Washington, 18 mar (EFE).- A sonda espacial MAVEN, que analisa a atmosfera superior do planeta Marte, detectou dois fenômenos insólitos: auroras intensas e uma nuvem de pó a grande altitude da qual se desconhece a origem.
A presença de pó em altitudes orbitais de entre 93 e 190 milhas (150 e 300 quilômetros) é "inesperada", segundo explicou a agência espacial americana em uma nota.
"Se o pó se origina na atmosfera, isto sugere que desconhecemos um processo fundamental na atmosfera marciana", afirmou a pesquisadora Laia Andersson, da Universidade do Colorado em Boulder.
O enigma deixado pelas nuvens de pó detectadas na terça-feira é que estão tão altas que nenhum processo atmosférico conhecido nesse planeta poderia produzi-las.
Por outro lado, o mais surpreendente da aurora detectada por MAVEN é a profundidade da atmosfera na qual ocorre, "muito maior que na Terra ou em qualquer outro lugar de Marte", declarou Arnaud Stiepen, da Universidade do Colorado.
"Os elétrons produzidos devem ser realmente energéticos", acrescentou.
No mundo científico estas auroras foram batizadas como "As luzes de Natal", porque MAVEN as descobriu cinco dias antes do último dia 25 de dezembro.
A sonda MAVEN foi lançada em 18 de novembro de 2013 para resolver o mistério de como o planeta vermelho perdeu a maior parte de sua atmosfera e de sua massa de água.
O engenho espacial chegou a Marte no último dia 21 de setembro e deve completar uma missão de um ano. EFEUma aeronave da Nasa que circula por Marte detectou uma poeira misteriosa e uma aurora vibrante, ambos fenômenos inesperados no planeta vizinho à Terra - disseram pesquisadores nesta quarta-feira.
A sonda da Nasa MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution, em inglês) detectou a presença de uma aurora - conhecida na Terra como aurora boreal - em dezembro, e ganharam o apelido de "luzes de Natal", segundo comunicado divulgado pela agência espacial, que apresentou as descobertas numa conferência de astronomia no Texas.
"Durante cinco dias, pouco antes de 25 de dezembro, a MAVEN viu um brilho de aurora ultravioleta abrangendo o hemisfério norte", disse o comunicado.
O fenômeno da aurora ocorre quando tempestades geomagnéticas desencadeadas por erupções no Sol provocam choques entre partículas energéticas - como os elétrons - com a atmosfera, fazendo com que o gás brilhe.
"O que é especialmente surpreendente sobre a aurora observada é como ela ocorre numa área profunda da atmosfera - muito mais profunda do que na Terra ou em outros lugares de Marte", disse Arnaud Stiepen, membro da equipe de Espectrografia e Imagem Ultravioleta da Universidade do Colorado.
"Os elétrons que produzem esta aurora devem ser muito energéticos".
Especialistas acreditam que a fonte das partículas energéticas da aurora de Marte é o Sol, porque o instrumento utilizado pela sonda MAVEN "detectou um grande aumento de elétrons energéticos no início da aurora", afirmou a Nasa.
Como Marte perdeu o campo magnético protetor há bilhões de anos atrás, as partículas solares podem atingir diretamente a atmosfera e penetrar profundamente.
Com a ajuda da sonda MAVEN, os cientistas também observaram uma nuvem de poeira incomum cerca de 150 quilômetros acima da superfície do planeta vermelho.
A origem da poeira é desconhecida, assim como seu conteúdo e permanência.
"Possíveis fontes para a poeira observada incluem poeira que subiu da atmosfera; poeira proveniente de Phobos e Deimos, as duas luas de Marte; pó se movendo no vento solar para longe do Sol; ou detritos de cometas que orbitam o Sol", afirmou a Nasa.
"Nenhum processo conhecido em Marte pode explicar o aparecimento de poeira nos locais observados a partir de qualquer uma destas fontes".
As descobertas foram apresentadas na 46ª Conferencia de Ciência Lunar e Planetária em Woodlands, no estado norte-americano do Texas.
A sonda MAVEN foi lançada em direção a Marte em novembro de 2013, em missão para estudar como o planeta perdeu a maior parte de sua água e atmosfera.
Nenhum comentário:
Postar um comentário