terça-feira, 26 de junho de 2012

ONU lamenta morte de 200.000 pessoas ao ano por drogas ilícitas


Jovem acende cigarro de maconha durante marcha pela legalização da droga em Santiago
Duzentas mil pessoas morrem por ano por consumir drogas ilícitas, lamentou esta terça-feira a agência da ONU encarregada da luta contra os entorpecentes, que também destacou em seu relatório anual de 2012 uma importante queda na elaboração de cocaína na Colômbia entre 2006 e 2010.
Além disso, o diretor do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDD ou UNODC, na sigla em inglês), Yuri Fedotov, qualificou de "decepcionante" o projeto do Uruguai de legalizar a maconha.
"A heroína, a cocaína e outras drogas continuam matando cerca de 200.000 pessoas por ano, deixando em pedaços famílias e propiciando (...) a insegurança e a propagação do HIV", informou Fedotov.
Segundo o informe, a produção mundial e o consumo de drogas ilícitas se mantiveram relativamente estáveis no ano passado. A maconha foi a droga mais consumida, com 224 milhões de usuários em todo o mundo.
No que diz respeito à cocaína, embora o uso e elaboração tenham se mantido estáveis globalmente, "as tendências são diferentes em função das várias regiões e países".
"Os dados disponíveis em matéria de cultivo, rendimento e tráfico indicam que tem havido uma redução global da elaboração de cocaína, impulsionada por uma muito importante redução da elaboração de cocaína na Colômbia no quinquênio 2006-2010", acrescentou o informe.
"Os principais mercados para a cocaína continuam na América do Norte, na Europa e Oceania (principalmente Austrália e Nova Zelândia). Na América do Norte tem havido uma diminuição marcante do consumo de cocaína, devido principalmente à redução nos Estados Unidos, de 3% (2006) a 2,2% (2010) nos adultos entre 15 e 64 anos de idade", afirmou.
"Enquanto o mercado dos Estados Unidos continua sendo quase exclusivamente abastecido com cocaína produzida na Colômbia, desde 2006 houve uma mudança nos mercados europeus, que compensaram, ao menos parcialmente, a falta de cocaína produzida na Colômbia com cocaína produzida em Bolívia e Peru", calculou.
A agência da ONU também afirma que o cultivo e a produção da folha de coca aumentaram nestes dois últimos países entre 2006 e 2010.
Em março passado, o presidente boliviano Evo Morales exibiu folhas de coca em Viena, onde fica a sede da ONUDD, lamentando a "absurda proibição da mastigação da folha de coca".
Fedotov respondeu na ocasião que era "difícil tirar conclusões no que diz respeito à mastigação da coca, já que (...) não dispomos de provas claras sobre seus efeitos".
"Iniciativas deste tipo podem socavar a longo prazo as leis internacionais referentes ao controle de drogas e causar algo como um efeito dominó", acrescentou.
Esta terça-feira, comentando o projeto do Uruguai de legalizar a maconha, Fedotov avaliou que "se confirmado, se trataria de uma mudança decepcionante".
Para ele, "a maconha não é uma droga tão inocente como alguns quiseram nos fazer acreditar. Segundo informes médicos, produz mudanças irreversíveis em nível cerebral", acrescentou. Fonte: Yahoo Notícias

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