeto.
O banco está localizado
nas instalações do santuário das aves de El Nido, em Ixtapaluca, no estado do
México, que abriga mais de três mil pássaros de 600 espécies, muitas delas em
risco de extinção
Esse refúgio, que pertence
a um grupo civil fundado há 47 anos pelo veterinário Jesús Estudillo, que
morreu em 2010, ampara cada uma das espécies por casais e em pequenas
comunidades, o que transforma o local "em um habitat favorável para a
proliferação".
Segundo a pesquisadora,
esse projeto, o primeiro na América Latina, e "talvez no mundo", deve
ser desenvolvido "imediatamente", por causa do perigo "latente
de desaparecimento de importantes espécies que estão começando a sentir as
mudanças climáticas e outros fatores como a poda de florestas e a devastação da
fauna".
A cientista explicou que
há vários anos o México, assim como outros países, conta com bancos de material
genético para conservar o sêmen de mamíferos, principalmente do gado.
No entanto, Mary disse que
os sistemas utilizados para a preservação criogênica (técnicas de congelamento)
de sêmen de aves não são iguais ao dos mamíferos, já que "são células mais
frágeis".
A especialista,
responsável pela saúde das aves de El Nido, comentou que nos últimos anos a
Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) começou
a organizar seus próprios bancos de germoplasma, mas por enquanto "estão
destinados apenas a aves de gaiola".
Esse projeto será liderado
por pesquisadores do Instituto Nacional de Saúde Pública do estado de Morelos,
além da Universidade Autônoma Metropolitana (UAM) da Cidade do México.
O santuário de aves,
chamado por seus funcionários de "Arca de Noé aviária", é reconhecido
internacionalmente por ser um dos primeiros a conseguir com sucesso a
reprodução de espécies ameaçadas, e recebeu do Fundo Mundial para a Vida
Silvestre e as Nações Unidas o prêmio Global 500 em 1993.
O centro é sustentado
pelas doações e a participação de 2 mil voluntários que dividem todos os dias
da semana o trabalho árduo de limpeza e manutenção do local.
O santuário está aberto ao
público para sensibilizar as pessoas e convencê-las sobre a importância de
proteger o meio ambiente.
Mais de 600 espécies como
águias, falcões, corujas, periquitos, cacatuas, araras, tucanos, faisões-argus,
quetzais e aves ancestrais como ou casuar, originário da Nova Guiné e Austrália
e uma das mais antigas do planeta, podem ser vistas em ambientes que tentam
recriar o habitat do qual procedem. EFE Fonte: yahoo Notícias Saúde
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