quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

NASA anuncia descoberta de centenas de novos planetas

A NASA anunciou nesta quarta-feira uma série de novos planetas descobertos pelo telescópio Kepler

A NASA anunciou nesta quarta-feira uma série de novos planetas descobertos pelo telescópio Kepler.
Um novo método de verificação de potenciais planetas levou à descoberta de 715 novos mundos, que orbitam 305 estrelas diferentes.
A missão do telescópio é encontrar estrelas semelhantes à Terra.
"Nós praticamente dobramos o número de planetas conhecidos", explicou Jack Lissauer, cientista da agência. O índice chegou a cerca de 1.700.
Não existem muitas informações sobre esses planetas, principalmente se eles realmente têm as condições necessárias para o surgimento da vida - água, superfície rochosa e uma distância de suas estrelas que os mantenha na temperatura ideal.
Cinco deles estão na zona habitável de suas estrelas e têm um tamanho semelhante ao da Terra, informou a NASA.
A maioria das novas descobertas está em um "sistema multi-planetário parecido com o nosso", e 95% tem um tamanho entre o da Terra e o de Netuno, que é quatro vezes maior do que o nosso planeta.
O novo método consiste em uma ferramenta que permite analisar diversos planetas ao mesmo tempo. Antigamente, cada planeta era confirmado de forma individual, dependendo do número de vezes que orbitasse em frente a sua estrela. Três voltas são suficientes para a confirmação.
O Kepler, lançado em 2009, observa 150 mil estrelas, entre as quais 3.600 são possíveis planetas.
Até agora, 961 desses candidatos foram confirmados.
Essas descobertas serão divulgadas em 10 de março na publicação científica americana "The Astrophysical Journ Washington, 26 fev (EFE).- O observatório espacial Kepler permitiu a identificação de pelo menos 715 planetas, quatro deles com condições que poderiam torná-los habitáveis, localizados fora do sistema solar, anunciou a Nasa nesta quarta-feira.
Kepler, lançado em março de 2009, é a primeira missão da Nasa cujo propósito é identificar "exoplanetas" e, segundo Douglas Hudgins, da Divisão de Astrofísica da agência espacial americana, "o telescópio mudou totalmente a busca".
"Há apenas 20 anos só conhecíamos dúzias de possíveis candidatos a planeta exterior e agora temos cerca de mil, a maioria descobertos nos últimos cinco anos", acrescentou Hudgings em uma teleconferência.
O método usado pelos cientistas durante anos é a "diminuição de luminosidade" que ocorre quando algum objeto transita em frente a uma estrela do ponto de vista da Terra e causa uma redução na luz vista.
O sistema de passagem, no entanto, não produz uma certeza já que pode haver outras razões pelas quais diminui a luminosidade de uma estrela vista da Terra, e, por isso, os cientistas acrescentaram uma técnica que a Nasa descreveu hoje como muito valiosa.
Jack Lissauer, cientista do Centro Ames de Pesquisa da Nasa em Moffet Field (Califórnia), explicou que entre as 150 mil estrelas observadas por Kepler, "só um par de milhares tem um padrão de diminuição da luminosidade por trânsito de um objeto".
Se o padrão de passagem é múltiplo "não ocorre ao acaso", acrescentou, mas responde à presença de candidatos mais firmes a planeta.
Jason Rowe, cientista do instituto SETI, em Mountain View (Califórnia), disse que "a presença de vários planetas em torno de uma estrela, como ocorre com nosso sistema solar, é bastante comum".
"Em sua maioria são planetas pequenos, comparados com a escala dos planetas no sistema solar e, de fato, todos eles se encontram em sistemas multiplanetários e 95% são menores que Netuno. Encontramos poucos planetas do tamanho de Júpiter", acrescentou Rowe.
"Os novos sistemas descobertos têm planetas com órbitas planas e circulares, como os planetas interiores de nosso sistema solar", continuou o pesquisador.
Sara Seager, professora de ciência e física planetária no Instituto Tecnológico de Massachusetts, destacou que o novo sistema de identificação "nos permite comparar os candidatos em grupos e isto nos leva a analisá-los muito mais rápido".
"Sabemos agora que os sistemas planetários podem ser muito diferentes de nosso sistema solar", concluiu. EFE
fonte: yahoo Notícias

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Novo incidente entre ecologistas e baleeiros japoneses

Baleeiro japonês caça baleia nas águas do Antártico, em 7 de fevereiro de 2008
Militantes da organização ecologista Sea Shepherd afirmaram nesta segunda-feira que foram alvo de um "violento ataque" de barcos japoneses que caçam baleias na Antártica.
A Sea Shepherd informou que duas embarcações atacaram o navio "Bob Barker" no domingo à noite com cabos de aço para deter os motores, a distâncias inferiores às regulamentares.
Peter Hammarstedt, capitão do barco ecologista, declarou que seguia o navio-fábrica japonês "Nisshin Maru" desde domingo pela manhã, mas a tripulação esperou a noite para iniciar o ataque.
Hammarstedt disse que explicou por rádio aos barcos japoneses que as operações da Sea Shepherd eram "completamente legais e qualquer ação agressiva seria relatada aos governos da Austrália e Nova Zelândia e aos serviços de segurança marítima".
Também informou que o navio-fábrica era acompanhado por outros dois barcos da organização.
Em Tóquio, um alto funcionário da Agência de Pesca que pediu anonimato afirmou que os agressores eram os ecologistas.
"Os dois barcos japoneses enfrentaram uma manobra perigosa realizada pela Sea Shepherd no domingo", disse.
"Um cabo lançado pela Sea Shepherd se enganchou na hélice e o casco foi danificado. Não provocou feridos nem problemas de navegação", completou a fonte.
"A operação de pesca de baleias prossegue. Não somos responsáveis. Os membros da Sea Shepherd devem ser considerados responsáveis pelo ocorrido", disse.
Os incidentes em alto-mar entre a Sea Shepherd e os baleeiros japoneses são frequentes. Este é o segundo em um mês.
O "Bob Barker" e o japonês "Yushin Maru N°2" sofreram uma colisão no dia 2 de fevereiro e trocaram acusações.
Apesar da caça comercial de baleias estar proibida desde 1986, o Japão caça os animais como parte de um programa de pesquisa científica chamado Jarpa II.
Em 2010 a Austrália denunciou o Japão ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia, a principal instância do sistema judicial das Nações Unidas, porque considera que o Japão viola a lei internacional ao caçar baleias. A carne do animal, em muitos casos, acaba vendida nos mercados japoneses. Fonte: Yahoo Notícias
Até quando?

sábado, 22 de fevereiro de 2014

Tsunami na Amazônia

O rio Madeira é o afluente do Amazonas, o maior rio do planeta com maior volume de água (e de sedimento). Ontem sua vazão passou de 51 milhões de litros de água por segundo. É a maior já registrada em 100 anos no posto de Porto Velho, a capital de Rondônia. Com 500 mil habitantes, a cidade é o local mais atingido pela elevação do rio, que está 18 metros acima do seu nível normal. Mais de duas mil famílias já tiveram que abandonar suas casas.
Os danos, já avaliados em R$ 360 milhões, têm a dimensão dessa vasta bacia. Como consequência, o Estado do Acre, a oeste, ficou isolado por terra do restante do Brasil. Se o Madeira continua a ter o incremento das últimas semanas, o estado de alerta, que atingiu o nível 2, poderá chegar à etapa seguinte e final, o nível 3. Será uma tragédia.
A esperança é de que o rio possa ter um refluxo. Parou de chover em parte das suas cabeceiras. Logo, essa estiagem (que pode ser interrompida) deverá influir sobre o curso do rio, diminuindo o seu volume. Mas os estragos deverão continuar. A estação das chuvas se estende até abril.
Quem mora na Amazônia está acostumado às cheias. Elas ocorrem durante metade do ano na grande bacia, que abrange 3,5 milhões de quilômetros quadrados. Os outros seis meses são de vazante. Mas, quando o rio tufa desse tamanho, dá medo e causa profundos danos. A imagem do dilúvio deixa de ser um exagero diante desses paquidermes aquáticos, que atingem milhares de quilômetros de extensão.
Rondônia, porém, vive uma experiência diferente. O crescimento sem igual em um século do rio encontrou em seu caminho duas das maiores hidrelétricas do país, já em fase de operação. Foi o primeiro confronto do rio em sua plenitude conhecida e as duas enormes obras de concreto e ferro do homem, capazes de fornecer energia a seis milhões de pessoas. Uma peleja inédita naquela região. E ainda pouco conhecida no Brasil. Tanto que a opinião pública nacional não está se dando conta da gravidade da situação na bacia do Madeira. Nem mesmo a mídia.
Em Porto Velho logo começou a circular o boato de que as duas barragens não suportariam a pressão excepcional das águas e romperiam. Um jornalista chegou a antecipar no seu blog que 50 mil pessoas morreriam afogadas se acontecesse o acidente. Seria o tsunami amazônico.
O boato escandaloso tem alguma razão de ser. O que estava ameaçado (ameaça ainda não totalmente descartada) era a ensecadeira de terra construída em frente à barragem da hidrelétrica de Jirau, a primeira das usinas no sentido do curso do rio. É uma barragem provisória para permitir a construção em seco. Quando a estrutura fica pronta, a ensecadeira é desfeita.
Por coincidência, no exato momento em que o Madeira atingiu seu pique de vazão, de mais de 51 mil metros cúbicos de água por segundo, entrava em operação a 30ª das 50 unidades geradoras de Jirau, que passava a produzir 2.150 MW dos 3.750 MW que constituem sua capacidade nominal de energia (semelhante à da hidrelétrica seguinte, de Santo Antonio).
Talvez a ensecadeira já tivesse sido destruída se um incidente providencial não tivesse acontecido. Para gerar ainda mais energia do que a capacidade de projeto, a hidrelétrica de Santo Antônio, rio abaixo, elevou sua cota acima do que fora aprovado. Com isso, gerou desentendimento com a Energia Sustentável do Brasil, a empresa que constrói Jirau.
O impasse subiu na esfera administrativa e ainda não foi resolvido. Para se proteger do efeito de remanso da água, em consequência do nível mais elevado de Santo Antonio, a ensecadeira de Jirau também foi alterada. Provavelmente isso a está salvando de ser arrastada pelo furioso Madeira.
Se a ensecadeira sucumbir afinal, o prejuízo material (e de cronograma) será significativo. Ainda assim, não significa que a estrutura de concreto passe a sofrer o risco de ruir.
Ao contrário das duas outras grandes hidrelétricas da Amazônia (Tucuruí, em operação, e Belo Monte, em construção), Jirau e Santo Antonio têm barragens baixas. São, como dizem os técnicos, quase a fio d’água. Funcionam com água praticamente corrente, sem formar reservatório. Isso é possível porque elas funcionam com unidades geradoras bulbo.
Elas são muito menores do que as máquinas convencionais, que necessitam de grande volume de água para atingir sua plena capacidade. As turbinas bulbos funcionam na horizontal (e não na vertical, como as outras). Demandam pouca água e uma inclinação de um terço da queda necessária para a ativação das pás das gigantescas turbinas de Tucuruí, por exemplo. Cada uma das 22 que foram instaladas na casa de força da usina do rio Tocantins, no Pará, exige 500 mil litros de água por segundo.
Se as características das duas hidrelétricas do Madeira é positiva por esse ângulo, deixando de inundar áreas maiores da floresta densa que ocupa as margens do rio (e suas populações), por outro lado, as barragens não desempenham a função de regular a vazão, formando reservatórios ou lagos artificiais, como o de Sobradinho (o maior do país, com 4,2 mil quilômetros quadrados) e Tucuruí (3 mil km2). Suas comportas praticamente não retêm água. O que chega à estrutura, passa.
E ao passar com o volume que o Madeira alcançou, sujeita tudo que está pelo caminho aos caprichos do enorme curso d’água. É algo a pensar antes de construir uma hidrelétrica atrás da outra numa região tão colossal e diferente como a Amazônia.  Fonte: Yahoo notúcias or  | Cartas da Amazônia – sex, 21 de fev de 2014

Cérebro leva apenas 300 milésimos de segundo para gerar lembrança, diz estudo




Buenos Aires, 22 fev (EFE).- Apenas 300 milésimos de segundo são o suficiente para o cérebro humano gerar uma lembrança, o tempo que os "neurônios de conceito" levam para relacionar imagens, segundo uma recente descoberta de cientistas argentinos.
A nova aproximação do mistério da memória humana chega pelas mãos dos argentinos Rodrigo Quian Quiroga, diretor do Centro de Neurociência Sistêmica da Universidade de Leicester na Grã-Bretanha, e Hernán Rei, que acabam de publicar a descoberta na revista "Current Biology".
"Em geral, a formação da memória envolve uma associação de conceitos. Por exemplo, 'lembro de ter me encontrado com um amigo quando fui ao cinema' implica dois conceitos: 'um amigo' e 'fui ao cinema', que se associam para formar uma nova memória que é a de ter encontrado um amigo no cinema", explicou à Efe Quian Quiroga.
"Já há um tempo demonstramos que há neurônios no cérebro que codificam conceitos. Esses neurônios o cérebro usa para formar memória e têm um tempo de disparo", esclareceu, em conversa telefônica da Grã-Bretanha.
"Assim que o estímulo sensorial - como ver uma pessoa - chega, 300 milésimos de segundo depois esse neurônio dispara (um impulso) e esse é o tempo durante o qual o neurônio é ativado para a formação da memória", continuou.
O fenômeno é diferente de outros processos cognitivos - como, por exemplo, decidir sobre pegar um táxi ou ir de ônibus ou prestar atenção a algo que te emociona - já que envolvem outros neurônios, em outras regiões do cérebro, e outros tempos.
Quian Quiroga e sua equipe estudam a resposta do cérebro em pacientes candidatos à cirurgia por epilepsia, aos que avalia-se com eletrodos em várias áreas do cérebro que registram a atividade neuronal.
"Um eletrodo é como uma agulha que tem um milímetro de diâmetro, e permite escutar atividade dos neurônios, como se você introduzisse um microfone no cérebro de uma pessoa e pudesse ouvir", explicou Quian Quiroga.
A memória está distribuída em várias partes do cérebro, não há um lugar específico que funcione como "baú das lembranças", mas sim uma área específica envolvida em sua construção - o hipocampo.
"Se não temos essa área, não podemos gerar novas memórias, há muitas evidências na neurociência, mas principalmente sabemos disso por um paciente que não tinha hipocampo e não conseguia ter novas lembranças", acrescentou o cientista.
"É muito parecido com o caso do filme 'Amnésia' (Christopher Nolan, 2000). De fato, foi baseado nesse paciente. É uma pessoa que tudo que acontece com ele não pode guardar na memória, todas as coisas que lhe acontecem caem diretamente no esquecimento", prosseguiu.
No hipocampo estão localizados os "neurônios de conceito", especializados nesse tipo de codificações por sua hierarquia nos processos cognitivos.
Pela descoberta dos "neurônios de conceito" é preciso agradecer a Quian Quiroga e, de certa forma, à atriz americana Jennifer Aniston.
"O primeiro neurônio de conceito que encontrei, que as pessoas chamam de 'neurônio de Jennifer Aniston', foi batizado assim justamente porque eu mostrava várias fotos de Jennifer Aniston e o neurônio respondia e se mostrava fotos de qualquer outra pessoa, por exemplo, de Julia Roberts, não fazia", apontou.
Também encontrou outros neurônios que respondiam a Halle Berry, Oprah Winfrey e outros personagens famosos da cultura americana há uma década, já que a pesquisa aconteceu na universidade de UCLA de Los Angeles, o ano em que Aniston estava na crista da onda da popularidade pela exibição da última temporada de "Friends".
Quiroga não fica incomodado que sua grande descoberta tenha entrado para a história da ciência como "o neurônio de Jennifer Aniston". Para o pesquisador, "é divertido".
As descobertas não servirão por enquanto para curar doenças como o Alzheimer, porque ainda há um longo caminho para entender totalmente como funcionam os mecanismos da memória.
"O cérebro não é apenas o grande desconhecido do corpo humano, mas do universo. Como ele funciona continua sendo um dos enigmas da ciência. Quando se pergunta a um cientista quais são as cinco grandes perguntas de nossa época, uma certamente vai ser o funcionamento do cérebro", concluiu. EFE Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Experiência de interface cérebro-máquina pode levar à cura da paralisia

Os cérebros dos homens e das mulheres estão conectados de forma muito diferente, revelou nesta segunda-feira um estudo feito com escâner, que parece confirmar certos estereótipos sobre atitudes e comportamentos próprios de cada sexo
Cientistas que trabalham na cura da paralisia anunciaram ter demonstrado como um macaco pode usar a força do pensamento para, através de eletrodos, manipular o braço de um amigo primata adormecido para atender os seus comandos.
A experiência de laboratório, na qual a mão de um macaco Rhesus totalmente sedado manipulou um joystick para executar tarefas determinadas pelo outro macaco, foi desenvolvida para simular uma paralisia completa, quando o cérebro se desconecta completamente do músico que tenta controlar.
"Nós demonstramos que um indivíduo consegue controlar um membro paralisado usando unicamente seus pensamentos", explicou à AFP a co-autora do estudo, Maryam Shanechi, da Escola de Engenharia Elétrica e de Computadores da Universidade Cornell a respeito do estudo publicado na edição desta semana da revista especializada Nature Communications.
A descoberta "tem potencial para ajudar pacientes paralisados a recuperar o controle de seus próprios membros".
Em testes de laboratório, uma equipe de engenheiros e neurocientistas usou eletrodos para conectar o cérebro de um macaco à espinha dorsal de outro através de um computador, que decodificou e retransmitiu os sinais neurológicos.
O primeiro macaco, apelidado de "mestre", foi colocado em uma cadeira especial diante da tela de um computador que exibia um cursor e um círculo verde que se alternavam entre dois pontos. A cabeça do macaco permaneceu presa.
O segundo macaco, apelidado de "avatar", foi totalmente sedado em um recinto em separado - com o braço atado a um joystick de 360 graus com o qual movia o cursor em busca do alvo circular na tela do "mestre".
Quando o mestre pensou em mover o cursor, seus sinais cerebrais foram decodificados para determinar qual dos dois alvos ele tinha em mente e os dados foi transmitido em tempo real à coluna espinhal do avatar adormecido, cujo braço manipulou o joystick de acordo.
A cada vez que o cursos atingiu seu alvo, o mestre recebeu um esguicho de suco como recompensa.
- Prova de conceito -
Pesquisas prévias sobre as chamadas interfaces cérebro-máquina (BMI, na sigla em inglês) já tinham mostrado as pessoas movendo cursores de computador ou até mesmo braços mecânicos usando a força do pensamento.
Mas Shanechi e sua equipe afirmam que essa foi a primeira a dar a um animal o controle sobre o membro vivo de outro animal.
As descobertas "dão uma prova de conceito de que só com o pensamento, os indivíduos podem mover um braço em duas dimensões" mesmo se ligação fisiológica entre o cérebro e o músculo, afirmou.
A paralisia pode ser provocada pelo dano no sistema nervoso central, especialmente na coluna espinhal, devido a derrames ou doenças como o mal de Parkinson, ou até mesmo um acidente.
Os cientistas querem encontrar uma forma de que pessoas com paralisia consigam mover seus próprios membros de forma natural, mas descobriram que é difícil ler os sinais do cérebro que controlam o complexo funcionamento dos músculos.
Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores com BMI permitiram apenas executar movimentos repetidos na direção do mesmo alvo ou em uma única linha.
O que é diferente agora é que Shanechi e sua equipe decodificaram os sinais cerebrais que o macaco direcionou para seu alvo na tela ao invés de tentar decifrar os processos passo a passo necessários para se executar o movimento.
- Alta precisão -
A dupla de primatas, mestre e avatar, atingiu o alvo em 84% dos casos, afirmaram os cientistas.
Outra novidade foi o uso de dois macacos separados, que "imitam mais de perto uma situação real de tetraplegia", afirmou o co-autor do estudo, Ziv Williams, do Centro de Reparo do Sistema Nervoso da Escola de Medicina de Harvard.
Ao conectar o cérebro e os músculos de um único animal, os cientistas nunca podem ter certeza de quanto do movimento alcançado é "confundido com um possível feedback sensorial de contrações musculares preservadas", explicou.
Bernard Conway, diretor de engenharia biomédica da Universidade de Strathclyde, em Glasgow, comentou que a pesquisa foi "um avanço-chave" na identificação da intenção de um indivíduo paralisado ou no desejo de executar um movimento específico e traduzi-lo em ação.
O professor de engenharia biomédica da Universidade de Warwick, Christopher James, acrescentou que as descobertas tinham "profundas implicações para o controle de membros na lesão da medula espinhal ou no controle de membros prostéticos no lugar de membros amputados".
Não ficou clara, no entanto, a eficácia de replicação desta descoberta em pacientes paralisados, que perderam a força dos músculos com a falta de uso. Fonte: yahoo notícias

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

EUA dizem que aquecimento global é arma de destruição em massa

Estudante acompanham o discurso do secretário de Estado americano John Kerry sobre os problmeas da mudança climática em 16 de fevereiro de 2014
O secretário de Estado americano John Kerry, que se encontra visitando a Ásia, afirmou neste domingo, em Jacarta, que a comunidade internacional deve reforçar sua luta contra o aquecimento global, que, segundo ele, é uma arma de destruição em massa.
Em um discurso ante estudantes indonésios, Kerry advertiu que os países asiáticos próximos ao nível do mar estão especialmente ameaçados pela alta das águas.
"Os países do sudeste asiático se encontram na primeira linha da mudança climática", afirmou.
O chefe da diplomacia americano comparou o aquecimento global com outras ameaças como o terrorismo ou a proliferação nuclear, âmbito nos quais as nações devem trabalhar para conseguir um mundo mais seguro.
"Em certo sentido, a mudança climática pode ser considerada outra forma de destruição em massa, talvez a arma mais aterradora", indicou John Kerry.
"Os dez anos mais quentes foram registrados desde que o Google entrou em funcionamento em 1998", afirmou.
O secretário de Estado, citando cientistas, advertiu que se o mundo não reagir, o nível do mar poderá subir um metro antes do final do século.
"Um metro basta para submergir a metade de Jacarta. Um metro obrigaria a deslocar milhões de pessoas ao redor do mundo e custaria milhares de milhões de dólares para a atividade econômica", explicou Kerry.
A Indoéesia, um arquipélago composto por 17.000 ilhas, éum dos principais países emissores de gases causadores do efeito estufa.
O chefe da diplomacia visita a Indonésia depois de viajar à Coreia do Sul e a China.
Mais cedo, ele visitou a maior mesquita do sudeste asiático como demonstração de respeito pelo Islã no país com a maior população muçulmana do mundo.
Kerry percorreu a imensa mesquita de Istiqlal acompanhado do grande imã Kyai al Hajj Alí Mustafá Yaqub, depois de deixar seus sapatos na entrada do templo.
O chefe da diplomacia americana, que agradeceu ao imã por poder conhecer o templo, declarou à imprensa que era um privilégio visitar a mesquita, que definiu como "um lugar extraordinário".
A administração do presidente Barack Obama tenta reparar os danos causados nas relações entre os Estados Unidos e o mundo muçulmano desde o início dos anos 2000.
Washington e outros países ocidentais assinalam que a Indonésia é uma ponte entre eles e os muçulmanos.
O presidente americano, que passou uma parte de sua infância em Jacarta, também visitou esta mesquita em 2010.
"Todos nós pertencemos a um deus e a fé em Abraão une a todos no amor ao próximo e para honrar a Deus. Que a paz esteja convosco", escreveu Kerry no livro de visitas da mesquita, que durante o mês sagrado do Ramadã recebe até 130.000 fieis. Fonte: Yahoo Notícias

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Grande degelo do Ártico abre caminho a perigosa migração microbiana

Foto de 28 de agosto de 2008 mostra barco atravessando geleiras derretidas na Groenlândia
O acelerado degelo do Ártico, em consequência do aquecimento global, abre caminho a inéditos movimentos migratórios de agentes patogênicos, que representam um risco para os mamíferos marinhos e, potencialmente também, para os seres humanos, alertaram os cientistas.
"Com as mudanças climáticas, percebemos que existe uma possibilidade sem precedentes de que os agentes patogênicos migrem para novos ambientes e causem doenças", disse Michael Grigg, parasitólogo do Instituto de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID, na sigla em inglês) dos Estados Unidos.
"O gelo é uma enorme barreira ecológica para os patógenos, que ao aumentar as temperaturas no Ártico conseguem sobreviver e acessar novos anfitriões vulneráveis que não desenvolveram imunidade contra estes micróbios e parasitas por não ter ficado expostos anteriormente", disse nesta quinta-feira, durante conferência anual da Associação Americana para o Avanço da Ciência (AAAS), celebrada em Chicago entre 13 e 17 de fevereiro.
Uma nova cepa do parasita "Sarcocystis pinnipedi", até agora sequestrada no gelo, emergiu recentemente causando uma ampla mortalidade em em focas cinzas e outros mamíferos ameaçados no Ártico, como leões marinhos, morsas, ursos polares e ursos pardos no Alasca e até no sul da província canadense da Columbia Britânica.
Outro parasita que está comumente nos gatos, chamado "Toxoplasma gondii", foi encontrado em baleias brancas (belugas) em águas do Ártico, algo nunca visto, disse o cientista.
A descoberta, há alguns anos, provocou um alerta sanitário nas populações de esquimós que tradicionalmente comem a carne destas baleias, acrescentou.
Mamíferos marinhos, bons sentinelas
"Trata-se de um novo patógeno endêmico no Ártico que matou 406 focas cinzas em bom estado físico no Atlântico Norte em 2012", disse Grigg, indicando que este parasita é inofensivo para os humanos.
Este é o primeiro exemplo de um parasita que migra do norte para o sul, segundo o especialista, que fez uma comparação com a peste negra na Europa da Idade Média, que matou um terço da população que nunca tinha estado exposta ao patógeno.
A toxoplasmose, a infecção causada pelo "Toxoplasma gondii" é a principal causa de cegueira infecciosa em humanos e pode ser fatal para o feto, assim como para as pessoas e animais com um sistema imunológico debilitado.
Este parasita é transmitida principalmente pelo consumo de carne mal cozida ou de água que esteve em contato com solos contaminados com fezes de gato.
"Os mamíferos marinhos podem ser bons sentinelas do ecossistema no Ártico", afirmou Sue Moore, bióloga oceanógrafa da Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), na conferência da AAAS.
"Estes animais emitem sinais do que está acontecendo e temos que melhorar a nossa interpretação", disse, destacando que o Ártico perdeu cerca de 75% de seu gelo permanente nos últimos anos.
"Sabemos muito pouco sobre a capacidade das plantas, animais e humanos para responder ao ritmo incrivelmente rápido do aquecimento global", disse Christopher Field, professor de biologia da Universidade de Stanford (Califórnia, oeste).
Segundo o especialista, a velocidade desse ritmo é incomensurável com relação à da maior mudança climática precedente, o esfriamento do planeta registrado há mais de 50 milhões de anos. Fonte: Yahoo notícias

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Embrapa anuncia pesquisa para desenvolver soja transgênica resistente à seca


Gonzalo Domínguez.
Londrina (Brasil), 12 fev (EFE).- Cientistas ligados à Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) estão trabalhando no desenvolvimento de um novo tipo de soja geneticamente modificada que resista às secas, segundo informou nesta quarta-feira o órgão.
No entanto, segundo Alexander Nepomuceno, pesquisador da Embrapa e um dos responsáveis pela pesquisa, ainda não se tem uma data determinada sobre quando esse tipo de tecnologia estará disponível para a produção.
"Não há uma data, a tecnologia está aí, mas faltam alguns resultados além dos pertinentes estudos de biossegurança", comentou Nepomuceno em declaração à Agência Efe.
A investigação se inscreve nos esforços do Brasil para crescer no setor dos transgênicos e é realizada em parceria com diversas instituições japonesas.
Atualmente, de acordo com o investigador, estão sendo realizadas "provas de campo" para observar sua evolução e comprovar a resistência dos novos cultivos.
Esse tipo de soja geneticamente modificada poderia aumentar notavelmente a produção do cultivo no Brasil, um dos poucos países do mundo no qual se podem realizar duas colheitas anuais.
No entanto, a região Sul - principal produtora de soja do país - sofre com frequência secas que reduzem a produção. Além disso, o verão deste ano, um dos mais fortes da história do país
Neste ano, Brasil enfrenta um dos verões mais quentes de sua história, o que tem um efeito direto sobre a produção agrícola.
Os planos dos pesquisadores preveem que assim que acabar a investigação da patente fique nas mãos da instituição e, assim, "poder formar várias empresas para que comercializem o produto final", apontou Nepomuceno.
Assim "o preço será mais baixo", segundo o chefe de Transformação de Tecnologia da Embrapa, Alexandre José Catellán.
Catellán também destacou que o processo de pesquisa "é muito caro" por isso é necessário que exista um "retorno econômico", razão pela qual venderão essas tecnologias às empresas comercializadoras.
O Brasil, hoje o segundo produtor mundial de transgênicos, conta com a Comissão Técnica Nacional em Biossegurança (CTNBio), responsável pela aprovação de qualquer produto geneticamente modificado lançado ao mercado.
O organismo, colegiado e multidisciplinar, presta apoio técnico consultivo ao governo federal e será o responsável último de autorizar o novo produto que poderia situar ao Brasil à frente da produção transgênica de soja.
Assim, o Brasil se soma à corrida iniciada pelas grandes multinacionais na busca de um produto que poderia revolucionar o mercado e também outorgar um notável avanço na pesquisa transgênica mundial.
Nesse sentido, o país consegue ficar há dois anos à frente da pesquisa mundial quando a Universidade de São Paulo (USP) desenvolveu os primeiros mosquitos transgênicos.
Com a intenção de combater a dengue, os mosquitos geneticamente modificados e soltos nas regiões mais afetadas pela doença no Brasil eram machos estéreis, o que garantia evitar sua reprodução.
Ao reduzir a população de mosquitos, a transmissão da doença diminui notavelmente, lembrou Nepomuceno.
No entanto, a libertação desses mosquitos foi duramente criticada por grupos ambientalistas, tradicionalmente contrários à experimentações transgênicas, já que, na sua opinião, não haviam sido realizados testes suficientes. EFE  Fonte: yahoo notícias

O ambicioso projeto que pretende enviar colonos a Marte

Imagem divulgada pela fundação holandesa Mars One mostra um desenho de uma base humana em Marte
"A colonização humana de Marte é, literalmente, o próximo grande passo para a humanidade": com essa premissa, a fundação holandesa Mars One impulsiona um projeto que busca, mediante financiamento privado, enviar seres humanos para se estabelecer no Planeta Vermelho.
A seleção dos primeiros colonos, aberta em abril de 2013 a candidatos do mundo todo, tem quatro etapas. Os candidatos deveriam ter mais de 18 anos, gozar de boa saúde, ter aptidões de sobrevivência e conhecimento adequado do inglês.
Mais de 200 mil pessoas de 140 países se apresentaram na primeira convocação. Dessas, foram eleitas 1.058 de 107 países. Para passar à etapa seguinte, os selecionados devem apresentar, no mais tardar em março, exames médicos que atestem sua saúde física e psíquica.
O processo terminará com a seleção de 24 a 40 pessoas que serão treinadas para a missão que quer enviar ao Planeta Vermelho 24 colonos de diferentes nacionalidades.
A ideia é que viajem seis grupos de quatro pessoas cada, a cada dois anos. O primeiro grupo faria a viagem de sete meses em 2025 para chegar a Marte no ano seguinte.
O custo do programa espacial, estimado em 6 bilhões de dólares, será totalmente financiado pela iniciativa privada, por meio de patrocinadores e sócios, contribuições voluntárias e conteúdo midiático gerado pela missão com a venda dos direitos de transmissão.
O projeto é apoiado por cientistas como o holandês Gerard 't Hooft, ganhador do Nobel de Física em 1999, embora tenha despertado muitas dúvidas sobre sua viabilidade.
Até agora, nenhum voo tripulado chegou a Marte, aonde os Estados Unidos conseguiram mandar robôs. O último deles, o Curiosity, chegou ao Planeta Vermelho em agosto de 2012.
O envio de seres humanos a Marte traz muitos desafios, como a impossibilidade de voltar à Terra devido ao custo elevado e às dificuldades que isso implicaria - onde viveriam, a falta de comida e o risco da radiação.
Além disso, não existe ainda um foguete e uma cápsula capaz de transportar esses voluntários.
Anunciado inicialmente para 2024, em dezembro passado a fundação adiou em um ano a data da primeira viagem. Mas, ao mesmo tempo, anunciou a assinatura de um contrato de US$ 250 mil com a Lockheed Martin Space Systems, a divisão espacial da empresa americana, para estudar o "desenho conceitual" de uma nave espacial Mars Lander.
Esse aparelho será enviado primeiro ao Planeta Vermelho em 2018, sem seres humanos a bordo.
A Mars One também firmou outro contrato, de US$ 80 mil, com a britânica SSTL (Surrey Satellite Technology Ltd) para desenvolver um satélite de comunicações para transmitir informação de Marte para a Terra.
No mês passado, a fundação holandesa também lançou uma página na web para arrecadar fundos para a missão. Fonte: yahoo notícias

domingo, 9 de fevereiro de 2014

Mulheres correm risco maior de sofrer AVC do que os homens

Mulher fuma cigarro na Times Square, em Nova York
As mulheres correm um risco maior de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC) do que os homens, particularmente devido a distúrbios relacionados com a pressão alta na gravidez e outros fatores hormonais, afirmaram médicos americanos nesta quinta-feira.
O alerta integra as novas diretrizes para prevenir derrames, divulgadas pela Associação Americana do Coração e pela primeira vez se dirigiu especificamente às mulheres, que são mais propensas a morrer de acidentes vasculares cerebrais do que os homens.
Segundo as diretrizes, as vulnerabilidades únicas vinculadas ao sexo feminino abrangem complicações durante a gravidez, uso de pílulas anticoncepcionais, enxaquecas e problemas cardíacos.
"Se você é uma mulher, você compartilha muitos dos mesmos fatores de riscos com os homens", disse Cheryl Bushnell, autora de um novo comunicado científico publicado no periódico Stroke, da Associação Americana do Coração.
Estes riscos compartilhados incluem pressão alta, tabagismo e diabetes.
"Mas o seu risco também é influenciado pelos hormônios, a saúde reprodutiva, a gravidez, o parto e outros fatores relacionados com o sexo", afirmou Bushnell, neurologista e diretora do Centro de Derrame do Centro Médico Batista Wake Forest na Carolina do Norte.
As diretrizes dão recomendações de cuidados básicos a médicos e ginecologistas e obstetras sobre a melhor forma de rastrear e tratar as mulheres com risco de derrame.
Elas incluem uma avaliação rigorosa de todas as mulheres que sofreram pré-eclâmpsia, uma condição perigosa relacionada com a pressão alta que pode dobrar os riscos de uma mulher vir a sofrer um AVC.
Os médicos deveriam considerar prescrever aspirina em doses baixas ou outros remédios necessários às mulheres que tiveram pressão alta durante a gravidez.
As mulheres em idade reprodutiva deveriam ser examinadas para verificar se têm pressão alta antes de receber pílulas anticoncepcionais e deveriam ser lembradas de que não devem fumar.
Mulheres mais velhas deveriam ser examinadas para identificar irregularidades nos batimentos cardíacos, uma condição conhecida como fibrilação atrial, pois pode quintuplicar os riscos de uma mulher sofrer derrame após os 75 anos.
Nos Estados Unidos são registrados 800.000 derrames todos os anos. Mais da metade ocorrem em mulheres e 60% das mortes relacionadas com derrames acontecem em mulheres. Fonte|: yahoo notícias

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Estudo alerta para aumento alarmante de casos de câncer

Os casos de câncer aumentarão 50% até 2030, quando serão diagnosticados em todo o mundo quase 22 milhões de casos, em comparação com 14 milhões em 2012
Um estudo publicado nesta segunda-feira alerta que os casos de câncer aumentarão 50% até 2030, quando serão diagnosticados em todo o mundo quase 22 milhões de casos, em comparação com 14 milhões em 2012, devido a um forte aumento da doença nos países em desenvolvimento.

Ao mesmo tempo, as mortes por câncer passarão de 8,2 milhões a 13 milhões por ano.
Essas tendências são acompanhadas pelo aumento e o envelhecimento da população e pela adoção de hábitos de risco, como fumar, indica o informe da Agência Internacional para a Pesquisa do Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"O maior impacto será registrado nos países com menores recursos, muitos dos quais mal equipados para enfrentar este aumento dos casos de câncer", declarou a diretora da OMS, Margaret Chan.
Países em desenvolvimento em risco
Os países em desenvolvimento não só padecem dos casos de câncer associados com a pobreza, mas também dos resultados de hábitos adquiridos após conquistar melhores condições de vida, como um maior consumo de álcool e tabaco, o consumo de alimentos processados e falta de exercícios físicos.
"O peso especialmente pesa que recairá sobre os países de renda média e baixa faz com que dificilmente consiga se livrar do câncer, mesmo em países com rendimentos mais elevados, que terão dificuldades para enfrentar os crescentes custos dos tratamentos", indicou o diretor da IARC, Christopher Wild.
"É necessário um maior compromisso com a prevenção e detecção precoce para lidar com o aumento alarmante na incidência de câncer a nível mundial", acrescentou.
O câncer substituiu as doenças cardíacas como a principal causa de morte a partir de 2011 e o número anual de diagnósticos aumentou de 12,7 milhões em 2008 para 14,1 milhões em 2012.
O relatório destaca a diferença entre os sexos: cerca de 53% dos casos diagnosticados e 57% das mortes ocorrem em homens.
Os tipos de câncer também diferem em função do sexo.
Entre os homens, o câncer mais comum foi os nos pulmões (16,7% do total de casos entre o sexo masculino); seguido pelo câncer de próstata (15%), de colorretal (10%), estômago (8,5%) e fígado (7,5%).
Entre as mulheres, o mais frequente é o câncer de mama (25,2%), seguido pelo colorretal (9,2%), de pulmões (8,7%), útero (7,9%) e estômago (4,8%).
Há também diferenças regionais: mais de 60% dos casos de câncer e 70% das mortes ocorreram na África, Ásia, América Central e América do Sul, segundo o relatório global.
Na América Latina e no Caribe, o câncer de mama e o de próstata são os que têm maior incidência em mulheres e homens, respectivamente. Os tipos mais mortais nestas regiões são o câncer de mama e o câncer de colo do útero entre as mulheres, e o de próstata e de pulmão nos homens.
Quase a metade dos 14 milhões de novos casos de 2012 foram diagnosticados na Ásia, principalmente na China. A Europa totalizou um quarto dos casos, enquanto América Latina e Caribe 7,8% (e 7,4% de todas as mortes).
No geral, o câncer é diagnosticado em uma idade mais avançada em países menos desenvolvidos. E a nível global, o câncer de pulmão é o mais letal, com 19,4% do total, seguido pelo câncer de fígado (9,1%) e estômago (8,8%).
Olhando para o futuro, o relatório nota que a população mundial vai aumentar de 7 bilhões de pessoas em 2012 para cerca de 8,3 bilhões em 2025.
Os países com média e baixa renda terão um maior crescimento de suas populações e, portanto, uma maior incidência de câncer.
Tabaco, epidemia nos países mais pobres
O relatório expressa especial preocupação com o câncer de pulmão, em grande parte resultante do hábito de fumar e "intrinsecamente ligado a estratégias globais das companhias de tabaco para aumentar as suas vendas".
Uma "epidemia" de tabaco afeta especialmente os países mais pobres, de acordo com o estudo, "impedindo o desenvolvimento humano por tirar recursos e aumentar a pressão sobre os seus fracos sistemas de saúde e afetando a produtividade a nível nacional.
O custo total anual do câncer é estimado em 1,16 bilhão de dólares em 2010, segundo o relatório. "Quase metade dos casos de câncer poderiam ter sido evitados", ressalta.
O estudo pede novos esforços na prevenção, incluindo a vacinação contra a hepatite B e o vírus do papiloma humano, que podem ajudar a reduzir a incidência de câncer de fígado e útero, e a promoção do exercício físico para combater a obesidade, além de campanhas anti-tabagismo. Fonte: Siga o Yahoo Notícias no Twitter e no Facebook