Londres, 18 set (EFE).- Uma equipe de cientistas internacionais identificou uma proteína que impede a obtenção eficiente de células-tronco dentro de um organismo vivo a partir de suas próprias células adultas, informou nesta quarta-feira a revista britânica "Nature".
Seguindo a mesma linha que as recentes pesquisas sobre células-tronco, esta descoberta do Instituto de Ciência de Weizmann de Israel, realizada através de um estudo em cobaias, representa mais um passo para a medicina regenerativa ao facilitar a obtenção de células-tronco pluripotentes (iPS).
Trata-se das únicas células-tronco capazes de serem criadas a partir das células do mesmo paciente - com o que se evitaria a rejeição imunológica - e de se transformar depois em qualquer outra classe de células do organismo humano.
Embora a obtenção deste tipo de células seja cada vez mais factível, assim como explicou à Agência Efe o chefe do estudo, Jacob Hanna, "os processos atuais continuam sendo ineficientes porque só conseguem transformar uma pequena porção das células", fato que motivou essa tentativa de aprimorar o processo.
Os cientistas israelenses começaram detectando aqueles fatores implicados na conversão de células maduras a células-tronco pluripotentes dentro de cobaias e descobriram que existia uma proteína que, ao tempo que estava implicada no processo, inibia sua conversão eficiente.
Esta proteína, chamada Mbd3, participa do processo pelo qual as células-tronco transformam a informação necessária para teu posterior desenvolvimento e funcionamento.
Após vários testes em cobaias, no entanto, a equipe israelense concluiu que, ao abolir a proteína do processo e potencializar o resto de fatores que contribuem para obtenção de células-tronco, o resultado melhorava em 90%.
"Este é um grande avanço para conseguir mais quantidades de células-tronco pluripotentes de forma segura e sem modificações genéticas", assegurou Hanna à Efe.
Embora esta pesquisa tenha sido testada somente com células da pele, o sangue e o cérebro de cobaias, a equipe de cientistas assegurou que os resultados poderiam ser equivalentes se aplicados em pessoas.
"Agora podemos controlar muito melhor o destino das células de acordo com nossa vontade", apontou o chefe da pesquisa.
Depois de mais de dois anos de estudos para chegar nestes resultados, o seguinte passo para estes cientistas é encontrar a forma de separar a proteína do processo.
"Queremos desenvolver pequenas moléculas químicas que inibam a Mbd3 e também compreender sua atividade bioquímica", concluiu Hanna.
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