Sydney (Austrália), 16 dez (EFE).- Uma equipe de cientistas australianos conseguiu criar um rim do tamanho de um feto de cinco semanas a partir de células-tronco, informou nesta segunda-feira a imprensa local.
"É menor que o rim de um adulto. Essencialmente se trata de um pequeno rim em desenvolvimento", explicou a cientista Melissa Little ao canal "ABC".
Os especialistas submergiram as células-tronco em concentrações perfeitamente calibradas de moléculas denominadas fatores de crescimento ou tróficos para guiá-las no crescimento deste órgão em processo que imitava o desenvolvimento normal.
Os cientistas utilizaram um molde para a criação do órgão e destacaram que ainda faltam várias décadas para que possam produzir este tipo de órgãos para transplantes.
"Tivemos que guiar as células através de todos os passos que estas normalmente adotariam durante seu desenvolvimento", disse Melissa ao detalhar o processo de elaboração.
A princípio, os cientistas queriam que as células-tronco produzissem somente um tipo de célula do rim, mas no transcurso das pesquisas notaram que podiam formar dois tipos de células-chave para a formação deste órgão.
Assim, conseguiram que as células colocadas em um molde se organizassem por si mesmas para criar as complexas estruturas existentes no rim humano, acrescentou a "ABC" ao citar este estudo publicado na revista científica "Nature Cell Biology".
"Conseguimos produzir um conjunto de células mais complexas e isto representa um grande avanço em termos do que foi feito até agora", explicou Melissa.
A curto prazo, esta conquista será útil para testes científicos de novos remédios para combater doenças que afetam o rim e mais adiante a melhorar os tratamentos médicos.
"Um em cada três australianos está em risco de desenvolver doenças crônicas nos rins e os tratamentos atualmente disponíveis incluem diálise e transplantes", disse a especialista.
Estes primeiros resultados são promissores porque revelou o fato de que as células-tronco podem ser organizadas no laboratório para produzir tecidos artificiais que podem substituir os danificados. EFE
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