Um painel não governamental de especialistas nos Estados Unidos
deu sinal verde, nesta sexta-feira, à publicação completa de dois estudos sobre
a gripe aviária mutante, revertendo a decisão anterior de impedir a divulgação
de detalhes importantes das pesquisas.
"Os dados descritos nos manuscritos revistos não parecem fornecer informação
que permita de imediato o uso indevido dessa investigação, de forma que possa
pôr em risco a saúde pública ou a segurança nacional", informou em comunicado o
Conselho Nacional Científico de Biossegurança (NSABB).
Especialistas dos Estados Unidos se opuseram anteriormente à publicação
desses estudos - que mostravam como um vírus da gripe H5N1 gerado em laboratório
poderia ser transmitido facilmente através do ar entre os furões- por temor de
que a informação terminasse em mãos equivocadas e desencadeasse uma pandemia
mortal de gripe.
Depois de uma reunião nesta quinta e na sexta-feira para rever os últimos
detalhes, os especialistas consideraram que "uma nova evidência que melhore a
compreensão das mutações específicas pode ajudar a vigilância internacional, a
saúde pública e a segurança".
"A cooperação global, importante para os esforços de preparação ante a
'influenza pandêmica', baseia-se no livre intercâmbio de informação e é um
princípio fundamental na avaliação destes manuscritos", acrescentou o
painel.
O NSABB foi objeto de críticas depois de resolver por unanimidade, em
dezembro, que dois estudos financiados pelos Estados Unidos, um de uma equipe de
Wisconsin e outro dirigido pelo cientista holandês Ron Fouchier, não deveriam
ser publicados, a não ser que fossem retiradosdetalhes que prevenissem a
reprodução do vírus.
A gripe aviária é responsável pela morte de mais da metade das pessoas que
infecta, o que é considerado muito mais letal que as cepas típicas do vírus.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, houve 573 casos de gripe aviária H5N1
em humanos em 15 países desde 2003, com 58,6% de óbitos. Fonte: Yahoo notícias
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