A Libéria, o país africano que está no epicentro da epidemia mais mortal de Ebola, poderá se ver livre da doença até o final de junho caso 85% dos pacientes tenham acesso ao tratamento médico, avaliaram cientistas americanos nesta terça-feira.
O número de novos casos começou a cair nas últimas semanas e escolas deverão reabrir as portas no mês que vem, após fechar, em julho, enquanto o país lutava contra o rápido avanço da febre hemorrágica.
Se a tendência à melhor hospitalização e ao cuidado preventivo se mantiver, cientistas da Universidade da Geórgia e da Universidade do Estado da Pensilvânia estimam que o fim do surto mortal pode estar próximo.
O modelo descrito no periódico PLOS Biology inclui fatores como a localização e o tratamento da infecção, o desenvolvimento da capacidade hospitalar e a adoção de práticas seguras de sepultamento.
Se uma taxa de 85% de hospitalização for mantida, a epidemia poderá ser amplamente contida em junho de 2015, informou o principal autor do estudo, John Drake, professor associado da Escola de Ecologia Odum da Universidade da Geórgia.
"Esta é uma possibilidade realista, mas não é uma conclusão anterior", disse Drake.
"O que precisamos é manter o nível atual de vigilância e a pressão o quanto pudermos", prosseguiu.
O modelo que Drake utiliza leva em conta variáveis como a quantidade de pacientes hospitalizados e a de trabalhadores de saúde infectados, as taxas de transmissão em funerais, nos quais os corpos das vítimas costumam ser beijados e tocados, e a eficácia relativa das medidas de controle contra o Ebola.
Eles usaram dados da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde liberiano no período de 4 de julho a 2 de setembro de 2014.
Durante este período, o país adicionou cerca de 300 leitos hospitalares e começou a adotar práticas de funeral mais seguras.
O exercício demonstrou que a "resposta do governo liberiano e dos grupos internacionais reduziu enormemente a probabilidade de uma epidemia maciça".
Na Libéria, 3.496 pessoas morreram de Ebola na atual epidemia, a taxa de mortalidade mais elevada entre os países afetados.
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