Nome popular dos seres vivos pluricelulares
pertencentes aos filos platelmintos e nematelmintos do reino Metazoa.
Apresentam corpos tubulares alongados, que podem ser achatados (platelmintos)
ou cilíndricos (nematelmintos). Alguns têm vida livre e vivem no mar, rios ou
ambientes terrestres, e outros são parasitas, ou seja, vivem às custas dos
animais hospedeiros. Os parasitas causam doenças infecciosas e parasitárias
como ascaridíase, amarelão, cisticercose, esquistossomose e teníase ou
solitária.
Platelmintos – Dividem-se em três classes –
tuberlários, trematódeos e cestódeos – de acordo com o modo de vida (livre ou
parasitária). Os tuberlários, como a planária (Dugesia tigrina), são seres de
vida livre. Os trematódeos podem ser ectoparasitas (vivem externamente ao
hospedeiro), como o Gyrodactylus, que habita as brânquias de certos peixes, ou
endoparasitas (vivem e reproduzem-se no interior do hospedeiro). Exemplos de
endoparasitas são a Fasciola hepatica, que habita o fígado do carneiro, e o
Schistosoma mansoni, que causa a esquistossomose. No ciclo de vida de um
trematódeo, os vermes adultos produzem ovos que são eliminados do hospedeiro
definitivo (homem) e originam vários estágios larvais relacionados ao
hospedeiro intermediário (molusco aquático). Os cestódeos são todos
endoparasitas, como as tênias. As formas adultas da tênia produzem a teníase no
hospedeiro definitivo (o homem) e as formas larvais são responsáveis pela
cisticercose, na qual o homem serve como hospedeiro intermediário.
Nematelmintos – Os nematelmintos podem ter vida
livre ou ser parasitas de plantas e animais. Neste caso, os vermes adultos
habitam a cavidade intestinal do hospedeiro e produzem ovos, que eliminados
pelas fezes contaminam a água e os alimentos. Em seu ciclo de vida não há
hospedeiro intermediário. O nematelminto parasita mais conhecido é o Ascaris
lumbricoides, a lombriga, que provoca a ascaridíase. Outros exemplos de
nematelmintos são o Necator americanus e o Ancylostoma duodenale, que habitam o
intestino humano e provocam a doença conhecida como amarelão.
Doenças infecciosas
Processos infecciosos causados por diferentes
microrganismos – bactérias , fungos, protozoários , vermes e vírus
– que penetram, se desenvolvem e se multiplicam no organismo humano.
Quando o agente causador é um protozoário ou um verme, a doença infecciosa é chamada de parasitária.
Segundo seu aparecimento e evolução, as doenças
infecciosas podem ser epidêmicas,
endêmicas e pandêmicas. As doenças epidêmicas são aquelas com ocorrência de muitos
casos num dado período e com tendência a desaparecer, como o dengue e a cólera.
As endêmicas apresentam quantidade significativa de casos em certas regiões,
como a malária na Amazônia. E as pandêmicas são as que têm muitos casos
espalhados pelo planeta ou continente, como a Aids .
Uma parte das doenças infecciosas pode ser evitada
com vacinas específicas e medidas de educação sanitária, como beber água
fervida ou clorada e só comer verduras e legumes crus bem lavados.
Segundo o Ministério da Saúde, as doenças
infecciosas e parasitárias foram responsáveis por 39.548 óbitos no país em
1995, o correspondente a 5,3% do total de mortes no ano.
Formas de contágio – As doenças infecciosas podem
ser transmitidas por contato direto, indireto, por uma fonte comum contaminada
ou por vetores (agentes que transmitem os microrganismos). Formas de contato
direto são, por exemplo, muco ou gotículas de saliva expelidas ao tossir,
espirrar ou falar. O contato indireto dá-se por vias como o uso compartilhado
de determinados objetos. Fontes comuns contaminadas podem ser sangue (no caso
de uma transfusão sanguínea), água e alimentos. Exemplos de vetores são
mosquitos e caramujos. Várias doenças infecciosas têm mais de uma forma de
contágio.
Parasitismo – Relação temporária entre seres de
espécies diferentes, na qual um deles, o parasita, vive às custas do outro, o
hospedeiro. Nessa associação, o parasita obtém alimento através do hospedeiro,
que é prejudicado de alguma forma. Os parasitas mais comuns são os protozoários
e os vermes. O parasitismo pode ser externo (ectoparasitismo), como piolhos,
pulgas e carrapatos, ou interno (endoparasitismo), como protozoários e vermes.
Bactéria
Ser vivo unicelular e microscópico, pertencente ao
Reino Monera. Assim como todos os seres deste grupo, é formada por uma célula
procarionte (desprovida de membrana nuclear). Por não apresentar o envoltório
protetor do núcleo, o material genético (cromatina), constituído por uma única
molécula de DNA (ácido
desoxirribonucléico), encontra-se disperso no citoplasma. Apresenta membrana
plasmática recoberta e protegida pela parede celular, de consistência
gelatinosa. As bactérias causam várias doenças infecciosas . A transmissão pode
ser feita pelo ar ou por contato direto (gotículas de saliva ou muco) ou
indireto.
As bactérias podem ser classificadas segundo a
forma. As esféricas são chamadas cocos; as alongadas em forma de bastão são os
bacilos; as espiriladas, espirilos; e as em formato de meia-espiral
denominam-se vibriões. Algumas espécies, para melhor desenvolverem as funções
de nutrição e proteção, podem apresentar-se em agrupamentos celulares
(colônias). Os agrupamentos podem ser aos pares (diplococos), em forma de colar
(estreptococos) ou de cacho de uva (estafilococos). Muito resistentes a variações
de temperatura e também a agentes químicos, algumas bactérias apresentam
filamentos móveis chamados flagelos, para a locomoção. A maioria das doenças
causadas por bactérias é tratada com antibióticos, substância produzida por
microrganismos (os mais comuns são os fungos) ou sintetizada em laboratório,
capazes de impedir o crescimento ou mesmo destruir as bactérias. Porém, o
tratamento nem sempre é eficaz, pois elas desenvolvem resistência contra
determinados medicamentos, que perdem seu efeito.
Algumas espécies de bactérias podem provocar doenças
fatais. É o caso da Staphylococcus aureus (causa infecções de pele) e da
Streptococcus beta hemolíticos (causadora da escarlatina), que estimulam a
superativação dos linfócitos , os glóbulos brancos responsáveis pela defesa do
organismo. Ao produzirem grande quantidade de citosinas e óxido nítrico, causam
um grave desequilíbrio na composição e circulação sanguínea , que pode resultar
na morte do paciente. Este quadro clínico é conhecido como Síndrome da Reação
Inflamatória Sistêmica (SIRS). Outros tipos, como a Escherichia coli (causadora
de diarréia) e a Salmonella typhi (causadora da febre tifóide), que se alojam
na região intestinal, podem atingir a circulação sanguínea e provocar uma
infecção generalizada, que também pode levar à morte. Mas a maior parte das
espécies de bactéria é benéfica ao homem. Elas são responsáveis, por exemplo,
pela fixação do nitrogênio da atmosfera no solo, fundamental para o
desenvolvimento das plantas. Também realizam a fermentação necessária para a
fabricação de produtos como vinagres e queijos.
Vírus
Ser vivo
microscópico e acelular (não é composto por células) formado por uma
molécula de ácido nucléico (DNA ou RNA), envolta por uma cápsula protéica.
Apresenta-se sob diferentes formas: oval, esférica, cilíndrica, poliédrica ou
de bastonete. Por ser incapaz de realizar todas as funções vitais, é sempre um
parasita celular, ou seja, necessita de um animal, planta ou bactéria para
multiplicar-se e desenvolver-se. Ao se reproduzir dentro de uma célula, acaba
por lesá-la. Na reprodução, qualquer modificação no DNA provoca uma mutação, gerando novos tipos de
vírus.
Grande parte das doenças infecciosas e parasitárias
é causada por vírus, como a Aids , a catapora, a dengue, a rubéola e o sarampo.
A transmissão pode ser feita pelo ar, por contato direto (gotículas de saliva
ou muco) e indireto (utensílios, água e alimentos contaminados ou picada de
animais). O tratamento de uma infecção viral geralmente é restrito apenas ao
alívio dos sintomas, com o uso de analgésicos e antitérmicos para diminuir a
dor de cabeça e reduzir a febre. Há poucas drogas que podem ser usadas no
combate de uma infecção viral, pois ao destruírem o vírus acabam por destruir
também a célula. Quase todas as doenças causadas por vírus podem ser prevenidas
com vacinas.
A febre é um sintoma comum a todas as infecções
virais. Outros sinais característicos presentes na maioria das infecções são
dor de garganta, fadiga, calafrio, dor de cabeça e perda de apetite. Mas grande
parte das doenças apresenta uma sintomatologia própria. Por exemplo, a
manifestação de pequenas elevações eruptivas avermelhadas na pele caracteriza a
rubéola e a catapora ou varicela. No sarampo, são comuns erupções na mucosa
bucal e o surgimento de manchas avermelhadas na pele. A inflamação e o inchaço
das glândulas salivares são sintomas específicos da caxumba. Na poliomielite
ocorre rigidez da nuca e perturbações físicas que podem causar paralisia e
atrofia de certas partes do corpo. Na febre amarela e na hepatite infecciosa
viral há náuseas e vômitos.
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