segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Estudo derruba pressuposto de que número de presas e predadores é proporcional

Um jovem leão é visto no Parque Nacional de Nairóbi, no Quênia, no dia 10 de agosto de 2015

Um jovem leão é visto no Parque Nacional de Nairóbi, no Quênia, no dia 10 de agosto de 2015
Cientistas disseram esta semana que descobriram o que parece ser uma incomum lei da natureza que mantém baixo o número de grandes predadores ao longo de vastos espaços da Terra e seus oceanos.

Mesmo quando há uma abundância de presas em torno de criaturas maiores, como leões, o número de leões em uma área não aumenta, segundo as descobertas publicadas pela revista Science.
O mesmo padrão se mantém tanto para animais de grande porte quanto para pequenas criaturas do mar, como o zooplâncton, que come o fitoplâncton.
"Onde as presas são abundantes, não há proporcionalmente mais predadores", disse o estudo, que analisou dados de 50 anos de plantas e animais ao longo de 2.260 ecossistemas e em 1.512 locais distintos em todo o mundo, incluindo pradarias, lagos, florestas e oceanos.
Em vez do aumento no número de predadores para combinar com as presas disponíveis, as populações de predadores são limitadas pela velocidade com que se reproduzem.
E, em ambientes lotados, as presas se reproduziram menos do que em locais com menos presas ao redor, sugerindo que a competição por recursos pode colaborar para limitar a prole.
"Até agora, a suposição era de que, quanto mais presas, correspondentemente haveria mais predadores", disse o autor do estudo, Ian Hatton, estudante de doutorado na Universidade de McGill.
"Mas quando olhamos para os números, descobrimos em vez disso que, nos ecossistemas mais exuberantes, não importa onde eles estejam no mundo, tem uma proporção reduzida de predadores para suas presas", explicou Hatton.
"Isso ocorre porque com maior aglomeração, espécies de presas têm menos filhos para cada indivíduo. Com efeito, as taxas de reprodução das presas são limitadas, o que também limita a abundância de predadores".
O co-autor Kevin McCann, do departamento de biologia da Universidade de Guelph, afirmou que os pesquisadores ficaram "espantados" com o que viram como um "padrão surpreendente".
As quantidades relativas de biomassa de predadores e presas em diversos ecossistemas poderia ser "extraordinariamente bem prevista por uma função matemática simples chamada de lei de escala de energia", disse McCann.
Esta "lei de força" mostra que há sempre menos predadores "top de linha" do que o esperado em ecossistemas ricos em recursos do que em ecossistemas pobres em recursos.
Uma melhor compreensão da dinâmica predador-presa poderia ajudar os conservacionistas a monitorar espécies ameaçadas de extinção e mostrar como muitos grandes predadores devem estar em uma determinada área com base na presas disponíveis.
"Confirmar essas hipóteses seria um marco importante na ciência de ecossistemas", disse um editorial da revista Science escrito por Just Cebrian, professor do departamento de Ciências Marinhas da Universidade de South Alabama. Fonte: Yahoo Notícias

Nenhum comentário:

Postar um comentário