Quando a febre aparece, algo vai mal. É um sinal de doença que pode vir
acompanhado de calafrios, dor de cabeça e outros sintomas pouco agradáveis, mas
ela tem sua função. A temperatura corporal varia normalmente em função de
diferentes fatores e isso não significa que haja febre. O horário influi, de
modo que costuma ser mais alta pela tarde que durante a madrugada, mas tal
oscilação é inferior a 0,5ºC.
As mulheres, com a ovulação, experimentam
uma variação da temperatura de entre 0,3ºC e 0,5ºC que se mantém até a
menstruação. Além disso, as diferentes partes do corpo apresentam temperaturas
ligeiramente diferentes. As mais altas estão no centro e as mais baixas nas
partes mais separadas do corpo como mãos ou pés.
"A temperatura que nos
interessa é a central, pois é a dos órgãos vitais como cérebro, coração, pulmões
e rim. É a que se tenta medir", explica José María Molero García, médico de
família e membro do Grupo de Infecções da Sociedade Espanhola de Medicina de
Família e Comunitária.
Segundo José María, a temperatura central oscila
entre 36,5ºC e 37,5ºC. No entanto, a temperatura normal do corpo pode variar
levemente de uma pessoa para outra. "A febre é o aumento da temperatura corporal
central acima dessas variações diárias consideradas como normais", explica o
médico.
Pode ser medida na boca, na axila ou no ânus. Assim, se considera
que há febre quando a temperatura oral alcança ou supera os 37,8ºC. Este número
é de 38ºC quando se trata de temperatura axilar e de 38,5ºC para a
retal.
José María afirma que é mais confiável medir a temperatura na boca
ou no reto que na axila, mas desaconselha tomá-la em várias áreas e comparar os
resultados. "A febre é um sinal de doença e costuma ser acompanhada de outros
sintomas", assinala o médico. Dor de cabeça, dores musculares, calafrios e
convulsões são os mais frequentes.
Quando a febre dura
menos de uma semana, o mais habitual é que seja causada por uma infecção seja
esta virótica, bacteriana ou por fungos. Mas também pode se dever a certos
remédios. Além disso, a cocaína pode causar febre.
O exercício extenuante
ou algumas situações fisiológicas como a ovulação e a gravidez também podem
originar febre aguda.
Por outro lado, a metade dos casos de febre prolongada,
a que dura mais de duas ou três semanas, se deve a infecções crônicas como
tuberculose, mononucleose, aids e malária, entre outras. Também pode ser causada
por infecções dos ossos, abscessos abdominais, retais ou hepatite.
Um
quinto dos casos de febre duradoura responde a diferentes tipos de tumores e
outra quinta parte tem sua origem nas doenças inflamatórias reumatológicas do
colágeno e dos vasos sanguíneos. Mas esta febre mais prolongada também pode
acontecer por outras causas como a inflamação intestinal e a tireoidite, detalha
o especialista.
"A febre é um mecanismo de defesa do organismo e não é
prejudicial em si mesma", diz José María. O médico explica que, perante um
processo patológico, o hipotálamo ajusta o mecanismo de regulação da temperatura
a um nível superior ao normal.
O fator que desencadeia esta reação é a
presença no sangue de uma série de substâncias chamadas pirógenos. Tais
substâncias podem ser produzidas tanto pelos germes que nos infectam como por
nossas células de defesa perante as infecções.
“A febre estimula os
mecanismos de defesa do corpo contra a infecção", ressalta José María. De fato,
a febrícula, a temperatura entre 37ºC e 38ºC, é benéfica pois ajuda os
mecanismos de defesa dos glóbulos brancos.
O médico destaca que a febre "não
favorece o crescimento dos germes pois a maioria se desenvolve melhor a
temperaturas inferiores a 38ºC".
“Embora a febre seja para nós um sinal
de que poderia estar acontecendo uma batalha no corpo, tal febre está lutando a
favor da pessoa e não contra ela", comentam os especialistas do Centro Médico da
Universidade de Maryland. Fonte; Yahoo Notícias saúde
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