sábado, 30 de maio de 2015

Cientistas reativam memória perdida de camundongos usando a luz

Ratinho de laboratório é visto em centro de pesquisa em Bron, perto de Lyon, em 23 de janeiro de 2014
Cientistas conseguiram reativar a memória perdida de camundongos usando a luz, o que ajuda a entender o mecanismo biológico de doenças como a amnésia e desperta a esperança de novos tratamentos, segundo estudo publicado na revista americana Science.
Esta pesquisa lança uma luz para entender a natureza da amnésia, um tema controverso para a neurociência, avalia Susumu Tonegawa, professor do centro de estudos sobre o aprendizado e a memória do Massachusetts Institute of Technology (MIT) e diretor do Riken Brain Science Institute no Japão, associado ao MIT, que chefiou estes trabalhos.
Os pesquisadores debatem há anos se a amnésia provocada por um traumatismo no crânio, o estresse ou doenças como o mal de Alzheimer, se deve ao dano de células cerebrais específicas, o que tornaria impossível recuperar a memória, ou se o acesso a estas lembranças é o que representa um problema.
"A maioria dos cientistas prefere a teoria da destruição do armazenamento da informação, mas esta pesquisa mostra que isto provavelmente é errado", avalia o professor Tonegawa, Nobel de Medicina em 1987. "A amnésia é um problema de recuperação da memória", assegura.
Os cientistas supunham que havia no cérebro uma rede de neurônios que, ativados durante a formação de uma lembrança, provocam mudanças físicas ou químicas denominadas engramas.
- O hipocampo do cérebro -
Segundo os cientistas, se estes grupos de neurônios engramas são reativados por uma imagem, um odor ou um sabor, toda a memória gravada deveria voltar.
Para demonstrar a existência destas células engramas da memória no hipocampo do cérebro, este grupo de cientistas usou a optogenética em camundongos, o que consiste em adicionar proteínas aos neurônios para permitir que sejam ativados pela luz.
Até agora, não tinha sido possível demonstrar que estes neurônios engramas sofriam modificações químicas segundo um processo chamado consolidação da memória.
Uma das mudanças chave se baseia em reforçar as sinapses, estruturas que permitem transmitir mensagens entre neurônios a partir do aprendizado e da experiência.
Estes cientistas também tentaram ver o que aconteceria se esta consolidação de sinapses não aconteceria. Eles deram a um grupo de roedores uma substância química, a anisomicina, que bloqueia a síntese de proteínas nos neurônios imediatamente após a formação de uma nova memória, impedindo esta consolidação.
Este grupo de animais foi colocado em uma jaula denominada A, em que sofriam descargas elétricas nas patas. Mais tarde, quando quiseram colocá-los novamente na jaula, os animais demonstraram medo, o que indica que lembraram de uma experiência traumática. Ao contrário, outro conjunto de roedores, que não tinham nenhuma lembrança disto, não reagiram.
Depois, os cientistas reativaram o processo de consolidação das sinapses mediante impulsos nos ratos com amnésia que recuperaram totalmente a memória da descarga elétrica. Mesmo quando foram colocados em outra jaula, eles ficaram paralisados pelo medo.
O estudo permitiu diferenciar mecanismos de armazenamento da memória dos que permitem formá-la e recuperá-la, destaca Thomas Ryan, pesquisador do MIT, principal coautor desta pesquisa.
Para o professor Tonegawa, isto demonstra que em algumas formas de amnésia, a memória pôde não ter sido apagada, mas simplesmente está "inacessível".
Segundo ele, "estes trabalhos lançam uma luz surpreendente sobre a natureza da memória e vão estimular futuras pesquisas sobre a biologia da memória e sua reestruturação clínica". Fonte; Yahoo Notícias

terça-feira, 26 de maio de 2015

Pesquisadores encontram "calcanhar de Aquiles" do vírus Ebola

(Arquivo) Pesquisadores norte-americanos acreditam ter encontrado o calcanhar de Aquiles do vírus Ebola - o que pode ser a chave para o desenvolvimento de uma vacina preventiva eficaz, segundo estudo publicado nesta terça-feira
Pesquisadores norte-americanos acreditam ter encontrado o calcanhar de Aquiles do vírus Ebola - o que pode ser a chave para o desenvolvimento de uma vacina preventiva eficaz, segundo estudo publicado nesta terça-feira.
Uma pesquisa publicada na última edição da mBio, a revista online da Sociedade Americana de Microbiologia, disse que os cientistas acreditavam que uma proteína chamada Niemann-Pick C1 (NPC1) foi decisiva para que o Ebola infectasse um hospedeiro.
"Nosso estudo revela que a NPC1 pode ser um calcanhar de Aquiles para a infecção pelo vírus Ebola", afirmou Kartik Chandran, professor associado de microbiologia e imunologia no Albert Einstein College of Medicine da Universidade de Yeshiva, co-autor da pesquisa.
Não existem atualmente tratamentos aprovados contra o Ebola nos Estados Unidos, e todas as terapias em desenvolvimento em outros lugares do mundo são concebidas para atacar o vírus.
A segmentação da NPC1 é a primeira abordagem terapêutica baseada no hospedeiro para combater a doença, que custou milhares de vidas durante um surto devastador na África Ocidental no ano passado - o pior da história.
Estudos anteriores feitos in vitro mostraram que o Ebola entra nas células hospedeiras através da ligação direta com a NPC1 e que bloquear a capacidade do vírus de se ligar à proteína serve como prevenção contra a infecção.
Para ver se o processo se repetia em organismos vivos, os pesquisadores expuseram três diferentes tipos de ratos à doença - ratinhos normais, ratinhos que tinham sido geneticamente modificados para ser completamente deficientes em NPC1 e ratos geneticamente modificados para ter tanto um nível normal e mutante de NPC1.
Enquanto os ratos normais morreram de infecção por Ebola após nove dias, os ratinhos deficientes em NPC1 ficaram completamente livres do vírus.
"Ratos que não tinham ambas cópias do gene NPC1 e, por conseguinte, não tinham a proteína NPC1, foram completamente resistentes à infecção", disse Chandran.
"A NPC1 é absolutamente essencial para patogênese in vivo, e se for possível interromper isso, não há sinais de replicação do vírus Ebola ou patogênese", explicou Andrew Herbert, cientista de pesquisa sênior na seção de Imunologia Viral do Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército dos Estados Unidos, em Maryland. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Vulcão entra em erupção nas Ilhas Galápagos

O vulcão Wolf, no arquipélago de Galápagos, entrou em erupção nesta segunda-feira, lançando lava em uma zona desabitada que abriga a única população de iguanas rosadas do mundo
O vulcão Wolf, nas ilhas equatorianas de Galápagos, fez uma erupção nesta segunda-feira lançando lava em uma zona desabitada por humanos, que abriga a única população de iguanas rosadas do mundo, disseram autoridades.
"No vulcão está assentada a única população de iguanas rosadas do mundo, compartilhando o habitat com iguanas tartarugas gigantes Chelonoidis becky, localizadas na parte noroeste e que, por isso, não devem ter sido afetadas", informou o Parque Nacional Galápagos (PNG), em nota.
A erupção liberou fluxos de lavas que descem pela parte oposta ao local onde estão os animais, e gerou uma coluna de fumaça de 10 quilômetros de altura.
A área de influência do vulcão, o mais alto da província insular com 1.707 metros de altura, não é habitada por humanos. A última erupção do Wolf foi registrada em 1982, segundo o PNG.
O vulcão está localizado na Ilha Isabela, a maior do arquipélago equatoriano, Patrimônio Natural da Humanidade. Os moradores de Isabela estão em Puerto Villamil, a 115 quilômetros ao sul do vulcão.
"Esta erupção gerou uma coluna muito grande de mais de 10 quilômetros de altura, e posteriormente se dirigiu até a parte sul do vulcão. Não temos registro de qualquer tipo de perturbação para a população", afirmou à imprensa Sandro Vaca, do Instituto Geofísico de Quito.
A atividade vulcânica pode se manter em ação por vários dias, com fluxos de lava que eventualmente descerão até a zona marítima, segundo o especialista.
- Uma espécie única -
Um barco de turismo avistou na madrugada a explosão e alertou as autoridades de Galápagos, que realizarão sobrevoos para determinar o impacto da erupção.
Imagens divulgadas pelo PNG nas redes sociais mostram lava e material incandescente caindo por um dos flancos do Wolf, e uma fumaça que se eleva da cratera.
O PNG ressaltou que a erupção não representa um risco para as operações turísticas, e os parques continuarão abertos.
A atenção dos ambientalistas está centrada nas iguanas rosadas, uma espécie única no mundo que habita a ilha Isabela.
Os primeiros indivíduos desta espécie foram encontrados em 1986, e após investigarem por vários anos seu componente genético, foi determinado que tratava-se de um réptil de características desconhecidas.
A iguana pertence ao gênero Conolophus, e seu traço mais chamativo é a cor rosada, que se atribui a uma perda de pigmentação.
Localizado a 1.000 km da costa equatoriana, o arquipélago de Galápagos é formado por 13 ilhas e é considerado uma das zonas vulcânicas mais ativas do mundo, de acordo com o Instituto Geofísico Equatoriano.
Além do Wolf, na ilha Isabela estão os vulcões Darwin, Alcedo, Cerro Azul e Sierra Negra.
As ilhas Galápagos receberam seu nome das gigantes tartarugas que a habitam, e foram o laboratório natural no qual se inspirou o cientista inglês Charles Darwin para elaborar sua teoria sobre a evolução das espécies no século XIX. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Cientistas chilenos estudam superbactérias antárticas para novos antibióticos

Cientistas chilenos colhem amostras para estudar "superbactérias" na Antártica, no dia 3 de fevereiro de 2015

Cientistas chilenos estudam "superbactérias" extraídas da Antártica que, por sua resistência a condições extremas, seriam chave para derrubar a crescente resistência aos antibióticos, segundo pesquisa apresentada nesta quarta-feira em Santiago.
Após analisar 80 amostras de solo antártico, extraídas em duas viagens, em 2014 e 2015, foram identificadas mais de 200 bactérias de espécies como Pseudomonas e Staphylococcus, que têm "um amplo potencial de aplicação em medicina", explicou Maria Soledad Pavlov, doutorando em biotecnologia da Universidade Católica de Valparaíso e integrante da equipe de pesquisas.
Os organismos microbianos que "geram estratégias para competir e sobreviver" ao clima extremo do continente branco seriam a chave para a criação de "antibióticos que tenham capacidades antimicrobianas diferentes das atuais", o que permitiria quebrar a atual resistência de algumas bactérias.
"Estamos tentando gerar um produto biotecnológico interessante a partir destas bactérias antárticas, que possam suprir esta falta severa de antibióticos", disse Pavlov.
Segundo o estudo, o uso excessivo de antibióticos provocou o aparecimento de bactérias multi-resistentes, muito difíceis de controlar com os atuais medicamentos ou antibióticos convencionais.
A pesquisa chilena, desenvolvida com o apoio do Instituto Antártico Chileno (INACH), coletou amostras no arquipélago das Shetland do Sul e em setores continentais da Antártica, próximos às bases chilenas.
Na etapa inicial da pesquisa, Pavlov advertiu que seriam necessários 10 a 15 anos mais de estudos para poder usar o composto antimicrobiano gerado em medicina humana, enquanto que, para utilizá-lo em agricultura, o tempo diminui e seriam suficientes mais cinco anos de laboratório. Fonte: Yahoo Notícias

Tetraplégico consegue acionar braço mecânico com o pensamento

Uma ressonância magnética funcional mostra o implante que consegue captar a intenção de um paciente tetraplégico de movimentar seu braço mecânico
Um novo tipo de implante cerebral demonstrou conseguir captar a intenção de um paciente tetraplégico de movimentar seu braço mecânico, o que representa uma grande promessa para as pessoas amputadas ou paralisadas, anunciaram pesquisadores nesta quinta-feira.
Erik Sorto, de 34 anos, é "a primeira pessoa no mundo que tem uma prótese neurológica implantada em uma região do cérebro onde são geradas as intenções", destaca o estudo publicado na revista especializada Science.
Sorto, que ficou paralisado do pescoço para baixo aos 21 anos devido a um ferimento a bala, agora consegue fazer gestos como um aperto de mãos, beber de um copo e até mesmo brincar de "pedra, papel ou tesoura" com o braço mecânico.
Outras tentativas de usar implantes cerebrais para controlar próteses já tinham sido feitas anteriormente, colocando o mecanismo no córtex cerebral motor que controla os movimentos.
Esta experiência foi feita com a implantação de duas séries de microeletrodos no córtex parietal posterior (CPP). Esta região do cérebro processa o planejamento de movimentos como alcançar e segurar.
"Quando a gente movimento um braço, realmente não pensa em quais músculos ativar e nos detalhes do movimento, como levantar o braço, esticar o braço, alcançar o copo, fechar a mão em volta do copo, e assim sucessivamente", explicou o principal autor do estudo, Richard Andersen, professor de neurociências do Caltech (Instituto de Tecnologia da Califórnia).
"Ao contrário, a gente pensa no objetivo do movimento. Por exemplo: 'Quero segurar este copo d'água'. Assim, nesta experiência, conseguimos decodificar estas intenções, pedindo ao indivíduo que simplesmente imagine o movimento como um todo, ao invés de dividi-lo em uma miríade de componentes", acrescentou.
O resultado é um movimento mais fluido do que o tipo de movimentos bruscos vistos em experimentos prévios, disseram os cientistas.
Sorto recebeu seu implante cerebral em 2013 e desde então tem praticado com ele no centro de reabilitação Rancho Los Amigos para aprender a controlar um braço mecânico que não está preso ao seu corpo.
Ele conseguiu controlar o braço na primeira tentativa, cerca de duas semanas após a cirurgia cerebral.
"Fiquei surpreso com a facilidade", disse Sorto. "Brinco dizendo que quero conseguir beber minha própria cerveja, no meu ritmo (...) Penso que se fosse suficientemente seguro, adoraria cuidar de mim mesmo: fazer a barba, escovar os dentes. Realmente sinto falta desta independência".
O teste clínico foi feito em colaboração entre a Caltech, a escola de medicina Keck da Universidade do Sul da Califórnia (USC) e o centro de reabilitação. Fonte; Yahoo Notícias

terça-feira, 12 de maio de 2015

Pfizer investe em tratamento de doenças inflamatórias

O laboratório farmacêutico americano Pfizer assumiu uma participação minoritária na empresa de biotecnologia holandesa AM Pharma B.V, que desenvolve tratamentos contra as doenças inflamatórias severas
O laboratório farmacêutico americano Pfizer assumiu uma participação
 minoritária na empresa de biotecnologia holandesa AM Pharma B.V, 
que desenvolve tratamentos contra as doenças inflamatórias severas.
As empresas não informaram em seu comunicado conjunto o grau de 
participação concedido ao grupo americano, em busca de fontes de 
crescimento para compensar as perdas de receitas e de lucros 
geradas pela concorrência de medicamentos genéricos.
A AM Pharma desenvolve uma enzima, a fosfatase alcalina, envolvida 
nos processos inflamatórios e no tratamento da insuficiência renal aguda. 
Esta doença dos rins pode obrigar os pacientes a ter que depender de 
diálise pelo resto da vida. A enzima, no entanto, permite proteger os 
órgãos que esta inflamação ataca.
O tratamento está atualmente em fase de desenvolvimento clínico.
O acordo prevê que a Pfizer pague imediatamente 87,5 milhões de 
dólares à AM Pharma em troca de uma participação minoritária e 
uma opção que lhe dá prioridade para comprar o resto do capital da 
empresa. Neste caso, o laboratório americano realizará pagamentos em 
etapas que poderão chegar a 512,5 milhões de dólares, disse o
 comunicado.
Esta opção será exercida quando terminarem os testes clínicos 
de fase II da enzima para o tratamento da insuficiência renal aguda 
que ocorre após uma septicemia. Os resultados destes testes são 
esperados para o segundo semestre de 2016. Fonte: Yahoo Notícias

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Laboratório francês diz ter criado espermatozoide in vitro

(Arquivo) Pesquisadores franceses anunciaram a criação de espermatozoides humanos in vitro a partir de células testiculares 'imaturas'
Pesquisadores franceses anunciaram a criação de espermatozoides humanos in vitro a partir de células testiculares "imaturas", um anúncio que foi recebido com cautela, mas saudado como uma promessa por especialistas.
Kallistem, uma companhia de biotecnologia com sede em Lyon (centro-oeste), anunciou esta semana que conseguiu obter, no final de 2014, "espermatozoides completos in vitro".
Estes "espermatozoides humanos plenamente formados" foram criados a partir de "biópsias testiculares de pacientes contendo apenas células germinativas imaturas (espermatogônias)", informou a empresa em um comunicado, chamando a realização de "pioneira no mundo".
Esta pesquisa, que não foi relatada em qualquer publicação científica e cujos dados precisos não foram tornados públicos, "abre caminho para terapias inovadoras para preservar e restaurar a fertilidade masculina, um problema real na sociedade global, onde observamos há 50 anos uma diminuição de 50% na contagem de esperma", segundo a companhia.
Kallistem não pretende publicar o trabalho em uma revista científica antes de 23 de junho por uma questão de patentes, de acordo com o site da revista científica Sciences et Avenir, que relatou a informação.
Fabricar esperma em laboratório já foi feito em camundongos.
Pesquisadores saudaram nesta sexta-feira o anúncio como algo promissor, ainda que mantendo prudência sobre o seu alcance. "Se funcionar, o método traz grandes perspectivas", considera a Dra. Nathalie Rives, diretora do centro de reprodução assistida do Hospital de Rouen (noroeste), entrevistada pelo jornal Le Figaro.
No entanto, esta especialista mantém reservas "sobre a extensão da descoberta", considerando que "não está excluído" que os adultos com uma completa ausência de espermatozoides (azoospermia) apresentem "anomalias genéticas que também impeçam a espermatogênese (processo de produção de esperma) in vitro".
"Se isso for verdade, é um passo considerável no tratamento da infertilidade masculina", declarou, por sua vez, ao Le Figaro o professor Israel Nisand, criador do Fórum Europeu de Bioética. Ele acredita que, de um ponto de vista ético, a produção in vitro de gametas é melhor do que a clonagem reprodutiva.
Kallistem afirma que "estudos pré-clínicos devem durar até 2016 e os ensaios clínicos devem começar em 2017". Seu objetivo é comercializar suas tecnologia em cinco anos. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Bebês prematuros mais propensos a desenvolver autismo e problemas de atenção

Psicóloga trabalha com crianças autistas em um centro de reabilitação em La paz, em novembro de 1994
Os nascimentos prematuros podem alterar a conectividade entre diferentes partes do cérebro, o que pode aumentar o risco da criança desenvolver autismo e problemas de atenção, segundo um estudo britânico publicado nesta segunda-feira nos Estados Unidos.
Pesquisas anteriores já tinham observado que o autismo e os problemas de concentração são mais frequentes em crianças prematuras.
Pesquisadores do King's College de Londres utilizaram uma ressonância magnética para examinar as conexões específicas dos cérebros de 66 crianças, das quais 47 nasceram antes da 33ª semana de gestação, enquanto outras 19 nasceram no tempo previsto.
Os autores se concentraram nas conexões entre o tálamo, o centro de reflexos emocionais, e o córtex, a matéria cinzenta que rodeia os hemisférios cerebrais e que tem um papel fundamental em muitas funções cognitivas.
Os cientistas constataram que os bebês nascidos entre as 37ª e a 42ª semanas, que é o período normal de gestação, tinham estruturas sabidamente similares às dos adultos em algumas partes do cérebro, o que confirma que as conexões estavam bem desenvolvidas no momento do nascimento.
Ao contrário, nos prematuros, os especialistas observaram menos conexões cerebrais entre o tálamo e o córtex, porém mais conexões com uma zona particular do córtex que está envolvida no processamento de sinais faciais, dos lábios, a mandíbula, a língua e a garganta.
Isto poderia explicar porque os bebês prematuros que são amamentados ou alimentados com mamadeira aprendem a fazê-lo antes que as crianças nascidas a termo.
Mas a menor conectividade na região do córtex envolvida nas capacidades cognitivas pode estar relacionada com o fato de estas crianças terem mais probabilidades de sofrer de problemas de concentração e de socialização, segundo os pesquisadores.
"A próxima etapa na nossa pesquisa será compreender o vínculo entre estas observações e as dificuldades de aprendizado, concentração ou socialização", comentou Hilary Toulmin, do centro de desenvolvimento cerebral do King's College e principal autora do estudo publicado na academia americana de ciências (PNAS). Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

domingo, 3 de maio de 2015

Radiação espacial pode afetar o cérebro de astronautas, alerta estudo

Imagem da Nasa mostra astronauta durante caminhada espacial para reparos na ISS
Enviar pessoas para o espaço profundo, como missões a Marte ou rumo a um asteroide, é uma das grandes ambições da Nasa, mas estudos feitos com camundongos sugerem que a exposição prolongada à radiação causa danos permanentes no cérebro, revela um estudo publicado nesta sexta-feira.
Danos ao sistema nervoso central e perdas cognitivas foram observados em animais de laboratório expostos a partículas energéticas altamente carregadas, similares aos raios cósmicos galácticos que os astronautas encontrariam durante longos voos espaciais, afirmaram cientistas na Universidade da Califórnia em Irvine (UCI).
"Não são boas notícias para os astronautas que levarão de dois a três anos, ida e volta, para viajar a Marte", explicou o principal autor do estudo, Charles Limoli, professor de rádio-oncologia da Escola de Medicina da UCI.
"Redução do desempenho, perda de memória, de consciência e de concentração durante o voo espacial podem afetar atividades críticas da missão e a exposição a estas partículas pode ter consequências adversas de longo prazo para a cognição durante toda a vida", acrescentou.
Atualmente, astronautas internacionais se revezam em turnos que duram cerca de seis meses a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Em março passado, o astronauta americano Scott Kelly e o cosmonauta russo Mikhail Kornienko iniciaram a primeira missão de um ano na estação orbital para testar os efeitos de voos espaciais de longa duração no corpo e na mente.
A Nasa pretende enviar pessoas a Marte em 2030, mas críticos afirmam que nem mesmo existe a tecnologia para tal, nem está claro se este tipo de viagem seria segura para as pessoas.
O estudo mais recente publicado sobre o tema na revista Science Advances expôs roedores de laboratório à radiação de partículas carregadas por seis semanas no Laboratório de Radiação Espacial da Nasa, no Laboratório Nacional de Brookhaven.
De acordo com o estudo, o oxigênio e o titânio totalmente ionizados causaram inflamação no cérebro, afetando a transmissão de sinais entre os neurônios.
A radiação prejudicou a rede de comunicação do cérebro, interferindo na habilidade das células nervosas em transmitir sinais.
"Como uma bala, as partículas atingem as ramificações dendríticas, fazendo-as se romper", destacou o estudo.
"É bem conhecida a relação entre a perda destas ramificações dendríticas e o declínio cognitivo do mal de Alzheimer e outras doenças", concluiu.
Testes de aprendizado e memória também demonstraram um desempenho ruim das cobaias expostas à radiação e que as mesmas eram propensas à confusão, quando comparadas com camundongos normais.
"Animais expostos à radiação perderam curiosidade (e ficaram menos ativos) em novas situações e se tornaram cada vez mais confusos", destacou o estudo.
"Se as mudanças neuronais demonstradas em camundongos ocorrerem em astronautas, sua resposta a situações inesperadas, bem como sua habilidade de avaliação espacial e de lembrar informações podem ficar comprometidas", afirmou.
Problemas mentais similares podem levar meses para se desenvolver em seres humanos, mas qualquer missão a Marte deve levar pelo menos um ano e meio, provavelmente mais.
Viver na ISS não é a mesma coisa, porque a estação orbita o planeta a uma altitude que ainda está dentro da magnetosfera protetora da Terra.
Consequentemente, os astronautas não são bombardeados com raios cósmicos galácticos existentes no espaço profundo e que são remanescentes de explosões no passado conhecidas como supernovas.
Charles Limoni integra o Programa de Pesquisa Humana da Nasa, que demonstra que a radiação espacial afetaria os exploradores do espaço profundo.
Segundo ele, as naves espaciais poderiam incluir proteção extra em algumas áreas, estas partículas altamente energéticas persistiriam "e realmente não há como escapar delas". Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook