terça-feira, 3 de julho de 2012

Pesquisa aponta risco à saúde em óleo de soja



 
Publicado em: Todo Dia em 21 de Setembro de 2008
Por Henrique Bueno
Presença de Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos causam alteração genética nas células
O Ital (Instituto de Tecnologia de Alimentos), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e sediado em Campinas, divulgou os resultados de uma pesquisa que apontou a presença de compostos orgânicos que são cancerígenos em óleos de soja encontrados no mercado. Os chamados HPAs (Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos) podem provocar mudanças no material genético das células.
O composto é gerado na queima incompleta de material orgânico. Esse produto oferece risco à saúde caso seja inalado, ingerido ou se houver contato com a pele. No caso do óleo de soja, foram avaliadas 42 amostras coletadas ao longo de um ano, em produtos de diversas marcas que são comercializados. Todas elas estavam contaminadas pelo composto.
Além do óleo de soja, os HPAs fazem parte do cotidiano do homem, já que está presente na poluição ambiental e em muitos outros alimentos e bebidas, como hortaliças, carnes, chás e café. “Esses hidrocarbonetos ocorrem em muitos grupos alimentares, como o óleo de soja, que foi objeto de nosso estudo. O que nós precisamos saber é em que quantidade esses HPAs estão presentes nos alimentos e qual é a quantidade desses compostos que as pessoas estão ingerindo. A partir daí é possível estabelecer uma margem de segurança para o consumo desses alimentos”, apontou a coordenadora da pesquisa, Mônica Rojo de Camargo.
Durante as pesquisas desenvolvidas no Ital, a pesquisadora conseguiu identificar 100 compostos diferentes, sendo que 13 deles foram classificados como carcinogênicos e genotóxicos, que têm a capacidade de alterar o material genético das células. A partir daí, o Ital iniciou, com recursos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), um programa de monitoramento, estudos e pesquisas em HPAs. “Quando mandamos o projeto para a Fapesp, a confirmação dos 13 compostos carcinogênicos tinha acabado de sair. Não havia quase nenhum dado no mundo sobre esse tema. O Jecfa (grupo de peritos em aditivos alimentares da Organização Mundial da Saúde) fez uma recomendação para a ampliação das pesquisas nesta área, para avaliarmos o risco a que o homem está exposto”, afirmou Mônica.
Se o consumidor fica impotente diante da contaminação do óleo de soja, o mesmo não acontece com os outros alimentos onde foram verificados a presença de HPAs. Existem algumas recomendações que, se seguidas corretamente, podem diminuir a ingestão do componente cancerígeno. As orientações são: lavar bem a superfície de frutas e hortaliças, evitar alimentos defumados por processos caseiros, não ferver a água do café junto com o pó e consumir carnes com menos gordura. Fonte: FAPESP

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