sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Como ajudar a esfriar o planeta



Branqueamento de nuvens pode causar danos
O branqueamento de nuvens, pela borrifação delas com água do mar, proposto como uma "solução técnica" para a mudança do clima, pode causar mais danos do que vantagens, de acordo com uma pesquisa. Nuvens mais brancas refletem mais luz solar de volta para o espaço, resfriando a terra.
Mas um estudo apresentado pela União Européia de Geociências descobriu que o uso de gotas de água do tamanho errrado levariam ao aquecimento, e não ao resfriamento. Um dos pais da idéia disse que seria possível criar gotas com o tamanho adequado. O branqueamento de nuvens foi proposto originalmente por John Latham, hoje na Universidade-Corporação de Pesquisa Atmosférica, em Boulder, no Colorado.
Desde então, a idéia vem sendo desenvolvida por diversos outros pesquisadores, incluindo o pioneiro em energia de ondas Stephen Salter, da Universidade de Edinburgo. É mais uma das técnicas de "geoengenharia", que tentariam ou reduzir a radiação solar que chega à Terra, ou absorver dióxido de carbono do ar. Uma das versões envolve navios especialmente projetados, movidos a energia eólica, que operariam em áreas do oceano onde os estratocumulos são escassos.
Os barcos borrifariam continuamente jatos de gotas de água salgada, e pequenos cristais de sal atuariam como núcleos em torno dos quais o vapor da água se condensaria, produzindo nuvens ou engrossando as existentes. Isto ainda não foi experimentado na prática. Mas Kari Alterskjaer, da Universidade de Oslo, chegou ao encontro da União Européia de Geociências, esta semana, com um aviso. Seu estudo, que usou observações de nuvens e um modelo de computador do clima global, confirmou descobertas anteriores, de que o branqueamento de nuvens funcionaria melhor a oeste das Américas do Norte e do Sul e a oeste da África.
No entanto, ela conclui que seria necessário 70% mais de sal na atmosfera do que o calculado pelos proponentes da técnica. E o uso de gotas do tamanho errado reduziria a cobertura de nuvens, em vez de fortalecê-las – levando ao aquecimento, e não ao resfriamento desejado."O problema é que nuvens são muito complicadas. Uma vez que se começa a manipulá-las de uma forma, acontecem muitas interações diferentes", afirmou ela. "Se as partículas forem muito pequenas, elas não branquearão as nuvens, mas influenciarão partículas que já se encontram lé, gerando uma competição entre elas", disse a cientista à BBC. "Obviamente, o tamanho da partícula é de importância crucial, não apenas por gerar efeitos positivos ou negativos – se elas forem muito grandes, cairão de volta no mar".
No momento em que cientistas do clima se encontram frustados pelo lento progresso na redução de gases estufa, o branqueamento de nuvens vem sendo usado como exemplo de uma tecnologia que poderia fazer diferença, pelo menos para ganhar tempo.
Há cálculos segundo os quais um modesto aumento destas nuvens marítimas equilibrariam o aumento do CO2 na atmosfera – embora mesmo os proponentes da técnica admitam que ela não faria nada para combater a outra importante consequência das emissões de carbono, a acidificação dos oceanos. Fonte: blog: "Planeta Sustentável"
Foto: ©NASA’s Marshall Space Flight Center

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