Publicado em: Todo Dia em 21 de Setembro de 2008
Por Henrique Bueno
Presença de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos causam
alteração genética nas células
O Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), órgão
vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e sediado em
Campinas, divulgou os resultados de uma pesquisa que apontou a presença de
compostos orgânicos que são cancerígenos em óleos de soja encontrados no
mercado. Os chamados HPAs (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) podem
provocar mudanças no material genético das células.
O composto é gerado na queima incompleta de material
orgânico. Esse produto oferece risco à saúde caso seja inalado, ingerido ou se
houver contato com a pele. No caso do óleo de soja, foram avaliadas 42 amostras
coletadas ao longo de um ano, em produtos de diversas marcas que são
comercializados. Todas elas estavam contaminadas pelo composto.
Além do óleo de soja, os HPAs fazem parte do cotidiano do
homem, já que está presente na poluição ambiental e em muitos outros alimentos
e bebidas, como hortaliças, carnes, chás e café. “Esses hidrocarbonetos ocorrem
em muitos grupos alimentares, como o óleo de soja, que foi objeto de nosso
estudo. O que nós precisamos saber é em que quantidade esses HPAs estão
presentes nos alimentos e qual é a quantidade desses compostos que as pessoas
estão ingerindo. A partir daí é possível estabelecer uma margem de segurança
para o consumo desses alimentos”, apontou a coordenadora da pesquisa, Mônica
Rojo de Camargo.
Durante as pesquisas desenvolvidas no Ital, a pesquisadora
conseguiu identificar 100 compostos diferentes, sendo que 13 deles foram
classificados como carcinogênicos e genotóxicos, que têm a capacidade de
alterar o material genético das células. A partir daí, o Ital iniciou, com
recursos da Fapesp (Fundação
de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), um programa de monitoramento,
estudos e pesquisas em HPAs. “Quando mandamos o projeto para a Fapesp, a
confirmação dos 13 compostos carcinogênicos tinha acabado de sair. Não havia
quase nenhum dado no mundo sobre esse tema. O Jecfa (grupo de peritos em
aditivos alimentares da Organização Mundial da Saúde) fez uma recomendação para
a ampliação das pesquisas nesta área, para avaliarmos o risco a que o homem
está exposto”, afirmou Mônica.
Se o consumidor fica impotente diante da contaminação do óleo
de soja, o mesmo não acontece com os outros alimentos onde foram verificados a
presença de HPAs. Existem algumas recomendações que, se seguidas corretamente,
podem diminuir a ingestão do componente cancerígeno. As orientações são: lavar
bem a superfície de frutas e hortaliças, evitar alimentos defumados por
processos caseiros, não ferver a água do café junto com o pó e consumir carnes
com menos gordura. Fonte: FAPESP
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