As presas de que se alimentam as plantas carnívoras são sobretudo insetos, razão pela qual também são chamadas, com mais propriedade, insetívoras. As plantas carnívoras formam um grupo de aproximadamente 400 espécies vegetais capazes de digerir protídios de origem animal. Empregam engenhosas armadilhas e urnas, sempre constituídas por folhas modificadas, para a captura das presas. Estas, depois de imobilizadas, são submetidas à ação de enzimas digestivas ou de bactérias, decompondo-se para fornecer às plantas um suprimento complementar de nitrogênio, sob forma assimilável. Em sua maioria, as espécies carnívoras são plantas verdes que elaboram nutrientes por fotossíntese, a partir das matérias brutas que, em presença da clorofila, são fornecidas pela luz solar, a água e o dióxido de carbono, e assim elas não são sustentadas só pela dieta animal. Embora na maioria essas espécies sejam plantas verdes, algumas espécies de fungos microscópicos também digerem insetos. Mecanismos de captura. Muitas restrições em relação ao fornecimento de nitrogênio, como também de fósforo ou enxofre, podem advir de um sistema radicular pouco desenvolvido ou de deficiências nos terrenos onde crescem as plantas.
É o que ocorre com as espécies carnívoras dotadas de estruturas e procedimentos adequados à Captura de presas e animais: umas emitem secreções viscosas em que os insetos ficam grudados, para serem depois submetidos a uma digestão in loco; outras possuem cavidades aonde as presas são levadas por aspiração, como no caso das Utricularia, ou às quais são atraídas pelo perfume desprendido, como acontece com as grandes urnas ou ascídios das Nepenthes. Entre as espécies que emitem secreções viscosas nas folhas encontra-se a Drosophyllum lusitanicum, do Marrocos e do sul da península ibérica. As espécies de Utricularia, aquáticas ou de lugares úmidos, dispõem de pequeninas vesículas cujas tampas ou opérculos, ao contato com as presas, abrem-se para aspirá-las. As tampas fecham-se instantaneamente em seguida, impedindo a saída das presas, que são digeridas e assimiladas pelas plantas. Espécies carnívoras com urnas ou ascídios encontram-se nos pântanos das Guianas (Heliamphora), nos trópicos do Oriente, na Austrália e em vários pontos dos Estados Unidos. Algumas espécies das Filipinas e da Malásia são cipós, com urnas tão grandes que podem conter até um litro de líquido (Nepenthes), onde os insetos se afogam após deslizarem pelas paredes nuas.
Uma das plantas carnívoras mais conhecidas é a dionéia (Dionaea muscipula), da família das droseráceas, que ocorre sobretudo nos Estados Unidos. Cada folha dessa espécie, com a haste ou pecíolo achatado, é constituída por duas metades simétricas, ambas com espinhos nas bordas, as quais se juntam num encaixe perfeito para se fechar sobre a presa. Pêlos ultra-sensíveis, em cada uma das metades da folha, garantem o fechamento da armadilha ao serem estimulados pela presença do inseto que por acaso ali pousa. A superfície da folha passa a segregar enzimas que funcionam na digestão da presa. O fenômeno é lento e cada folha permanece vários dias fechada, até estar apta para uma nova captura.
Um grupo interessante de vegetais carnívoros é o formado por certos cogumelos que, vivendo no solo, trançam com suas hifas ou filamentos do talo verdadeiras armadilhas para capturar nematódeos (vermes) e aproveitar como alimento seus corpos. Outros fungos são capazes de crescer sobre insetos para digerir seus tecidos. Assim procede, por exemplo, o fungo Empusa muscae, que invade o corpo da mosca doméstica e rapidamente se desenvolve em seu interior, até levá-la à morte.
Fonte internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário