terça-feira, 31 de março de 2015

Pesticidas podem alterar qualidade do esperma, diz estudo

Níveis mais altos de resíduos de pesticidas em frutas e hortaliças consumidas estão associados à qualidade inferior do esperma, segundo estudo publicado
Níveis mais altos de resíduos de pesticidas em frutas e hortaliças consumidas estão associados à qualidade inferior do esperma, segundo estudo publicado nesta terça-feira.
O estudo, conduzido em 155 homens com idades entre 18-55 anos, alunos de um centro de tratamento para infertilidade, será publicado nesta terça-feira na revista especializada Human Reproduction. 338 amostras de sêmen destes homens foram analisadas ​​entre 2007-2012.
O estudo descobriu que os homens que consomem mais frutas e vegetais carregadas de pesticidas têm uma contagem de esperma 49% mais baixa (86 milhões por ejaculação contra 171 milhões) em comparação aos homens que consumiam menores quantidades, assim como uma porcentagem de formas normais de espermatozoides 32% menor.
O consumo de frutas e vegetais dos participantes foi avaliado por questionário. O conteúdo de pesticidas não foi medido diretamente, mas estimado com base em dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos.
Frutas e vegetais consumidos foram divididos em grupos de acordo com o teor de resíduos de pesticidas: baixo (ervilhas, feijão, uva e cebola), moderado ou alto (morangos, espinafre, pimentão, maçãs, peras..).
O fato de lavar e descascar os alimentos também foi levado em conta.
"Estes resultados sugerem que a exposição a pesticidas utilizados na produção agrícola para a alimentação pode ser suficiente para afetar a espermatogênese dos homens", segundo os autores.
No entanto, eles admitem que o estudo tem algumas limitações e que "é necessário investigar mais".
Este tipo de estudo sobre casais que investigam infertilidade não permite chegar ao conjunto da população masculina sem observar se é possível fazer a mesma associação.
Além do pequeno número de participantes, a medida dos pesticidas não foi direta e a natureza dos produtos consumidos ("orgânica" ou não) não era conhecida, de acordo com os especialistas.
"Estes resultados não devem desencorajar o consumo de frutas e legumes em geral", alertou o professor de nutrição e epidemiologia da universidade de Harvard Jorge Chavarro, co-autor do estudo.
No entanto, o especialista sugere priorizar o consumo de produtos orgânicos ou evitar produtos conhecidos por conter grandes quantidades de resíduos, como o tomate.
Estudos anteriores mostraram que profissionais expostos aos pesticidas tinham a qualidade do esperma afetada; mas até agora pouca pesquisa sobre os efeitos dos pesticidas nos alimentos foi feita.
"Este estudo pode gerar uma preocupação desnecessária", afirmou Jackson Kirkman-Brown, do Centro de Fertilidade da Mulher em Birmingham, Inglaterra.
"Os homens que querem maximizar a qualidade do seu esperma deve continuar a ter uma dieta saudável e equilibrada" até que se saiba mais sobre o assunto, ressaltou o especialista ao centro Science e à imprensa britânica. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

sexta-feira, 27 de março de 2015

Espessura do gelo na Antártica sofre redução de 18% em 18 anos

Pinguins em bloco de gelo perto da base brasileira Comandante Ferraz na Antártica em 10 de março de 2014
A espessura do gelo em torno da Antártica sofreu uma redução de 18% entre 1994 e 2012, revela um estudo publicado nesta quinta-feira.
O estudo, baseado em informações de satélites, foi realizado pela Agência Espacial Europeia entre 1994 e 2012 e revela como o gelo antártico reage à mudança climática.
O trabalho foi publicado no site da revista Science.
Os paredões de gelo têm uma espessura média de entre 400 e 500 metros e podem se estender por centenas de quilômetros na costa antártica.
Quando o paredão sofre uma redução drástica de sua espessura, placas de gelo caem no oceano e começam a derreter, elevando o nível do mar.
Os pesquisadores concluíram que o volume total de gelo antártico se alterou pouco entre 1994 e 2003, mas a partir de então o derretimento se acelerou de forma pronunciada.
"Uma redução de 18% durante um período de 18 anos é realmente algo substancial", disse Fernando Paolo, cientista da Universidade da Califórnia, em San Diego.
"Em geral, mostramos não apenas que o volume total de gelo está decrescendo, mas também que houve uma aceleração na última década".
Se o ritmo do derretimento prosseguir, as geleiras poderão perder a metade de seu volume nos próximos 200 anos, segundo os pesquisadores.
Para o professor Andrew Shepherd, diretor do Centro para a Observação Polar da Universidade de Leeds, a tendência do derretimento é "uma verdadeira preocupação, porque estes níveis de derretimento não podem ser mantidos por muito tempo".
As geleiras do Mar de Amundsen, no oeste da Antártica, estão perdendo gelo mais rapidamente do que em qualquer outra parte do continente e são as que mais contribuem para a elevação do nível do mar, disseram os investigadores. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

Pensamentos suicidas podem ofuscar todo o resto, explica psiquiatra

Monolito nos Alpes franceses em memória das vítimas da tragédia com o avião da Germanwings

No caso de algumas pessoas, as ideias suicidas são tão fortes que anulam todo o resto, e é possível que seu comportamento não revele sinais, explica o psiquiatra francês Bernard Granger, ao comentar a hipótese de suicídio do copiloto do avião da Germanwings, Andreas Lubitz.
Professor de Psiquiatria da Universidade René Descartes de Paris, Bernard Granger é diretor do serviço psiquiátrico do hospital Tarnier (Cochin) da capital francesa.
AFP: O que poderia levar um piloto a cometer suicídio?
GRANGER: "É muito difícil responder porque nunca tive este senhor (o copiloto) na minha frente. Sempre é possível fazer mil conjecturas. Não sabemos se havia tomado substâncias, se sua namorada o havia abandonado na véspera, se tinha antecedentes psiquiátricos ocultos, se teve um impulso, se tinha problemas há algum tempo ou se, ao contrário, aconteceu algo brutal com ele. É impossível apresentar a mínima hipótese na medida em que não se tem nada tangível, exceto que se trancou na cabine e realizou uma manobra para que o avião caísse".
AFP: O que se pode dizer de quem comete suicídio e provoca a morte de outras pessoas?
GRANGER: "Se fosse um caso simples, ele teria se suicidado de outra forma. Sofria de delírios subjacentes? Em casos de melancolia delirante, pode existir a noção de 'suicídio altruísta'. Acreditam que o mundo é tão assustador que, para salvar os outros deste mundo assustador, também os matam. Mas o caso clássico de 'suicídio altruísta' é o da pessoa que mata a família e depois se mata. Isto não se enquadra muito nesta história".
"Às vezes a ideia suicida é tão forte que leva tudo pela frente. Mas existem tantas variantes possíveis nas condutas suicidas. No momento, a única coisa que posso dizer é que não é possível adiantar nada do ponto de vista psicopatológico".
AFP: Este tipo de comportamento é previsível?
GRANGER: "Não necessariamente. Muitas pessoas que cometem suicídio apresentaram antes um comportamento perfeitamente normal. Geralmente nada permite prever. Muitos suicídios são improvisados, imprevisíveis. Respondem a impulsos".
"Com frequência, uma pessoa deprimida que decidiu pelo suicídio sente uma espécie de alívio antecipado. Então se comporta de forma paradoxal a respeito do que vai acontecer e adota uma atitude aparentemente normal antes de passar ao ato". Fonte> Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 24 de março de 2015

Descoberto na Austrália impacto de asteroide de tamanho inédito

(Nasa) Cratera no norte da Austrália, no dia 16 de julho de 2003

Cientistas acreditam ter descoberto no centro da Austrália os rastros de uma cratera de 400 quilômetros de diâmetro, a maior já registrada, abandonados pelo impacto de um meteorito enorme centenas de milhões de anos atrás.
Segundo os pesquisadores, a descoberta de um antigo impacto tão violento pode levar a novas teorias sobre a história da Terra.
Esta cratera foi apagada da face do planeta há muito tempo. Ela está nas profundezas da crosta terrestre, e que deixou duas "cicatrizes", descobertos por estes geofísicos australianos, cujo trabalho foi publicado nesta segunda-feira no jornal científico europeu Tectonophysics.
Eles explicam que o asteroide quebrou em duas partes pouco antes de cair no chão.
Cada um dos dois asteroides deve ter diâmetro de mais de 10 km e seu impacto deve ter causado a extinção de muitas espécies do planeta", disse o principal autor do estudo, Andrew Glikson, do departamento de Arqueologia e Antropologia da Australian National University (ANU).
A zona do impacto foi encontrada quando os cientistas realizavam a perfuração de mais de dois quilômetros de profundidade para a pesquisa geotérmica em uma região de fronteira entre o sul da Austrália, Queensland e os territórios do norte.
"Grandes áreas de impacto como esta podem ter tido um papel muito mais importante na evolução da Terra do que pensávamos", disse Andrew Glikson.
A data exata do evento é incerta, segundo os cientistas, que explicaram que as rochas ao redor da cratera datam de 300 a 600 milhões de anos. No entanto, não há nenhuma indicação do impacto geológico, ao contrário do que foi observado, por exemplo, para o asteroide que atingiu o Golfo do México há 66 milhões de anos.
Este último impacto parece ter causado a extinção dos dinossauros e muitas outras espécies animais. Ao bater no chão, este asteroide de mais de dez quilômetros de diâmetro enviou uma enorme nuvem de cinzas e poeira na atmosfera, o que mais tarde se tornou a camada sedimentar nas rochas ao redor do mundo, segundo os autores.
No entanto, nada disso foi encontrado nos sedimentos que datam de 300 milhões de anos, o que corresponderia ao duplo impacto de asteroides gigantes na Austrália, ressalta Andrew Glikson.
"É um mistério, porque não podemos encontrar uma extinção de animais correspondente a esta dupla colisão. Isto sugere que o impacto pode ser mais antigo", conclui. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 23 de março de 2015

Projeto de design italiano transforma pessoas falecidas em árvores

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Imagine se a gente pudesse ter uma alternativa aos caixões. Feitos em madeira de lei, as urnas funerárias utilizadas atualmente são um desperdício de recursos naturais em um recipiente a ser consumido embaixo da terra. Não seria melhor uma opção mais ambientalmente responsável e que fizesse jus à expressão “ciclo da vida”?
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Essa é a proposta do Capsula Mundi, projeto desenvolvido pelos designers italianos Anna Citelli e Raoul Bretzel, uma cápsula orgânica e biodegradável capaz de transformar um corpo em nutrientes para uma árvore. O falecido é colocado numa cápsula e enterrado. Depois, uma árvore ou semente é plantada acima da urna biodegradável para aproveitar a matéria orgânica gerada pela decomposição do organismo.

A árvore é escolhida pela pessoa ainda em vida e os familiares e amigos assumem a responsabilidade de cuidar da planta depois da partida do ente querido. Segundo os criadores, a ideia é transformar os atuais cemitérios - lugares bastante tristes e pouco frequentados - em florestas sagradas. As árvores serão os elementos a manter a memória das pessoas que se foram da existência. Uma memória viva, segundo os designers.
No entanto, há várias restrições religiosas e jurídicas. A carga biológica que adentra o subsolo poderia transformar essa floresta em área contaminada e haveria o risco de afetamento em lençóis freáticos, por exemplo. O projeto não deixa claro quem arcaria com as despesas advindas desses riscos à saúde pública, conforme questiona a colunista da revista Veja.  
Com a urbanização, os cemitérios foram englobados pelas cidades. Cada vez mais, precisamos de locais para enterrar os mortos: são 55 milhões a cada ano. Uma solução são os cemitérios verticais: o maior do mundo na categoria, o Memorial Necrópole Ecumênica, fica em Santos (SP). Sua funcionalidade é a cara do mundo atual. Ou você prefere o romantismo da urna biodegradável? Fonte: Siga-me no Twitter: @charlesnisz

quinta-feira, 19 de março de 2015

Ebola: Serra Leoa decreta três dias de confinamento para 2,5 milhões de pessoas

(2014) Cartaz em Freetown pede a prevenção contra o Ebola

Serra Leoa anunciou nesta quinta-feira um confinamento de três dias para 2,5 milhões de habitantes na capital, Freetown, e na região norte do país, para enfrentar a epidemia de Ebola.
"O confinamento acontecerá entre 27 e 29 de março e será similar ao de setembro, que foi imposto em todo o país, declarou o diretor do Centro Nacional de Luta contra o Ebola (NERC), Palo Conteh.
A epidemia de vírus cobrou a vida de 3.700 pessoas neste empobrecido país da África, uma das três nações cujas economias foram arruinadas e os sistemas de saúde ficaram saturados por causa da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na quarta-feira que desde dezembro de 2013 um total de 10.200 pessoas (3.700 delas em Serra Leoa) morreram por Ebola.Fonte: Yhaoo Notícias

Nasa descobre auroras intensas e enigmática nuvem de pó em Marte

Washington, 18 mar (EFE).- A sonda espacial MAVEN, que analisa a atmosfera superior do planeta Marte, detectou dois fenômenos insólitos: auroras intensas e uma nuvem de pó a grande altitude da qual se desconhece a origem.
A presença de pó em altitudes orbitais de entre 93 e 190 milhas (150 e 300 quilômetros) é "inesperada", segundo explicou a agência espacial americana em uma nota.
"Se o pó se origina na atmosfera, isto sugere que desconhecemos um processo fundamental na atmosfera marciana", afirmou a pesquisadora Laia Andersson, da Universidade do Colorado em Boulder.
O enigma deixado pelas nuvens de pó detectadas na terça-feira é que estão tão altas que nenhum processo atmosférico conhecido nesse planeta poderia produzi-las.
Por outro lado, o mais surpreendente da aurora detectada por MAVEN é a profundidade da atmosfera na qual ocorre, "muito maior que na Terra ou em qualquer outro lugar de Marte", declarou Arnaud Stiepen, da Universidade do Colorado.
"Os elétrons produzidos devem ser realmente energéticos", acrescentou.
No mundo científico estas auroras foram batizadas como "As luzes de Natal", porque MAVEN as descobriu cinco dias antes do último dia 25 de dezembro.
A sonda MAVEN foi lançada em 18 de novembro de 2013 para resolver o mistério de como o planeta vermelho perdeu a maior parte de sua atmosfera e de sua massa de água.
O engenho espacial chegou a Marte no último dia 21 de setembro e deve completar uma missão de um ano. EFEUma aeronave da Nasa que circula por Marte detectou uma poeira misteriosa e uma aurora vibrante, ambos fenômenos inesperados no planeta vizinho à Terra - disseram pesquisadores nesta quarta-feira.
A sonda da Nasa MAVEN (Mars Atmosphere and Volatile Evolution, em inglês) detectou a presença de uma aurora - conhecida na Terra como aurora boreal - em dezembro, e ganharam o apelido de "luzes de Natal", segundo comunicado divulgado pela agência espacial, que apresentou as descobertas numa conferência de astronomia no Texas.
"Durante cinco dias, pouco antes de 25 de dezembro, a MAVEN viu um brilho de aurora ultravioleta abrangendo o hemisfério norte", disse o comunicado.
O fenômeno da aurora ocorre quando tempestades geomagnéticas desencadeadas por erupções no Sol provocam choques entre partículas energéticas - como os elétrons - com a atmosfera, fazendo com que o gás brilhe.
"O que é especialmente surpreendente sobre a aurora observada é como ela ocorre numa área profunda da atmosfera - muito mais profunda do que na Terra ou em outros lugares de Marte", disse Arnaud Stiepen, membro da equipe de Espectrografia e Imagem Ultravioleta da Universidade do Colorado.
"Os elétrons que produzem esta aurora devem ser muito energéticos".
Especialistas acreditam que a fonte das partículas energéticas da aurora de Marte é o Sol, porque o instrumento utilizado pela sonda MAVEN "detectou um grande aumento de elétrons energéticos no início da aurora", afirmou a Nasa.
Como Marte perdeu o campo magnético protetor há bilhões de anos atrás, as partículas solares podem atingir diretamente a atmosfera e penetrar profundamente.
Com a ajuda da sonda MAVEN, os cientistas também observaram uma nuvem de poeira incomum cerca de 150 quilômetros acima da superfície do planeta vermelho.
A origem da poeira é desconhecida, assim como seu conteúdo e permanência.
"Possíveis fontes para a poeira observada incluem poeira que subiu da atmosfera; poeira proveniente de Phobos e Deimos, as duas luas de Marte; pó se movendo no vento solar para longe do Sol; ou detritos de cometas que orbitam o Sol", afirmou a Nasa.
"Nenhum processo conhecido em Marte pode explicar o aparecimento de poeira nos locais observados a partir de qualquer uma destas fontes".
As descobertas foram apresentadas na 46ª Conferencia de Ciência Lunar e Planetária em Woodlands, no estado norte-americano do Texas.
A sonda MAVEN foi lançada em direção a Marte em novembro de 2013, em missão para estudar como o planeta perdeu a maior parte de sua água e atmosfera.
A sonda não tripulada está no quarto mês de sua missão de um ano. Fonte:Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 17 de março de 2015

Aspirina diminui risco de câncer colorretal, mas não para todos

(Arquivo) Aspirinas dentro de frasco, em 14 de março de 2006, em Des Plaines, Illinois
Tomar aspirina ou ibuprofeno tende a reduzir o risco de desenvolver câncer de cólon para a maioria das pessoas, mas não funciona em uma minoria com algumas variações genéticas, afirmaram pesquisadores nesta terça-feira.
As descobertas publicadas na revista Journal of the American Medical Association (JAMA) se baseiam na análise de 10 amplos estudos na Austrália, Canadá, Alemanha e Estados Unidos. Mais de 16 mil pessoas - todas de origem europeia - participaram da pesquisa.
Os dados confirmaram que o uso regular de aspirina ou anti-inflamatórios não esteroidais (NSAIDs) está relacionado a um risco 30% menor de desenvolver câncer colorretal para a maior parte das pessoas acompanhadas.
Mas o benefício preventivo não foi observado em pessoas com variantes relativamente incomuns em genes nos cromossomos 12 e 15, disse o estudo.
Já que o uso de aspirina e outros anti-inflamatórios apresentam riscos, como hemorragia interna, os médicos devem avaliar junto aos pacientes os potenciais perigos e benefícios, afirmou o professor da escola de medicina de Harvard Andrew Chan, co-autor da pesquisa.
"O estudo sugere que adicionar informação sobre o perfil genético de alguém pode ajudar na tomada desta decisão", disse Chan, que é membro do setor de gastroenterologia do Hospital Geral de Massachusetts.
"Contudo, ainda é cedo para recomendar o mapeamento genético para guiar os cuidados clínicos, já que nossas descobertas precisam ser validadas em outras populações", prosseguiu.
Nos Estados Unidos, pessoas negras são confrontadas com taxas muito mais elevadas de câncer colorretal e morte por este tipo de tumor do que pessoas brancas - e esta população ficou de fora do estudo.
Os pesquisadores também esperam que mais estudos ajudem a encontrar se os genes da pessoa desempenham algum papel na probabilidade de se desenvolver efeitos colaterais perigosos com o uso de aspirina e NSAIDs.
Avanços na medicina de precisão, que tem como objetivo tratamentos geneticamente personalizados, significam que estudos como este podem ter um impacto tangível em pouco tempo - avaliaram os especialistas.
"Em um futuro não muito distante, será possível conduzir testes genéticos eficientes e mais baratos em indivíduos saudáveis para definir precisamente os benefícios e riscos de intervenções que podem diminuir os riscos de doenças", apontou o editorial da JAMA, escrito por Richard Wender, da Associação Norte-americana de Câncer em Atlanta.
"A habilidade de traduzir mapeamento genético em tratamentos preventivos personalizados para cada indivíduo ainda está um pouco longe, mas com estudos como este, o caminho - por mais árduo que seja - fica mais iluminado", concluiu. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Remoção de coágulos aumenta risco de derrame em pacientes enfartados

Cirurgia de coração aberto, realizada em 17 de dezembro de 2007, no Hospital Georges Pompidou, de Paris
Uma prática comum, que consiste em usar uma seringa para remover coágulos de sangue em tratamentos para enfartes, pode aumentar o risco de derrames - é o que diz uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
O estudo, conduzido pela universidade McMaster e pela Universidade de Toronto, é o maior já feito sobre o assunto até hoje.
Ele foi apresentado na conferência anual do Colégio Americano de Cardiologia, em San Diego, e publicado simultaneamente no New England Journal of Medicine.
Mais de 10 mil pacientes em 20 países fizeram parte do estudo clínico randomizado controlado.
Alguns pacientes que sofreram enfarte fizeram apenas uma angioplastia, ou intervenção coronária percutânea, que abre uma artéria obstruída no coração usando um cateter balão.
Outros fizeram a angioplastia e uma trombectomia, na qual um cardiologista usa uma seringa amarrada a um tubo para criar sucção e remover um coágulo da artéria, mostraram os estudos.
O resultado não encontrou "benefícios na trombectomia, ou remoção do coágulo, e mostrou que pacientes enfartados que receberam o procedimento ficaram mais suscetíveis a sofrer um derrame", segundo a pesquisa.
Já que as diretrizes médicas atuais deixam a critério dos médicos a escolha de passar ou não pelo procedimento da seringa, os autores do estudo disseram esperar que a pesquisa acarrete numa mudança de hábitos.
"A mensagem deste estudo é que a trombectomia não deveria ser feita como um procedimento de rotina", disse Sanjit Jolly, líder do estudo, professor associado de medicina da escola de medicina Michael G. DeGroote, da universidade McMaster.
"Esta ainda é uma terapia importante, mas dados os efeitos colaterais negativos observados em nossa investigação, seu uso deveria ser seletivo e visto como uma medida quando uma angioplastia inicial falha em desobstruir uma artéria, mais do que uma estratégia de rotina". Fonte> Yhaoo Notícias

Irã / A-lá vem a bomba!

Irã: pronto para a bomba atômica

O Irã comemorou o 30º aniversário da revolução islâmica com o lançamento de um satélite ao espaço. Durante a contagem regressiva, Alá foi invocado. O Ocidente reagiu com preocupação. Em Israel, essa notícia até mesmo teve mais repercussão que os foguetes que voltaram a ser atirados pelo Hamas sobre o Sul do país.
O presidente Ahmadinejad inspecionando o centro nuclear do Irã.
Esse não foi o primeiro satélite iraniano no espaço. Em 2005, porém, os iranianos ainda dependiam de tecnologia e ajuda dos russos para lançarem seu satélite. Três anos e quatro meses mais tarde, eles mesmos fabricaram o satélite e o colocaram em órbita com um foguete próprio e sem qualquer ajuda. Esse progresso da República Islâmica do Irã causou certas preocupações no Ocidente. Em Israel foram lembradas as seguintes circunstâncias: não se trata do primeiro satélite iraniano e, mesmo que ele seja utilizado para fins de espionagem, o que mais importa não é o próprio satélite, mas a capacidade de lançamento desenvolvida pelo Irã. O país mostrou agora que dispõe de mísseis de longo alcance, que funcionam perfeitamente. Se eles são capazes de transportar satélites, então também podem levar artefatos de destruição. Se pensarmos que o Irã realmente será uma potência nuclear dentro de dois anos, o futuro de Israel não parece muito róseo.
O mal-estar em Israel não melhorou mesmo depois que altos funcionários dos governos da Rússia, da China, da França, da Grã-Bretanha e da Índia elogiaram a intenção do novo presidente americano de dialogar diretamente com o Irã sobre suas aspirações nucleares. Geoff Morrell, porta-voz do Pentágono, voltou a acentuar após lançamento do satélite iraniano no início de fevereiro de 2009: “Certamente devemos estar preocupados com as constantes tentativas iranianas de desenvolvimento de um programa de mísseis balísticos com alcance cada vez maior”. Em Israel, o major-general Isaac ben-Israel, ex-chefe da Agência Espacial do país, esclareceu a problemática com clareza: “Necessita-se de energia especial e adicional para transportar um satélite de 30 a 50 quilos para o espaço. Como o Irã conseguiu fazê-lo, isso corresponde à capacidade de disparar na atmosfera um míssil balístico com uma bomba atômica de uma tonelada até a Europa”. Portanto, frisou ben-Israel, o que deve preocupar não é o satélite: “Ele é apenas um equipamento. Alarmante é a crescente capacidade de lançamento de mísseis balísticos de longo alcance”. Zvi Kaplan, o atual diretor da Agência Espacial israelense, considera que os relatos iranianos são verdadeiros. A respeito, ele disse ao jornal Jerusalem Post: “Não ficamos surpresos, pois na atual era de informações e tecnologia, considerando que há muitos cientistas iranianos que estudam no exterior, eles podem obter esses conhecimentos técnicos com bastante facilidade”.
Poucos dias depois o Irã se manifestou. As afirmações divulgadas deveriam fazer o mundo inteiro ficar pensativo, pois o Irã se mostrou fechado ao tom conciliador de Washington. Foi o que mostraram, por exemplo, as palavras de Hojjatoleslam Ali Maboudi, representante do líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, na Guarda Revolucionária: “Os sionistas levaram Obama ao poder para ajudar a América a enfrentar seus atuais desafios. Todos os governos têm ‘linhas vermelhas’, e nossas ‘linhas vermelhas’ são rejeitar as políticas arrogantes da América e do regime sionista”. Além disso, Maboudi declarou: “A oposição ao regime sionista e a defesa das pessoas oprimidas estão entre os pilares da revolução islâmica, e as relações entre o Irã e a América não mudarão porque Obama assumiu”. O Irã não reconhece o direito de existência de Israel, razão porque freqüentemente os representantes do país falam apenas do “regime sionista”. Como se percebe, o Irã considera que as relações entre Israel e os EUA são tão estreitas que não se pode separar suas políticas. (NA)
Mesmo que o novo presidente dos EUA queira “conversar” com o Irã, isso não trará frutos, pois o objetivo desse país é o aniquilamento de Israel. Um dia, juntamento com Gogue, da terra de Magogue, o Irã invadirá Israel e será julgado por Deus (veja Ez 38.5ss.). Mesmo que ocorra uma espécie de acordo entre os EUA e o Irã, ele será apenas de natureza tática por parte do regime iraniano. Israel e o Irã se encontram em posições diametralmente opostas. As razões para isso são de natureza espiritual e, portanto, encontram-se no mundo invisível. No final, a luta contra Israel culminará no ajuntamento dos exércitos mundiais por parte da besta e dos reis da terra para lutarem contra Cristo (veja Ap 19.19-21). Mas o Senhor os derrotará, pois Ele é o Senhor dos senhores e Rei dos reis. (Conno Malgo - Fonte: http://www.beth-shalom.com.br)

sábado, 14 de março de 2015

África do Sul realiza com sucesso primeiro transplante de pênis

O professor Andre van der Merwe, chefe do departamento de cirurgia reconstrutiva da Universidade de Stellenbosch, é visto em 13 de março de 2015
Uma equipe de médicos sul-africanos anunciou nesta sexta-feira ter conseguido realizar com sucesso o primeiro transplante de pênis, três meses após a operação.
"Tenho o privilégio de ter participado deste primeiro transplante bem sucedido no mundo", declarou o professor Frank Graewe, chefe do departamento de cirurgia reconstrutiva da Universidade de Stellenbosch (sudoeste).
Um outro transplante de pênis já havia sido realizado na China em 2006. Apesar do sucesso cirúrgico da operação, o órgão teve que ser retirado em razão de "problemas psicológicos do paciente".
Três meses depois, o paciente sul-africano, de 21 anos, recuperou todas as funções urinárias e reprodutivas do órgão, explicou o professor.
O pênis do jovem teve que ser amputado há três anos, após uma infecção causada por uma circuncisão mal realizada durante uma tradicional cerimônia africana.
O paciente foi operado no hospital Tygerberg, da Cidade do Cabo, durante nove horas, em 11 de dezembro. O pênis transplantado foi retirado de um doador já falecido, cuja família foi cumprimentada pela equipe médica.
"Nós provamos que é possível. Podemos dar a alguém um órgão tão bom quanto o que ele tinha antes", garantiu o professor Graewe, em comunicado.
Esta operação terá especial repercussão na África do Sul, onde este tipo de acidente durante cerimônias de iniciação são frequentes.
A circuncisão tradicional, por ablação do prepúcio, ocorre geralmente no final da adolescência em várias culturas sul-africanas, após um período de iniciação no coração da floresta.
"Um teste de coragem e estoicismo", explicou, em suas memórias, o falecido presidente sul-africano Nelson Mandela.
'Doador salvou várias vidas'
A cada ano, o país lamenta um certo número de mortos e mutilados.
Entre 2008 e 2013, 486 jovens morreram após ritos de passagem para a vida adulta, o mais frequente por infecções ou gangrenas consecutivas à circuncisão. Alguns sobrevivem, mas mutilados para sempre.
"Há uma grande necessidade para este tipo de operação na África do Sul do que em qualquer outro lugar do mundo", admitiu o professor Andre van der Merwe, membro da equipe cirúrgica e chefe do departamento de urologia de Stellenbosch.
"Nosso objetivo era torná-lo totalmente funcional depois de dois anos, e estamos muito surpresos com esta recuperação rápida", disse ele sobre o seu paciente.
"Para um jovem de 18 ou 19 anos, a perda de seu pênis pode ser um trauma profundo", disse o professor. Nessa idade, a vítima "pode não ter a capacidade psicológica para lidar com o acidente. Temos relatos de suicídios entre esses jovens".
Em declarações à imprensa, o professor van der Merwe declarou que o "herói" desta história foi um doador e sua família.
"Ele salvou muitas vidas, porque doaram [seu] coração, pulmões, rins, fígado, pele, córnea e pênis", explicou.
Os cirurgiões da Universidade de Stellenbosch procuravam há muito tempo um doador compatível, como parte de um projeto-piloto para desenvolver os transplantes de pênis.
A equipe agora planeja realizar nove transplantes.
A África do Sul é, historicamente, um dos países pioneiros em cirurgias de transplante. O primeiro transplante de coração da história foi realizado na Cidade do Cabo em 1967 pelo professor Chris Barnard.
Algumas das técnicas utilizadas para este transplante de pênis, no entanto, foram adaptadas de técnicas utilizadas na França em 2005 para o primeiro transplante de rosto, revelou a equipe de Stellenbosch. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

terça-feira, 10 de março de 2015

Indústria do açúcar influenciou pesquisas sobre cárie nos EUA (estudo)

A indústria do açúcar convenceu décadas atrás cientistas do governo dos Estados Unidos a pesquisar maneiras de prevenir cáries que não envolvessem a retirada de doces da dieta - revelou estudo
A indústria do açúcar convenceu décadas atrás cientistas do governo dos Estados Unidos a pesquisar maneiras de prevenir cáries que não envolvessem a retirada de doces da dieta - revelou estudo publicado nesta terça-feira.

A descoberta publicada na revista médica PLOS Medicine foi baseada em 319 documentos da indústria do açúcar datados dos anos 1960 e 1970, que estavam arquivados na biblioteca pública da Universidade de Illinois.
Os arquivos mostram que "em 1950, uma organização representando 30 membros internacionais da indústria açucareira aceitou que o açúcar causava o desgaste dos dentes", destacou o estudo, chefiado por especialistas da Universidade da Califórnia, que descobriram os documentos.
Por volta de 1969, o Instituto Nacional de Saúde decidiu que a redução do consumo de açúcar, "embora fosse teoricamente possível", não era prática do ponto de vista da saúde pública, disseram os pesquisadores.
Representantes da indústria do açúcar passaram a trabalhar de maneira estreita com o Instituto, principal polo de pesquisas do governo dos EUA, buscando abordagens alternativas.
O estudo descobriu que 78% das prioridades de pesquisa da indústria açucareira foram diretamente incorporadas nas diretrizes de investigação do Programa Nacional contra a Cárie, lançado em 1971.
"A comunidade odontológica sempre soube que prevenir a cárie passava pela redução do consumo de doces", afirmou Cristin Kearns, principal autora do estudo.
"Foi desapontador descobrir que as políticas debatidas hoje poderiam ter sido discutidas e aplicadas há mais de 40 anos", acrescentou.
Kearns e seus colegas compararam os arquivos - que incluíam 1.551 páginas de correspondências entre executivos da indústria do açúcar entre 1959 e 1971 - com documentos do então Instituto Nacional de Pesquisa Dentária, para explorar como a indústria do açúcar pode ter influenciado as diretrizes de pesquisa do programa de 1971.
Os cientistas descobriram que a indústria do açúcar financiou pesquisas com enzimas para combater a placa e uma vacina contra a cárie, e "mantiveram relações com o Instituto Nacional de Saúde".
"Estas táticas são muito parecidas com as então empregadas pela indústria do tabaco", disse o co-autor do estudo Stanton Glantz.
Os pesquisadores também descobriram que os esforços perpetrados pela indústria do açúcar "não conseguiram produzir resultados" no que diz respeito à prevenção contra às cáries, problema que afeta metade dos adultos dos Estados Unidos e é a principal doença crônica entre as crianças.
Ronald Burakoff, chefe do departamento de medicina dental do Hospital Universitário North Shore, em Manhasset, Nova York, disse que o estudo é "bastante perturbador".
A pesquisa sugere uma "conspiração para afastar a pauta de pesquisas sobre cáries do consumo de açúcar, a fim de mitigar os efeitos sobre a indústria", avaliou Burakoff, que não participou do estudo.
"Os paralelos com a negação dos males provocados pelo cigarro praticada pela indústria do tabaco são alarmantes".
Procurado pela AFP para comentar os resultados da pesquisa, o Instituto Nacional de Pesquisa Dental e Craniofacial - que sucedeu o Instituto Nacional de Saúde - não se manifestou. Fonte: Yahoo Notícias

segunda-feira, 9 de março de 2015

Brasil extrai de soja transgênica composto contra a aids

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Rio de Janeiro, 9 mar (EFE).- Um grupo de cientistas brasileiros desenvolveu uma tecnologia que permite extrair de sementes de soja transgênica uma proteína presente nas algas e que já se mostrou capaz de evitar que o vírus da aids ataque as células vaginais das mulheres.
A tecnologia permite obter em nível comercial a cianovirina, uma proteína que cientistas americanos identificaram em algas do tipo azul-verde (Nostoc ellipsosporum) mas cuja produção nas plantas marinhas não é suficiente para garantir o desenvolvimento de remédios.
Um gel desenvolvido a partir da cianovirina, que deve ser aplicado na vagina antes das relações sexuais, já foi comprovado que combate a transmissão do vírus HIV e que impede a multiplicação do vírus HIV no corpo humano.
A tecnologia para produzir a proteína na soja transgênica, desenvolvida por pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foi destaque na última edição da revista científica internacional "Science".
"Estávamos trabalhando para chegar a esta etapa há cinco ou seis anos. Conseguimos acumular uma grande quantidade de cianovirina na soja transgênica e purificar a substância", afirmou o especialista Elíbio Rech, pesquisador da Embrapa, em entrevista à Agência Brasil.
Segundo o cientista, a soja transgênica é até agora a fábrica biológica mais eficaz e mais viável para produzir a proteína em longa escala.
O projeto brasileiro, iniciado em 2005 e que conta com a colaboração do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos e da Universidade de Londres, pretende desenvolver um gel com propriedades antivirais que as mulheres possam usar para evitar o contágio da aids quando não utilizarem preservativos.
"O nosso foco é principalmente a África, onde grande parte das mulheres são contaminadas com HIV pelos parceiros. Na cultura de muitos países o uso do preservativo não é respeitado. Com esse produto a mulher não precisa da opção do homem em querer usar ou não, ela mesmo pode se prevenir" explicou o especialista.
A tecnologia brasileira prevê o desenvolvimento de uma soja geneticamente modificada onde será introduzido um gene que induz a planta a produzir em grande escala a proteína em suas sementes.
Os cientistas da Embrapa testaram a produção da cianovirina a partir de plantas de tabaco e de culturas de bactérias e de fermentos, mas o uso da soja transgênica se mostrou mais viável. EFE Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

sábado, 7 de março de 2015

Paracetamol em excesso expõe pacientes a riscos, alertam cientistas

Pesquisadores de Leeds (Inglaterra) alertaram para a possibilidade de médicos subestimarem os riscos a que estão expostos seus pacientes com o uso prolongado do paracetamol, o mais popular entre os analgésicos
Pesquisadores de Leeds (Inglaterra) alertaram nesta terça-feira para a possibilidade de médicos subestimarem os riscos a que estão expostos seus pacientes com o uso prolongado do paracetamol, o mais popular entre os analgésicos.
Doentes crônicos que recorrem ao medicamento - usualmente, pessoas que costumam ingeri-la diariamente e em grande quantidade por vários anos - tendem a aumentar o risco de morrer ou então desenvolver problemas renais, intestinais e cardíacos, afirmaram os estudiosos.
Liderada por Philip Conaghan, no Instituto de Medicina Reumática e Músculo-esquelética, a equipe analisou dados a partir de oito estudos já publicados sobre o uso frequente de paracetamol.
Os dados disponíveis referem-se apenas a pessoas que tiveram o remédio receitado por um médico e não incluíram quem compra na farmácia por conta própria.
Um desses oito estudos tinha constatado uma taxa maior de letalidade, de até 63%, comparando usuários do paracetamol com quem não tinha sido receitado no período em que o estudo foi realizado.
Outras quatro pesquisas concluíram elevado risco de problemas cardiovasculares, variando de 19% a 68%. O risco de hemorragia gastro-intestinal e outros efeitos colaterais no intestino chegou ao máximo de 49%.
Por fim, em três dos trabalhos acadêmicos referenciados houve acordo quanto à ingestão de paracetamol causar problemas no sistema renal.
Em todos os casos, os riscos se relacionavam com a quantidade de remédio ingerido - em outras palavras, quanto maior a dose, maior o risco, como publicado no jornal britânico Annals of the Rheumatic Diseases (Anais de Doenças Reumáticas).
"Mesmo o risco sendo baixo na maior parte das vezes, os médicos deveriam ser cautelosos ao receitar a droga", alertaram os pesquisadores. "Nós acreditamos que o risco real da prescrição do paracetamol seja maior do que percebido atualmente pela comunidade clínica. Justifica-se uma revisão sistêmica da eficácia e da tolerância em condições individuais", acrescentou.
Eles explicaram que a análise não foi conclusiva a respeito do fato se morte prematura e problemas de saúde seriam causados por uma doença subjacente mais do que pelo paracetamol.
"O paracetamol ainda é o analgésico mais seguro, e este estudo não deveria fazer com que as pessoas parem de tomá-lo", disse Nick Bateman, professor em toxicologia clínica na Universidade de Edimburgo (Escócia). "De posse desses resultados, é aconselhada a menor dosagem em um tempo mais curto e necessário", contou ele ao Centro Britânico de Mídia Científica. "Este é o senso comum para todos os remédios", finalizou.
Outro especialista no tema, o professor Seif Shaheen, na área de epidemiologia respiratória na Universidade Queen Mary (Londres), concordou com Bateman ao afirmar que "a revisão sobre os efeitos do remédio, dadas as limitações, não fortaleceu a evidência de efeitos prejudiciais causadas pelo paracetamol".
"Porém", acrescentou, "seria prudente realizar novas e rigorosas pesquisas sobre possíveis efeitos prejudiciais em torno da droga, usada com frequência".
Amplamente recomendado como o primeiro passo para acabar com várias dores, o paracetamol é tido por muitas pessoas como mais seguro do que aspirina e ibuprofeno.
O novo estudo levou a outras conclusões na pesquisa: na comparação com outros remédios, o paracetamol pode não ter qualquer vantagem para o tratamento de osteoartrite, reumatismo e dores agudas na coluna lombar.
À luz disso, "deve-se levar em conta um uso mais cauteloso", como sustentado no artigo. "Os médicos devem estar atentos às reações individuais de cada paciente ao paracetamol, observando o aumento no grau de toxicidade quando a dosagem for maior e por um período regular". Fonte: Yahoo Notícias
O estudo na íntegra está disponível no <http://ard.bmj.com/content/early/2015/02/09/annrheumdis-2014-206914.full.pdf+html>.