terça-feira, 7 de maio de 2013

Nossos ancestrais pré-históricos usavam palavras familiares até hoje


(Arquivo) Dicionários em livraria de Paris


Linguistas britânicos determinaram que nossos ancestrais da Idade da Pedra que viveram na Europa poderiam ter utilizado certas palavras reconhecíveis atualmente em muitas línguas modernas, segundo um estudo publicado nos Estados Unidos.
Alguns nomes, verbos, adjetivos e advérbios descendem em grande parte de forma imutável das palavras de uma língua comum aos homens que viveram há 15 mil anos, explicou Mark Pagel, professor de biologia evolutiva da Universidade de Reading, no Reino Unido, e principal autor deste estudo.
Algumas destas palavras, como 'I', 'you', 'we', 'mother', 'man' e 'bark' (palavras inglesas para 'eu', 'você', 'nós', 'mãe', 'homem' e 'latir'), nas quais certas línguas mantêm o mesmo sentido ou quase o mesmo som que tinham na época, determinaram estes linguistas anglófonos.
Usando um modelo matemático, os pesquisadores conseguiram determinar que algumas palavras mudaram tão lentamente com o passar do tempo que elas conseguiram manter os traços de seu passado ancestral por 10.000 anos ou mais.
Essas palavras indicam a existência de uma grande família que unifica sete grupos linguísticos na Eurásia, revelaram os cientistas.
Até agora, os linguistas se basearam apenas no estudo de sons similares entre as palavras para identificar aquelas que provavelmente teriam ancestrais comuns, como "pater", em latim, e "father" (pai) em inglês.

Ms esta abordagem traz o inconveniente de comparar às vezes palavras com sons próximos, mas sentidos muito diferentes, como "team" (equipe) e "cream" (creme).

Para evitar este problema, a equipe do professor Pagel partiu do princípio de que as palavras utilizadas diariamente provavelmente seriam preservadas por períodos muito longos. Eles se basearam neste elemento para prever palavras que tiverem uma sonoridade próxima no final.
"A forma como utilizamos certas palavras na linguagem cotidiana é de alguma forma comum a todas as línguas da humanidade", destacou Pagel em um comunicado.
"Nós descobrimos que os nomes, os pronomes e os advérbios são substituídos com uma frequência muito menor, isto é, uma vez a cada 10.000 anos ou mais", estimou.
Desta forma, "as palavras usadas mais de uma vez por mil na linguagem cotidiana tiveram de sete a dez vezes mais chances de ir muito longe na superfamília das línguas eurasiáticas", estimou o cientista, cujo trabalho foi publicado na revista da Academia Americana de Ciências (PNAS).
Em estudos anteriores, Mark Pagel demonstrou a evolução das 7.000 línguas atualmente faladas no mundo, revelando a utilização da linguagem e por que algumas palavras desapareceram. Fonte: Yahoo Notícias

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