segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Fungo da Amazônia consegue digerir plástico

Pesquisadores da Universidade de Yale (EUA) estavam na Amazônia estudando fungos que viviam no tecido de plantas sem causar danos aos vegetais. Mas acabaram descobrindo algo bem mais importante: um fungo capaz de digerir plásticos (você leu certo).
Chamado Pestalotiopsis microspora, o fungo tinha atividade em compostos plásticos e conseguia romper as ligações químicas do poliuretano. O composto está presente em fibras sintéticas, aparelhos eletrônicos e isolantes térmicos.
Outros fungos decompunham plástico, mas este é o primeiro a fazer isso sem a presença de oxigênio. Se os cientistas conseguirem criar uma aplicação industrial a partir desse fungo, será uma revolução para o setor de reciclagem. (via @felipevaz) fonte> yahoo notícias

Empresa britânica cria planta que dá batatas e tomates

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Com custo de 14,99 libras (cerca de R$ 55), o TomTato é, na verdade, um enxerto entre um pé de batata e um tomateiro - nada muito complicado de se fazer. No enxerto, ligam-se duas plantas, fazendo com que elas cresçam juntas - diferente de cruzamentos que dão origem à plantas híbridas. O que achou da ideia? Fonte: yahoo notícias

domingo, 29 de setembro de 2013

Brasil mantém viva polêmica sobre primeiros humanos da América


Brasília, 28 set (EFE).- Embora a teoria mais difundida e aceita diga que o primeiro ser humano chegou a América há 14 mil anos pelo estreito de Bering, outros estudos afirmam que o Homo sapiens já habitava a cerca de 36 mil anos antes no território que hoje é o Brasil.
Essas controvérsias na comunidade arqueológica internacional se mantêm há duas décadas e serão reavivadas em um ciclo de conferências que a Unesco e a União Europeia (UE) patrocinarão em Brasília até novembro próximo.
O que pôde ter sido o primeiro assentamento de seres humanos na América fica no Parque Serra das Capivaras, no estado do Piauí e no meio do sertão, região na qual a falta de chuvas e água ainda hoje torna muito difícil a vida.
O parque ocupa 100.000 hectares, foi declarado Patrimônio Natural da Humanidade pela Unesco em 1991 e é apadrinhado agora pela UE, que iniciou uma campanha para divulgar seus atrativos turísticos.
Além de estranhas formações rochosas erosionadas pelos fortes ventos que caracterizam essa região, essa reserva natural também esconde o que para muitos pode ser uma das chaves da história da humanidade na América.
Na década de 1970, cientistas comandados pela arqueóloga brasileira Niéde Guideon, filha de franceses e instalada na região desde então, começaram escavações que resultaram nos 737 sítios arqueológicos catalogados no parque.
No sertão já tinham sido encontrados fósseis de diversos animais extintos há 12 mil anos, como o enorme antepassado do hipopótamo conhecido como toxodonte e o tigre-dentes-de-sabre.
As primeiras descobertas na Serra das Capivaras foram de pinturas rupestres que representam animais, corpos celestes e cenas de caça, guerra e até sexo, além de cerâmicas e artefatos de pedra.
Mas as pesquisas chegaram além e identificaram restos ósseos de seres humanos com 12 mil anos de idade, comprovada em laboratórios dos Estados Unidos, Suíça e França.
Após essas primeiras descobertas, outras escavações revolucionaram as teorias sobre a chegada do ser humano à América.
Os arqueólogos acharam restos de fogueiras de cerca de 50 mil anos, o que contraria a chamada "teoria Clovis", a qual sustenta que os primeiros seres humanos chegaram a América vindos da Sibéria através do estreito de Bering, aproveitando a baixa do nível do mar na Era Glacial, há 14 mil anos.
A uruguaia Rosa Trakalo, que trabalha com Niéde, disse à Agência Efe que a constatação que havia seres humanos no Piauí há cerca de 50 mil anos, junto com outras pistas que indicam a presença do homem no sul da Argentina há 13 mil anos e no Chile há 33 mil anos, desmontam as "certezas" da chamada "civilização Clovis".
Para muitos cientistas, a teoria que o ser humano chegou a América através de Bering também se desfaz com o fato de que todos os principais sítios arqueológicos do continente se encontram na América do Sul.
No caso da Serra das Capivaras, quem respalda a teoria da "civilização Clovis" sustenta que os restos de fogueiras não bastam para comprovar a presença de seres humanos, pois o fogo poderia ter sido provocado por raios ou outros fenômenos naturais.
No entanto, Rosa afirmou que os estudos confirmam que essas fogueiras "foram causadas e controladas pelo homem", pois estavam situadas em pequenas áreas muito bem delimitadas e ao redor delas havia pedras e artefatos "trabalhados por seres humanos".
Segundo Rosa, na comunidade científica "há muitos interessados em defender que o ser humano chegou a América pelo norte".
Para contribuir para o debate e ajudar na promoção do parque como destino turístico, a Unesco e a UE organizaram em Brasília um ciclo de conferências, no qual durante dois meses serão discutidas essas questões e se mostrará o trabalho artesanal de seus atuais habitantes.
"A arqueologia também é política", disse à Efe o representante da Unesco no Brasil, o francês Lucien André Muñoz, destacando assim a importância de promover novos debates sobre a ainda incerta origem dos primeiros habitantes da América. EFE Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Estudo revela que amostra de solo marciano contém 2% de água

Noctis Labyrinthus, região de Marte, é vista em imagem divulgada em 26 de setembro de 2013

A primeira amostra de solo marciano analisada pela sonda Curiosity, da Nasa, continha cerca de 2% de água, trazendo a esperança de um dia hidratar os humanos que vierem a explorar o planeta vermelho, informaram cientistas nesta quinta-feira.
"Vemos Marte como um deserto muito seco e embora não se encontre tanta água quanto no solo da Terra, é substancial", afirmou Laurie Leshin, principal autora do estudo publicado na revista científica Science.
Em 0,03 metro cúbico de solo marciano, um bloco com largura, profundidade e altura proporcional a um pé, "talvez você possa tirar dali uns dois 'pints' (cada 'pint' corresponde a 0,47 litro)", acrescentou Leshin, que é decana de Ciência do Instituto Politécnico Rensselaer.
Nenhuma agência espacial tem planos para enviar pessoas a Marte em curto prazo, mas os Estados Unidos dizem ter esperança de mandar os primeiros humanos ao planeta vermelho por volta de 2030.
Indícios de água no vizinho empoeirado e seco da Terra não são novidade.
Sondas e orbitadores já tinham descoberto anteriormente evidências que Marte provavelmente tinha água, seja na forma de gelo, de reservatórios subterrâneos ou, inclusive, água potável, talvez bilhões de anos atrás.
Mas as evidências mais recentes vieram de dez dos equipamentos mais avançados já enviados para investigar a superfície marciana a bordo da sonda Curiosity, que pousou ali em 2012.
As descobertas, descritas em cinco diferentes artigos publicados na Science, incluem a análise de uma amostra de pó, terra e solo finamente granulado de uma parte da Cratera Gale, conhecida como Rocknest (berço rochoso).
Leshin disse que a amostra analisada pela sonda Curiosity provavelmente representa o que se poderia encontrar em outras regiões de Marte, uma vez que o planeta é coberto com uma fina camada de solo superficial.
"Agora sabemos que deve ter havido água em abundância e facilmente acessível em Marte", disse Leshin. Fonte: Yahoo Notícias

Fóssil de peixe reescreve História evolutiva do homem

Reconstituição de um Entelognathus divulgada em 24 de setembro de 2013
O ancestral de todas as criaturas com mandíbula e espinha dorsal não foi um animal semelhante a um tubarão, mas sim um peixe desprovido de dentes e dotado de couraça, revelou um estudo publicado esta quarta-feira que reescreve a História evolutiva do homem.
Cientistas afirmam ter encontrado o fóssil de um peixe com 419 milhões de anos que contesta a teoria dominante de que os animais modernos com esqueletos ósseos teriam evoluído de uma criatura similar ao tubarão, que tem esqueleto cartilaginoso.
O grupo dos osteíctes (peixes ósseos) inclui a maioria dos peixes vivos, e também os animais vertebrados terrestres, como os humanos.
Até hoje acreditava-se que os peixes cartilaginosos modernos, como os tubarões e as arraias, que formam um grupo irmão dos osteíctes, o dos condreíctes, fossem os representantes mais próximos do ancestral mandibulado que deu origem aos dois grupos de animais.
Isso significa que os osteíctes teriam desenvolvido os esqueletos ósseos do zero, enquanto o grupo que inclui os tubarões, as arraias e a quimera teria mantido o esqueleto cartilaginoso de seus ancestrais.
Mas a nova descoberta de um peixe primordial, com um arranjo complexo de crânio pequeno e ossos de mandíbula, mostrou que faltava um galho na árvore evolutiva e que o esqueleto ósseo foi, na verdade, um protótipo para o de todos os vertebrados, escreveu a equipe de cientistas em artigo publicado na revista científica Nature.
"Esta descoberta espantosa joga por terra algumas ideias estabelecidas sobre a evolução dos vertebrados", afirmou o co-autor do estudo, Brian Choo, do Instituto de Paleontologia e Paleontologia de Vertebrados em Pequim.
"As implicações são claras: os osteíctes não adquiriram de forma independente seus esqueletos ósseos, eles simplesmente os herdaram" de seus ancestrais, peixes com couraças pesadas, conhecidos como placodermos, que são aceitos como sendo os membros mais primitivos da família de vertebrados mandibulados.
"Os osteíctes não passaram por um estágio similar ao do tubarão, sem couraça, durante sua evolução apenas para readquirir os ossos mais tarde. Eles simplesmente mantiveram as couraças diretamente de seus ancestrais", explicou Choo.
Segundo os cientistas, isso significa que os tubarões e as arraias, ao invés de vertebrados arquetípicos, foram perdendo as placas ósseas do ancestral comum à medida que evoluíram.
A criatura recém-descoberta, batizada 'Entelognathus primordialis' (que significa mandíbula completa primordial) era um tipo de placodermo que viveu nos mares da China no período Siluriano tardio, entre 423 milhões e 416 milhões de anos atrás.
O estranho animal, cujo fóssil quase completo foi escavado perto da cidade chinesa de Qujing (sul), tinha cerca de 20 centímetros de comprimento, cabeça e corpo com uma couraça pesada e cauda escamosa.
Tinha mandíbulas sem dentes e olhos minúsculos em grandes órbitas. Não tinha um ancestral direto com os vertebrados com mandíbula atuais, mas um "primo próximo" extinto do nosso antepassado comum que compartilhava muitas de suas características, afirmou Choo.
"Fiquei completamente surpreso ao ver esse fóssil pela primeira vez, e mais ainda quando as implicações totais começaram a emergir", afirmou à AFP.
"De vez em quando nos confrontamos com espécimes de cair o queixo como Lucy, a Australopiteco (um hominídeo extinto que caminhava ereto) ou os primeiros vestígios de um dinossauro emplumado chinês, provocando uma torrente de novas informações que esclarecem enormemente nossa visão sobre um passado distante e com frequência nos força a repensar o que achávamos saber sobre a evolução", acrescentou.
"Um pequeno peixe chamado 'Entelognathus' agora une as pontas destas excepcionais descobertas fósseis", continuou.
Em um comentário sobre a descoberta, os paleontólogos Matt Friedman e Martin Brazeau afirmaram que suas implicações são "chocantes".
"Levarei algum tempo para digerir completamente as implicações de um fóssil notável como este, mas está claro que uma grande reformulação da nossa compreensão sobre a evolução dos gnatostomados (vertebrados com mandíbula) está em andamento agora", escreveram na Nature. fonte: yahoo notícias

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Falta de metano reduz expectativa de achar vida em Marte, diz Nasa

Imagem de 25 de julho de 2013 mostra a sonda Curiosity em Marte
As expectativas de encontrar vida em Marte sofreram um revés após novas descobertas do robô Curiosity, da Nasa, que detectou apenas pequenas quantidades de gás metano na atmosfera do planeta vermelho, segundo estudo publicado esta quinta-feira.
Na última década, cientistas reportaram grandes "colunas" de metano na atmosfera marciana, em afirmações controversas porque foram feitas com base em observações feitas da Terra ou de um satélite em órbita.
Cientistas disseram, em março de 2003, ter encontrado uma nuvem perto do equador marciano que continua 19.000 toneladas de metano.
No entanto, a análise de dados dos instrumentos a bordo do Curiosity mostram apenas pequenas quantidades de metano na atmosfera de Marte.
Os cientistas disseram que as descobertas do Curiosity indicaram que o nível máximo de metano foi de 1,3 parte em um bilhão de volume, seis vezes menos que as estimativas prévias.
O baixo nível de metano na atmosfera reduz consideravelmente as possibilidades de que o solo marciano contenha micróbios ou materiais fósseis orgânicos que produzem este gás, afirmaram os cientistas.
Os resultados também reduzem a probabilidade de níveis significativos de metano produzidos em nível geológico ou de meteoritos, segundo o pesquisador do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), Christopher Webster, co-autor do estudo publicado na revista Science.
As colunas de metano identificadas anteriormente podem ter sido resultado de uma interpretação errônea das observações, inclusive as realizadas de telescópios na Terra, segundo os cientistas.
A Curiosity, que pousou no equador marciano em agosto de 2012, já fez observações que indicam que Marte pôde ter abrigado vida microbiana em um passado distante.
Nas últimas semanas, o robô iniciou uma viagem de oito quilômetros com destino ao Monte Sharp, objetivo principal da missão de exploração de dois anos.
Espera-se que a viagem dure vários meses e que Curiosity pare no caminho para analisar as formações geológicas.
A região do Monte Sharp é de particular interesse de particular interesse devido a que as camadas sedimentares podem revelar quando Marte foi apto para a vida, segundo a Nasa. fonte: yahoo notícias

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cientistas descobrem proteína que impede geração de células-tronco

Londres, 18 set (EFE).- Uma equipe de cientistas internacionais identificou uma proteína que impede a obtenção eficiente de células-tronco dentro de um organismo vivo a partir de suas próprias células adultas, informou nesta quarta-feira a revista britânica "Nature".
Seguindo a mesma linha que as recentes pesquisas sobre células-tronco, esta descoberta do Instituto de Ciência de Weizmann de Israel, realizada através de um estudo em cobaias, representa mais um passo para a medicina regenerativa ao facilitar a obtenção de células-tronco pluripotentes (iPS).
Trata-se das únicas células-tronco capazes de serem criadas a partir das células do mesmo paciente - com o que se evitaria a rejeição imunológica - e de se transformar depois em qualquer outra classe de células do organismo humano.
Embora a obtenção deste tipo de células seja cada vez mais factível, assim como explicou à Agência Efe o chefe do estudo, Jacob Hanna, "os processos atuais continuam sendo ineficientes porque só conseguem transformar uma pequena porção das células", fato que motivou essa tentativa de aprimorar o processo.
Os cientistas israelenses começaram detectando aqueles fatores implicados na conversão de células maduras a células-tronco pluripotentes dentro de cobaias e descobriram que existia uma proteína que, ao tempo que estava implicada no processo, inibia sua conversão eficiente.
Esta proteína, chamada Mbd3, participa do processo pelo qual as células-tronco transformam a informação necessária para teu posterior desenvolvimento e funcionamento.
Após vários testes em cobaias, no entanto, a equipe israelense concluiu que, ao abolir a proteína do processo e potencializar o resto de fatores que contribuem para obtenção de células-tronco, o resultado melhorava em 90%.
"Este é um grande avanço para conseguir mais quantidades de células-tronco pluripotentes de forma segura e sem modificações genéticas", assegurou Hanna à Efe.
Embora esta pesquisa tenha sido testada somente com células da pele, o sangue e o cérebro de cobaias, a equipe de cientistas assegurou que os resultados poderiam ser equivalentes se aplicados em pessoas.
"Agora podemos controlar muito melhor o destino das células de acordo com nossa vontade", apontou o chefe da pesquisa.
Depois de mais de dois anos de estudos para chegar nestes resultados, o seguinte passo para estes cientistas é encontrar a forma de separar a proteína do processo.
"Queremos desenvolver pequenas moléculas químicas que inibam a Mbd3 e também compreender sua atividade bioquímica", concluiu Hanna.
As células-tronco, por ser capazes de se transformar em qualquer tipo de célula no organismo, supõem uma esperança para cura de doenças como o alzheimer, parkinson e diabetes. EFE Fonte: Siga o Yahoo! Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 17 de setembro de 2013

EUA alertam para riscos de infecções resistentes a antibióticos

Cientista analisa placa de Petri com cultura de bactéria em laboratório de microbiologia em Antuérpia, Bélgica


Pelo menos dois milhões de pessoas se infectam todos os anos nos Estados Unidos com micróbios resistentes a antibióticos e 23.000 morrem vítimas destas infecções, revelou um novo estudo.
Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC) informaram que estes números são apenas uma estimativa conservadora. Entre outras razões, porque procedem apenas de infecções registradas em hospitais e não respondem àquelas que ocorrem em casas de repouso ou outras instalações sanitárias.
Os números reforçam a importância de se evitar o uso sem controle de antibióticos.
Em metade dos casos estudados, o uso de antibióticos era desnecessário ou até mesmo inapropriado, como em infecções virais, por exemplo, afirmaram os cientistas.
O estudo também adverte para os riscos de se esgotarem os tratamentos eficazes, enquanto o número de novos antibióticos em desenvolvimento não consegue atender às necessidades de curto prazo.
"Se não formos cuidadosos, em breve estaremos em uma era pós-antibiótica", disse o diretor dos CDC, Tom Frieden.
"E de fato, para alguns pacientes e alguns micróbios, já estamos lá. Perder tratamento eficaz não só minará nossa habilidade para combater infecções de rotina, mas também terá sérias complicações, sérias implicações, para as pessoas que tem outros problemas médicos", afirmou.
A maioria dos 18 micróbios incluídos no estudo é comum e foi dividida em três categorias, dependendo de seu grau de risco: urgente, preocupante e importante.
Dentro do grupo urgente, há três de interesse particular, afirmou: são as chamadas enterobactérias resistentes a carbapenemas (ERC), a bactéria 'Clostridium difficile' e a gonorreia resistente a medicamentos.
O primeiro deles é uma "bactéria do terror" capaz de resistir essencialmente a todos os antibióticos e matar as pessoas que a trazem no sangue.
A C. difficile é causadora de uma infecção grave, que traz riscos de vida, associada a 14 mil mortes e um 250.000 hospitalizações ao ano.
No caso da gonorreia, há mais de 800 mil infecções registradas nos Estados Unidos todos os anos, com uma proporção crescente do tipo resistente a toda a medicação disponível.
A forma de combater todas elas é prevenir a infecção e disseminar a resistência, por meio de imunização, de um preparo adequado dos alimentos e da higienização das mãos, informou os CDC. Fonte: yahoo notícias

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

A História dos Antibióticos


Parece uma tarefa difícil falar sobre a origem e a evolução dos antibióticos... e realmente é. Durante toda a evolução da humanidade temos os relatos de várias tentativas do uso de substâncias e materiais com a intenção de secar lesões supurativas, curar febres, melhorar as dores etc. A medicina era observacional. A clínica foi o recurso diagnóstico mais importante que existiu e ainda existe, porém naquela época era o único.
A definição do termo antibiótico também tem história. O termo inicial proposto por Vuillemin em 1889 era "antibiose" e que definia o antagonismo dos seres vivos em geral. O nome antibiótico foi primeiramente usado por Waksman em 1942, meio século após Vuillemin, e deu uma redefinição necessária como substância produzida por microorganismos (bactérias, fungos, actinomicetos), antagonista ao desenvolvimento ou à vida de outros microorganismo em altas diluições no meio bioquímico do nosso corpo (é necessário que isto seja dito para excluirmos substâncias que quando puras tem uma potente ação antimicrobiana como certos produtos metabólicos como os ácidos orgânicos, peróxido de hidrogênio e o álcool). Entretanto, o uso diário do termo, incluiu os agentes antibacterianos sintéticos, como as sulfonamidas e as quinolonas, que não são produzidos por microorganismos. Waksman e outros microbiologistas notaram que algumas bactérias tinham a capacidade destruir ou inibir outras estudando amostras de fezes, cuja flora bacteriana é complexa e que depende dessa capacidade para sua manutenção.
Alguns autores dividem toda essa história em 3 grandes eras. A primeira, conhecida também como a era dos alcalóides, data de 1619 de onde provém os primeiros registros do sucesso do tratamento da malária com extrato de cinchona e do tratamento da disenteria amebiana com raiz de ipecacuanha. Durante muito tempo esses extratos e seus derivados (alcalóides, quinino e a emetina) formaram um grupo único de recursos terapêuticos conhecidos.
Em meados de 1860, Joseph Lister foi o primeiro cientista a estudar o efeito inibitório de substâncias químicas sobre as bactérias e aplicar seus conhecimentos diretamente na medicina. Lister usou fenol para esterilizar instrumentos cirúrgicos com importante diminuição nas taxas de morbidade e mortalidade associadas à cirurgia. Alguns autores dizem que esse evento marcou o surgimento da era antimicrobiana. Estudando tais efeitos, Pasteur e Joubert foram os primeiros a reconhecerem o potencial clínico dos produtos microbianos como agentes terapêuticos em 1877. Eles observaram que o bacilo anthrax crescia rapidamente quando inoculado em urina estéril mas parava de se multiplicar e morria se qualquer simples bactéria da ar fosse inoculada junto com o bacilo ou após ele na mesma urina.
Czech, Honl e Bukovsky em 1889 fizeram uso local de extrato de Pseudomonas aeruginosas que era um excelente produto conhecido como "piocianase" comercializado por muitos anos. Outros pesquisadores usaram extratos de Penicillium e Aspergillus, os quais continham, provavelmente, pequenas quantidades de antibióticos que produziam efeitos locais e transitórios.
A segunda era, conhecida como a dos compostos sintéticos, foi marcada pela descoberta do salvarsan por Paul Ehrlich (Alemanha) em 1909 para o tratamento de tripanossomas e outros protozoários. Em 1910 Ehrlich testou o 606º composto arsênico e viu que ele era ativo contra o treponema causador da sífilis. Esse composto foi usado como tratamento de escolha da sífilis até 1940 quando foi substituído pela penicilina. Na época imperava um pensamento: os protozoários eram susceptíveis às drogas e as bactérias não. Os treponemas não eram considerados bactérias, mas uma classe a parte. A idéia apresentada à pouco foi abandonada com a descoberta e o uso do Prontosil. O Prontosil é uma sulfonamida que foi sintetizada por Klarer e Meitzsch em 1932. Seus efeitos e resultados foram descritos por Gerhard Domagk., o que lhe valeu o Prêmio Nobel de Medicina em 1938.
A penicilina já havia sido sintetizada por Alexander Fleming em 1929, mas seu potencial não havia sido explorado devido à sua labilidade. O livro de Hare intitulado "O Nascimento da Penicilina" ("The Birth of Penicilin") descreve muito bem como Fleming descobriu a penicilina em 1928.Os escritos originais de Fleming atribuem o uso da penicilina em meios de cultura para suprimir os crescimento da flora oral e facilitar o isolamento do Haemophilus influenzae. A corrida para as sulfonamidas havia começado, sediada na Alemanha e anunciada em 1935.Quando o efeito curativo da sulfonamida foi demonstrado em ratos, iniciou-se estudos em pacientes com erisipela e outras infecções.
Em 1935 Domagk publicou as informações sobre seus estudos ao mesmo tempo em que eram publicados estudos semelhantes por Hörlein sobre os achados feitos em Londres. Esses estudos foram posteriormente continuados em outros países. Um dos mais notáveis estudos da época foi o de Kolebrook e Kenny (Inglaterra) em 1936 que demonstrou a imensa eficácia da droga na febre puerperal com quedas assustadoras no número de mortes entre os nascidos vivos de mães com febre puerperal. A posterior introdução da penicilina tenha sido, talvez, o maior impacto sobre a febre puerperal. O aumento dessa incidência em meados de 1950 foi devido à redefinição da febre puerperal como qualquer aumento de temperatura acima de 38°C, o que antes era definido quando essa temperatura era mantida por mais de 24 horas ou era recorrente.
Observou-se que o Prontosil não tinha atividade antibacteriana in vitro e alguns trabalhos sugeriram que sua atividade era pela liberação no corpo de p-aminobenzeno sulfonamida (sulfonilamida). Isso foi provado por Fuller em 1937. A sulfonilamida demonstrou ação inibitória para estreptococos in vitro. Isto foi fortemente contestado por Domagk. A sulfonilamida tomou força e em pouco tempo era fabricada por várias drogarias com mais de 70 nomes conhecidos. Muitos químicos da época ficaram entretidos tentando modificar a molécula para melhorá-la. Com isso surgiu a sulfapiridina em 1938, a primeira droga a ser efetiva no tratamento das pneumonias pneumocócicas e com maior espectro antimicrobiano para a época. Depois vieram a sulfatiazolina e a sulfadiazina que melhoraram a cianose e os vômitos causados pelas sulfas mais antigas.
A terceira era, conhecida como a era moderna dos antibióticos, foi marcada pelo controle das infecções por estreptococos e pneumococos com o uso que já vinha sendo feito das sulfonamidas. Alguns autores marcam a entrada dessa era com o início do uso clínico das sulfonilamidas em 1936. No final da década de 1940 apareceram as resistências de estreptococos hemolíticos, gonococos e pneumococos à sulfonamida.
Após uns 20 anos, os meningococos também tornaram-se resistentes à sulfonamida. Essa era é a que perdura até hoje e a mais ampla e difícil de ser relatada. Com o aparecimento da resistência bacteriana houve um empenho pela busca de novas substâncias e assim, em 1939, René Dubos (Nova Iorque) descobriu a tirotricina (gramicidina + tirocidina) formada pelo Bacillus brevis que embora muito tóxica para o homem, tinha um efeito curativo sistêmico em ratos. Esse fatos foram importantes pois influenciaram Howard Florey e seus colegas na descoberta de novas substâncias no final da década de 1940 sendo a penicilina a próxima droga a ser estudada por eles.
Alguns autores mencionam como o início da terceira era sendo em 1940 com os primeiros relatos sobre as propriedades do extrato de Penicillium notatum (hoje conhecida como penicilina) feitos em Oxford por Chain e seus colaboradores que haviam mostrado grande interesse pela descoberta feita por Fleming em 1929. Após sua síntese e estudos, começou a ser produzida pela "School of Patology at Oxford", porém quando administradas em seres humanos com infecções, era rapidamente excretada, necessitando de novas administrações. A produção de Oxford era insuficiente. Sendo assim, uma maneira para manter o suprimento da substância era reaproveitá-la na urina dos pacientes, isolando-a e administrando-a novamente a esses ou a outros doentes. Mostraram que a penicilina curava infecções estreptocócicas e estafilocócicas em ratos e o sucesso com o uso em humanos foi verificado rapidamente. Alguns anos mais tarde haveria a completa purificação da penicilina.
Muitos dos estudos com a penicilina feitos durante a Segunda Guerra Mundial perderam-se, pois circulavam de forma secreta e obscura. Dessa forma, a penicilina descoberta em 1929 e com seu uso clínico definido em 1940 deu origem à mais variada e mais utilizada classe de antibióticos: os b -lactâmicos.
Na tabela abaixo há algumas datas de descobertas dos antibióticos e as bactérias das quais foram extraídas a substância.
Nome
Data da descoberta
Microorganismo
Penicilina
1929-40
Penicillium notatum
Tirotricina
1939
Bacillus brevis
Griseofulvina
1939
1945
Penicilium griseofulvum
Dierckx
Penicilliujanczewski
Estreptomicina
1944
Streptomyces griseus
Bacitracina
1945
Bacillus lincheniformis
Cloranfenicol
1947
Streptomyces venezuelae
Polimixina
1947
Bacillus polymyxa
Framicetina
1947-53
Streptomyces lavendulae
Clortetraciclina
1948
Streptomyces aureofaciens
Cefalosporina C, N e P
1948
Cephalosporium sp
Neomicina
1949
Streptomyces fradiae
Oxitetraciclina
1950
Streptomyces rimosus
Nistatina
1950
Streptomyces noursei
Eritromicina
1952
Streptomyces erithreus
Espiramicina
1954
Streptomyces ambofaciens
Vancomicina
1956
Streptomyces orientalis
Kanamicina
1957
Streptomyces kanamyceticus
Ácido fusídico
1960
Fusidium coccineum
Lincomicina
1962
Streptomyces lincolnensis
Gentamicina
1963
Micromonospora purpurea
Tobramicina
1968
Streptomyces tenebraeus
Em 1944, Selman Waksman a procura de antibióticos com efeitos menos tóxicos, junto com seu aluno Albert Schatz, isolou a estreptomicina de uma cepa de Streptomyces, a primeira droga efetiva contra a tuberculose e por isso recebeu o Prêmio Nobel da Medicina em 1952. Waksman isolou também a neomicina em 1948, além de outros 16 antibióticos durante sua vida (grande parte deles sem uso clínico pela alta toxicidade). O método de procura por novos antibióticos utilizado por Waksman na descoberta da estreptomicina dominou a indústria dos antibióticos por décadas.
Dois eventos importantes ocorreram em meados de 1950 levando ao desenvolvimento de penicilinas semi-sintéticas. Primeiro, foi conseguida a total síntese do ácido 6-aminopenicilânico (6APA). Segundo, Rolinson e seus colaboradores mostraram que muitas bactérias produziam acilases capazes de quebrar 6APA da benzilpenicilina. Em 1945 Edward Abraham e seus colegas da Universidade de Oxford estudaram o fungo de Brotzu Cephalosporium acremonium isolando desta cepa o terceiro antibiótico conhecido: cefalosporina C. A cefalosporina C era estável na presença da penicilinase produzida pelos estafilococos.
Sabemos hoje que todos os agentes terapêuticos que tiveram sucesso tinham certamente propriedades em comum. Eles devem exercer uma atividade microbiana letal ou inibitória e em altas diluições no complexo meio bioquímico do corpo humano. Estando em contato com os vários tecidos do corpo, devem não influenciar a função do órgão ou tecido e não ter efeitos danosos. Devem ter bom gosto, ser estáveis, solubilidade livre, baixa taxa de excreção e ter ótima difusão. Isso tudo levou aos estudos sobre o modo de ação dos antibióticos.
Woods e Fields estudaram o modo de ação das sulfonilamidas iniciando os estudos sobre a estrutura das bactérias e o desenvolvimento de novas substâncias de acordo com cada microorganismo. Foram feitos avanços importante no conhecimento da anatomia, composição química e metabolismo da bactéria. Isso ajudou a indicar qual droga seria a mais adequada para ser usada em determinada bactéria, mas não ajudou na descoberta de novas drogas. A resistência bacteriana era o principal problema. Os novos antibióticos produzidos eram derivados dos que já existiam, com propriedades semelhantes às conhecidas anteriormente. Vemos, apesar disso, que mesmo após quase um século de estudos e controle quase que total das infecções bacterianas, a resistência bacteriana ainda é o principal desafio.
Tivemos o desenvolvimento de drogas antifúngicas e antivirais, melhor estudadas no final da década de 1980 até hoje, devido à S.I.D.A. e que serão melhor discutidas em capítulos a parte. O mesmo ocorrerá com as drogas antiparasitárias e com as várias outras classes de antibióticos que surgiram após toda a história contada onde serão oportunamente abordadas.

Referências Bibliográficas

1 - Chambers HF, Sande MA, Antimicrobial Agents,, Goodman & Gilman’s The Farmacological Basis of Therapeutics, 1996, Hardman JG, Limbird LE, Molinoff PB, Ruddon RW, Gilman AG eds, cap. 43, pg. 1029.
2 - Livermore DM, Williams JD, b -Lactams: Mode of Action and Mechanisms of Bacterial Resistence, Antibiotics in Laboratory Medicine, 1996, Ed. Williams & Wilkins, Lorian V ed., cap. 12, pg. 502-503.

3 - Greenwood D, Historical Introdution, Antibiotic and Chemotherapy, 1997, Ed. Churchill Livingstone, O'Grady F, Lambert HP, Finch RG, Greenwood D eds, cap. 1, pg. 2-9. Fonte: www.edms.kit.net

A clonagem de seres humanos deve ser proibida?


 
Como se costuma acontecer com os dilemas éticos, é muito difícil emitir uma resposta taxativa. A História mostra que o homem usa tudo o que inventa ou descobre, por pior que seja. O grande e terrível exemplo é o da descoberta da maravilhosa energia do átomo, que levou a construção da bomba atômica. Nenhum cientista de renome defendeu, até agora, a clonagem de seres humanos, mas quem estuda a história da ciência sabe que cedo ou tarde um xerox de carne e osso brotará num laboratório.

Já existe uma empresa que cadastra interessados em ter um clone para um futuro transplante de rim

"É ridículo pensar que não é possível clonar seres humanos", afirma o americano Don Wolf, dedicado a pesquisas de clonagem no Centro de Primatas do Oregon. "Se é que já não foi feito", disse Wolf ao jornal O Globo. A rigor, já foi feito, não com a cenografia espetacular da ovelha Dolly, mas com o recato de uma experiência até hoje confinada no laboratório. Em 1992, dois biólogos da Universidade George Washington, Jerry Hall e Robert Stillman, clonaram 48 embriões humanos, mas lhes deram apenas seis dias de vida. Ou seja, os criadores exterminaram a criatura antes que ela se tornasse um feto.

O feito de Hall e Stillman parece ter sido o limite aceito pela Comissão Nacional de Bioética dos Estados Unidos, criada pelo presidente Bill Clinton para apresentar sugestões sobre os dilemas suscitados pela técnica da clonagem. Instruído pela Comissão, Clinton mandou um projeto de lei ao Congresso autorizando a clonagem de embriões, tal como fizeram Hall e Stillman, mas proibindo a implantação os embriões em mulheres. "Não há nada de imoral em usar a clonagem em benefício da humanidade, mas é inconcebível cogitar o nascimento de crianças clonadas", disse Clinton.

Na prática, o governo americano quer considerar ilegal a clonagem de humanos. O projeto de Clinton, que está em debate no Congresso, nega verbas para as pesquisas e propõe multa de 250 000 dólares para o cientista que empreender a experiência. No Brasil, um projeto um projeto de clonagem só poderia ser feito com a autorização da Comissão de Biossegurança.

Até agora falamos de cientistas que, bem ou mal, podem ser controlados. Mas um dos efeitos negativos de Dolly foi despertar o Dr. Maluco. Ele responde pelo nome de Marc Riyard, é biólogo e vive em Montreal, no Canadá, onde integra o Movimento Religioso Raelian. O pessoal do Raelian fundou uma empresa com sede nas Bahamas, paraíso fiscal em vias de tornar-se também paraíso genético. A empresa oferece um serviço chamado Clonaid, capaz de satisfazer fantasias derivadas de Dolly - dos pais que pensariam em clonar um filho em coma ao milionário que gostaria de ter um clone no congelador para abastecer-se quando precisasse de um rim.


Segundo a Clonaid, milhares de pessoas já se inscreveram para obter um clone. O preço: 200.000 dólares.

domingo, 15 de setembro de 2013

EUA destinam fundos públicos a pesquisa com células-tronco

Pesquisadora analisa células-tronco em laboratório da Universidade de Connecticut, EUA
Um laboratório americano de biotecnologia, respaldado pelo Vaticano, recebeu esta sexta-feira uma subvenção governamental de 1,2 milhão de dólares para financiar uma polêmica pesquisa sobre tecidos e células-tronco não embrionárias.
Com sede em Nova Jersey (leste), a empresa NeoStem investiga células muito pequenas similares às embrionárias. Estas células, chamadas VSEL (very small embryonic-like cells, em inglês), foram encontradas na medula óssea de um adulto e, segundo esta empresa, provavelmente podem regenerar-se em vários tipos de tecidos.
A pesquisa gerou polêmica na comunidade científica pelo acordo de marketing existente entre a NeoStem e o Vaticano, e também porque três estudos independentes não conseguiram confirmar a existência das células VSEL.
O último financiamento recebido pela NeoStem de parte do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH, na sigla em inglês), alcançou 1.221,854 dólares, e era para fazer um tratamento experimental com VSEL para regenerar tecidos danificados pela periodontite, uma doença que afeta as gengivas.
A NeoStem, junto com outras instituições associadas, já recebeu um total de 4,5 milhões de dólares em subvenções estatais para pesquisas, entre elas do Departamento de Defesa e do NIH.
Segundo a companhia, um ensaio de fase 2 pode começar no fim do ano ou no início de 2014, em colaboração com pesquisadores da Universidade de Michigan (norte).
Em julho, cientistas da Universidade de Stanford, Califórnia, informaram à revista Stem Cell Reports não ter conseguido replicar as descobertas das células-tronco da empresa NeoStem na medula óssea de ratos de laboratório.
Para eles, estas células eram na verdade restos de células mortas ou simplesmente incapazes de reproduzir células vivas.
Outras duas pesquisas, publicadas em 2012 e 2013 na revista PLoS One, tampouco conseguiram detectar estas células.
A pesquisa com células-tronco é promissora para tratar todo tipo de doenças, da cegueira até a paralisia, mas continua sendo controversa por motivos religiosos e políticos e enfrenta barreiras legais relacionadas às patentes. Fonte: yahoo notícias

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Estudo mostra avanço no rejuvenescimento e regeneração de tecidos


Ratos de laboratório em Kyoto, Japão, em 5 de outubro de 2012
Cientistas da Espanha anunciaram nesta quarta-feira ter conseguido fazer com que células maduras de camundongos vivos retrocedessem ao seu estado versátil e juvenil, em um avanço para a regeneração de tecidos com células-tronco.
Atualmente, a técnica está em seu estágio inicial e é limitada por questões de segurança, o que torna impossível examiná-la em humanos.
Mas, segundo os cientistas, apresenta uma nova estratégia para se alcançar um objetivo sedutor: o de um dia curar tecidos danificados simplesmente com a reprogramação de quase todas as células adultas ao substituir a área perdida ou doente, descartando a necessidade de transplante.
As células-tronco despertam enorme interesse no campo da pesquisa médica. Elas são células imaturas que se diferenciam nas células especializadas que formam e mantêm o corpo humano.
Em 2006, uma equipe de cientistas do Japão, chefiada por Shinya Yamanaka, anunciou ter conseguido com que um aglomerado de quatro genes introduzido em células adultas numa placa de Petri fizesse regredir estas células ao estágio de quando eram bebês.
Desde então, as denominadas células-tronco pluripotentes induzidas - conhecidas pelo acrônimo iPS - se tornaram a inovação mais acompanhada neste campo de pesquisas.
Apesar de muitos obstáculos, elas são consideradas por alguns como sendo inclusive mais promissoras do que as células-tronco embrionárias, o "padrão ouro" da versatilidade, porém muito criticadas pelos conservadores por exigirem o descarte dos embriões de onde são extraídas.
Em um artigo publicado na revista Nature, uma equipe de pesquisadores chefiada por Manuel Serrano e Maria Abad, do Centro Nacional de Pesquisa sobre o Câncer espanhol criou camundongos geneticamente modificados que continham os quatro "genes Yamanaka".
Os genes foram, então, ativados com a administração de um medicamento colocado na água das cobaias.
As células do rim, estômago, intestino e pâncreas dos roedores demonstraram sinais de reprogramação, tendo sido revertidas para um estágio extremamente versátil ou "totipotente", mais parecido com as células-tronco embrionárias do que com as iPS criadas em laboratório, informaram os cientistas.
A técnica confirma que a reprogramação pode ser feita em um tecido vivo e não apenas em laboratório, explicou Serrano.
"Agora, podemos começar a pensar em métodos para induzir a regeneração localmente e de forma transitória em uma área danificada em particular", continuou.
Outros pesquisadores se mostraram divididos sobre o caráter inovador do trabalho, alertando para obstáculos desanimadores que poderiam estar mais adiante.
Segundo eles, não há evidências do que aconteceu com as células nos camundongos depois que elas foram reprogramadas.
Além disso, os animais desenvolveram aglomerados de tumores denominados teratomas, embora isto fosse esperado como parte da pesquisa. Criar teratomas é uma referência da versatilidade de uma célula-tronco experimental.
"Este artigo é muito animador. Obviamente, ninguém deseja fazer isto com fins terapêuticos porque leva à formação de tumores", declarou Ilaria Bellantuono, pesquisadora da Universidade de Sheffield, ao Science Media Centre, uma organização sem fins lucrativos sediada em Londres.
"No entanto, esta é uma prova do conceito de que a pluripotência pode ser obtida in vivo", em animais vivos, acrescentou.
O processo "ainda precisa de que estas células iPS sejam seguramente convertidas em células 'adultas' no corpo", alertou Chris Mason, professor de medicina regenerativa da University College de Londres.
"O grande desafio será controlar estritamente cada passo nesta abordagem potencial a fim de apresentar benefícios clínicos e, ao mesmo tempo, evitar complicações significativas", concluiu. Fonte: Siga o Yahoo! Notícias no Twitter e no Facebook