Introdução a Biologia Celular
A Biologia Celular (antiga Citologia) é a parte da
Biologia que estuda todas as organelas celulares e seus comportamentos. Procura
diferenciar as células tanto animais como vegetais, observando também as grandes
semelhanças.
Histórico
1590: Invenção do microscópio pelos
holandeses Francis e Zacarias Janssen, fabricantes de óculos. Seu microscópio
aumentava a imagem de 10 a 30 vezes e foi usado pela primeira vez para observar
pulgas e insetos.
1665: Robert Hooke, em eseu
trabalho Microgafia, relatou pequenas cavidades ("cells") em cortes
de cortiça, de onde se originou o termo célula.
1674: Leeuwenhoek observou diversas
estruturas unicelulares: espermatozóides de peixes, hemácias. Um dos maiores
colecionadores de lentes da época, foi o primeiro a observar os micróbios.
1831: Robert Bown pesquisando
células de orquídeas, descreveu o núcleo celular.
1838 - 1839: Schwann emitiram
a Teoria Celular: "Todos os seres vivos (animais e vegetais) são formados
por células."
1858: Virchow emitiu o aforismo
ominis cellula et cellula — toda célula provém de outra preexistente.
1962: Watson e Crick, estabeleceram
o modelo da molécula do DNA, recebendo, em função disso, o prêmio Nobel de
Medicina e Fisiologia.
Tamanho e formas das células
As dimensões das células variam de espécie, contudo a
maioria tem tamanho inferior ao do poder de resolução do olho humano. Em geral,
as células oscilam entre 0,1 mícron e 1mm.
As células podem ser:
- Microscópicas: a absoluta maioria.
- Macroscópicas: Alga Nitella, fibras de algodão, células
de urtiga, fibras de linho. Os exemplos são poucos numerosos. A forma é muito
variada.
Leis Celulares
Lei da constância do volume celular ou lei de Driesch
O volume é constante para todas as células de um mesmo
tecido, em todos os indivíduos da mesma espécie e mesmo grau de desenvolvimento (ou seja, mesma idade).
De acordo com essa lei, o volume celular independe do
tamanho do indivíduo. De fato, analisando-se células hepáticas de um anão e de
um gigante, pode-se verificar que, nos dois casos, o volume das células é o
mesmo. Isso significa que a diferença no tamanho dos órgãos deve-se ao número
de células que, no gigante, é muito maior. A lei de Driesch não se aplica às
chamadas células permanentes.
Lei de Spencer
Segundo Spencer, a superfície de uma célula varia de
acordo com o quadrado da dimensão linear e o volume com o cubo da mesma.
Sepencer imaginou uma célula cúbica que, inicialmente,
possuía areste de 1 mícron. Calculando a superfície e o volume do cubo temos:
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I=
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S = 6a²
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>
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6(1)² = 6 u²
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V = a³
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>
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(1)³ = 1u³
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Se essa célula crescer e a aresta passar a 2 mícrons,
superfície e volume são diferentes.
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II=
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S = 6a²
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>
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6(2)² = 24u²
|
V = a³
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>
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(2)³ = 8u³
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Note-se portanto, que enquanto a superfície aumentou 4
vezes, o voume aumentou 8 vezes. Esse aumento desproporcional do volume faz com
que a célula tenha um excesso de citoplasma, que a força a entrar em divisão
celular.
A Lei de Spencer é um fator mitógeno (leva a célula à divisão).
Classificação de Bizzozero
Conforme a sua duração no organismo, as células podem ser
classificadas em:
Células lábeis: células dotadas
de ciclo vital curto. Continuamente porduzidas pelo organismo, permitem o
crescimento e a renvação constante dos tecidos onde ocorrem. Exemplos: glóbulos
brancos (leucócitos), glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) e células
epiteliais (revestimento).
Células estáveis: células dotadas
de ciclo vital médio ou longo, podendo durar meses ou anos. Produzidas durante
o período de crescimento do organismo essas células só voltam a ser formadas em
condições excepcionais, como na regenração de tecidos (uma fratura óssea, por
exemplo). Dentre as células estáveis, podemos citar: osteócitos (ósseas
adultas), hepatócitos (células do fígado), células pancreáticas, musculares
lisa etc.
Células permanentes: células de
ciclo vital muito longo, coincidindo, geralmente, com o tempo de vida do
indivíduo. São produzidas apenas durante o período embrionário. Na eventual
morte dessas células, não há reposição, uma vez que o indivíduo nasce com o
número completo e necessário de suas células permanentes. Essas células
simplesmente aumentam de volume (exceção à lei de Driesch), acompanhando o
crescimento do indivíduo. Como permanentes, podemos citar as células nervosas
(neurônios) e as células musculares estriadas.
Observação de Células
Os instrumentos que permitem uma visualização da célula
são ditos microscópios. Podemos observar as células:
- In vivo: observação de células em seu estado natural.
- Supravital: observação da célula após tratamento com
substâncias químicas que não decomponham as células, deixando-as vivas.
- Post-mortem: observação de células fixadas, isto é,
substâncias que provocam a morte da célula, sem perda de sua arquitetura
normal.
Geralmente, após fixadas, as células são coradas.
- Corantes: substâncias portadoras de grupod químicos
coloridos, utilizados somente em microscopia óptica, que identificam
determinada estrutura celular.
Principais Corantes
- DNA - Feulgem
- Verde Janus Beta - mitocôndrias
- Hematoxilina - centríolos, retículos endoplasmático
- Sais de Ag+, Os, U - complexo de Golgi
- Reativo de Schiff - polissacarídeos (técnica de PAS)
- Sudam III - gorduras
Níveis de organização celular
O surgimento da célula, como se a conhece, resulta de um
processo de transprmação que durou milhões de anos.
No início desse processo,estão os primeiros seres vivos,
que passaram a desenvolver emcanismos, cada vez mais eficientes de captação,
armazenamento e liberação de energia, para realizar sua atividades. Ainda há
seres vivos formados por apenas uma célula e também alguns que não são formados
por células, chamados vírus.
Vírus
Não são constituídos por células, embora dependam delas
para a sua multiplicação.
Não possuem enzimas e, portanto, nem metabolismo próprio,
necessário à formação de novos vírus. Então, são parasitas intracelulares
obrigatórios, formados apenas por um dos ácidos nucléicos (DNA e RNA),
envolvido por um revestimento protéico.
Os vírus que atacam os animais não atacam as células
vegetais e vice-versa. Os vírus das bactérias são chamados bacteriófagos ou,
simplesmente, fagos.
Vírus (do latim — veneno): identificados em 1892 por
Ivanovitch (botâncio russo) quando pesquisava folhas de fumo. Os vírus quando
fora de organismos, possuem a forma de crisais (matéria, bruta). Voltam à
atividade normal quando introduzidos em organismos.
Protocarontes (Reino Monera)
(Sem envoltório - carioteca)
Pleuropneumonias ou micoplasma (PPLO)
Microogarnismos unicelulares patogênicos são as menores e
mais simples células conhecidas atualmente (0,125 a 0,150 mícrons de diâmetro).
Apresentam metabolismo próprio e são agentes infecciosos de diversos animais.
Ricketsias
Microorganismos patogênicos e agentes infecciosos
intracelulares muito pequenos (0,3 a 0,5 mícrons de diâmetro), são causadores
de várias doenças no homem.
Semelhante às bactérias, considerados como intermediários
entre os vírus e elas.
Bactérias
Seres unicelulares microscópicos, isolados ou coloniais,
envontradas em todos os ambiente: água, solo, ar e orgânico. A maioria de vida
libre e heterotrófica, muitas exercem importante papel no ciclo do nitrogênio
na natureza.
Outras, no entanto, são agentes patogênicos, causando
numerosas infecções no homem, com tuberculose, peneumonia, lepra, meningite,
tétano e outras.
Eucariontes
Essas células têm duas partes bem distintas: o
citoplasma, envolvido pela membrana plasmática, e o núcleo, envolvido pela
carioteca.
Membrana Plasmática
Conceito
É uma fina película, invisível ao microscópio óptico (MO)
e visível ao microscópio eletrônico. De contorno irregular, elástica e
lipoprotéica, apresenta um caráter seletivo, esto é, atua
"selecionando" as substâncias que entram ou saem da célula, de acordo
com suas necessidades.
A membrana plasmática é conhecida também como
citoplasmática, celular ou plasmalema.
Características
- Ocorre em todas as células animais e vegetais.
- Tem 75 Angstron de espessura.
- Visível apenas ao microscópio eletrônico.
- Tem composição química lipoprotéica (predominante).
- Possui capacidade de regeneração (sofrendo pequena
lesão, é capaz de recompor a parte perdida antes qu o citoplasma extravase).
- Permeabilidade seletiva.
Estrutura
Em 1954, Dawson e Danielli criaram um modelo que sugere a
existência de quatro camadas moleculares: duas externas, constituídas de
proteínas, envolvendo duas camadas iternas, formadas de lipídios.
Em 1972, Singer e Nicholson, baseados em informações
acumuladas com as pesquisas de outros cientistas, elaboraram, para a estrutura
da membrana, um novo model, chamado mosaico fluido, hoje aceito por todos os
autores. Segundo esse modelo, três substâncias participam da estrutura da
membrana: lipídios, proteínas e uma pequena fraça de glicídios. Por isso, o
nome mosaico. Os lipídios são principalmente fosfolipídios e colesterol; as
proteínas são do tipo globular e os glicíios, pequenas cadeias com até quinza
unidades de monossacarídeos. Algumas proteínas da membrana teriam papel
enzimático, podendo, inclusive, alterar a sua forma e, assim, abrir ou fechar
uma determinad passagem, de maneira a permitir ou impedir o fluxo de certas
substâncias. Além do papel de "portões", exercido por algumas
protéinas, as moléculas presentes na membrana estariam em constante
deslocamento, conferindo à estrutura intenso dinmismo. Daí serem chamadas de
mosaico fluido.
Observação: os modelos de membranas propostos são panas
teóricos; o único fato que se tem certeza é que, ao ME, a membrana celular é
trilaminar.
Ao microscópio eletrônico, em cortes extrmamente finos, a
membrana plasmática apresenta uma estrutura tríplice, sendo constituída por
duas faixas densas, cada qual com aproximadamente 20 angstrons de espessura, e
uma faixa central clara com 35 Angstrons de espessura. A essa estrutura
tríplice deu-se o nome de unidade de membrana.
Unidade de membrana de Robertson
A membrana celular também reveste estruturas celulares.
- carioteca
- lisossomos
- complexo de golgi
- cloroplasto
- mitocôndria
- retículo endoplasmático
Todas as estruturas acima são formadas por membranas
idênticas à membrana plasmática.
Propriedades da membrana
Decorrentes das proteínas:
— baixa tensão superficial;
— resistência mecânica;
— elasticidade
Decorrentes dos lipídios:
— alta resitência elétrica;
— alta permeabilidade a substâncias lipossolúveis.
Especializações da membrana
Na membrana celular existem estruturas especializadas em
aumentar a absorção de substância e a aderência entre as células ou para
melhorar movimentos celulares. Algumas especializações são microvilosidades,
desmossomos, interdigitações, cílios e flagelos.
Microvilosidades — dobrs da membrana plasmática na
superfície da célula, voltadas para a cavidade do intestino. Calcula-se que
cada célula possua em média 3.000 microvilosidades.
Como conseqüência, há um aumento apreciável da superfície
da membrana em contato com o alimento. Isso permite, por exemplo, uma absorção
muito mais eficiente do alimento ingerido.
Desmossomas (Macula Adhaerens) — aparecem nas
superfícies de contato das células que estão intimamente unidas. Têm a
finalidade de aumentar a coesão do tecido, mantendo as células firmemente
unidas.
Verificou-se ao microscópio eletrônico que, ao nível dos
desmossomos, as membranas aparecem mais espessas, em forma de linhas densas
escuras. No local desse espessamento no citoplasma de cada célula, há um
acúmulo de material granuloso. Desse local, irradiam-se microfibrilas para o
citoplasma, a curta distância. Essas microfibrilas, ou tonofibrilas, são
compostas por tonofilamentos. Entre as microfibrilas das duas células. A metade
de um desmossomo é chamado hemidesmossomo.
Interdigitações — nas células epiteliais, com as que
revestem a nossa pele, a membrana apresenta conjuntos de saliências e
reentrâncias, denominadas interdigitações, que possibilitam o encaixe entre
elas.
Parede celular
Na célula vegetal, exite, por fora da membrana
plasmática, um reforço externo, formado, geralmente, por celulose. A parede
celular não existe nas células dos animais. Nos fungos, a parede celular é
formada de quitina.
Observação: nas células animais encontramos um envoltório
externo chamado glicocálix, formado pela presença de glicídios presos nas
proteínas e nos lipídios, que se tornam glicoproteínas e glicolipídios,
respectivamente. Essas coberturas recebem o nome de glicocálix e são responsáveis
pela união de células e pelo reconhecimento de células estranhas ou
microorganismos estranhos.
Transportes pela membrana
Transporte em massa
Endocitose
As endocitoses compreendem os processos através dos quais
a célula adquire, do meio externo, partículas grandes ou macromoléculas que,
normalmente, não seriam absorvidas através do processo de permeabilidade
seletiva, com a seguir:
Nos processos de endocitose, a membrana plasmática
deforma-se, projetando-se ou invaginando-se. Há dois tipos de endocitose:
fagocitose e pinocitose.
Fagocitose
Do grego phagein = comer e kytos = celula, corresponde à
inclusão de partículas sólidas pela célula, através de emissão de pseudópodos.
Esse processo é imprtante, não só para a nutrição da
célula, com também para a defesa. Os protozoários, por serem unicelulares,
nutrem-se por esse processo. Um exemplo de fagocitose destinada à defesa são os
glóbulos brancos (ou leucócitos), que fagocitam bactérias ou elementos
prejudiciais ao organismo. Quando os leucócitos ou glóbulos brancos morrem, no
local onde combatem as bactérias, forma-se o pus.
Pinocitose
Do grego, pinos = beber ou sorver e kytos = célula, é o
processo mais comum de ingestão de de substâncias alimentares muito pequenas ou
gotículas de líquidos. Ocorre com invaginação da membrana plasmática de célula.
Quando a membrana "estrangula" essa invaginação, forma-se uma
vesícula no interior da células chamada pinossomo.
Cromopexia
Fenômeno pelo qual certas células englobam moléculas
coloridas, como a hemoglobina, que é vermelha.
Exocitose ou clasmatose
Processo de eliminação de produtos para o esterior da
célula. São produtos que estão no nterior de vesículas, que se desfazem na
superfície da membrana, por um mecanismo inverso ao da endocitose. Corresponde
à defecação celular.
Transportes por permeabilidade
A célula encontra-se em constante troca de substâncias
entre o seu meio externo e interno. Apenas as substâncias necessárias devem
entrar, enquanto as substâncias necessárias devem entrar, enquanto as
substâncias indesejáveis devem sair. Esse controle ou seleção é feiot pela
membrana que, dentro de certos limites, colabora para manter constante a
composição química da célula. Por isso, costuma-se dizer que a membrana possui
permeabilidade seletiva.
As característias da pereabilidade seletiva é:
Não passam através da membrana:
- proteínas
- polissacarídeos
- lipídeos complexos
Passam através da membrana
- água
- sais minerais
- álcool
- glicose
- aminoácidos
- O2 e CO2
As substânicas que passam através da membrana celular
sofrem dois tipos principais de passagem: transporte passivo e transporte
ativo.
Transporte passivo
O transporte passivo pode ser feito, principalmente,
através de duas formas: transpoirte passivo por difusão e transporte passivo
por osmose.
Difusão passiva: quando duas soluções que apresentam
concentrações diferentes de soluto encontram-se separadas por membrana idêntica
à membrana plasmática, observa-se uma passagem de substâncias do meio mais para
o menos concentrado, até que as concentrações se igualem. Essa passagem de
soluto ou até de solventes no sentido de igualar as concentrações denomina-se
difusão. No caso da célula, várias substâncias entram e saem por difusão. A
ocncentração de oxigênio no interior da célula, por exemplo, é sempre menor do que
no meio externo, pois o oxigênio é continuamente gasto no processo de
respiração celular. Esse mesmo processo produz gás carbônico, de forma que a
concentração desse gás no interior da célula é maior do que do lado de fora. É
fácil concluir que, por difusão, Oxigênio está sempre entrando na célula e Gás
Carbônico, saindo. Difusão é o movimento das moléculas do soluto e do sovente a
favor de um gradiente de concentração, no sentido de igualar suas
concentrações.
Por osmose: a osmose é um caso especial de difusão. Nesse
processo, ocorre um fluxo espontâneo apenas de solvente, do meio menos
concentrado em soluto (hipotônico) para o meio mais concentrado em soluto
(hipertônico).
Portanto, na osmose, o solvente desloca-se de node existe
em maior quantidade para onde existe em menor quantidade. Uma vez estabelecido
o equilíbrio, passará a mesma quantidade de água nos dois sentidos. Se a
membrana for permeável também aos solutos, sua passagem obedecerá ao mesmo
princípio.
Classificação das soluções
— Isotônica: a solução tem a mesma concentração que
outra.
— Hipotônica: a solução é menos concentrada do que outra.
— Hipertônica: a solução é mais concentrada do que outra.
Efeitos da osmose em células animais e vegetais
Glóbulos vermelhos colocados em solução de baixa
concentração (hipotônica) ganham água e acabam por romper a membrana plasmática
(hemólise). Se colocada em solução hipertônica, perde água por osmose e murcha,
ficando com a superfície enrugada ou crenada: o fenômeno é chamado crenação.
As células vegetais, quando imersas em soluções
fortemente hipertônicas, perdem tanta água que a membrana plasmática se afasta
da parede celular, acompanhando a redução do volume interno. Esse fenômeno é
denominado plasmólise e as células ensse estado são chamadas de plasmolisadas.
Se for mergulhada a célula em meio hipotônico, ela volta a absorver água,
recuperando, assim a turgescência (torna-se novamente túrgida — cheia de água),
fenômeno denominado deplasmólise. A existência da parede celular geralmente
impede o rompimento da membrana plasmática da célula.
Transporte ativo
Transporte ativo é o processo pelo qual uma substância
desloca-se contra um gradiente, gastando energia da célula. O sódio e o
potássio sofrem esse tipo de transporte.
Tipos
Bomba de sódio: nesse tipo de transporte, a célula
desloca o sódio do líquido intracelular para o líquido extracelular, no intuito
de manter sua integridade. Uma célula normal mantém uma tonicidade compatível
com a vida, se tiver energia para bombear o sódio para fora do líquido intracelular.
Se faltar energia, a célula acumula sódio no líquido intracelular, há entrada
de água e conseqüentemente edema intracelular.
Bomba de potássio: uma célula saida precisa captar
potássio parado líquido extracelular para o líquido intracelular e, nesse
processo, gasta energia contra o gradiente de concentração.
Hialoplasma ou citoplasma fundamental
Também chamadio de matriz citoplasmática, é um material
viscoso, amorfo, no qual estão mergulhados os orgânulos. Quimicamente, o
hialoplasma é contituído por água e moléculas de proteína, formando um colóide.
Obeservação: chamamos de citoplasma todo material
conpreendido entre a membrana plasmática e a carioteca. A abundância de água no
hialoplasma facilita a distribuição de substâncias por difusão, como também a
ocorrência de inúmeras reações químicas.
Componentes do Hialoplasma
Em observações ao ME, o hialoplasma é um meio heterogêneo
que apresenta filamentos, estruturas granulares e microtúbulos.
Estruturas filamentosas
Tonofilamentos: filamentos constituídos de queratina,
participando na formação dos desmossomos.
Miofilamentos: filamentos característicos de células
contráteis. Apresentam 60 angstrons de diâmetro, com capacidade contrátil,
auxiliando em movimentos ameboidais. Ex.: actina e miosima.
Estruturas granulares
Grânulos de glicogênio e gotículas de gordua são
encontrados em células animais.
Microtúbulos
De constituição química protéica. Quando a célula entra
em divisão celular, os microtúbulos agrupam-se, formando o fuso mitótico ou
acromático, que desloca os cromossomos para os pólos celulares.
Propriedades do Hialoplasma
Sendo um colóide, a consistência do hialoplasma pode
variar, passando de gel ou bastante denso a muito fluido ou sol.
Em muitas células, a porção mais periférica do
hialoplasma, o ectoplasma, fica no estado gel (plasmagel). Já a porção mais
interna, o endoplasma, fica no estado sol (plasmassol).
Tixotropismo - mudança de sol para gel ou vice-versa.
O citoplasma é meio tixotrófico no qual as transformações
de sol para gel permitem que determinadas células possuam movimentos conhecidos
com ameboidais.
Em certas células, como macrófagos, leucócitos e amebas,
observa-se um moviemnto do hialoplasma (plasmassol) em determinada direção;
logo em seguida, o ectoplasma, que é gel (plasmagel), muda para plasmassol,
dando origem ao pseudópodo. Na seqüência, esse ectoplasma volta ao estado gel,
dando consistência ao pseudópodo formado.
Movimento Browniano
Micelas são as partículas coloidais em dimensões entre
0,1 e 0,001 um de diâmetro. Devido a choques com moléculas de água e à própria
repulsão provocada por cargas elétricas idênticas, adquirem movimento
desordenado, dando estabilidade ao colóide onde estão contidas.
Ciclose
A ciclose é um movimento do hialoplasma, principalmente
em estado de sol, de maneira a formar uma corrente que carrega os diversos
orgânulos e a distribuir substâncias ao longo do citoplasma. Nesse movimento,
são arrastados os cloroplatos para um local de maior intensidade luminosa da
célula. A ciclose pode ser bem observada no endoplasma de muitas células
vegetais.
Efeito Tyndall
Fazendo-se passar um feixe de luz através do hialoplasma,
com a ajuda de um microscópio eletrônico, pode-se observar um desvio dos raios
da luz (difração), devido ao batimento dos raios nas partículas de micelas que
apresentam movimento desordenado.
Cílios e Flagelos
Cílios e flagelos são estruturas móveis encontradas tanto
em unicelulares como em organismos mais complexos (homem). Os cílios são,
geralmente, curtos e numerosos; os flagelos, longos, existindo apenas um ou
poucos em cada célula. Essas formações vibráteis têm um papel fundamental:
permitir a locomoção da célula ou do organismo no meio líquido.
Exemplos: protozoários e larvas de invertebrados
movimentam-se através de cílios; espermatozóides, algas unicelulares e alguns
protozoários locomovem-se por flagelos.
Proteção
Em determinados órgãos, como a traquéia de mamíferos,
existe um epitélio ciliado lubrificado por muco, que é empurrado para a
garganta pelos cílios. O muco tem um papel protetor, já que muitas impurezas do
ar inspirado ficam aderidas a ele. O batimento ciliar permite, então, aremoção
do muco e, com ele, as partículas estranhas.
O uso do cigarro inibe a ação dos cílios do epitélio
traqueal, dificultando, assim, a remoção das impurezas do ar.
Estrutura de cílios e flagelados
Em função de sua origem em centríolosos, tais orgânulos
apresentam, em certa extensão do seu eixo central, nove conjuntos de trincas de
microtúbulos protéicos. Mais adiante, ao longo de seu trajeto, apresenta nove
conjuntos de duplos microtúbulos, como um par central.
Na base do cílio ou flagelo, encontra-se a organela que
lhes dá origem, denominada corpo basal ou cinetossomo (antigo centríolo)
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