sábado, 27 de setembro de 2014

Milhares de vacinas experimentais contra o Ebola estarão disponíveis em 2015

Centro de tratamento do Ebola na Guiné

Milhares de vacinas experimentais contra o vírus Ebola, produzidas pelos laboratórios britânico GSK e americano NewLink Genetics, estarão disponíveis no início de 2015, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
"GSK fabricará 10.000 doses para o início do próximo ano", declarou Marie-Paule Kieny, subdiretora da OMS, em uma entrevista coletiva em Genebra.
Ao falar sobre o soro ZMapp, que ainda não passou por testes clínicos mas que foi administrado a várias pessoas infectadas pelo vírus, a OMS informou que os estoques estão esgotados.
"Até o fim do ano teremos algumas centenas de doses", afirmou Kieny.
A OMS autorizou em setembro o uso de terapias baseadas em sangue e soros dos convalescentes nos países afetados.
"A transfusão de sangue começou em pequena escala", disse Kieny.
"A atual mobilização vai permitir o desenvolvimento de vacinas e medicamentos promissores, mas ainda não sabemos se vão servir", completou.
A febre hemorrágica de Ebola, altamente contagiosa, provocou quase 3.000 mortes entre 6.000 casos detectados, principalmente na Guiné, Libéria e Serra Leoa. Fonte: Yahoo Notícias

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

A importância das árvores.


Árvore

Diferentes ecossistemas organizam-se em torno das árvores. Animais de todo tipo e o homem, desde os primeiros povos da floresta, têm sua vida integrada à desses seres versáteis, que realizam milagres de adaptação frente a condições adversas. A transferência de espécies de uma para outra região, devido à ação do homem, alterou profundamente a distribuição das árvores no planeta, mas tornou maiores as possibilidades de sua utilização e os benefícios advindos de seus vários produtos.
Morfologia e fisiologia. A árvore é uma planta perene, de caule lenhoso, de onde partem galhos que por sua vez se dividem em outros mais finos. A altura que alcança em relação ao solo varia segundo as espécies e às vezes é considerável. Em alguns casos, como nas palmeiras, não há ramificações, caso em que não se fala em tronco, mas em estipe.
Em uma árvore podem-se observar duas partes de aspecto bem diferenciado: o tronco, que sustenta toda a estrutura, e a copa. Nas palmeiras, a copa é um penacho de grandes folhas, formado pela ramagem, onde se encontram também os brotos (gemas), que podem dar origem a novos indivíduos. Como outras plantas, as árvores penetram na terra com suas raízes para extrair os sais minerais necessários a sua nutrição. Toda a extensão do tronco é percorrida por um duplo sistema condutor, constituído pelos vasos lenhosos ou xilema, que conduzem a água e os sais do solo até os galhos e folhas; e pelos vasos do líber ou floema, que levam aos demais tecidos a seiva elaborada junto com os açúcares fabricados nas folhas.
No tronco de uma árvore de vários anos pode-se observar a formação, numa zona mais externa, de um revestimento de material poroso e impermeável que protege e isola a planta: é o córtex, formado pelo súber ou cortiça, tecido composto por células mortas cuja espessura aumenta com o tempo. Esse revestimento cortical decorre da atividade de uma série de células, situadas na zona imediatamente inferior, que se dividem com grande rapidez e formam o felogênio. A zona inferior mais próxima a esta é a do parênquima, cujas células têm clorofila e, portanto, capacidade para realizar a fotossíntese. Prosseguindo em direção ao centro medular do tronco encontram-se as faces dos vasos condutores, primeiro os do floema e depois os do xilema. A cada ano surgem novos vasos devido à ação de outro tecido de crescimento, denominado câmbio, graças ao qual a árvore engrossa.
Com o passar dos anos, os vasos do centro se lignificam por completo, formando um tecido duro denominado durame. No outono, como a atividade da árvore se reduz, formam-se vasos menores e menos numerosos do que na primavera. Assim, ao se seccionar o tronco pode-se distinguir um conjunto de anéis concêntricos de crescimento que permitem determinar a idade da árvore. Cada anel anual é composto de subanéis, um de madeira mais clara, correspondente à estação quente, e outro mais escuro e compacto, formado na estação fria. Os vasos que ainda são funcionais e conduzem a seiva deslocam-se progressivamente para a periferia e apresentam coloração mais clara. Ou seja, no tronco de uma árvore a zona viva está limitada às camadas periféricas. O resto é o material de sustentação, que forma a madeira. Por essa razão se vêem freqüentemente brotarem novos galhos de árvores ocas, que na primavera se cobrem de folhas e florescem: a parte vital da planta -- a região periférica -- continua intacta.
Grande número de árvores perde as folhas com a chegada da estação fria, razão por que são chamadas árvores de folhas caducas. Esse mecanismo é necessário à sobrevivência das árvores nas regiões temperadas, onde, no inverno, os vegetais recebem menos luz e boa parte da água normalmente acessível às raízes congela e torna-se escassa no solo. A menor disponibilidade de luz e água faz com que a árvore mantenha apenas a atividade fotossintética indispensável e economize o esforço de conservar as folhas e captar a água que por elas evapora. Algumas árvores de folhas caducas mais conhecidas são o álamo ou choupo, o castanheiro, o carvalho e o plátano.
As árvores que conservam suas folhas durante todo o ano são chamadas de folhas perenes, e entre estas se encontra a maior parte das coníferas, como os pinheiros, os abetos, os cedros, os ciprestes, as sequóias e os zimbros. Em todos esses casos, as espécies se acham perfeitamente adaptadas ao frio e às condições de escassez de água: suas folhas possuem formas especiais para evitar a perda de água (como as folhas em forma de agulha dos pinheiros e dos abetos). A maior parte das árvores de clima tropical ou subtropical tem folhas perenes.
Todas as árvores produzem flores, ainda que em muitos casos sejam de dimensões insignificantes e se apresentam desprovidas dos elementos vistosos que outras plantas exibem. Certos grupos comuns na zona temperada, como as coníferas, têm os órgãos reprodutores (estame e pistilo) descobertos, razão por que recebem o nome de gimnospermas. Outras árvores, como os choupos, carecem de pétalas, embora sejam angiospermas. Há também árvores com flores grandes e vistosas, como a magnólia, a espatódia, o flamboyant e o abricó-de-macaco. Este último emite flores que brotam do próprio tronco. Nos casos em que a polinização se efetua pelo vento (anemogamia), os elementos reprodutores não são providos das atraentes corolas que adornam as outras espécies. As flores vistosas são indício de que a polinização se realiza com ajuda dos insetos, atraídos pela cor ou aroma dessas flores. Em espécies como as palmeiras, os sexos são separados: existem árvores masculinas, que possuem flores apenas desse sexo, e árvores femininas. O mesmo ocorre com os salgueiros, os mamoeiros e os choupos.
As árvores variam consideravelmente quanto à forma, à altura, à grossura do tronco e à idade que alcançam. Assim, a sequóia gigante, conífera norte-americana, chega a viver mais de três mil anos; o baobá e a oliveira também são árvores de vida longa. Quanto ao diâmetro do tronco, os baobás, árvores típicas da savana da África, chegam a superar vinte metros e alguns eucaliptos ultrapassam seis metros. A sequóia gigante se eleva até 130m de altura, com peso estimado de 1.500t, enquanto os eucaliptos alcançam, algumas vezes, cem metros.
Ecologia e distribuição. Os bosques de coníferas e as angiospermas que surgiram na era paleozóica datam de mais de 230 e 100 milhões de anos, respectivamente. Desde então, as árvores foram povoando a superfície do nosso planeta e têm servido de abrigo a numerosas comunidades de animais e plantas em todas as latitudes.
Uma árvore isolada é por si só um complexo ecossistema, que abriga muitas espécies de invertebrados, insetos, aracnídeos e miriápodes, bem como de vertebrados, aves, répteis e mamíferos, que encontram nela seu alimento, seja em forma de folha, brotos ou frutos. Sobre seu córtex crescem fungos, liquens e plantas parasitas e epífitas, como as bromélias, que utilizam a árvore como suporte para alcançar a altura onde a luz é abundante. Entre as raízes encontram-se larvas de insetos, minhocas que vivem no subsolo, ácaros e roedores. Ou seja, a árvore hospeda uma infinidade de seres vivos: nas regiões frias, as coníferas mantêm os roedores e as aves; nas savanas da África, constituem parte fundamental da dieta dos herbívoros ruminantes (que se alimentam de folhas e brotos dos ramos); na floresta, contribuem para formar um ambiente caracterizado pela umidade, onde proliferam plantas e animais; nas zonas temperadas, a árvore é uma das maiores fontes de riqueza.
Nas regiões próximas ao círculo polar ártico predominam os bosques de coníferas: abetos, pinheiros e bordos cobrem extensas áreas do Canadá, Escandinávia, Sibéria e norte da Europa. Espécies importantes são o pinheiro-branco (Pinus strobus), o pinheiro-bravo (P. sylvestris) e o abeto-balsâmico-do-canadá (Abies balsamea). Mais ao sul, estende-se o bosque temperado, no qual predominam as árvores de folhas caducas, como o bordo do Canadá (Acer saccharum); a faia (Fagus sylvatica); o castanheiro (Castanea sativa); o olmeiro do gênero Ulmus; a aveleira (Corylus avellana); os carvalhos, do gênero Quercus e muitos outros. Na zona temperada da Austrália abundam os bosques de eucaliptos, que servem de refúgio a marsupiais e aves. Nas regiões próximas à linha do equador e nas situadas ao norte e ao sul de ambos os trópicos, estendem-se respectivamente as savanas e os cerrados, onde as massas arbóreas se reduzem e desaparecem para dar lugar aos pastos. Nas savanas africanas se erguem, rodeadas de girafas e elefantes, as acácias. Sem dúvida, porém, é nas selvas tropicais que as árvores atingem o máximo em densidade, variedade e exuberância; algumas das representantes mais notáveis são, na América do Sul, a seringueira (Hevea brasiliensis), da qual se obtém a borracha, a sumaúma (Ceiba sumauma) e os ipês, do gênero Tecoma.
Produtos. A árvore sempre teve uma importância fundamental para o homem. Diferentes culturas e povos obtiveram da árvore os materiais de construção para erguer casas e para fabricar armas, utensílios, veículos e embarcações. Além da madeira, uma série de outros produtos poderiam ser citados, como a celulose (matéria-prima do papel), a cortiça, as resinas, o látex (líquido segregado por algumas árvores, como a seringueira, essencial para diversas indústrias), as gomas, os vernizes, o tanino e a cola, sem esquecer a importância econômica das árvores frutíferas.
Botânica

Fonte: ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

FMI: imposto sobre carbono pode ser útil contra aquecimento global

Ativista vestido de urso polar protesta durante a cúpula climática em Nova York

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou nesta quinta-feira que a implementação de um imposto sobre o carbono pode ser "útil" para frear o aquecimento global sem produzir efeitos "negativos" no crescimento econômico.
"O imposto sobre o carbono pode ser eficaz (...). É uma das ferramentas que podem ser úteis para contribuir com a redução do aquecimento climático sem que haja um impacto negativo sobre o crescimento", declarou o porta-voz do organismo, Gerry Rice, durante uma coletiva de imprensa.
Reunidos na última terça-feira na sede da ONU em Nova York, os dirigentes mundiais se comprometeram a redobrar os esforços para lutar contra o aquecimento climático.
Antes da cúpula, 73 países e mais de mil empresas se declararam favoráveis a um sistema que permita cobrar pela emissão de carbono através de um imposto, ou por um sistema de cotas intercambiáveis.
Referindo-se ao imposto sobre o carbono, o porta-voz do FMI disse que a medida só será eficaz se for "corretamente planejada e implementada".
No fim de 2013, o governo francês considerou o pagamento de imposto sobre o carbono. Três anos antes, contudo, a França havia rejeitado um projeto que estabelecia o imposto sobre as emissões do gás.
Em julho, a Austrália eliminou um imposto sobre o carbono que foi duramente criticado por grandes grupos mineração. O imposto havia sido implementado no país há dois anos pelo governo trabalhista. Fonte: Yahoo Notícias

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Reunião sobre o clima pede mudança de rumo no planeta

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, discursa na sessão de abertura da reunião

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta terça-feira uma mudança do rumo do planeta diante dos riscos do aquecimento global, em uma cúpula sobre o clima que conta com a participação de mais de 120 chefes de Estado e governo.
"A mudança climática é a questão crucial de nossa era. Está definindo nosso presente. Nossa resposta definirá nosso futuro", afirmou Ban em um discurso de abertura da cúpula em Nova York, no qual pediu liderança para avançar em direção a um acordo no próximo ano.
"Peço a todos os governos a comprometer-se em um acordo universal e significativo sobre o clima em Paris em 2015, e a cumprir com sua parte justa para limitar o aumento da temperatura global a dois graus Celsius", afirmou o secretário-geral das Nações Unidas.
A França foi um dos primeiros atores a formular um anúncio concreto: uma contribuição de 1 bilhão de dólares ao Fundo Verde para o clima, criado na cúpula de Copenhague em 2009 para enfrentar as consequências do aquecimento global.
Ativistas consideram a reunião em Nova York um ponto de inflexão na luta contra o aquecimento global. No domingo, quase 600.000 pessoas saíram às ruas em várias cidades do mundo. Em Nova York, a passeata reuniu 310.000 manifestantes.
"Podemos fazer história ou ser vilipendiados. Agora é nosso momento de agir", declarou ante o plenário o ator Leonardo Di Caprio, designado pela ONU como mensageiro da paz contra o aquecimento global e que participou da manifestação em Nova York.
Muitos cientistas afirmam que, diante dos níveis de emissões de gases de efeito estufa, as temperaturas terão aumentado ao fim do século XXI mais de quatro graus em relação à era pré-industrial. Caso seja alcançado um acordo em Paris, entraria em vigor em 2020.
América Latina olha para o Norte
Entre os países da América Latina, os presidentes que discursaram defenderam as ações da região e exigiram que os países industrializados do Norte cumpram com suas responsabilidades históricas.
"O Brasil não anuncia promessas, mostra resultados. Reduzimos a pobreza e protegemos o meio ambiente", afirmou a presidente Dilma Rousseff, indicando que no Brasil o desmatamento caiu 79% e que o país está cumprindo o compromisso de uma redução de entre 36 e 39% das emissões de gases do efeito estufa até 2020.
Dilma também citou o acúmulo de desastres naturais nos últimos anos, atribuídos por muitos cientistas ao aquecimento global, e recordou que os mesmos afetam em sua maioria os pobres.
"Em um mundo de injustiça ambiental, os pobres são os mais vulneráveis", disse, antes de pedir ações para reduzir a situação, incluindo um acesso melhor a serviços públicos, água potável e saúde.
Já o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, acusou as "potências poluentes" de quererem se aproveitar do aquecimento global, do qual seriam responsáveis, para aplicar sua fórmula capitalista.
"Querem disfarçar as mesmas fórmulas capitalistas tomando as bandeiras dos movimentos ambientalistas", afirmou.
O presidente boliviano Evo Morales, por sua vez, que falou em nome do G77 e da China, presidido por seu país, afirmou que as nações desenvolvidas devem tomar a iniciativa, em consequência de sua responsabilidade histórica no aquecimento global.
Morales citou as dúvidas sobre a sinceridade e credibilidade de alguns, como por exemplo os países que não ratificaram o abandonaram o Protocolo de Kyoto, como Estados Unidos e Canadá.
Mobilização de dinheiro e mercados
Mas a batalha para chegar a um acordo internacional está longe do fim.
China e Índia, que são ao lado dos Estados Unidos os maiores emissores de gases do efeito estufa, não enviaram seus principais líderes ao encontro e estarão representados apenas por um vice-primeiro-ministro, Zhang Gaoli, no caso de Pequim, e do ministro do Meio Ambiente, no caso indiano.
Pequim e Nova Délhi resistem a reduzir as emissões porque não aceitam desacelerar o crescimento e insistem que os países mais ricos devem pagar a maior parcela da conta.
Antes da reunião, a secretária para o clima da ONU, Christiana Figueres, disse não esperar que muitos países apresentassem metas com números, mas destacou a presença de todos os atores importantes: governos, municípios, empresas, grupos financeiros e ONGs.
"Devemos trabalhar para mobilizar dinheiro e mobilizar os mercados. Vamos investir nas soluções climáticas disponíveis. Precisamos de todas as instituições financeiras públicas para este desafio. E precisamos trazer o setor financeiro privado", disse Ban Ki-moon.
Quase 250 presidentes de empresas participam na reunião de Nova York, que parte com a vantagem, segundo a ONU, de evitar os erros de Copenhague-2009, onde os chefes de Estado e de Governo chegaram apenas no último momento. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Comissão Baleeira rejeita criação de santuário no Atlântico Sul

(2013) Baleia no litoral da Colômbia
A Comissão Baleeira Internacional (CBI) rejeitou nesta quinta-feira o projeto de criar um santuário para baleias no Atlântico Sul, defendido por países latino-americanos, e aumentou as exigências para a caça por motivos científicos, que o Japão quer retomar no Oceano Antártico.
Na votação, a proposta de Argentina, Brasil, Uruguai e África do Sul obteve dois terços dos votos dos membros da Comissão reunidos em Portoroz (Eslovênia), e não os 75% necessários para sua aprovação. No total, 40 países votaram a favor, 18 contra e dois se abstiveram.
A representante brasileira disse estar decepcionada com o resultado, mas ao mesmo tempo animada para continuar com o trabalho em favor da criação de um santuário no Atlântico Sul, já que "o apoio a este projeto aumenta".
A Comissão Baleeira Internacional abordou em várias ocasiões este projeto. As baleias já contam com dois santuários no oceano Austral e no Índico.
Os partidários dos santuários para os grandes cetáceos estimam que eles garantirão uma proteção reforçada se um dia a moratória imposta à caça comercial de baleias se flexibilizar.
"Os santuários são importantes refúgios seguros para as baleias em um meio ambiente cada vez mais ameaçado", disse Rebecca Regnery, da ONG Human Society International.
A CBI também aprovou nesta quinta-feira um texto que endurece os critérios para a caça à baleia por motivos científicos, ante as intenções do Japão de retomar a prática no Oceano Antártico.
A resolução, não vinculante, proposta pela Nova Zelândia e debatida durante a 65ª sessão da CIB, recebeu 35 votos a favor, 20 contrários e cinco abstenções.
Os países que caçam o animal (Japão, Islândia, Noruega, Rússia) foram contrários ao texto, assim como países africanos e do Caribe. Os membros da União Europeia, Estados Unidos, Austrália, vários países da América Latina, Gabão e Austrália votaram a favor.
A Corte Internacional de Justiça (CIJ) reconheceu em março que a caça científica de baleias por parte do Japão escondia na verdade uma atividade comercial.
O texto votado nesta quinta-feira retoma os principais argumentos da decisão da CIJ sobre a avaliação dos programas científicos de caça dos cetáceos.
Os países pediram uma análise sobre se o tamanho das mostras á "razoável" em comparação aos objetivos almejados e se estas metas podem ser alcançadas por "meios não letais", assim como garantir que "as informações obtidas por meios letais buscam melhorar a preservação e a gestão das baleias".
O Japão reafirmou na reunião da CBI em Portoroz que não pretende caçar baleias na temporada 2014-2015 no Oceano Antártico, mas que não renuncia à caça dos cetáceos em suas águas.
Neste sentido, as autoridades nipônicas devem apresentar até o fim do ano um novo programa científico para 2015-2016 na Antártica.
"É uma decisão importante que, se for respeitada, deveria acabar com a caça ilegal de baleias em nome da ciência", disse Aimée Leslie, da organização ecologista WWF.
De acordo com a CIB, o Japão capturou 417 baleias por motivos científicos em 2013. No total, 1.600 baleias foram caçadas no mundo no mesmo ano. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

Ebola: eficácia de quarentenas, toques de recolher e confinamentos é questionada

Gráfico de um centro sanitário da Médicos sem Fronteiras contra o Ebola

A eficácia das medidas coercitivas na luta contra a epidemia de Ebola nos países da África ocidental provoca debates, na véspera da decisão de confinar a população em Serra Leoa.
As autoridades de Freetown ordenaram que os seis milhões de habitantes do país permaneçam em casa durante três dias, de 19 a 21 de setembro, para facilitar a detecção dos doentes mantidos ocultos por seus familiares.
A medida coincide com uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para examinar uma proposta de resolução dos Estados Unidos em resposta ao vírus.
Serra Leoa é um dos três países mais afetados pelo vírus do Ebola, junto com Libéria e Guiné.
Mas os países afetados ou seus vizinhos já haviam tomado outras medidas extraordinárias, como a imposição de toques de recolher, de quarentenas em bairros ou o fechamento das fronteiras, sem, com isso, conseguir frear o avanço da epidemia que acabou com a vida de 2.500 pessoas sobre um total de 5.000 casos.
Vários médicos, especialistas em assuntos humanitários ou direitos humanos criticaram estas medidas coercitivas gerais, e concordam que é preciso colocar rapidamente em quarentena cada novo doente.
A ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), na linha de frente na luta contra esta doença, duvida da eficácia do confinamento em Serra Leoa. Medidas coercitivas em grande escala podem "comprometer a confiança entre a população e os profissionais de saúde".
Para o ex-presidente da MSF (2000-2008) Jean-Hervé Bradol, Serra Leoa carece "dos meios para visitar todas as casas em três dias" e, além disso, muitos habitantes "não têm recursos para permanecer três dias em casa sem sair".
Superlotados
"Há muitos jornaleiros que, se não saírem para trabalhar, não poderão alimentar sua família à noite", explica à AFP este médico que trabalhou para a MSF na África.
O governo de Serra Leoa afirma contar com 20.000 voluntários para ir de porta em porta registrar os novos casos, e promete centros de isolamento adicionais, sobretudo em escolas.
A medida não convence Joe Amon, especialista em temas de saúde para a ONG de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch (HRW).
"Detectar os casos de Ebola não é fácil e Serra Leoa não tem leitos suficientes para hospitalizar os já identificados", afirma em um comunicado publicado na internet.
Os centros estão superlotados e todos os dias rejeitam doentes, então "o que farão quando os novos doentes forem descobertos?", se pergunta o doutor Bradol.
A colocação em quarentena de bairros ou cidades, como na Libéria, tem certa lógica quando a epidemia está começando para preservar as zonas saudáveis, considera.
Mas atualmente na Libéria (1.296 mortos de um total de 2.407 casos) e em Serra Leoa (562 falecidos de 1.620 casos) a epidemia superou um índice de difusão nas zonas urbanas "que faz com que não tenha sentido isolar um bairro de outro", estima o ex-presidente da MSF.
Também provoca polêmica o fechamento das fronteiras entre os países infectados e seus vizinhos, como fizeram Senegal, Costa do Marfim e Gâmbia.
"O fechamento da fronteira entre Costa do Marfim e Libéria pode ter algum efeito", estima o doutor Bradil, porque reduz os fluxos de população e, consequentemente, os riscos de contágio.
O chefe da missão na Guiné da organização americana CDC (centro de controle e prevenção de doenças), Michael Kinzer, opina, pelo contrário, que "fechar as fronteiras é como fechar os olhos".Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Fabricante de remédio contra hepatite C autoriza produção de genéricos

Teste de hepatite C é realizado em um hospital da França
A empresa americana de biotecnologia Gilead Sciences anunciou nesta segunda-feira que autorizou licenças para a produção de genéricos de seu dispendioso tratamento Solvadi, contra a hepatite C, e a sua distribuição em aproximadamente uma centena de países em desenvolvimento.

O tratamento Sovaldi é vendido nos Estados Unidos a 1.000 dólares o comprimido, o que significa que um tratamento de 12 semanas - eficaz em nove de cada dez casos - requer um investimento de 84.000 dólares.
A Gibaldi acordou com sete fabricantes de medicamentos genéricos da Índia que lhes concederá os direitos não exclusivos para a produção e distribuição do tratamento Sovaldi.
A hepatite C é um vírus transmitido por uso compartilhado de seringas, transfusões de sangue e relações sexuais com um portador da doença.
Cerca de 350.000 pessoas morre todo ano por doenças hepáticas vinculadas a este vírus, enquanto cerca de quatro milhões são contagiadas anualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS). Fonte: Yahoo Notícias

sábado, 13 de setembro de 2014

Japão realiza primeiro implante mundial de células reprogramadas iPS

Uma equipe de pesquisadores japoneses realizou nesta sexta-feira a primeira intervenção cirúrgica mundial com células reprogramadas iPS para tratar uma doença ocular que pode causar cegueira
Uma equipe de pesquisadores japoneses realizou nesta sexta-feira a primeira intervenção cirúrgica mundial com células reprogramadas iPS para tratar uma doença ocular que pode causar cegueira.

Esta cirurgia com células iPS, também conhecidas como células-tronco pluripotentes induzidas, faz parte dos primeiros testes clínicos globais em seres humanos com esta técnica de medicina regenerativa.
A paciente é uma mulher de 70 anos, explicou a equipe médica da Fundação para a Investigação Biomédica e Inovação (Ibri) de Kobe (oeste), associada a Masayo Takahashi, diretora do Instituto Público Riken.
O objetivo desta primeira operação é verificar sua segurança e tentar melhorar o estado de saúde da paciente.
O Ministério da Saúde japonês aprovou há um ano o projeto-piloto proposto por Ibri e Riken.
A cirurgia desta sexta-feira consiste em tratar uma variante da degeneração macular associada à idade (DMLA), que é a principal causa da cegueira em pessoas com mais de 55 anos nos países industrializados.
Para conseguir isso, os cientistas criaram células da retina da paciente a partir de células iPS e as implementaram.
As iPS são criadas a partir de células adultas do paciente reduzidas a um estado quase embrionário para gerar quatro genes (normalmente inativos nas células adultas).
Esta manipulação genética tem por objetivo recuperar a imaturidade e a capacidade de se diferenciar em todos os tipos celulares, dependendo do ambiente em que se encontram.
Em 2012, o pesquisador japonês Shinya Yamanaka e o britânico John Gurdon receberam o Prêmio Nobel de Medicina pela criação de um método que permite reprogramar células adultas em células-tronco.
O uso de células iPS não gera questões éticas, ao contrário das células-tronco obtidas de embriões humanos. Fonte: Yahoo Notícias

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Cruz Vermelha quer formar 2.000 voluntários para combater Ebola

Funcionários da Cruz Vermelha liberiana transportam corpo de vítima de Ebola, em 10 de setembro de 2014
A Cruz Vermelha anunciou nesta quinta-feira que planeja capacitar cerca de 2.000 voluntários para reforçar a sua resposta à epidemia de Ebola que assola muitos países do oeste africano.
"Enquanto dezenas de novos casos surgem a cada dia, esta epidemia não mostra sinais de desaceleração", declarou Alasan Senghore, diretor da Federação Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho para a África.
"As pessoas estão morrendo. Se quisermos levar a sério a tarefa de conter o Ebola não podemos nos dar ao luxo de esperar para reforçar a nossa resposta", disse ele em um comunicado.
Desde que a epidemia começou no início deste ano, a Cruz Vermelha já formou cerca de 3.500 voluntários nos três países mais afetados: Guiné, Serra Leoa e Libéria. Ela planeja treinar mais de 5.600 no total.
É nesses países que se concentra o maior número de vítimas fatais do Ebola, que matou cerca de 2.300 pessoas no oeste africano, de acordo com o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
A Cruz Vermelha indica que está reavaliando o seu apelo por recursos para realizar suas atividades nesses três países. A organização necessita atualmente de 30,2 milhões de francos suíços (25 milhões de euros) para atender 21,9 milhões de pessoas.
Com esses recursos, ela quer fortalecer os esforços de comunicação e de sensibilização nas comunidades afetadas, e financiar um novo centro de tratamento para vítimas do Ebola com 60 leitos em Kenema, Serra Leoa, o epicentro da epidemia. Fonte: Yahoo Notícias

Cientistas dizem que cérebro continua processando estímulos durante sono

Paris, 11 set (EFE).- O cérebro continua processando estímulos durante o sono, essencialmente palavras e vozes, segundo revela um estudo do cientista francês Sid Kouider sobre a atividade cerebral, informou nesta quinta-feira o Centro Nacional de Pesquisa Científica da França (CRNS).
O trabalho realizado por Kouider e sua equipe do Laboratório de Ciências Cognitivas e Psicolinguísticas consistiu em treinar um grupo de voluntários para que, de maneira automática, levantassem a mão direita ou esquerda quando escutassem uma palavra que se referia a um animal ou a um objeto.
O exercício continuou enquanto os participantes do teste iam adormecendo, sem deixar a tarefa de classificação e ao mesmo tempo em que os cientistas acompanhavam o experimento com imagens da atividade cerebral.
Uma vez que os pacientes estavam em estado de sono profundo e inconscientes, o cientista francês observou como as mesmas partes do cérebro continuavam ativas em comparação com quando eles estavam acordados.
"O cérebro é, portanto, capaz de perceber os sons de seu ambiente, extrair o significado das palavras e decidir que ação realizar: movimentar a mão direita ou a mão esquerda", resumiu o CNRS sobre o estudo, publicado na revista científica "Current Biology".
A descoberta de Kouider e sua equipe contribuirá para determinar a melhor maneira de aproveitar nosso tempo de descanso, sem importar os processos automáticos nos quais esteja imerso nosso cérebro, segundo o CNRS. EFE Fonte: Yahoo Notícias

terça-feira, 9 de setembro de 2014

EUA investem mais US$ 10 milhões em luta contra o Ebola

Artista pinta sintomas do Ebola em um muro da Libéria

Os Estados Unidos liberaram 10 milhões de dólares adicionais para ajudar a União Europeia a lutar contra a epidemia de Ebola, o que permitirá enviar uma centena de profissionais da saúde aos países afetados.
Este dinheiro permitirá transportar uma centena de trabalhadores originários da União Africana, entre eles 25 médicos, 45 enfermeiros e "outro funcionários essenciais para administrar e dirigir as unidades de tratamento do Ebola", informou nesta terça-feira a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em um comunicado.
"Os Estados Unidos estão decididos a apoiar a ação da União Africana diante das necessidades urgentes da África Ocidental devido a esta doença brutal. Podemos e erradicaremos esta epidemia, mas será necessário um esforço coordenado do conjunto da comunidade internacional", comentou Rajiv Shah, administrador da USAID, citado no texto.
Com os novos fundos, a ajuda dos Estados Unidos para lutar contra a epidemia chega a 100 milhões de dólares. Ao valor já investido somam-se 75 milhões prometidos na semana passada pela USAID.
O dinheiro serve para abastecer os países afetados com equipamentos de urgência, tratamentos e para financiar um milhão de novos leitos, 130.000 kits de proteção e 50.000 kits de higiene.
A epidemia do Ebola, a mais grave desde o surgimento do vírus, em 1976, deixa mais de 2.000 mortos desde o início do ano, principalmente em Libéria, Serra Leoa e Guiné. Fonte: Yahoo Notícias

Epidemia de Ebola provocou 2.288 mortes, quase a metade nos últimos 21 dias

Parentes de pessoas infectadas pelo vírus Ebola aguardam notícias na entrada de uma zona de risco do hospital John Kennedy, em Monróvia, na Libéria, em 3 de setembro de 2014
A epidemia de Ebola provocou a morte de 2.288 pessoas até 6 de setembro em Guiné, Serra Leoa e Libéria, principais países afetados, em um total de 4.269 casos, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Quase metade (47%) dos falecimentos e dos casos (49%) foram registrados nos últimos 21 dias, segundo a OMS.
Segundo os dados divulgados nesta terça, 1.224 mortes ocorreram na Libéria, 555 na Guiné e 509 em Serra Leoa,
Além disso, oito pessoas morreram na Nigéria, de um total de 21 casos (confirmados, prováveis e suspeitos). E o Senegal confirmou um caso, de três suspeitos.
"O avanço dos casos continua a se acelerar em países onde a contaminação ocorre em larga escala e de forma intensa: Guiné, Libéria e Serra Leoa", observa a OMS.
Na segunda-feira, a OMS alertou que vários milhares de novos casos eram esperados nas próximas três semanas na Libéria, um país que não tem mais leitos disponíveis para acomodar os pacientes do vírus.
A epidemia de Ebola que atinge atualmente o oeste africano é a mais grave já registrada.
O vírus Ebola, que causa febre hemorrágica, carrega este nome em homenagem a um rio no norte da atual República Democrática do Congo (ex-Zaire), onde foi visto pela primeira vez em 1976. A taxa de mortalidade varia entre 25% e 90% entre os homens.
Outra epidemia de Ebola é travada em uma área remota do noroeste da República Democrática do Congo, com 32 vítimas mortais em quase um mês. Fonte> Yahoo Notícias

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

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Sequenciamento do genoma do café permite a melhora de seu sabor e aroma

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Madri, 4 set (EFE).- Um grupo de cientistas, entre eles de Brasil, Espanha, Estados Unidos e França, sequenciaram o genoma da planta do café, o que pode ajudar a melhorar seu aroma, sabor e produção, e a entender a evolução da cafeína, a "melhor amiga química do homem", segundo os autores do trabalho.
"O café é tão importante para os que madrugam todos os dias quanto para a economia global", ressaltou Philippe Lashermes, do Instituto Francês de Pesquisa para o Desenvolvimento e um dos principais autores do trabalho.
Os resultados deste trabalho serão publicados na edição desta sexta-feira da revista "Science" e, entre outros, conta com participação dos órgãos brasileiros Financiadora de Estudos e Projetos (Finep Qualicafé) e Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT Café), além de cientistas de instituições de Canadá, França, Itália, EUA e Espanha.
Com um consumo que supera as 2,250 bilhões de xícaras por dia no mundo todo e uma produção de mais de 8,7 milhões de toneladas em 2013, o café é uma das bebidas mais populares no mundo e que dá trabalho a cerca de 26 milhões de pessoas de 52 países, segundo dados de 2010 divulgados pela Organização Internacional do Café.
Agora, esta equipe internacional de cientistas sequenciou seu genoma, apresentando dados para melhorar a planta.
Concretamente, os pesquisadores sequenciaram o genoma da espécie Coffea canephora ou robusta, originária de África Ocidental e que se cultiva sobretudo no continente africano, Brasil e sudeste asiático. Esta variedade representa 30% da produção mundial.
O estudo permite "extrair algumas conclusões sobre por que o café é tão especial", segundo Lashermes, que em uma nota da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS, na sigla em inglês) acrescentou que o sequenciamento do genoma do café (25.574 genes) pode representar um grande passo para sua melhora.
O trabalho da "Science" faz duas contribuições principais: proporciona ferramentas para a melhora genética da planta do café e dá uma visão mais ampla e precisa de como foi a evolução dos genes relacionados com a cafeína, um alcaloide que a planta usa para se defender de insetos e potenciais concorrentes, e que os humanos transformaram em seu "melhor amigo químico".
"Se dispusermos do genoma podem ser feitos cruzamentos dirigidos que permitam, por exemplo, obter variedades que melhorem o sabor do café - mais ou menos amargo -, o aroma e a resistência a pragas", explicou à Agência Efe Julio Rozas, pesquisador da Universidade de Barcelona (Espanha) e um dos participantes do projeto.
Ao comparar a planta do café com outras como a videira ou o tomateiro, os cientistas descobriram que o café mostra um maior número de genes relacionados à produção de alcaloides que contribuem para qualidades como aroma ou amargor do grão.
E também que entre aquelas famílias de genes que aparecem expandidas em número estão as relacionadas com a sínteses da cafeína.
Para chegar a estas conclusões, foi utilizado um software criado na Universidade de Barcelona (BadiRate), o qual permite conhecer quais genes se duplicam de forma recorrente em um genoma específico.
"Vimos que há algumas famílias de genes que aumentaram de forma importante no genoma do café, muitas relacionadas com a cafeína", explicou Rozas, acrescentando que, ao contrário de outras plantas, no café a aquisição de genes não foi através da duplicação do genoma completo, mas através da duplicação recorrente de genes individuais.
Lorenzo Carretero-Paulet, outro dos pesquisadores (Universidade de Buffalo, Nova York, EUA), concordou com Rozas em que um dos dados mais relevantes é que no genoma do café aparecem expandidas famílias concretas de genes relacionados com a defesa da planta e com substâncias que esta utiliza para interagir ecologicamente com o ambiente e, além disso, lhe conferem propriedades de aroma e sabor.
"Isto tem implicações diretas na melhora dos mecanismos de resistência a fungos, por exemplo, e serve para moldar a composição química do grão", assinalou o cientista em declarações à Efe.
Quanto à evolução da cafeína, o estudo reforça trabalhos anteriores que apontavam que a cafeína do café não compartilha um ancestral em comum com a do chá e a do cacau: os genes envolvidos na síntese da cafeína se originaram no café de forma independente. EFE

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

OMS avalia oito tratamentos e duas vacinas para combater o Ebola

Parentes de pessoas infectadas pelo vírus Ebola aguardam notícias na entrada de uma zona de risco do hospital John Kennedy, em Monróvia, na Libéria, em 3 de setembro de 2014
A comunidade internacional tentava acelerar nesta quinta-feira sua resposta à epidemia de Ebola, com a União Africana anunciando uma reunião de emergência para traçar estratégias de combate à doença e a Organização Mundial da Saúde (OMS) propondo oito tratamentos e duas vacinas experimentais.
Estes diferentes tratamentos, incluindo o já utilizado ZMapp, e as vacinas foram apresentados a cerca de 200 especialistas reunidos em Genebra pela OMS para analisar as "possibilidades de produção e utilização."
"Nenhuma das substâncias foi clinicamente comprovada", segundo o relatório publicado nesta quinta-feira pela OMS, que indica que apesar das "medidas implementadas para acelerar o ritmo dos testes clínicos", "os novos tratamentos e vacinas não estarão disponíveis para uso geral antes do final de 2014".
"Até lá, apenas pequenas quantidades chegando a algumas doses/tratamentos estarão disponibilizados", informa a organização, que ressalta que o desenvolvimento e a avaliação clínica destes tratamentos levaria "até 10 anos em circunstâncias normais".
"Aumentar a produção de qualquer medicamento ou vacina leva meses ou anos porque deve respeitar todas as etapas, e o processo de produção leva tempo, não é instantâneo", explica uma porta-voz da OMS, Fadela Chaib.
A atual epidemia do vírus Ebola, que continua a se espalhar no oeste africano, não tem precedentes por sua amplitude. Ainda não há nenhuma vacina homologada contra a doença, e não há nenhum tratamento específico.
Em Serra Leoa, chegamos ao fim dos nossos recursos. Se abandonarmos o país, levaremos mais tempo" para acabar com a epidemia, disse à AFP um representante do ministério da Saúde do país, Samuel Kargbo, que participa em Genebra da reunião de dois dias convocada pela Organização Mundial da Saúde para discutir novas formas de combater o vírus.
De acordo com o último balanço da OMS publicado na quarta-feira, mais de 1.900 pessoas morreram de Ebola de um total de 3.500 casos confirmados. Em seu balanço anterior de 26 de agosto, a organização evocaca 1.552 mortes em 3.069 casos.
Os países mais afetados são Libéria, Serra Leoa e Guiné. A Nigéria é afetada em menor escala e um primeiro caso foi identificado no Senegal, o de um guineense que havia cruzado a fronteira.
Port Harcourt em risco
Enquanto a epidemia avança, e que os estoques do soro ZMapp, difícil de produzir em grandes quantidades, estão se esgotando, a OMS indicou em 28 de agosto temer que mais de 20 mil pessoas sejam ameaçadas durante a atual epidemia, que segundo a organização deve durar de seis a nove meses.
"A situação é bastante alarmante. Nos países onde a epidemia começou, vimos que os sistemas de saúde (...) não têm capacidade de lidar de forma adequada com a epidemia. A resposta deve ser muito mais rigorosa", afirma a diretora do Instituto senegalês de Saúde e Desenvolvimento (Ised), Anta Tal-Dia, na reunião da OMS em Genebra.
Por sua vez, a OMS expressou seu temor de um desenvolvimento rápido do surto de Ebola em Port Harcourt, principal cidade petrolífera no sul da Nigéria, onde duas pessoas morreram e um outro caso foi confirmado.
Segundo a OMS, cerca de setenta pessoas sob vigilância são consideradas de alto risco em Port Harcourt. Mais de 200 pessoas estão em quarentena.
Em 8 de agosto, a OMS declarou que o surto de Ebola era uma "emergência de saúde pública de alcance global." Nesta quinta-feira, a União Africana anunciou que iria convocar uma reunião de emergência para definir estratégias em todo o continente.
O Ebola é transmitido por contato direto com sangue, fluidos ou tecidos de seres humanos ou animais infectados. O vírus é bastante letal, com apenas 47% de chances de sobrevivência, segundo a OMS. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook